Archive for the 'Mana' Category

Seiken Densetsu 25th Anniversary Orchestra Concert: o perigo real de um tema de combate contra chefes no concerto da série Mana

No Japão, sempre vai ter público em um concerto de games

Por Alexei Barros

Depois de décadas, alguém da Square Enix parece ter se tocado em 2017 que não é apenas Final Fantasy que merece concertos dedicados. A série Seiken Densetsu/Mana comemorou 25 anos de existência em 2016 com o lançamento de Final Fantasy Adventure para Game Boy em 1991, mas a apresentação de aniversário só aconteceu no dia 24 de março de 2017. O álbum Seiken Densetsu 25th Anniversary Orchestra Concert CD com a gravação do espetáculo demorou para sair e só foi lançado quase um ano mais tarde, no dia 24 de janeiro de 2018. O evento teve envolvimento na produção do site 4Gamer.net e, inclusive, foi chamado de Music 4Gamer #1, sugerindo que esse é o primeiro de uma série de concertos temáticos.

Antes da apresentação no Bunkamura Orchard Hall em Tóquio, aconteceu um bate-papo com os compositores Hiroki Kikuta (Secret of Mana e Seiken Densetsu 3) e Kenji Ito (Final Fantasy Adventure e Dawn of Mana), o dublador Nobuhiko Okamoto e o escritor Mafia Kajita, que costuma assinar artigos para o 4Gamer.Net. A Yoko Shimomura (Legend of Mana e Heroes of Mana) não pôde comparecer por conflitos na sua agenda de trabalhos. Em um dos intervalos, Kajita e Okamoto conversaram ainda com Masaru Oyamada, produtor de Rise of Mana; Hiromichi Tanaka, produtor de Secret of Mana e diretor de Seiken Densetsu 3; e Koichi Ishii, o criador da série.

Agora falando do que mais interessa, a performance foi da Tokyo Symphony Orchestra sob a regência do maestro Maiku Shibata. Não houve coral nem instrumentos elétricos, como guitarra e baixo. Os arranjos foram do quarteto formado pelos experientes Kousuke Yamashita, Sachiko Miyano e Natsumi Kameoka e pelo novato Naoya Iwaki.

Assim que vi o set list, eu simplesmente fiquei incrédulo com a presença da “Danger”, tema de batalha contra chefes do Secret of Mana que ganhou seu primeiro arranjo orquestral oficial. Há anos eu esperava por esse momento e cheguei a pensar que era um fã solitário da melodia alucinante – parece umas cinco músicas em uma só. O resultado me agradou sobremaneira, pois capta toda a montanha-russa de notas da original, explorando a multiplicidade de instrumentos da orquestra. A música é tocada inteira uma vez, repetindo apenas um trecho do início que serve como um desfecho. Com todo o respeito, é muito superior às versões de duas orquestras pró-amadoras/profissionais japonesas: a Game Band e a JAGMO (esta eu nem publiquei por aqui, especialmente pela qualidade de áudio não estar nada legal, apesar de ser a gravação de uma transmissão).

As músicas do primeiro jogo da série, Final Fantasy Adventure (Seiken Densetsu), nunca tinham sido tocadas antes. Secret of Mana, Seiken Densetsu 3 e Legend of Mana já apareceram em outros concertos

Embora achasse o talentoso Kousuke Yamashita o mais indicado para arranjar a “Danger”, a missão foi realizada com muita competência pela Sachiko Miyano, que tem um longo currículo de participações em concertos de Final Fantasy. Ela inclusive é a autora do arranjo da “Hightension Wire” (Seiken Densetsu 3), que soa Hiroki Kikuta mais do que nunca. Yamashita foi o responsável pelo excelente arranjo da “Meridian Dance” (Secret of Mana) – essa já tinha sido arranjada duas vezes anteriormente em medleys; primeiro pelo Jonne Valtonen no Symphonic Fantasies e depois pelo Roger Wanamo no Symphonic Fantasies Tokyo.

Passada a empolgação, me chamou a atenção a completa aleatoriedade com que as faixas foram organizadas, muitas vezes reunindo em um mesmo medley músicas de jogos diferentes, de estilos distintos e sem nenhum tema em comum. A própria “Danger” que eu rasguei elogios aparece em um medley com a “Mana’s Tale”, uma música tranquila do Kenji Ito para o Dawn of Mana… Não faz sentido. Nesse aspecto, me lembrou alguns segmentos do Press Start, com a diferença que a falecida série de concertos não era temática. Nessa ocasião, seria muito mais fácil organizar os medleys por jogos ou por temas de personagens ou de combate.

Além disso, me incomodaram algumas transições muito mal feitas ou simplesmente inexistentes, como a hora em que a “Endless Battlefield” vai para a “Into the Thick of It” e dessa para a “Swivel”. Só um parêntesis: é interessante a forte presença da marimba na “Into the Thick of It”. Embora não tão marcante na faixa original, o timbre desse instrumento é uma das principais marcas da trilha de Secret of Mana. Mas voltando a pegar no pé do Naoya Iwaki, que é o responsável por essa partitura, a transição da “The Fool’s Dance”para a “The Final Decisive Battle” também não foi satisfatória. Não há nenhuma conexão da “In Sorrow” para a “Let Your Thoughts Ride On Knowledge”, mas como as músicas são suaves não houve tanto problema. A única transição aceitável que o Iwaki fez foi no enésimo arranjo da “Angel’s Fear” – apesar de já ter sido tocada muitas vezes, não poderia faltar – para a “Meridian Child”, no qual realmente se nota que ele se esforçou em interligar as duas faixas.

Felizmente, os demais arranjadores foram muito melhores nas transições restantes. Eu até achei que os arranjos do Legend of Mana tivessem sido reaproveitados dos álbuns drammatica e memória!, mas as partituras são novas, misturando músicas já arranjadas com outras ainda não orquestradas. Até mesmo a faixa 11, que segue a mesma ordem de músicas do arranjo do drammatica e também é da Natsumi Kameoka não é exatamente igual.

Apesar de o concerto chegar a apenas 59 minutos do CD (confira no fim do post), duas músicas tocadas na apresentação foram cortadas do álbum: a “Angel’s Fear” em arranjo alternativo – como se não bastassem os cinco já existentes e mais a versão que apareceu no próprio espetáculo – e a “Rising Sun” em um solo de piano do Kenji Ito. Nem fizeram tanta falta assim.

Entre acertos e tropeços, a realização do sonho de ouvir a “Danger” orquestrada deixa o saldo positivo e me faz aumentar a expectativa pelo remake de Secret of Mana que será lançado neste mês de fevereiro de 2018 com um time de peso de arranjadores, que inclui, além de nomes como Tsuyoshi Sekito e a citada Sachiko Miyano, ninguém mais, ninguém menos do que Yuzo Koshiro!

Hiroki Kikuta e Kenji Ito dividem a autoria das composições da série Seiken Densetsu. Ainda tem a Yoko Shimomura, que infelizmente não pôde estar presente

Ato I
01. “Rising Sun” (Final Fantasy Adventure)
02. “Endless Battlefield” (Final Fantasy Adventure) ~ “Into the Thick of It” (Secret of Mana) ~ “Swivel” ~ (Seiken Densetsu 3)
03. “Legend of Mana ~Title Theme~” ~ “Earth Painting” (Legend of Mana)
04. “Mana’s Tale” (Dawn of Mana) ~ “Danger” (Secret of Mana)

Ato II
05. “Angel’s Fear” (Secret of Mana) ~ “Meridian Child” (Seiken Densetsu 3)
06. “City of Flickering Destruction” (Legend of Mana)
07. “In Sorrow” ~ “Let Your Thoughts Ride On Knowledge” (Final Fantasy Adventure)

Ato III
08. “Pain the Universe” (Legend of Mana) ~ “Black Soup” (Seiken Densetsu 3)
09. “The Fool’s Dance” (Dawn of Mana) ~ “Final Battle” (Final Fantasy Adventure)
10. “Meridian Dance” (Secret of Mana)

Bis
11. “Hometown of Domina” ~ “Where the Heart Resides” ~ “Hometown of Domina” (Legend of Mana)
12. “Hightension Wire” (Seiken Densetsu 3)

Composição: Kenji Ito (Final Fantasy Adventure e Dawn of Mana), Hiroki Kikuta (Secret of Mana e Seiken Densetsu 3) e Yoko Shimomura (Legend of Mana)
Arranjo:
Kousuke Yamashita (01, 09, 10), Naoya Iwaki (02, 05, 07), Natsumi Kameoka (03, 06, 11) e Sachiko Miyano (04, 08, 12)

[via 4Gamer.net, Square Enix]

Symphonic Fantasies Tokyo e Final Symphony ganham versões em vinil

Os vinis do Symphonic Fantasies Tokyo e do Final Symphony são itens de colecionador até para quem não tem uma vitrola

Por Alexei Barros

Apesar de a tendência atual ser de lançamentos digitais, é alentador surgir uma notícia como esta: Symphonic Fantasies Tokyo e Final Symphony, dois dos mais aclamados concertos de games, vão ser lançados em vinil. Ambos já haviam sido publicados em CD, mas, como os puristas bem sabem, o vinil garante uma reprodução de áudio muito mais orgânica.

O Symphonic Fantasies Tokyo foi gravado ao vivo no Japão em 2012, com performance da Tokyo Philharmonic Orchestra e do Tokyo Philharmonic Chorus e repertório com músicas de Kingdom Hearts, Secret of Mana, Chrono Trigger/Cross e Final Fantasy. Já o Final Symphony foi gravado no Abbey Road Studios com músicas de Final Fantasy VI, VII e X executadas pela London Symphony Orchestra.

Ambos os concertos estão disponíveis em um pacote de luxo com três vinis cada e possuem belas capas ilustradas. Cada um custa US$ 45 (fora impostos e outros gastos), mas podem ser adquiridos em conjunto por US$ 80.

Os dois espetáculos também foram relançados com esse acabamento de luxo em CD. Cada álbum duplo sai por US$ 15, ao passo que juntos custam US$ 25.

Os vinis e os CDs vão ser lançados em dezembro e já estão disponíveis para pré-venda no site da publicadora Laced Records.

Os dois álbuns em CD também ganharam novas ilustrações

[via release de imprensa]

Press Start 2015: o fim de uma era

press2015Por Alexei Barros

Pelo excesso de reprises, eu esperava uma despedida um tanto melancólica do Press Start. Mesmo assim, estava no aguardo do tradicional report do concerto no site da Famitsu, que produziu a série japonesa de espetáculos orquestrais. E eu fiquei esperando… esperando… esperando… E nada. Nada de fotos da apresentação também.

O jeito foi me basear nas análises dos blogues japoneses, que sempre se preocupam em detalhar o set list o máximo possível. O concerto foi realizado em duas apresentações no dia 8 de agosto (e eu extrapolando todos os limites da demora para fazer post), com performance da Kanagawa Philharmonic Orchestra no Tokyo Metropolitan Art Space. Pelo menos foi feita uma surpresa bacana no final. Set list e minhas considerações a seguir.

Ato I

01. Final Fantasy VIII: “Liberi Fatali”
02. “Classic Medley 2015 Ver.”
03. Super Mario Bros.: “Overworld” ~ “Underwater” ~ “Underworld” ~ “Overworld”
04. The Legend of Zelda: “Main Theme”
05. Shadow of the Colossus: “Revived Power ~ Battle With the Colossus” ~ “Grotesque Figures ~ Battle With the Colossus~”
06. Ace Combat Zero: The Belkan War: “Zero”
07. Legend of Mana: “Legend of Mana ~Title Theme~” ~ “Colored Earth” ~ “Hometown Domina” ~ “Ruined Sparkling City” ~ “Song of Mana ~Opening Theme~”

Ato II

08. Ore no Shikabane o Koete Yuke: “Flower”
09. Rhythm Heaven: “Ninja”
10. El Shaddai: Ascension of the Metatron: “Theme of El Shaddai” ~ “The Faraway Creation ~ Enoch’s Theme” ~ “Tragic Scream”
11. Xenoblade Chronicles: “Xenoblade” ~ “Gaur Plains” ~ “Mechanical Rhythm” ~ “Riki the Legendary Hero” ~ “Sator, Phosphorescent Land / Night” ~ “Those Who Bear Their Name” ~ “Confrontation with the Enemy”
12. Mother: “Pollyanna (I Believe In You)” ~ “Bein’ Friends” ~ “Eight Melodies”
13. Chrono Trigger/Cross: “A Premonition” ~ “Chrono Trigger” ~ “Wind Scene” ~ “Frog’s Theme” ~ “Decisive Battle with Magus” ~ “Epilogue ~ To Beloved Friends” (Chrono Trigger) ~ “Frozen Flame” ~ “Marbule: Home” ~ “Scars of Time” (Chrono Cross)
14. “Goodbye Medley”:
Press Start 2006
– ICO
– PopoloCrois Story
– Ys I & II
Press Start 2007
– Kingdom Hearts
– Space Invaders
– Super Smash Bros. Brawl
– Sakura Wars
Press Start 2008
– Wild Arms 2
– Spelunker
– Final Fantasy IX
Press Start 2009
– Persona 4
– Okami
– Final Fantasy X
– Kirby’s Dream Land
Press Start 2010
– New Super Mario Bros. Wii
– Muramasa: The Demon Blade
– Famicom Disk System Start-up
Press Start 2011
– 428 ~Fuusasareta Shibuya de~
– Pokémon Red & Blue
– NieR
– Xenogears
Press Start 2012
– Kid Icarus: Uprising
– Final Fantasy XI
– Ihatovo Monogatari
Press Start 2014
– Toukiden
– Final Fantasy XIII
– Super Smash Bros. for Wii U e 3DS

“Liberi Fatali” é uma das reprises mais batidas em concertos da série Final Fantasy, mas nunca tinha sido tocada no Press Start. Aliás, a escolha dessa música do FFVIII foi uma surpresa para mim, porque o Press Start não vinha usando corais em suas apresentações. Acredito que foi usado um coro não muito grande.

– Em relação aos convidados, a soprano Oriko Takahashi mais uma vez cantou a “Zero” de Ace Combat Zero. Mesmo sem ter participado da gravação da trilha original, ela foi a intérprete mais recorrente dessa música fabulosa com toques de flamenco no Press Start.

– A “Song of Mana” teve a voz da australiana Louise Bylund, que morou por diversos anos de sua vida na Suécia e atualmente reside no Japão. Essa mistura garantiu que ela fosse a escolhida para a performance dessa maravilhosa canção, que tem versos em sueco.

– A Lioko Kihara foi outra convidada do espetáculo e, diferentemente das outras duas cantoras, ela também tocou piano ao melhor estilo Angela Aki no segmento de Ore no Shikabane o Koete Yuke.

– Como de praxe, o duo ACE formado por Tomori Kudo (guitarra) e CHiCO (vocal) participou da performance de Xenoblade Chronicles, além da cantora Manami Kiyota.

– O segmento de Mother é o mesmo tocado no Press Start 2010, inclusive com os versos do álbum vocal Mother (1989) escritos pela letrista Linda Henrick (provavelmente um pseudônimo). Na ocasião, a performance contou com a voz da cantora Melody Chubak, que na época tinha 13 anos. Agora com 18, a moça voltou as palcos para cantar no mesmo segmento.

– Além do quinteto que produz o concerto (Taizo Takemoto, Kazushige Nojima, Shogo Sakai, Nobuo Uematsu e Masahiro Sakurai), também estiveram presentes os compositores Keiki Kobayashi e Masato Kouda. A Yoko Shimomura deixou uma mensagem em vídeo.

– Não foi feita nenhuma homenagem musical a Satoru Iwata, mas o desfecho do concerto foi bastante especial. Embora muito provavelmente não seja um segmento com transições elaboradas, o medley final resgata seleções icônicas de todas as edições anteriores do Press Start, com exceção de 2013, ano que foi tomado por reprises. Fantástica a ideia!

– Foi uma satisfação ter acompanhado e feito os posts sobre o Press Start durante esses nove anos, mesmo com tão raros registros oficiais das performances. Mal custo a acreditar que o primeiro post que fiz no Hadouken, lá em 2006, era justamente sobre a primeira edição do concerto a qual fiquei extasiado com uma mera gravação da plateia.

Não existiu outra série de apresentações com um repertório tão diversificado, cheio de seleções únicas e surpreendentes. Claro que tamanha variedade me fez querer mais e é uma pena saber que o Press Start acabou sem tocar músicas de jogos que dificilmente veremos nos demais concertos, como Bayonetta, Eternal Sonata, Panzer Dragoon, Valkyria Chronicles, Front Mission, Dark Souls e tantos outros.

Eu torço fortemente para que se não o próprio Press Start, outra série de concertos japonesa apareça algum dia sem demorar muito – houve um hiato de nove anos entre o Orchestral Game Concert 5 de 1995 e o Press Start 2006, considerando apresentações sinfônicas no Japão que abrangem diversas franquias.

Press Start: vou sentir saudades.

Grato ao Fabão pelos links e também pelas diversas informações e traduções nos posts do Press Start.

Foto tirada no Press Start 2008, com alguns dos maiores nomes japoneses de game music (além de outros desenvolvedores): Noriyuki Iwadare, Nobuo Uematsu, Motoi Sakuraba, Yasunori Mitsuda, Mahito Yokota, Kazushige Nojima, Michiko Naruke, Shogo Sakai, Koichi Sugiyama, Masahiro Sakurai e Koji Kondo

[via sarian198919, mugendai, comdoc5964nijiiroleina 1, 2 e 3]

O álbum de Legend of Mana que promete

53906-1442403333Por Alexei Barros

Já tentei mais de uma vez me aventurar pelas belas florestas de Legend of Mana no PlayStation, mas acabo me decepcionando ao não encontrar um jogo nas mesmas características do fantástico Secret of Mana. Mesmo assim, isso não me impediu de apreciar a trilha musical, um dos trabalhos mais icônicos da carreira da Yoko Shimomura. De uns tempos para cá, Legend of Mana passou a ser rememorado em diversos concertos – até na Europa, onde o RPG nunca foi lançado oficialmente (nem mesmo na PSN).

Aproveitando essa onda, no dia 30 de setembro (vulgo amanhã), sai no Japão o disco Seiken Densetsu Legend of Mana Arrangement Album -Promise- – simplesmente 16 anos após o lançamento original no Japão. Como o nome já diz, é um CD com faixas arranjadas: 12 para ser preciso.

A Square Enix teve a bondade de liberar samples de todas as músicas, embora o site funcione de uma maneira meio chata: o player para se você trocar de aba no seu navegador. Ou seja, para continuar ouvindo, você é obrigado a ficar com a página aberta.

Eu realmente queria reconhecer algum dos arranjadores e dos instrumentistas, mas não achei ninguém que eu já tivesse ouvido falar. De qualquer forma, as amostras revelam uma agradabilíssima mistura de jazz (“Hometown of Domina” e bossa nova (“Legend of Mana”), apresentando instrumentos como bateria, baixo acústico, violão, violino e até flauta. A música que mais estou na expectativa é a “Song of Mana”, que sou simplesmente fascinado – tanto pelo tema original como pelos diversos arranjos. Dessa vez, o solo em sueco será da cantora Carina, que também desconhecia, mas, como todo o álbum, promete bastante.

A Square Enix liberou um vídeo mostrando os bastidores da gravação do Promise, incluindo alguns depoimentos em japonês da Yoko Shimomura, que sempre esbanja simpatia.

 

Entre no VGMdb para conferir a tracklist e vá ao site da Square Enix para apreciar os samples.

Agradecimentos ao Farley Santos pela dica do álbum.

Press Start 2015: o começo do fim

menu_logoPor Alexei Barros

Mais ou menos nesta época do ano começo a ficar na expectativa por novidades da edição anual do Press Start. Mas preciso me acostumar com a ideia de que isso acontecerá pela última vez. Sim, o Press Start vai acabar. De maneira impressionante, o espetáculo se manteve na ativa durante nove anos, mas a récita de 2015 será a décima e derradeira.

O Press Start 2015 acontecerá em duas apresentações no dia 8 de agosto, com a orquestra e o anfiteatros mais recorrentes durante todo esse tempo: a Kanagawa Philharmonic Orchestra, que tocou em 2008, 2010, 2011 e 2014 no Tokyo Metropolitan Art Space, que sediou o espetáculo em 2009, 2010, 2013 e 2014.

Com esse clima de despedida, os organizadores não parecem ter se esforçado muito para introduzir novidades bombásticas. O set list é baseado em grandes hits dos anos passados e, sem esconder o jogo, todos os segmentos aparentemente foram revelados.

– Super Mario Bros.

ps2015_marioCusto a acreditar que aquele mesmo segmento do Orchestral Game Concert já executado em 2009 e 2013 no próprio Press Start vai aparecer de novo. Apesar dessa repetição, devo ressaltar que a série de concertos foi a que se manteve mais atualizada em relação a novos jogos do Mario, com segmentos de New Super Mario Bros. Wii e Super Mario Galaxy 2, embora tenha faltado o Super Mario 3D Land.

– Ore no Shikabane o Koete Yuke

ps2015_oreshikaOre no Shikabane wo Koete Yuke é um RPG obscuríssimo lançado apenas no Japão para PlayStation em 1999 e para PSP em 2011. Esse jogo já teve seu segmento no Press Start 2009, com a participação da cantora Lioko Kihara. A reprise deve ter sido motivada pelo lançamento da continuação, Oreshika: Tainted Bloodlines, que saiu em 2015, inclusive também no Ocidente, apesar do predecessor não ter vindo para este lado do mundo.

– Xenoblade Chronicles

ps2015_xenobladeExecutado em 2011 e 2013, o segmento do RPG para Wii até teve uma excelente apresentação própria. Ainda fico me perguntando como vou jogar esse jogo dada a dificuldade para conseguir uma cópia. E lamento que nenhum concerto tocará tão cedo alguma música do sucessor Xenoblade Chronicles X para Wii U, com a trilha de Hiroyuki Sawano – inclusive ainda devo um post sobre isso.

– Mother

ps2015_motherO RPG para Famicom criado por Shigesato Itoi já apareceu no Press Start 2010 e 2013 em um medley com as belas músicas compostas por Keiichi Suzuki e Hirokazu Tanaka. Os japoneses realmente parecem gostar muito do jogo e da trilha, o que não parece ser motivação suficiente para Itoi cogitar fazer um novo título da série.

– The Legend of Zelda

ps2015_zeldaNão está muito claro exatamente qual segmento de Zelda será tocado neste ano, já que a série apareceu em diferentes números ao longo dos anos. A julgar pela imagem do jogo para NES no site, deve ser um arranjo dos mais mastigados com o icônico tema principal assinado por Koji Kondo. Uma pena que com o fim do Press Start, diminuem as chances de aparecer tão cedo um segmento do próximo e aguardadíssimo jogo para Wii U.

– Rhythm Heaven

ps2015_rhythmO público realmente parece gostar desse segmento interativo do jogo de ritmo para Nintendo DS à la Video Games Live já tocado em 2009, 2010 e 2013. Tanto que o jogo seguinte da série, Rhythm Heaven Fever (Wii, 2012) passou batido e o vindouro Rhythm Tengoku: The Best Plus (3DS, 2015) provavelmente teria o mesmo caminho.

– Classical Music Medley

ps2015_classicTrata-se de uma miscelânea com músicas eruditas utilizadas em jogos. Apareceu no Press Start 2011 e sua gravação em áudio chegou a ser disponibilizada para apreciação no site oficial. Mas negligentemente eu não ripei na ocasião e a tiraram do ar. Não era algo fora de série, levando em conta que essas músicas são executadas pelas melhores orquestras do mundo e as transições não eram elaboradas, mas é um registro que se perdeu.

– Final Fantasy VIII

ps2015_ff8Outra novidade… Ou perto disso. Desde a primeira edição, o Press Start sempre teve um segmento da série, mas sempre eram reprises, até que em 2011 o concerto tocou um medley inédito de FFIV. Em 2012, o segmento do FFXI também foi novo. FFVIII nunca tinha aparecido antes no Press Start, e o texto cita as músicas “Eyes On Me” e a “The Man With the Machine Gun”. Apesar de as duas faixas já terem sido arranjadas – a primeira inclusive ganhou uma versão orquestrada no Final Fantasy Orchestral Album -, não existe um único número que inclua as duas, o que me leva a acreditar que se trata de um arranjo novo.

– Legend of Mana

ps2015_seikenA aparição do RPG do PlayStation no Press Start 2012 me surpreendeu na ocasião porque é de uma série deixada de lado pela Square Enix. Resta saber se o medley terá a fantástica “Song of Mana” cantada como na estreia ou instrumental, como na reprise em 2013.

– Chrono Trigger e Cross

ps2015_chronoFalando em Square Enix e em séries escanteadas… Provavelmente, o concerto tocará o mesmo medley executado no Press Start 2010 e 2013. A série também apareceu no Press Start 2008, mas em uma seleção de faixas diferente. Bacana, mas depois do que foi feito no Symphonic Fantasies é difícil que outro arranjo consiga chamar a atenção. Precisa ser muito inusitado, como este medley da Brass Exceed Tokyo.

– Shadow of the Colossus

ps2015_wandaPor incrível que pareça, a trilha magnânima de Kow Otani teve uma aparição única na série, sendo lembrada apenas no Press Start 2007 em um medley bem simples com a  “Revived Power ~ Battle With the Colossus” e a “Grotesque Figures ~ Battle With the Colossus~”. Aproveito a ocasião para soltar um desabafo: ando cansado de ler e ouvi dizer que “jogo X foi inspirado por Shadow of the Colossus” ou “jogo Y tem influências de ICO”. Queria algo direto da fonte, do Fumito Ueda. Puxa vida, Shadow of the Colossus vai comemorar dez anos em 2015. Será que é muito sonhar com The Last Guardian para esta E3 2015 ou é mais fácil eu acreditar no anúncio de um novo console da Sega?

[via PRESS START]

“Song of Mana ~Ending Theme~” – Legend of Mana (Music in Motion)

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Por Alexei Barros

A parte de games do concerto Music in Motion realizado em 2014 pela WDR Radio Orchestra Cologne não teve apenas a surpreendente e magnífica “Kiss Me Good-bye”. O espetáculo também contou com uma performance da maravilhosa “Song of Mana ~Ending Theme~”, tema de encerramento do Legend of Mana cantado em sueco.

O RPG do PlayStation não foi lançado na Europa, o que parecia diminuir a probabilidade de as músicas da Yoko Shimomura serem executadas por lá. Ainda assim, quatro faixas do jogo já tinham sido tocadas no concerto Sinfonia Drammatica, realizado na Suécia em 2009, com os arranjos da Shimomura e orquestração da Natsuki Kameoka usados no álbum drammatica. O mesmo quarteto de músicas selecionado para o espetáculo e mais a “Song of Mana ~Opening Theme~” deram origem a um medley tocado no Press Start 2012 que teve a performance da cantora sueca Sofi Persson.

Além disso tudo, a canção ganhou um arranjo orquestral da Natsumi Kameoka para o álbum memória, que comemorou 25 anos de carreira da Yoko Shimomura e vergonhosamente não citei por aqui. A “Song of Mana – Orchestral Version -“, como a faixa foi rebatizada, é belíssima e conta com a performance da mesma cantora do jogo, a sueca Annika Ljungberg. No lugar dos instrumentos de banda (bateria, guitarra e baixo) e da flauta de pã, as cordas e especialmente o piano apresentam maior proeminência do que na canção original.

A versão do Music in Motion, por sua vez, foi arranjada pelo sempre competente Jonne Valtonen, que já havia explorado as músicas da Shimomura na suíte de Kingdom Hearts no Symphonic Fantasies. Porém, esse arranjo segue uma linha mais tradicional do que a costumeira abordagem artística do finlândes, mantendo inclusive o vocal da música. No Music in Motion, o solo foi novamente da cantora alemã Viviane Essig, como no segmento de Final Fantasy XII.

Embora tenha uma leve preferência pelo arranjo do memória por conta do timbre mais suave da Annika e das intervenções no piano, essa performance ao vivo tem o seu valor pela forma com que a orquestra dialoga com Essig e como as cordas reproduzem os trechos da flauta de pã. Clicando no link abaixo é possível ouvir a gravação deste segmento.

“Song of Mana ~Ending Theme~”

Symphonic Fantasies Tokyo ganha lançamento digital mundial

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Por Alexei Barros

Passados cinco anos da apresentação original em Colônia, Alemanha, o Symphonic Fantasies não perdeu o seu encanto: volta e meia escuto as extensas suítes de Kingdom Heats, Secret of Mana, Chrono Trigger/Cross e Final Fantasy para matar as saudades desse concerto de games revolucionário. Em 2012, o espetáculo foi tocado em duas oportunidades em Tóquio, Japão, mas não foram meras reprises: além de as partituras de Jonne Valtonen e Roger Wanamo terem sido aprimoradas, o encore com temas de chefes foi reformulado.

No mesmo ano, o concerto foi lançado no CD duplo Symphonic Fantasies Tokyo, com publicações na Europa e no Japão. Pois bem: a partir de hoje, 1 de dezembro de 2014, o espetáculo também estará disponível para qualquer lugar do mundo no formato digital, graças a uma parceria com a distribuidora X5 Music Group. A loja virtual da Amazon abriu a pré-venda do álbum, e o concerto também está disponível no iTunes. Por menos de US$ 6 é possível comprar os seis segmentos do espetáculo em MP3, em um total de 1h20 de programa.

Sob a regência de  Eckehard Stier, a performance é da Tokyo Philharmonic Orchestra e do Tokyo Philharmonic Chorus, com participações especiais de Benyamin Nuss (piano) e Rony Barrak (darbuka). A suíte de Kingdom Hearts apresentou as mudanças mais sensíveis, mas o grande destaque é o mencionado encore, que traz uma impensável batalha entre Kefka e Sephiroth, vilões de Final Fantasy VI e VII, respectivamente. Os temas  “Kefka” e “One-Winged Angel” se misturam de maneira surpreendente, com direito ao coral entoando “Kefka!” em vez de “Sephiroth!”. É simplesmente incrível! Se você ainda não adquiriu o Symphonic Fantasies Tokyo, eis a oportunidade perfeita.

Disponível em: Amazon e iTunes

[via spielemusikkonzerte.de]

Press Start 2013: do início ao fim, só no vale a pena ouvir de novo


Por Alexei Barros

Apenas para deixar registrado e não se fala mais nisso: dia 30 de agosto o Tokyo Metropolitan Art Space sediou a realização do Press Start 2013, oitava edição da série japonesa de concertos. Como já adiantado nos posts anteriores, neste ano a equipe organizadora decidiu fazer algo não muito empolgante: dedicar o set list todo às reprises. Para quem não esteve lá ao vivo, realmente não é nada animador. Sob a batuta de Taizo Takemoto, a Tokyo Philharmonic Orchestra tocou as dez faixas mais votadas do público em ordem crescente e mais quatro segmentos adicionais. Tinha a expectativa de que pelo menos os dois números do bis fossem inéditos, mas também foram desanimadores repetecos.

Para não ficar muito repetitivo, o post vai ser menor do que o dos anos anteriores. Apenas algumas poucas observações após o set list.

Ato I

01. Super Mario Bros.: “Overworld” ~ “Underwater” ~ “Underworld” ~ “Overworld” (2009)
02. [10º] Kirby’s Dream Land: “Title” ~ “Green Greens” ~ “Float Islands” ~ “Sweet Potato Shooting” ~ “King Dedede’s Theme” ~ “Ending” (2009)
03. [9º] Xenogears: “Knight of Fire” ~ “In a Prison of Peace and Regret” ~ “Flight” (2011)
04. [8º] Okami: “The Beginning” ~ “Ryoshima Plains II” ~ “Reset” ~”Thank You” Version~ (2009 e 2011)
05. [7º] Legend of Mana: “Legend of Mana ~Title Theme~” ~ “Colored Earth” ~ “Hometown Domina” ~ “Ruined Sparkling City” ~ “Song of Mana ~Opening Theme~” (2012)
06. [6º] Baten Kaitos: “To the End of the Journey of Glittering Stars” (2008)
07. [5º] Mother Medley: “Eight Melodies” (Mother) ~ “Eight Melodies” (EarthBound) ~ “Snowman” (Mother) ~ “LOG-O-TYPE” ~ “Porky’s Theme” ~ “MOTHER 3 ‘Love Theme” (Mother 3) (2006)

Ato II

08. [4º] Wild Arms: “Wild Arms 2nd Ignition” Medley (Intro) ~ “Battle vs Lord Blazer” (Wild Arms 2) ~ “Into the Wilderness” (Wild Arms) ~ “First Ignition” (Wild Arms 2) (2008 e 2010)
09. Rhythm Heaven: “Ninja” (2009 e 2010)
10. [3º] NieR: “Shadowlord” ~ “Emil” ~ “Kainé” ~ “Song of the Ancients” (2011)
11. [2º] Chrono Trigger e Chrono Cross: “A Premonition” ~ “Chrono Trigger” ~ “Wind Scene” ~ “Frog’s Theme” ~ “Decisive Battle with Magus” ~ “Epilogue ~ To Beloved Friends” (Chrono Trigger) ~ “Frozen Flame” ~ “Marbule: Home” ~ “Scars of Time” (Chrono Cross) (2010)
12. [1º] Xenoblade Chronicles: “Xenoblade” ~ “Gaur Plains” ~ “Mechanical Rhythm” ~ “Riki the Legendary Hero” ~ “Sator, Phosphorescent Land / Night” ~ “Those Who Bear Their Name” ~ “Confrontation with the Enemy” (2011)

Bis

13. Final Fantasy X: “At Zanarkand” (2009 e 2010)
14. Monster Hunter: “Proof of a Hero” (2006 e 2008)

– Tirando o Super Mario Bros., que abriu o concerto, o segmento interativo do Rhythm Heaven, “At Zanarkand” e “Proof of a Hero”, o programa segue a ordem dos números favoritos do público japonês como detalhei acima. Fiquei um pouco surpreso por Xenoblade Chronicles na liderança, porque o jogo é recente e os japoneses costumam ser nostálgicos nessas votações. Fora isso, o Yasunori Mitsuda aparece duas vezes na lista, com Chrono em segundo e Xenogears em nono, assim como a Yoko Shimomura com Legend of Mana e Xenoblade Chronicles (este com outros compositores).

– De última hora, a sueca Sofi Persson não pôde comparecer para cantar a “Song of Mana ~Opening Theme~” do Legend of Mana, como ela fez no Press Start 2012. Em vez de improvisar com outra artista, a performance foi instrumental, só com a orquestra.

– De resto, foram todas aquelas participações especiais já previstas: Hide-Hide (Okami), Emi Evans (NieR), Manami Kiyota e ACE (Xenoblade Chronicles), Akihiro Hayakawa (Wild Arms), além do Haruo Kubota (violão) e Vagabond Suzuki (contrabaixo).

– Diferentemente dos anos anteriores, parece que não houve bate-papos com os compositores originais. Pelas fotos, não vi ninguém de diferente.

– Espero que a apresentação tenha servido para gravarem um CD, já que o último, Press Start the 5th Anniversary,  foi lançado lá em 2010. E, por favor, que no próximo ano compensem essa avalanche de repetecos só com novidades.

[via Famitsu]

Press Start 2013 confirmado; por enquanto apenas cinco reprises no set list

Por Alexei Barros

Passa ano, vem ano, mais Press Start. Desde 2006 tem sido assim, com pelo menos uma apresentação anual no Japão. Em 2013, o concerto acontecerá dia 30 de agosto no Tokyo Metropolitan Art Space, com capacidade para 2000 assentos, e performance da Tokyo Philharmonic Orchestra sob a condução de Taizo Takemoto. Nesta oitava edição confesso não ter nada de muito novo para falar: “espero pelo segundo CD”, “aguardo novidades japonesas”, “quando vocês vão tocar Donkey Kong e Metroid?” etc. O de sempre. Ou seja, nada de novo.

Se eu não tenho grandes novidades para compartilhar sobre o Press Start 2013, o set list parece incorporar esse espírito da mesmice, com, até o momento, decepcionantes cinco reprises. Espero, pelo menos, que daqui em diante sejam somente novidades, com aquelas seleções marotas que só o Press Start possui. Por enquanto, só me resta comentar os números requentados e, para não ficar mais monótono do que já está, coloquei sugestões de números inéditos para cada uma.

– Okami: “The Beginning” ~ “Ryoshima Plains II” ~ “Reset” ~”Thank You” Version~

Já executado no Press Start 2009 e 2011, considero um repeteco altamente dispensável porque é um dos poucos que já tivemos a oportunidade de ouvir e ver também, com um vídeo oficial mostrando a primeira vez em que o Okami foi tocado. Se pudesse trocar por outro jogo da Clover Studio/Platinum Games, optaria sem pestanejar pelo Bayonetta, que inclusive compartilha alguns compositores com o Okami, como o Hiroshi Yamaguchi, autor da “One Of A Kind”.

– Chrono Trigger e Chrono Cross: “A Premonition” ~ “Chrono Trigger” ~ “Wind Scene” ~ “Frog’s Theme” ~ “Decisive Battle with Magus” ~ “Epilogue ~ To Beloved Friends” ~ “Frozen Flame” ~ “Marbule: Home” ~ “Scars of Time”

Acho que só se justificaria um medley da série se fosse novo – como, por exemplo, fez muito bem a Cosmosky Orchestra, com músicas pouco usuais do Chrono Cross. Já teve Chrono em 2008 e 2010 com duas seleções de faixas diferentes, mas o site do concerto afirma que a reprise será idêntica à segunda vez que o jogo foi apresentado. No lugar, podiam fazer algo com o… Radical Dreamers.

– Legend of Mana: “Legend of Mana ~Title Theme~” ~ “Colored Earth” ~ “Hometown Domina” ~ “Ruined Sparkling City” ~ “Song of Mana ~Opening Theme~”

Pela escolha feliz de composições, deve ter sido um dos melhores números do Press Start 2012. Com certeza isso os levou a quererem repetir sem muita demora já neste ano. Resta saber se haverá de novo a cantora sueca radicada no Japão Sofi Persson como em 2012. Mas, Shimomura por Shimomura, talvez pudessem tocar um medley do Kingdom Hearts mais caprichado que o de 2007.

– Xenogears: “Knight of Fire” ~ “In a Prison of Peace and Regret” ~ “Flight”

Yasunori Mitsuda mais uma vez representado com um medley executado no Press Start 2011. Muito provavelmente a escolha se deu por Xenogears ter ficado na berlinda após o lançamento do Myth: The Xenogears Orchestral Album no mesmo ano. Inclusive o medley tem faixas não arranjadas nesse CD. Se pudesse trocar, ficaria evidentemente com Xenosaga, o qual o concerto Score já fez uma belíssima apresentação.

– NieR: “Shadowlord” ~ “Emil” ~ “Kainé” ~ “Song of the Ancients”

Outra repetição do Press Start 2011. Lembro na época como a trilha original polarizou opiniões em fóruns de discussão na internet. Ironicamente, eu fico no meio desses polos, porque há boas músicas, mas chega uma hora que a repetição começa a imperar. Como há dois anos, não teremos a “Grandma”, que, por uma nova ironia, considero a melhor da trilha. Para continuar com um jogo desenvolvido pela Cavia, que, aliás, fechou as portas após o lançamento do NieR, eu voltaria para a geração PlayStation 2 para se lembrar da transcendental trilha de Drakengard 2 por músicas como a “Fate”.

[via PRESS START]

“Secret of Mana Medley” – Secret of Mana (Game Addict’s Music Ensemble 3rd Concert)

Por Alexei Barros

Acabou. Comentário após comentário, post após post… Para cada vez que citava Secret of Mana, eu teimosamente questionava: quando vão orquestrar a “Danger”, o tema que embala as batalhas contra chefes no RPG do Super Nintendo? Enfim a espera se encerrou na apresentação Game Addict’s Music Ensemble 3rd Concert, com a performance da Game Band, uma orquestra pró-amadora (evidentemente) japonesa que já desfilou por aqui algumas poucas vezes.

Como em outras oportunidades, isso é sinônimo de que o arranjo em si não é tão elaborado ou arrojado e mais fiel na emulação de timbres. A primeira constatação sobre a simplicidade da releitura se observa na total ausência de transições, com pausas entre uma faixa e outra. Porém, a seleção de músicas capta a experiência do jogo como um todo, a ponto de não me lastimar por determinadas ausências.

Com o piano e as madeiras, a Game Band começa obviamente pela “Angel’s Fear”, da tela-título. Mas, quando entram as trompas, elas não vêm sozinhas. Junto chega o baixo elétrico, instrumento que eu acho indispensável para qualquer execução de Secret of Mana, uma vez que a maioria das músicas do jogo apresenta linhas de baixo alucinantes.

Em seguida, tenho a primeira morte decretada com a “The Color of the Summer Sky”, um tema animado reproduzido primeiro no saxofone e depois com outros metais, acompanhados pelo xilofone essencial. Passando para a exploração nos gramados verdejantes, a simpática “Into the Thick of It” se destaca pelo violão e a incidência de outros instrumentos. Eis então que…

“Danger”! A performance mostrou que a faixa pode ser plenamente tocada por uma orquestra sem nenhuma perda na empolgação da música – basta escolher os instrumentos certos. Até mesmo o começo, que é um pouco mais repetitivo, ficou perfeito com a guitarra caótica. Mas são os metais que reproduzem a melodia avassaladora, com as incríveis alternações do xilofone e do baixo e guitarra. Morri mais uma vez. Para não cansar, a ideia de mostrar apenas um looping da faixa foi acertada.

Para acalmar o clima, a “Still of the Night” me faz lembrar dos cenários abertos iluminados apenas pelo luar com a parceria do piano e da flauta. Para avisar de que um perigo está por vir, a “The Dark Star” chega com os metais, terminando com mais calmaria. Nem precisava me matar de novo, mas a breve alusão da “Leave Time for Love” me cativou com os metais afiados.

A “Meridian Dance”, a faixa que costuma ser a mais escolhida depois da “Angel’s Fear”, aparece em uma ótima rendição nas madeiras e depois metais. As madeiras, inclusive, são as responsáveis pela reprodução da progressão harmônica, dando lugar para o domínio completo dos metais.

Eu já estava morto desde a “Danger”, mas, como se isso tudo não fosse bastante, a Game Band finaliza com o tema de encerramento “The Second Truth from the Left” para fazer eu me revirar na tumba. O pique jazzístico caiu muito bem aqui, incluindo aquela intermissão com piano, bateria e solo de baixo que aparece do nada na música original, ainda que não perfeitamente reproduzido (especialmente o baixo).

Depois de tantos óbitos, não me resta outra opção senão a de aplaudir como fez o público local. Essa performance merece ser de pé, porque preencheu muitas lacunas e cumpriu vontades que vinham de anos.

“Secret of Mana Medley”

“Angel’s Fear” ~ “The Color of the Summer Sky” ~ “Into the Thick of It” ~ “Danger” ~ “Still of the Night” ~ “The Dark Star” ~ “Leave Time for Love” ~ “Meridian Dance” ~ “The Second Truth from the Left”


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