Arquivo para julho \30\-03:00 2013

Symphonic Selections: confirmada transmissão online em vídeo


Por Alexei Barros

As vendas dos ingressos do Symphonic Selections acabaram em uma hora, dado o prestígio que esses concertos de game music possuem na Alemanha. Má notícia para quem pretendia assistir ao vivo e não pôde comprar um ingresso. Mas a boa novidade é que, como o Symphonic Fantasies e o Symphonic Odysseys, o Symphonic Selections será transmitido ao vivo via internet! O espetáculo está marcado para o dia 22 de novembro (cai em uma sexta), portanto reserve essa data caso queira ser agraciado com belas performances sinfônicas de jogos variados em um concerto de verdade.

Penso que vai ser uma oportunidade bastante interessante, porque, por mais que a Square Enix e o Nobuo Uematsu tenham seus milhares de fãs, eu sei que não é todo mundo que gosta de Final Fantasy, Chrono e afins. Mesmo que o concerto vá ter Blue Dragon e Final Fantasy XIV, haverá muitos outros segmentos interessantes como comentei no outro post. A Nintendo estará representada com  a trinca Super Metroid, Super Mario Galaxy e The Legend of Zelda: The Wind Waker; a Capcom com Monster Hunter; e até a Sega, com Shenmue. Mas definitivamente o segmento que mais estou na expectativa é o “Epilogue (Those Who Remain)”, tema de encerramento do Shadow of the Colossus, que vai ser apresentado em um arranjo novo, diferente da ouvida no final do jogo. Já vislumbro um segmento épico. E o melhor é que apenas oito números foram confirmados, ainda pode ter muito coisa boa vindo aí.

A princípio, este será o link da transmissão, mas, evidentemente, eu soltarei um lembrete próximo da data do concerto.

Konami Medley Third Movement – (FCB 10th Anniversary Live)

Por Alexei Barros

Para escapar da restrição da Nintendo de lançar apenas cinco jogos por ano, a Konami criou nos EUA o selo Ultra Games, permitindo que mais jogos de NES publicados pela produtora pudessem chegar ao mercado.

Mesmo assim, é impressionante a quantidade de títulos de Famicom e Famicom Disk System que não tiveram lançamento em inglês. Neste terceiro movimento da Famicom Band de jogos 8-bit da Konami para o console da Nintendo, nenhum deles saiu nos EUA. Por isso, se você olha torto para nomes desconhecidos independente da qualidade desses jogos, melhor desistir aqui. Mas, se você despertar o seu interesse para pérolas gamísticas, seja bem-vindo.

Confesso que mesmo com a predisposição para me interessar por jogos de Famicom, ainda mais feitos pela Konami, a maioria eu nunca tinha ouvido falar. Os únicos que conhecia de nome era o Getsu Fuuma Den, também conhecido como o “Kenseiden do Famicom”, e o Knightmare II: Maze of Galious, que descobri por meio do excelente jogo original para MSX.

Agora… King Kong 2 (sim, baseado no segundo filme do gorila que inspiraria o Donkey Kong),  Hi no Tori, Meikyuu Jiin Dababa e Dragon Scroll são novidades para mim. Mas do que ouvi gostei muito. Como de praxe, veja os vídeos de gameplay e depois a performance da Famicom Band.

0:03 – King Kong 2 (キングコング2)

1:15 – Hi no Tori (火の鳥)

3:40 – Getsu Fuuma Den (月風魔伝)

4:35 – Meikyuu Jiin Dababa (迷宮寺院ダババ)

5:15 – Knightmare II: Maze of Galious (魔城伝説II 大魔司教ガリウス)

6:02 – Dragon Scroll (ドラゴンスクロール)

– “Konami Medley Third Movement”

“Toward the Celestial Sphere” – Star Fox e Star Fox 64 (Soundtrack Cologne – East meets West)


Por Alexei Barros

Sempre dedico longos posts aos concertos realizados na Alemanha, mas acabei não falando ainda do Soundtrack Cologne – East meets West, realizado em novembro de 2012. Como alguns números são reprises que eu comentei em outras oportunidades, preferi pinçar os segmentos mais interessantes da transmissão do rádio para comentá-los em posts avulsos, assim ninguém precisará ler quilômetros de texto de uma só vez.

E eu começo… pelo começo, com a música de abertura, “Toward the Celestial Sphere”, arranjada por Jonne Valtonen. A partitura havia sido originalmente preparada para o concerto LEGENDS, apresentado na Suécia em 2011, que não teve transmissão ao vivo e contou com poucas gravações amadoras em vídeo. No caso, o espetáculo foi uma revisão do Symphonic Legends com a substituição de alguns segmentos. Um dos números alterados foi justamente o do Star Fox.

No Symphonic Legends, o arranjo “Star Fox (Space Suite)” do Shiro Hamaguchi foi um dos destaques do concerto, com a participação celestial do coral State Choir Latvija, cantando em latim – o trecho da “BGM (Corneria)” é especialmente arrepiante. Por isso, chama a atenção que esse medley tão magnifíco tenha sido trocado pela “Toward the Celestial Sphere” no LEGENDS. De qualquer forma, a versão do Jonne Valtonen ganhou uma nova abordagem, porque o número serviu também como fanfarra de abertura – tanto no LEGENDS como no East Meets West.

Em diversas oportunidades, Valtonen pegou inspiração em John Williams e mais do que nunca essa influência pode ser percebida nesse segmento do Star “Wars” Fox. O uso dos metais na abertura na “Opening” do Star Fox 64 é um belo exemplo disso, impressão reforçada pela entrada majestosa das cordas. Em seguida, o trecho da “BGM (Corneria)” é uma bela viagem espacial que alterna entre momentos de ação e um pouco de observação dos arredores, e você de fato se sente no comando da Starwing em um confronto estelar – provavelmente com uma Estrela da Morte ali perto, se é que você me entende. Fechando o arco, há uma nova interpretação da “Opening”, passando a sensação de dever cumprido. É um arranjo belíssimo, épico, mas ainda prefiro o coral imbatível da versão do Hamaguchi. Sorte a nossa de poder apreciar dois arranjos tão bons em pouco tempo, ainda que com a seleção similar de faixas.

“Toward the Celestial Sphere”
Originais: “Opening” (Star Fox 64) ~ “BGM (Corneria)” (Star Fox) ~ “Opening” (Star Fox 64)

P.S.: Falando em Star Fox, é uma pena que provavelmente nunca haverá um arranjo orquestral com as músicas do Star Fox 2, jogo que seria lançado para SNES, mas a Nintendo cancelou para privilegiar o advento do Star Fox 64. Há músicas inspiradíssimas, como da tela-título e dos créditos que tem timbres orquestrais e combinariam muito com esse tipo de arranjo.

“Heavens Divide” – Metal Gear Solid: Peace Walker (Donna Burke Shine On)

Por Alexei Barros

Apesar de a “My Tales” ser, para mim, a maior surpresa da apresentação Donna Burke Shine On, talvez a canção pela qual a cantora australiana ficou mais conhecida seja a “Heavens Divide”, do Metal Gear Solid: Peace Walker, que, na minha preferência de músicas cantadas da série só perde para a “Snake Eater”.

Por isso, a “Heavens Divide” não podia faltar no Donna Burke Shine On. A satisfação de ouvir a música ao vivo só não é maior porque ela já cantou a canção em outras oportunidades – primeiro em um evento de Metal Gear realizado em abril de 2010 e, mais notoriamente, no Press Start 2010, com orquestra completa e tudo mais.

A performance do Shine On lembra mais a primeira apresentação, porque só há um conjunto de cordas, além do violão, bateria e baixo, com a diferença que a gravação está muito melhor. E por que publicar de novo a “Heavens Divide” se a versão suprema é a do Press Start 2010? Curiosamente, no concerto japonês não teve baixo elétrico – até onde eu sei, só teve uma vez, no Press Start 2007, e o baixo trouxe, pelo que li, alguns problemas na equalização. Mesmo que o instrumento não seja imprescindível para essa música (a original nem tem inclusive), o baixo sempre dá um “plus”, reforçando o impacto da entrada da bateria a partir do verso “Cold as the dark”.

Antes que você se pergunte, ela não cantou nesse show a “Sins of The Father” do vindouro Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. Quem sabe não seja uma questão de tempo para essa música ser tocada ao vivo.

Time Trax: uma trilha à frente do tempo no Mega Drive que só veio à tona em 2013


Por Alexei Barros

Acredito que 98% dos posts que escrevo aqui são de compositores japoneses – o restante é dedicado a poucos nomes ocidentais que gosto, como David Wise e Richard Jacques. Mais recentemente, entre tantos caras citados em sites de game music, passei a admirar o trabalho do britânico de nome Tim Follin, que os mais inteirados em jogos antigos já devem conhecer.

Como Yuzo Koshiro, o Tim Follin é um daqueles compositores das antigas que tiravam leite de pedra, conseguindo reproduzir timbres inacreditáveis com chips de som limitados – incrível que, seja por falta de orçamento ou talento, mesmo sem essas restrições, há músicos de hoje em dia que não acertam a mão nos timbres (estou pensando na trilha sintetizada do The Last Story quando falo isso).

Seja no NES, SNES ou então computadores como o Amiga e Commodore 64, ele deixou sua marca com aquelas músicas que você coloca em dúvida se aquilo saiu mesmo de um videogame – ou de um computador.

Um dos trabalhos dele que mais me impressionaram foi para a lata do lixo – isso até julho de 2013. A série de ficção científica de TV Time Trax (desconheço por completo) originaria duas adaptações 16-bit, uma para SNES e outra para Mega Drive. Como de praxe na época, isso ia provocar mais uma discussão entre usuários dos consoles para ver qual delas era melhor. Só que, nesse caso, quem teve um Mega Drive, nem teve chance de argumentar, porque essa versão foi cancelada.

Para cada versão foi escalado um compositor diferente: Richard Joseph, compositor falecido em 2007, ficou com o SNES, ao passo que Tim Follin ficou com o Mega. Por ironia, com todo o respeito ao Joseph que descansa em paz, o trabalho dele não foi nem sombra do Follin, justamente a trilha que foi feita para nada porque o jogo não foi lançado. Para completar, a trilha do Time Trax foi a única que Follin compôs para o Mega Drive e que usaria um driver de som relativamente avançado desenvolvido por Dean Belfield, programador da época do ZX Spectrum e Amstrad CPC.

Já há algum tempo, alguém subiu no YouTube o tema da tela-título e fiquei completamente absorto pela genialidade da música. Felizmente, em julho de 2013, a ROM do protótipo foi dumpada e a trilha ripada, permitindo conhecer mais cinco músicas que Tim Follin havia feito para o jogo. Os nomes acredito não serem oficiais, apenas são identificações genéricas para diferenciar uma faixa da outra.

Comentarei brevemente cada uma delas e peço que você faça o favor de ouvi-las. Todas. Mais de uma vez, se possível. As faixas estão separadas aí embaixo, mas, se você preferir, pode escutá-las continuamente via YouTube.

00:00 – “Title”

Choque… É inacreditável que essa densidade tenha saído do chip YM2612 da Yamaha. Se você prestar atenção, a sonoridade não deixa mentir que se trata de um Mega Drive. Em meio às múltiplas camadas de sons, surge um timbre que lembra mais uma guitarra, seguindo por linhas melódicas criativas. Genial!

04:42 – “Mission Objective”

Essa música provavelmente tem os cinco segundos iniciais mais fantásticos da história do Mega (frase que não deve ser levada a muito sério, porque foi dita por alguém que jogou poucos clássicos do console). Reminiscências dos sons espaciais da tela-título aparecem e, lá para um minuto, a música ganha uma pegada mais jazzística. Mais um pouco e e eu me sentiria navegando pelos menus do Gran Turismo…

12:28 – “Ingame 1”

A meu ver não tão inspirada quanto as demais, a faixa apresenta uma introdução com muita cara de música de jogos de computador em MIDI. Quem jogava FPSs na época do DOS deve se sentir em casa (eu me senti).

04:42 – “Ingame 2”

Retornando à pegada do tela-título, o timbre de guitarra dá o ar da graça, mas os solos alternados são alucinantes e surpreendentes. Para fechar, a guitarra também surge em um solo empolgante.

12:28 – “Ingame 3”

Tema mais pesado que, entre grandes momentos da guitarra sintetizada, apresenta timbres bem característicos do chip de som do Mega Drive.

17:49 – “Game Over”

Apenas 15 segundos de uma guitarra berrante e sons psicodélicos. Tira na hora a frustração de o jogo ter acabado…

Game Music Tribute Live: mais um novo Game Music Festival?


Por Alexei Barros

Repito a dizer: lá para, 2005, 2006, quando soube da existência da série de shows Game Music Festival, além de me lamentar eternamente pela falta de gravações lançadas das apresentações, também havia uma espécie de conformismo de que os compositores de game music jamais voltariam a formar bandas e subir no palco para tocar suas músicas… Ainda mais porque o pessoal daquela época saiu de cena, ou melhor, das produtoras onde trabalhavam e, quando muito, viraram freelancers. Mas não é que, depois do Japan Game Music Festival realizado em julho, vamos ter OUTRO show com bandas japonesas de game music em 2013? Com vocês, o Game Music Tribute Live, que vai acontecer dias 2 e 3 de agosto.

Ao mesmo tempo em que fiquei satisfeito de ler nomes como jdk Band, Zuntata, Crush 40 e [H.] no programa do JGMF 2013, também senti a ausência de algumas bandas. É não é que justamente as que faltaram no JGMF 2013 vão estar no Game Music Tribute Live? Só me pergunto por que eles não juntam tudo e fazem um show ainda maior, mas cada um deve ter os seus motivos…

A maior surpresa, definitivamente, é o retorno da Gamadelic, a banda da falecida Data East. Apenas peço que ouça a “SHOOOT!!” (do Windjammers) ou então a “Operations Thunder Zone” (do Thunder Zone) para ver como era o som dos caras – um hard rock de primeira qualidade. Só imagino essa competência com uma sonoridade mais moderna. Por favor, lancem álbuns. Eles voltaram para valer mesmo, com direito a site oficial, Facebook e Twitter. E até publicaram no YouTube um vídeo promocional com clipes antigos que eu nunca imaginei que veria na vida:

O JGMF 2013 não tinha a Blind Spot? Aqui está ela, a antiga S.S.T. Band. Aliás, é incrível pensar que a Sega consegue ter TRÊS bandas diferentes tamanha é a sua fartura musical. Impressionante. O JGMF 2013 não tinha o Motoaki Furukawa? Aqui está ele, com a Voyager, fazendo a vez da extinta Kukeiha Club da Konami. Seria muito pedir que ele voltasse a usar o timbre de 1992 (de músicas como a “Fantastic Offroader” do Sound Locomotive), que incrivelmente soa mais atual do que ele vinha usando nos álbuns mais recentes? (Ainda bem que é a primeira vez que falo isso). Eu confesso que nunca entendi muito a razão de existir o Koji Hayama com suas músicas excêntricas para a série Cho-Aniki, mas ele também chegou a tocar no Game Music Festival 94 e vai estar aqui. Meh…

O detalhe é que o site ainda tem um espaço vago com a mensagem “Here comes a new artist!”… Não me diga que é a Alph Lyla da Capcom? Ou então a… Shinsekai Gakkyoku Zatsugidan Special Band da SNK? Melhor não sonhar muito alto porque sei de pessoas que enfartariam caso isso acontecesse.

Para completar, o Game Music Tribute Live também vai ter a participação de quatro cantoras J-pop: Chisa Yokoyama, Mami Kingetsu, Junko Noda e Haruka Shimotsuki. Com exceção da última, que cantou, sei lá, milhões de músicas para jogos diferentes, as outras três são nomes relativamente conhecidos da colossal discografia da série Tokimeki Memorial e tiveram vários álbuns lançados pela Konami (vários deles com músicas originais, sem relação com jogos).

Só vai ser chato acontecer tudo isso e não ser lançada nenhuma gravação…

[via Game Music Tribute Live]

Symphonic Selections: seleções magistrais em um novo concerto na Alemanha


Por Alexei Barros

Após o fim da tetralogia “Symphonic” de concertos alemães – Shades, Fantasies, Legends e Odysseys – com a WDR Radio Orchestra, a equipe de Thomas Boecker se dedicou à produção do concerto Final Symphony, realizado em maio de 2013 com outras orquestras em três apresentações. Quem pensou que neste ano pararia por aqui se enganou, porque haverá outro espetáculo com a WDR Radio Orchestra: o Symphonic Selections, no dia 22 de novembro de 2013, no Koelner Philharmonie, sob a regência de Wayne Marshall. A transmissão ao vivo não está confirmada, mas torço para que possamos apreciar os promissores segmentos sinfônicos.

Assim como o Soundtrack Meets Cologne, que ocorreu em 2012, a récita mistura arranjos novos e reprises de concertos passados, o que inclui não só os concertos tributo de 2008 a 2011, mas também a saudosa série Symphonic Game Music Concert, realizada de 2003 a 2007 antes da Games Convention, a qual foi só pôde ser escutada por gravações da plateia. Para quem acompanha o Facebook do Spielemusikkonzerte, sabe da confirmação de alguns números. O set list nem foi totalmente revelado, mas até agora me agradou bastante (especialmente, porque reinam músicas japonesas):

– Shenmue: “Sedge Tree”
– Blue Dragon: “Waterside”
– Final Fantasy XIV: “On Windy Meadows”
– Monster Hunter: “Proof of a Hero”
– Shadow of the Colossus: “Epilogue (Those Who Remain)”*
– Super Mario Galaxy: ” Galactic Suite”
– The Legend of Zelda: The Wind Waker: “Concerto for Spark and Orchestra”*
– Super Metroid: “Into Red, Into Dark”*

*Arranjos inéditos.

Primeiro, sobre os números já conhecidos. Composição do Takenobu Mitsuyoshi, a “Sedge Tree” foi tocada pela primeira vez em concertos lá no First SGMC de 2003 e, curiosamente, nunca apareceu em uma apresentação japonesa. Os números de Blue Dragon e Final Fantasy XIV são reprises muito bem-vindos do Symphonic Odysseys e chamam a atenção por ser de dois jogos que não estão muito em voga. A “Waterside” ficou belíssima no arranjo de cordas e a “On Windy Meadows” é bem exótica. Uma escolha que achei muito interessante é a “Proof of a Hero”. Ela já foi tocada em muitas outras oportunidades: no Press Start 2006 e 2008 e também no três concertos de Monster Hunter (o terceiro, realizado em 2012, eu acabei não mencionando por aqui inclusive). Porém, ainda é inédita em concertos ocidentais. Proveniente do Symphonic Legends, a “Galactic Suite” é soberba, simplesmente e o melhor arranjo já feito do Super Mario Galaxy e nunca é demais um repeteco desse segmento.

Quanto às novidades, haverá um novo arranjo da obra-prima “Epilogue (Those Who Remain)”. O tema de encerramento do Shadow of the Colossus já foi tocado no Fourth SGMC, mas era uma versão similar à ouvida no jogo. Como será possível melhorar algo já estupendo? Curioso desde já. Zelda: The Wind Waker é outro jogo que será agraciado com um arranjo inédito: a “Concerto for Spark and Orchestra” terá pelo menos 15 minutos de duração e contará com a participação do grupo instrumental sinfônico Spark, formado por piano, violino, violoncelo e duas flautas doces. E para terminar, “Into Red, Into Dark” do Super Metroid. Apesar de manter o nome do arranjo preparado pelo Jonne Valtonen para o LEGENDS, na verdade será uma nova partitura. Quem sabe não se torne a releitura sinfônica definitiva do jogo que vai comemorar 20 anos de vida em 2014.

Caso você esteja na Alemanha em novembro e esteja interessado, os ingressos estão à venda aqui.

[via symphonicselections.com]

Press Start 2013: uma sonolenta nova rodada de sete repetecos

Por Alexei Barros

Se a primeira leva de atualizações do set list do Press Start 2013 não empolgou pela ausência de novidades, a segunda… fica na mesma. Só reprises. Pelo pouco que entendi no post do site 2083, neste ano a organização da série japonesa de concertos quis montar um programa com os segmentos favoritos do público. Inclusive isso já foi feito no Press Start 2010, com a diferença que havia a desculpa de ser uma apresentação comemorativa dos cinco anos de aniversário. Agora, aparentemente, não há um motivo para que isso aconteça.

Como tradicionalmente gosto de falar do Press Start por aqui, vou mais uma vez conjecturar com segmentos equivalentes que poderiam ser interessantes.

– Super Mario Bros.: “Overworld” ~ “Underwater” ~ “Underworld” ~ “Overworld”

No Press Start 2007 foi tocado um segmento do primeiro Mario que era uma ofensa de tão básico, apenas com a “Overworld” e mais nada. Quiseram corrigir o erro no Press Start 2009, com um medley mais elaborado… mas é exatamente o mesmo do Orchestral Game Concert e do Video Games Live. Lamentavelmente, vão tocar mais uma vez, como se fosse necessário de novo esse segundo segmento, que, além da “Overworld”, tem a “Underwater” e a “Underworld”. É difícil de ouvir o medley com a mesma empolgação da primeira vez, considerando que outros arranjos foram feitos nesses anos com resultados muito melhores: me refiro ao “Super Mario Bros. (Retro Suite)” do Symphonic Legends, que fugiu do senso comum ao incluir composições de outros jogos da série, e do primeiro Super Mario mesmo eles pegaram a “Castle”, que não está presente no medley do OGC. Super Mario Bros. 3 ou Super Mario World seriam as escolhas indicadas para algo mais ousado, mas eu ia me empolgar mesmo se fosse tocado um medley do Super Mario Bros. 2 (o Super Mario USA para os japoneses).

– Xenoblade Chronicles: “Xenoblade” ~ “Gaur Plains” ~ “Mechanical Rhythm” ~ “Riki the Legendary Hero” ~ “Sator, Phosphorescent Land / Night” ~ “Those Who Bear Their Name” ~ “Confrontation with the Enemy”

Um dos RPGs que atrasou o enterro do Wii possui uma trilha gigantesca, com participações de vários compositores. Três deles estiveram no palco do Press Start 2011: as cantoras CHiCO e Manami Kiyota, além do guitarrista Tomonori Kudo. Vou deixar minha sugestão, mas para o Press Start 2014: um medley do X, o novo RPG também da Monolith Soft que sairá para Wii U. Seria um voto de confiança para o Hiroyuki Sawano, em sua estreia na composição de uma trilha sonora de jogo – sua carreira foi toda construída com trilhas de animes e J-dramas.

– Baten Kaitos: “To the End of the Journey of Glittering Stars”

Opa! Essa aqui é uma reprise até que interessante, porque foi tocada há mais tempo, lá no Press Start 2008 e nunca mais apareceu de novo. Apesar disso, sugerir um segmento alternativo para o Baten Kaitos é a tarefa mais fácil de todas. O RPG do GameCube foi feito pela tri-Crescendo e tem trilha do Motoi Sakuraba. Que outro jogo tem essa dobradinha? Eternal Sonata, é claro. “Scrap and build ourselves -from Revolution-“ para ontem! Chopin e Sakuraba em uma mesma sinfonia.

– Kirby’s Dream Land: “Title” ~ “Green Greens” ~ “Float Islands” ~ “Sweet Potato Shooting” ~ “King Dedede’s Theme” ~ “Ending”

Originalmente tocado no Press Start 2009, o segmento baseado no Kirby’s Dream Land de Game Boy só foi tocado no bis, homenageando o Masahiro Sakurai, criador do personagem, o qual completaria aniversário no dia seguinte do concerto. Conheço muito pouco das trilhas sonoras do Kirby, mas, para não ir muito longe, imagino que poderia haver músicas de outros jogos da série. Por exemplo, o medley do OGC5 engloba faixas do Kirby Super Star…

– Mother Medley: “Eight Melodies” (Mother) ~ “Eight Melodies” (EarthBound) ~ “Snowman” (Mother) ~ “LOG-O-TYPE” ~ “Porky’s Theme” ~ “MOTHER 3 ‘Love Theme” (Mother 3)

Teve Mother logo no Press Start 2006, em um medley com músicas do primeiro jogo, para Famicom, do EarthBound (Mother 2), de SNES, e até do Mother 3, de Game Boy Advance. Curiosamente, no Press Start 2010 tocaram um medley diferente, enfocado apenas no Mother original. Desta vez vão repetir o primeirão, de sete anos atrás, abrangendo toda a série. É difícil querer encontrar um segmento equivalente pela série, já que Mother foge bastante das convenções, então vou me guiar pelos trabalhos de um dos compositores, Keiichi Suzuki. Para chutar o balde mesmo: a comovente “The Wind’s Regret Main Theme ~ Orchestra Version”, do Real Sound: Kaze no Regret, aquele adventure em áudio, sem imagens, do Saturn. E ainda poderia valer como uma homenagem póstuma ao Kenji Eno, criador do jogo que faleceu em fevereiro de 2013.

– Rhythm Heaven: “Ninja”

No Press Start 2009 e 2010, o jogo de ritmo foi usado para um segmento interativo com pessoas da plateia aos moldes do Video Games Live e que será tocado pela enfadonha terceira vez. Poderiam, sei lá, pensar em executar alguma música do Rhythm Heaven Fever do Wii…

– Wild Arms: “Wild Arms 2nd Ignition” Medley (Intro) ~ “Battle vs Lord Blazer” (Wild Arms 2) ~ “Into the Wilderness” (Wild Arms) ~ “First Ignition” (Wild Arms 2)

Mais um número que será tocado pela terceira vez. O Wild Arms surpreendeu muito quando foi escolhido no Press Start 2008 e, na reprise em 2010, a performance ganhou o reforço de um assobiador profissional para dar o clima perfeito de velho oeste. No lugar, eu trocaria por outro jogo com músicas da Michiko Naruke, o The Wizard of Oz: Beyond the Yellow Brick Road, RPG de DS que tinha um nome muito mais legal na versão original japonesa, RIZ-ZOAWD. A música-tema “RIZ-ZOAWD!” poderia muito bem ser interpretada com a participação da cantora Kaori Asoh.

[via PRESS START]

“My Tales” – Tales of Legendia (Donna Burke Shine On)

Por Alexei Barros

Há algum tempo, a cantora australiana radicada no Japão Donna Burke vem colecionando diferentes participações em trilhas de games dos mais variadados gêneros e estilos. Mais recentemente, ela ganhou – com muito merecimento –, a honra de cantar o tema do próximo jogo da série Metal Gear, The Phantom Pain. A música “Sins of The Father” foi apresentada, como todo mundo já sabe, no trailer do jogo na conferência da Microsoft da E3 2013, o qual recebeu uma versão estendida pouco depois no canal da Konami no YouTube.

Daí vem a pergunta: se é assim, por que não fazem uma apresentação com as músicas de games que ela já cantou? Sim, fizeram, no dia 13 de abril de 2013 no Japão. Foi uma excelente oportunidade para a execução de canções que vinham sendo negligenciadas nos concertos, e uma dessas é a “My Tales” do Tales of Legendia, que considero uma das trilhas mais fantásticas de todos os tempos pela criatividade, inspiração e empolgação das músicas.

O genial compositor Go Shiina fugiu do padrão engessado do Nobuo Uematsu de fazer uma música J-pop interpretada por uma cantora, introduzindo elementos que os compositores de game music, mesmo os japoneses, ainda não descobriram. A “My Tales” é apenas a ponta do iceberg, com o perdão do clichê, porque traz um inusitado dueto (nesse mesmo jogo, a Burke também solou na belíssima “hotarubi”). Na canção original da “My Tales”, a Donna Burke é acompanhada pelo cantor Gab Desmond, que, na apresentação ao vivo, foi substituído pelo Marc Celluci. Outra diferença é que não há metais (fizeram falta, mesmo que a participação ao longo da música seja pequena); há apenas piano, um conjunto de cordas, back vocals e os essenciais (ainda mais em se tratando do Go Shiina) baixo e bateria.

Sei que algunas podem achar a canção romântica um tanto cafona, mas que se dane. Esse número valeu o show. Espetacular, ainda mais se levarmos em conta que, embora o Tales of Legendia já tenha aparecido no A Night in Fantasia 2007 e Press Start 2009, foram tocadas somente as músicas instrumentais que tiveram a performance no álbum da New Japan Philharmonic.

Agradecimentos ao ex-agente e agora virtual Rafael Fernandes por ter descoberto o show.


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