Arquivo para maio \26\-03:00 2011

Press Start 2011: Gradius, Final Fantasy IV e Pokémon

Por Alexei Barros

Mesmo sabendo que não haverá quem grave as apresentações, que ainda é cedo esperar por um novo CD e que se sair deve ser com a reverberação absurda do Press Start The 5th Anniversary e que nem sempre as transições são as mais bem elaboradas, eu não consigo resistir ao set list do Press Start. Se antes parecia contemporâneo demais com os cinco números previamente anunciados no Twitter, os três segmentos comunicados na matéria da Famitsu e na abertura do site na versão Press Start 2011 garantem o fator nostalgia tão bem representado nas edições anteriores.

Já foram confirmados as datas, os locais e as orquestras e, pela primeira vez, haverá três apresentações em um ano. No dia 14 de agosto, o Shinjuku Bunka Center Hall abrigará duas execuções da Kanagawa Philharmonic Orchestra (a mesma do Press Start 2008 e 2010), sob a regência de Taizo Takemoto, às 14 horas e outra às 18 horas. Quase um mês depois, 19 de setembro, a Nagoya Philharmonic Orchestra realizará a performance no Century Hall do Nagoya International Conference Hall às 17 horas. A novidade é que neste dia o maestro Kosuke Tsunoda assumirá a batuta.

Com isso, me sinto mais confortável para comentar os oito jogos confirmados, mais do que suficiente para um ato, mesmo que cinco deles já tenha abordado superficialmente antes.

– El Shaddai: Ascension of the Metatron

Seleção de jogo lançado mais recentemente, dia 28 de abril. Fiquei impressionado nas primeiras impressões, mas depois de ouvir o álbum todo achei que a repetição acabou imperando, o que não tira o mérito das belíssimas faixas com coral e várias outras. Masahiro Sakurai garantiu a presença da “Theme of El Shaddai”, assinada por Masato Kouda, o compositor de Monster Hunter. Sonho com “Tragic Scream” e “Torn Heart”, mesmo sabendo que é improvável utilizarem um violonista virtuose para a primeira e coral na outra.

– Gradius

Gradius foi um dos 17 jogos escolhidos para o “Shooting Medley” do Press Start 2007 e, assim como Fantasy Zone em 2009, ganhará um segmento próprio muito aguardado (por todo mundo, como escrito no site oficial). Com todo o merecimento, dada a importância musical da trilha original assinada pela Miki Higashino e a extensa discografia, formada por muitos álbuns com versões orquestradas. Kazushige Nojima comentou que muitos jogadores nem tinham nascido quando Gradius foi lançado em 1985, e salientou o grande nível de desafio do shmup. Vai ser difícil não ficar épico o segmento.

– Super Mario Galaxy 2

Afora o Press Start 2006, Mario virou uma tradição do Press Start, e originou um disco promocional com seleções bigodudas, Super Mario Bros. 5th Anniversary Special Sound Track Press Start Edition. Mas faltava SMG2, cuja trilha achei ainda melhor que do primeiro SMG. O texto do maestro Taizo Takemoto trouxe boas memórias, porque ele quem regeu a Mario Galaxy Orchestra na gravação das músicas realizada em fevereiro de 2010. Ainda sonhando com solos de violino, reforço a campanha pela “Square Timber”. Independentemente disso, faixas inspiradas não faltam.

– Xenoblade Chronicles

Desde que redigi aquele post, a localização do RPG para Wii foi confirmada, com o acréscimo de “Chronicles” em relação ao título japonês. No texto de introdução, é elogiada a diversidade da trilha, que é gigantesca e feita por seis compositores, entre eles Yoko Shimomura e Yasunori Mitsuda. Kazushige Nojima fez alguns comentários que fugiram de minha compreensão e diz estar ansioso pelo segmento. Temas mais pesados poderiam ser adaptados para orquestra e até com manutenção da guitarra, visto que Haruo Kubota costuma participar de todas as apresentações.

– NieR

O RPG do PlayStation 3 e Xbox 360 publicado pela Square Enix tem a trilha assinada por quatro compositores do estúdio Monaca: Keiichi Okabe, Kakeru Ishihama, Keigo Hoashi e Takafumi Nishimura, que criaram uma atmosfera única no jogo, com muitas faixas cantadas em idiomas fictícios e acompanhamento de piano. Nobuo Uematsu chegou a comentar a participação da cantora Emi Evans, que, aliás, tocou violoncelo no álbum Octave Theory da Earthbound Papas, mas infelizmente não compreendi o texto pelo tradutor, tampouco sei se ela participará do concerto. Desculpe-me.

– Final Fantasy IV

Considerando que “Final Fantasy Main Theme” (Press Start 2006) é um tema recorrente da série, nunca a série de concertos foi antes do FFVII: “Advent One-Winged Angel” (FFVII Advent Children) em 2007, “Melodies of Life” (FFIX) em 2008 e chegando ao cúmulo de tocar “At Zanarkand” (FFX) duas vezes, em 2009 e 2010. A escolha do jogo, que comemora 20 anos de lançamento e foi recentemente refeito no Final Fantasy IV: The Complete Collection para PSP, é para celebrar com fogos de artifício.

Sabendo que as supramencionadas escolhas foram todas de arranjos conhecidos, temo que o segmento não passe da “Theme of Love” do Shiro Hamaguchi do 20020220. Todavia, além de mencioná-la e comentar que a faixa foi usada em aulas de música para crianças, o texto também destaca a gloriosa “Red Wings”, que inclusive foi orquestrada em uma esquecida versão do Katsuhisa Hattori do OGC1. Pelo pouco que entendi no comentário do Masahiro Sakurai, parece que será um medley, então aguardo pelo melhor.

– Pokémon

Das principais franquias da Nintendo, era uma das poucas ainda não homenageadas, assim como Donkey Kong e Metroid. Difícil de entender a demora, sabendo da popularidade no Japão. Não será a primeira vez que as músicas serão arranjadas – a única iniciativa é o “Pokémon Medley” do Dairantou Smash Brothers DX Orchestra Concert. Embora seja uma completa negação em Pokémon, não foram poucas as vezes que me chamaram a atenção para as músicas da série. O texto introdutório deixa a dúvida no ar se vão ser tocadas as faixas mais antigas ou as novas. Shogo Sakai, o autor do arranjo acima, reforça a qualidade das trilhas nesses 15 anos de série, e revela que Shota Kageyama da Game Freak é o responsável pelo arranjo.

– The Last Story

Quando o RPG lançado no começo da Wii foi confirmado no Press Start 2011, logo imaginei que o arranjo tinha tudo para ser diferente do Symphonic Odysseys, pela diferença de abordagem – a primeira mais literal e a segunda mais artística. Com o comentário do Nobuo Uematsu não há a menor dúvida, visto que os concertos na Alemanha não costumam apresentar as canções pop do jogo com as artistas originais. E é o que acontecerá no Japão: a faixa escolhida é a “Toberu mono”, que terá a mesma vocalista da trilha, Kanon. Enfim, um título da Mistwalker no Press Start, como Blue Dragon e Lost Odyssey não foram lembrados nos anos anteriores.

[via PRESS START, Nonsense Zone]

Trilha de Donkey Kong Country Returns sai hoje em disco do Club Nintendo

Por Alexei Barros

Um dos muitos posts que devia das trilhas lançadas recentemente era do Donkey Kong Country Returns, mesmo que não assinada pelos mestres britânicos da Rare como na era Super Nintendo. O que me desmotivou, na verdade: a ausência de uma OST oficial, como os rips diretos do jogo não possuem, na maioria dos casos, faixas com os títulos oficiais (exceção quando há Sound Test).

Não tem mais desculpa porque, a partir de 24 de maio, vulgo hoje, o álbum Donkey Kong Returns Original Sound Track pode ser adquirido no Club Nintendo nipônico por 400 pontos (250 se você comprar o jogo). O CD tem 25 faixas, e espero que o encarte traga a autoria detalhada das composições. Além de Kenji Yamamoto, os créditos do jogo têm mais quatro nomes: Minako Hamano, que acompanhou Yamamoto em Super Metroid; Masaru Tajima, que participou de F-Zero: Maximum Velocity e Metroid Prime 3: Corruption; Shinji Ushiroda, que lembrava da Konami e do Enthusia: Professional Racing por músicas como a “High Speed Ground”; e Daisuke Matsuoka, que desconheço seus trabalhos anteriores.

Uma outra novidade do Club Nintendo, esta não-musical, são as carteiras temáticas de Kirby’s Epic Yarn. Entre no Game Watch para conferir as fotos.

[via Tiny Cartridge, Game Watch]

Distant Worlds: music from Final Fantasy Returning Home: casa renovada para os próximos anos


Por Alexei Barros

Desfrutando das excelentes partituras preparadas para os concertos de Final Fantasy desde 2002, o Distant Worlds vem crescendo cada vez mais, revigorando o repertório com frequência. A Square Enix, satisfeita com o sucesso e recepção dos fãs, renovou o contrato por três anos, conforme divulgado na visita a Nova York.

Após dois CDs gravados em estúdio, foi lançado o primeiro produto ao vivo da turnê, Distant Worlds: music from Final Fantasy: Returning Home, pacote com um DVD e dois CDs lançado em 19 de janeiro no Japão e 1º de abril nos EUA cobrindo, em sua integridade, as duas apresentações realizadas em Tóquio ano passado, 6 e 7 de novembro, com a Kanagawa Philharmonic Orchestra e o Wagner Society Male and Female Choir. Execução excelente. Faço apenas uma ressalva à reverberação além do que considero ideal, não no nível estratosférico do Press Start The 5th Anniversary, é bom que se diga.

Muitas reprises, números requentados e algumas novidades interessantes, correspondentes aos recentes Final Fantasy XIII e Final Fantay XIV. Tomei a liberdade de abordar apenas os segmentos inéditos ou seminovos nos comentários. Você não espera que eu comente outra vez “One-Winged Angel”, espera?
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“Super Mario Bros. 3 Medley” – Super Mario Bros. 3 (Ensemble Game Classica)

Por Alexei Barros

Baseando-se no Mario 1, o grupo Ensemble Game Classica fez o medley “Super Mario Bros. Trio String” com nostalgia e conteúdo. E se essa inventividade fosse canalizada para as quase – estranhamente – intocadas músicas do Super Mario Bros. 3? E se o trio virasse um quarteto (dois violinos, uma viola e um violoncelo)? E se os efeitos de som aparecessem com frequência ainda maior? Então. A EGC realizou outra performance explosivamente criativa com praticamente todas as composições da trilha, imitando a experiência de jogo, pelo menos nos minutos iniciais.

Start, “World 1 Map” (0:08), menu de poderes especiais e a primeira fase, “Overworld” (0:25), coletando várias moedas velozmente, porque o medidor P não para de tocar. Conclui-se o nível, “Course Clear Fanfare” (0:55), retornando para o “World 1 Map” rapidamente e logo ingressando ao estágio seguinte, “Athletic” (1:05). Vitória, “World 1 Map” de novo e “Overworld” (1:47) novamente para entrar na “Kinopio’s House” (2:07). “World 1 Map” e agora é hora de enfrentar os perigos do castelo, “Fortress” (2:25). Não contente em reproduzir perfeitamente nas cordas as primeiras notas, o quarteto bate os pés no chão para emular  o tímpano sintetizado. Flauta, “Whistle Sound” (2:53), atalho “Warp Map” (2:56), passando pelo “World 2 Map” e indo ao “World 3 Map” (3:36), com a suavidade da bossa nova. Vem o ambiente aquático, “Underwater” (3:51), e a animação da “World 4 Map” (4:21). No meio do caminho, o confronto com os Irmãos Martelo na “Enemy Battle” (4:35), mas a batalha está perdida, “Game Over” (5:12). Em seguida, o reggae da “World 5 Map” (5:15) e a fase subterrânea, “Underworld” (5:33), com as  batidas nos corpos dos instrumentos. Depois da estridência da “World 6 Map” (5:50), é momento de tentar a sorte. Parece mentira que conseguiram imitar a “Slot Screen” (6:07), com direito a fade out. Na “World 7 Map” (6:22), a “Music Box” (6:34) coloca os Irmãos Martelo em sono. Chega a vez do “World 8 Map” (6:48) e do “Fortress Boss” (7:03). “World Clear Fanfare” (7:24) declara o êxito. “King’s Chamber Appearance” (7:30) é outra faixa estridente recriada com maestria, com Mario caindo do céu na sala do rei transformado. Do nada surge a “Airship” (7:44) e é travado o combate final com o “The Evil King Koopa” (8:21) e o inimigo é derrotado (8:49). O tema de encerramento “Ending” é acompanhado de novo com a percussão improvisada.

Alguns poderão reclamar que o medley não desenvolve adequadamente os temas e os empacota em 11 minutos, com alusões breves, de poucos segundos. Para mim, o resultado ficou transcendental, e destaco os pontos altos “Enemy Battle” e “Fortress Boss”, duas que sempre esperei por releitura sinfônica.

– “Super Mario Bros. 3 Medley”
“World 1 Map”~ “Overworld” ~ “Course Clear Fanfare” ~ “World 1 Map” ~ “Athletic” ~ “Course Clear Fanfare” ~ “World 1 Map” ~ “Overworld” ~ “Kinopio’s House” ~ “World 1 Map” ~ “Fortress” ~ “Whistle Sound” ~ “Warp Map” ~ “World 2 Map” ~ “World 3 Map” ~ “Underwater” ~ “World 4 Map” ~ “Enemy Battle” ~ “Game Over” ~ “World 5 Map” ~ “Underworld” ~ “World 6 Map” ~ “Slot Screen” ~ “World 7 Map” ~ “Music Box” ~ “World 8 Map” ~ “Fortress Boss” ~ “World Clear Fanfare” ~ “King’s Chamber Appearance” ~ “Airship” ~ “The Evil King Koopa” ~ “Ending”

Hironobu Sakaguchi mais perto do Distant Worlds


Por Alexei Barros

Costumo ressaltar a presença de compositores em apresentações, seja para tocar ou apenas para assistir. Importante destacar também o comparecimento dos designers de jogos, coisa que acontece com mais frequência se os espetáculos são fechados em determinadas franquias. E quando alguém concebe um jogo que salva a sua empresa da falência, sai da companhia após produzir um filme desastroso que causa imenso prejuízo, diz que a sua criação é passado e que vai esmagá-la em pedacinhos aparece em um concerto desta série?

Se você não captou: Hironobu Sakaguchi, Squaresoft, Final Fantasy, Final Fantasy: The Spirits Within, com declarações à EGM Brasil e Gamespot. Ele irà Cracóvia, Polônia na visita da turnê do Distant Worlds no dia 20 de maio no 4th Film Music Festival. Mesmo com as alfinetadas, deve ter prevalecido a amizade com Nobuo Uematsu para justificar a aparição, afinal os três reviveram os tempos de Final Fantasy em três títulos para consoles da Mistwalker – Blue Dragon, Lost Odyssey e The Last Story, sendo que os dois primeiros originaram o Orchestral Pieces, realizado em 2007, além dos portáteis Blue Dragon Plus, Blue Dragon: Awakened Shadow e Away: Shuffle Dungeon. Ironicamente, Uematsu não estará lá e sim Masashi Hamauzu, que teve recentemente no país para acompanhar as gravações das faixas executadas pela Warsaw Philharmonic Orchestra e Warsaw Philharmonic Choir no Final Fantasy XIII.

Como nos anos 1990 não houve espetáculos exclusivos de Final Fantasy, Sakaguchi esteve somente no primeiro concerto da série, Symphonic Suite Final Fantasy (1989), em que foi um dos coordenadores e cujo álbum é dedicado à sua mãe. A apresentação seguinte, 20020220, só veio a ocorrer justamente em 2002, um ano depois que saiu da Square. E os demais, pelo menos em convites oficiais, não há registros de presença bigoduda que não o compositor.

[via Facebook]

“Rad Racer Medley” – Rad Racer (Benyamin Nuss Plays Uematsu)


Por Alexei Barros

No ano passado fiz uma análise da versão física do Benyamin Nuss Plays Uematsu, obra do prodigioso pianista alemão em homenagem ao compositor de Final Fantasy, com seleções da série, além de Blue Dragon e Lost Odyssey. O CD só cobre a porção famosa da carreira dele, e uma faixa corre o sério risco de cair no esquecimento por ser exclusiva da versão digital, apenas na compra de todas as músicas que acabou excluída por falta de espaço: “Rad Racer Medley”, título que foi sugerido por Thomas Boecker na consultoria do projeto.

Aquele sample não deixava enganar. “Rad Racer Medley”, se estivesse no álbum, seria a melhor, isso que o Benyamin Nuss Plays Uematsu por si só já era excelente. Estranhamente, o próprio Uematsu se mostrou envergonhado com suas composições anteriores a Final Fantasy – por falsa modéstia, piada, não importa –, como na revelação do “Uematsu’s Early Years Medley” do Press Start 2008. Acontece que Rad Racer, conhecido como Highway Star no Japão e que não tem créditos (spoiler no vídeo!), nem fez parte do medley, o que mostra um nível extra de menosprezo. Veja só a bobagem que diz o Videogame Music Preservation Foundantion Wiki: “A trilha de Rad Racer não impressiona. Você pode mudar as três estações de rádio no direcional para baixo no controle, mas cada música não é inspirada, e as faixas dificultam a concentração, então a maioria dos jogadores tende a deixar o rádio desligado”. OK. Pior é que tais opiniões acabam virando verdades absolutas ao servirem de base para artigos na internet e afins. A única coisa certa da citação foi a explicação sobre as estações. Como em OutRun – aliás, o jogo todo segue no vácuo da obra de Yu Suzuki –, é possível escolher qual música será ouvida, com a diferença que alternância pode ser feita durante a corrida. Manterei os nomes genéricos, lembrando que não são oficiais como jamais a trilha foi lançada em CD.

O medley arranjado pelo luxemburguês Francesco Tristano Schilmé (reitero a recomendação para ver o vídeo da fascinantemente experimental “Strings Of Life”) se concentra nessas três músicas de pista, abarcando quase que a trilha inteira – sobram “Ending Theme” e as vinhetas “Race Complete” e “Game Over”. Alguns trechos são variações arrojadas, e a trinca de temas desponta maravilhosamente na interpretação magistral de Benyamin Nuss.

De início, a introdução genial de “Racing Track 1” é repetida e alternada, quando lanço a pergunta: isso é mesmo game music ou alguma obra perdida de música erudita? O dinamismo da performance é algo impressionante, oferecendo toda a velocidade exigida para uma faixa de um jogo de corrida. Naturalmente a peça conflui na Racing Track 3″ (ou seja, a terceira na ordem das estações) a partir de 3:49. Tudo da anterior vale para esta: agilidade, técnica, destreza. Desacelerando, a miscelânea chega a um breve respiro em 6:05, com um trecho original, ou que não consegui identificar e que lembra bastante a “Revivification” de Final Fantasy II. Voltando a arrancar, o medley alcança a “Racing Track 2” (8:20), minha preferida das três, em versão espetacular, encerrando esta obra-prima pianística.

“Rad Racer Medley”
“Racing Track 1” ~ Racing Track 3″ ~ “Racing Track 2”

P.S.: Não me dou por feliz e me pergunto quando será homenageada a trilha do Rad Racer II, um dos poucos jogos da Square lançados exclusivamente nos EUA. Estranhamente ausente de muitas listas de trabalhos do Nobuo Uematsu (como no SEMO), levando em conta que ele está creditado, é recheada de faixas talvez ainda mais inspiradas, como Coast to Coast” e “Gum Ball Crash” – estavam intituladas desta vez.

Concerto russo de Hideki Sakamoto será transmitido dia 15 de maio

Por Alexei Barros

Em 30 de março aconteceria uma iniciativa rara e inusitada: a apresentação com músicas de No Heroes Allowed! e echochrome passaria via Ustream da Rússia para o mundo. Em solidariedade às vítimas do terremoto que provocou o tsunami dia 11 de março no Japão e para respeitar a recomendação de racionamento de energia, a transmissão ao vivo foi cancelada, mas não a realização do concerto, com a promessa de que o espetáculo seria mostrado uma hora.

Finalmente chegou a data: 15 de maio, às 20 horas locais, o que, para nós, representa, no horário de Brasília, 8 horas da manhã do dia 15. Importante comentar que a performance da St. Petersburg State Academic Symphony Orchestra, sob a batuta de Hideki Sakamoto, estará disponível em tempo real somente na hora da transmissão no Ustream, uma vez e acabou.

O endereço: Hideki Sakamoto Live.

Agradecido ao Fabão por detalhes de tradução.

[via Famitsu]

LEGENDS: as 100.000 notas lendárias de Zelda

Por Alexei Barros

Antes do Symphonic Fantasies, eram raros segmentos de dez minutos em concertos de games. As suítes de 18 minutos de duração pavimentaram o caminho para que o produtor Thomas Boecker e o arranjador Jonne Valtonen idealizassem algo ainda mais ambicioso, um poema sinfônico de Zelda que contava uma história por meio dos 36 minutos de música no Symphonic Legends. História esta que vai ser contada de novo no LEGENDS.

“O Poema Sinfônico conta a lenda de Zelda por uma sinfonia em cinco atos. É uma história de como Link, a jovem princesa cresce, eles se encontram e aceitam o destino para finalmente confrontar o pior inimigo”, diz Valtonen. “Com esta peça eu quis inspirar o ouvinte para encontrar a sua própria história. A melhor coisa sobre a música é quanto menos se explica mais pessoal e única é a experiência”.

Após discutir com Boecker os objetivos e discutirem a seleção de faixas, Valtonen levou mais de seis meses para concluir o trabalho, alcançando uma marca incrível. “Um total de 100.000 notas foram escritas na partitura, e eu trabalhei cuidadosamente em cada uma delas. Todos conhecemos a música original e, com o meu arranjo, eu tento expandir o universo de The Legend of Zelda. Eu quis criar novos lugares e situações que não existiam  antes.  E acima de tudo eu quis descobrir lugares onde eu nunca estive antes – talvez lugares que você já tenha visitado”, comenta.

Pensa que acabou aí?  O Poema Sinfônico foi totalmente revisado para o LEGENDS e, como se não bastasse tamanho perfeccionismo, o quarto ato, “IV. Battlefield”, ganhou em torno de dois a quatro minutos adicionais em relação ao que foi apresentado em Colônia. Outra diferença é que desta vez Rony Barrak não participará da performance.

Não deixe de ler a entrevista do SEMO feita em outubro de 2010 com Thomas Boecker e Jonne Valtonen sobre o processo de confecção do Poema Sinfônico. Depois do Hadouken, publico de novo a gravação do número.

[via Facebook]

LEGENDS: a perfeição galáctica de Super Mario Galaxy

Por Alexei Barros

Por ocasião do Symphonic Legends, elegi “Super Mario Galaxy (Galactic Suite)” o melhor medley do jogo já realizado em concertos. Nesse meio tempo conheci duas miscelâneas que nem chegam a beliscar o primeiro lugar da obra-prima de Roger Wanamo: “Super Mario Galaxy Medley”, do Score, que sofre pelas passagens bruscas, e “Super Mario Galaxy 2008”, do Press Start 2008, embora competente e arranjando pelo próprio cocompositor Mahito Yokota.

Não surpreende a reprise da partitura galáctica no LEGENDS, somente com alterações sutis em um detalhezinho ou outro. Roger Wanamo também foi perfeito na descrição do arranjo:

“Diferentemente de outros jogos que arranjei para o LEGENDS, as músicas do Super Mario Galaxy são orquestradas em sua condição original. Eu quis manter o sentimento original, mas ao mesmo tempo criar transições naturais entre as músicas diferentes do jogo. Espero que o resultado final seja ouvido como uma longa jornada pelo universo do Mario, e eu consegui honrar e capturar o sentimento das fantásticas composições originais para que os fãs possam reviver as experiências de jogo apenas ouvindo o segmento.”

Mais do que nunca, me sinto na obrigação de publicar o vídeo de novo. Que um dia Wanamo possa fazer algo semelhante com o Super Mario Galaxy 2…

[via Facebook]

LEGENDS: a ambiência aquática de Donkey Kong Country

Por Alexei Barros

“Aquatic Ambiance” é resultado do caso raro de uma composição ocidental em um jogo da Nintendo, e David Wise não perdeu a oportunidade oferecida ao criar um tema inesquecível. Repare que, atualmente, com a produtora terceirizando o desenvolvimento de Donkey Kong Country Returns para o estúdio americano Retro Studios, as faixas foram assinadas por um japonês, Kenji Yamamoto. À época, mesmo não prestando tanta atenção nas músicas como hoje, lembro do impacto que a música provocava.

Com total merecimento, a “Donkey Kong Country (Aquatic Ambiance)” foi escolhida para o Symphonic Legends e recebeu a repaginação de Masashi Hamauzu, que convergiu os holofotes em Benyamin Nuss (piano) e Juraj Cizmarovic (o spalla da WDR Radio Orchestra), com as cordas de apoio. Para o LEGENDS a partitura será  igual à exibida na Alemanha, mas a sonoridade terá maior riqueza pelo aumento da quantidade de instrumentistas. Na plateia, Masashi Hamauzu e David Wise, arranjador e compositor, assistirão ao concerto in loco, no Stockholm Concert Hall na Suécia, dia 1º de junho. E, com isso, é fechada a lista de três releituras do Hamauzu, sendo “Grünende Flur” (Kirby) e “Kleine Suite für einen großen Tag” (Pikmin) as outras duas.

“Nunca vou esquecer a primeira vez que ouvi o tema aquático de Donkey Kong Country. Fiquei muito feliz quando me pediram para fazer o arranjo. É sempre gratificante se envolver em uma música de jogo que realmente gostamos. Essa segurança me deu coragem para fazer este arranjo ousado”, comenta Hamauzu, que ainda fez uma revelação. “Se escutar atentamente você pode ouvir a melodia de abertura em algum lugar do arranjo. Também é o tema recorrente do jogo original – Donkey Kong tem 30 anos –, e é importante para mim que tenho uma relação de quase a vida toda com a série.” Hamauzu se refere ao “Title BGM”, tema da tela-título do Donkey Kong de NES composto especialmente para esta versão por Yukio Kaneoka que aparece na introdução de DKC como a “Theme”, naquela hora em que o Cranky Kong toca a vitrola. Não consegui encontrar de jeito nenhum. Se achar no vídeo abaixo não deixe de comentar.

[via Facebook]


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