Arquivo para julho \31\-03:00 2023

Oracle of Ages & Seasons: os Zeldas que marcam o passado do diretor de Tears of the Kingdom

Por Claudio Prandoni

Simplesmente DO NADA a Nintendo lançou dois jogos antigos de Zelda do Game Boy no serviço Nintendo Switch Online. Ou talvez, não seja tão do nada assim…

A chegada de surpresa de Legend of Zelda: Oracle of Ages e Oracle of Seasons parece ser uma maneira de prestigiar Hidemaro Fujibayashi, diretor de Breath of the Wild e do recente e aclamado Tears of the Kingdom.

Antes de trabalhar na Nintendo, Fujibayashi foi funcionário da Capcom, onde trabalhou em Magical Tetris Challenge no final dos anos 90, um game de Tetris com personagens Disney da turma do Mickey Mouse para PS1 e N64.

Fujibayashi chamou a atenção de Yoshiki Okamoto, lendário game designer da Capcom, importante na produção de títulos como Final Fight e Street Fighter II, que na época liderava o pequeno estúdio indie Flagship, formado por investimento conjunto de Capcom, Sega e Nintendo e que trabalhou em muitos projetos de Capcom e Nintendo.

Okamoto chamou Fujibayashi para participar do desenvolvimento de Oracle of Seasons e Oracle of Ages, que estava em produção na Flagship. O resultado agradou a Nintendo e logo ele se envolveu também em Four Swords, aventura multiplayer de Zelda que veio embarcada na versão de Link to the Past para o portátil GBA.

Fujibayashi ainda trabalhou no belíssimo Minish Cap, outro Zelda 2D portátil produzido em parceria com a Capcom, e aí sim foi para a Nintendo onde seguiu na pegada pocket ao trabalhar com Phantom Hourglass e Spirit Tracks, ambos do DS.

Ao lado de Eiji Aonuma, diretor e produtor veterano desde Ocarina of Time, Fujibayashi trabalhou em seguida em Skyward Sword até chegar na era Breath of the Wild, que tem ainda Hyrule Warriors: Age of Calamity e o novinho Tears of the Kingdom.

Breve resumo da longa jornada do futebol feminino nos games

Por Claudio Prandoni

A Seleção Brasileira de futebol feminino estreou com uma belíssima goleada de 4 a 0 em cima do Panamá na Copa do Mundo Feminina 2023, daquelas de jogar a energia lá em cima e empolgar de vez. Mas nos games uma estreia decente do futebol feminino demorou bastante…

O primeiro título de mais popularidade relacionado ao futebol foi Mia Hamm Soccer 64, lançado em novembro de 2000, para pegar carona no sucesso da seleção feminina dos Estados Unidos, campeã da Copa de 99 e liderada pela craque Mia Hamm.

O problema é que, além do jogo ser tecnicamente fraco e muito inferior a FIFA, Winning Eleven e International Superstar Soccer, ele era só uma versão ‘repaginada’ de Michael Owen’s WLS 2000, game estrelado pelo então jovem craque inglês.

Mia Hamm também dividiu os holofotes com o eterno Rei Pelé em Academy of Champions, game exclusivo de Wii lançado pela Ubisoft em 2009 que apresenta uma versão bem simples e caricata do futebol, com toques de magia à la Harry Potter – Pelé até esteve na E3 daquele ano para divulgar o lançamento.

A próxima investida virtual digna de atenção foi em 2015, quando o FIFA 16 incorporou oficialmente o futebol feminino como conteúdo fixo dentro do game. De lá pra cá, o espaço foi crescendo, como a participação da atleta fictícia Kim Hunter (vivida pela atriz australiana Lisa Solberg) no modo ‘história’ do FIFA 19, até chegar no mais recente FIFA 23, a despedida da parceria lendária entre FIFA e Electronic Arts (EA) Arts que ganhou em uma atualização uma recriação virtual detalhada da Copa do Mundo Feminina 2023, realizada na Austrália e Nova Zelândia.

Bom que o legado continua: o EA Sports FC 24 vai continuar tendo futebol feminino com ainda mais destaque no cardápio de opções de partida.

Naninha vira game mobile em Pokémon Sleep

Por Claudio Prandoni

Sim, finalmente dá pra postar uma foto tirando uma sonequinha e dizer que é gamer: foi lançado nesta semana para Android e iOS o tão aguardado e comentado Pokémon Sleep.

Gratuito para baixar e jogar, o título ‘gamifica’ a experiência de monitorar a qualidade do sono, algo que já existe faz tempo em apps mobile. De acordo com o tempo e qualidade do descanso, mensurados pelos sensores de movimento e microfone do smartphone, você encontra diferentes monstrinhos durante suas ‘caçadas oníricas’.

O objetivo, claro, é encontrar o máximo de Pokémon diferentes e também catalogar seus diferentes tipos de naninha. Infelizmente, o game não tem português do Brasil como opção de idioma, o que dificulta a brincadeira.

Tenho jogado nos últimos dias e confesso que ainda não fui fisgado. Gosto bastante de Pokémon, jogo Pokémon GO todo dia e seria divertido complementar a experiência mobile com Sleep, mas sinto que falta ainda mais refino.

Em primeiro lugar, o app consome muita bateria do smartphone durante o ‘gameplay’ – tanto que o game recomenda deixar o celular conectado ao carregador durante o sono. Tenho um Moto Edge 30 e durante uma noite de cerca de 8 horas de sono o jogo comeu cerca de 70% da bateria.

Além disso, confesso que não me entendi bem ainda com o ritmo de jogo. Como se trata de um game para aproveitar logo antes de dormir, sinto que a jogabilidade pré-sono deveria ser mais simples, objetiva e direta, com outras tarefas mais elaboradas para depois de encontrar os Pokémon, mas o que acontece é o contrário. E isso que nem mergulhei muito nos elementos de microtransações, que de cara não deixaram muito óbvios pra mim os benefícios.

Por se tratar de um game mobile, é de se esperar que muitas atualizações e ajustes venham ao longo dos meses e mudem a experiência para melhor, como aconteceu com o próprio Pokémon GO.

Por ora, vale mais pela curiosidade e o pioneirismo de ‘gamificar’ a experiência deliciosa de dormir.

Mais informações no site oficial do Pokémon Sleep: https://lnkd.in/djZ6Mhun

Barbie mostra verstatilidade e força do filme em parcerias nos games

Por Claudio Prandoni

A Barbiemania chega ao seu ápice nesta quinta-feira, dia 20 de julho, com a estreia do filme estrelado por Margot Robbie nos cinemas do Brasil e do mundo, e não deixou o universo dos games de fora.

Atualmente presente em dezenas de colaborações de dezenas de diferentes produtos pelo planeta, a boneca demonstra essa versatilidade também nos games em algumas collabs como essas que destaco abaixo:

  • Forza Horizon 5 tem dois carros que aparecem no filme, o Chevrolet Corvette EV Corvette 1956 com acabamento em rosa dirigido pela protagonista e também o GMC Hummer EV Pickup do Ken
  • Uma edição especial do Xbox Series S customizada com a cor rosa e logo da Barbie foi lançada pela Microsoft – aqui no Brasil, a streamer Milena Esquierdo Dal Belo, da LOUD, ganhou da Warner Bros. Entertainment e da Mattel, Inc. uma unidade desse console icônico
  • O jogo mobile gratuito Stumble Guys, da Scopely, fez uma parceria com a Mattel para disponibilizar conteúdo de Barbie no game, incluindo uma fase exclusiva toda temática
  • O ultra popular Candy Crush, da King, também abraçou o rosa e adicionou vários personagens do filme ao game – além da Barbie de Margot Robbie, o Ken vivido por Simu Liu e a Barbie Presidente intepretada por Issa Rae também aparecem

Verdadeiro fenômeno em qualquer área da cultura pop, para mim o filme dirigido por Greta Gerwig mostra a força de um trabalho sincero, bem planejado e ousado: a força de Barbie não está na imagem que vendo sendo criada da boneca ao longo de mais de seis décadas, mas sim na maneira como o filme abraça e honra os pontos fortes da Barbie e, principalmente, também usa tudo isso para fazer críticas e paródias sobre ela.

Já o primeiro trailer propõe algum tipo de crítica ao papel da Barbie no mundo atual e essa parece ser a tônica da produção, conforme outros trailers e críticas indicam.

Mais do que se aproveitar da força de uma marca já consolidada, as parcerias ganham ainda mais sentido e apelo ao se associarem ao projeto do filme, que oferece uma releitura honesta, provocante e inovadora da boneca, que acaba interessando e chamando a atenção de novos públicos.

BÔNUS: Essa não é a primeira vez que a boneca Barbie interage de forma mais dedicada ao mundo dos games. Lá em 2016 a Mattel lançou a Barbie Desenvolvedora de Jogos, sobre a qual a Érika Caramello comentou dia desses no LinkedIn. Na época, ajudei a produzir um vídeo sobre a boneca no UOL Jogos -> https://lnkd.in/gZnGZEJN

Sonic Prime Dash reforça estratégia da Netflix com games

Por Claudio Prandoni

Ao mesmo tempo em que lançou a segunda temporada da animação Sonic Prime, a Netflix também lançou de surpresa um game mobile estrelado pelo queridíssimo ouriço da SEGA.

Na minha visão, o lançamento reforça a estratégia da Netflix com games, promovendo um novo conteúdo em vídeo com o reforço de um game fácil de pegar e jogar a qualquer momento e que ainda tem o bônus de ser estrelado por um dos personagens mais importantes de toda a história do videogame.

Sonic Prime Dash revitaliza o excelente e super bem sucedido Sonic Dash ao incluir personagens da animação. O game é um ‘infinite runner’, bem ao estilo Subway Surfers.

Disponível sem custo adicional no Android e iOS para assinantes Netflix, o game dispensa também qualquer tipo de microtransação, como visto em outras versões de Sonic Dash, ou seja, dá pra jogar com a tranquilidade de que não precisa gastar dinheiro para avançar mais – ou mesmo deixar uma criança jogar sem a preocupação de que ela compre algo sem você saber.

Só aqui no Brasil são cerca de 50 milhões de assinantes da Netflix, segundo dados da Comscore, que agora de repente podem curtir um jogo novo do Sonic no celular sem pagar nada a mais por isso.

Eu joguei e curti bastante, o jogo roda super liso e bonito e não ter barreiras de microtransação também ajuda muito a curtir com mais tranquilidade e leveza. Aliás, fica a dica de conferir a animação também: são episódios curtos que brincam com a ideia do Ouriço Azul explorando um multiverso com diferentes versões dos amigos dele e do vilão Robotnik.

Indie Games BR: Meus destaques do Festival Jogatório 2023 no Sesc

Por Claudio Prandoni

Menos de uma semana após o BIG Festival, a cidade de São Paulo recebeu outro incrível evento de jogos indie. O Sesc 24 de Maio foi casa do Festival Jogatório, realizado em parceria com a Firma Gamedev, e deu espaço para conhecer e experimentar diversos games digitais e até mesmo analógicos, como RPGs de mesa e jogos de tabuleiro.

Dei um passada lá no sábado e gostei muito do que vi, desde a estrutura oferecida pelo Sesc aos gamedevs até a qualidade e variedade dos títulos em exibição. Entre figurinhas repetidas do BIG e outras novidades, destaco abaixo alguns dos projetos que mais me marcaram:

Raider Kid and the Ruby Chest (Cacareco Games)
Curto muito jogos retrô, especialmente com estética pixel art das gerações 8/16-bits e este aqui preenche muitas caixinhas. Acho especial também como Raider Kid começou anos atrás como um projeto de TCC e aos poucos foi evoluindo para virar um jogo com lançamento comercial.

Diesel Legacy (Modus Games)
Misto de jogos de luta versus tradicionais com beat’em up (os famosos games de ‘porrada’ ao estilo Final Fight e Streets of Rage). Visual 2D desenhado à mão super bonito, batalhas entre duplas e uma série de mecânicas variadas e inovadoras – gostei muito da possibilidade de um parceiro abatido poder te ajudar a defender golpes!

The Lacerator (Fernando Titz)
Gosto como a estética low-poly da era PS1 está de volta como uma opção artística para dar vida aos games e The Lacerator me impressionou muito ao remeter diretamente a clássicos imortais da época, como Resident Evil e Silent Hill. Ambiente sombrio e opressor, ângulos de câmera fixos e foco nos combates dão uma personalidade forte ao game.

The Posthumous Investigation (Mother Gaia Studio)
Adventure point-and-click ambientado no Rio de Janeiro dos anos 30 em que você é um detetive que deve investigar a morte de Brás Cubas, o personagem criado por Machado de Assis. Tudo isso com um loop temporal, estilo Dia da Marmota.

Mahou Senshi Cosplay Club (Behold Studios)
Lembra quando falei do visual quadradinho low poly? Pois é, Mahou Senshi também tem tudo isso, com uma inspiração declarada nos fantásticos Mega Man Legends. Feito pela mesma turma de Chroma Squad e Knights of Pen & Paper, o lance agora é um mergulho no mundo do cosplay com batalhas por turno que lembram JRPGs clássicos.

Logo abaixo deixo o link da lista completa dos jogos que estiveram no evento:

https://www.sescsp.org.br/festival-jogatorio-promove-a-aproximacao-do-publico-a-producao-brasileira-de-jogos/

E vale ficar de olho para o ano que vem: o pessoal do Drops de Jogos já confirmou com o Sesc que em 2024 tem Festival Jogatório de novo!


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