
Por Claudio Prandoni
Lembro claramente, foi em 1996. Primeiro pelo fato de tanto jogar e ouvir, depois pelo fato de tanto imitar e repetir. Sério, lá com meus 10 e poucos anos, chegava ao ponto de ver paredes nas ruas e me imaginar rebatendo nelas para alcançar plataformas altas e estrelas, igualzinho idêntico ao Super Mario 64.
Lembro com precisão do espanto que esse jogo me causou. Sensação rara que só outro game ocasionou – Alex Kidd in Miracle World, na primeira vez que joguei videogame, história para outro dia. A precisão indomável da alavanca analógica, a vastidão intimidante do mundo 3D e, claro, o carisma magnético do Super Mario, ocasionado, entre outras coisas, pela voz do ator e dublador Charles Martinet.
Inegável, o cara ajudou em muito a definir o jeitão do herói no mundo 3D e em todos os anos 2000. O timbre jovial e saltitante, marcado por um pouquinho do carregado estereótipo italiano, são absolutamente reconhecíveis.
Enfim, por ocasião do trabalho hoje tive o imenso prazer de conhecer Charles Martinet. Cordial, prestativo, empolgado e muito falante – uma humildade que só as melhores pessoas conseguem demonstrar. Um cara fácil de fazer amizade.
Após uma longa e produtiva entrevista em vídeo para UOL Jogos, tive oportunidade depois de tomar uns drinques (eu milkshake de chocolate, ele caipirinha) ao lado de amigos de redação, como Théo Azevedo e Rodrigo Bozzi, e mais um pessoal, como os jornalistas Marcos Camargo e Renato Siqueira e o executivo Mark Wentley, da Nintendo.

O Mario do Super Mario
O papo logo migrou para um restaurante em São Paulo, onde tive uma das experiências mais bacanas e gratificantes nesse meu tempo no jornalismo de games. Agora acompanhados também pelo pop André Forastieri, todos rimos e conversamos demais.
Bom de garfo (MUITO bom de garfo MESMO), Martinet foi uma pessoa incrível. Brincalhão, fez e recebeu piadas (algumas muito boas do Théo… NOT).
Pitoresco, tirou do bolso em algumas ocasiões um bonequinho do Super Mario para tirar algumas fotos da primeira viagem dele ao Brasil – fato que me lembrou um bocado o filme O Fabuloso destino de Amèlie Poulain, em que a moça tirava fotos de um gnomo com cenários de diversas partes do mundo.
Porém, acho que o mais legal de tudo foi, de alguma maneira que nem sei definir direito – e até acho que aí está boa parte da graça, no intangível -, reconectar com um certo lado criança, maravilhado com a tecnologia. Ver ali de perto, conversando e gargalhando, um cara que ajudou a compor alguns dos momentos mais marcantes da minha juventude. Pode até soar meio bobo, talvez nerd, mas não dá pra negar como os videogames são parte da formação de qualquer um nascido dos anos 80 para cá. Alguns mais, outros menos, é verdade, mas não deixa de ser fato. Confraternizar então com alguém tão bacana, perceptivelmente feliz à beça com o que faz e ainda símbolo de um herói marcante como o Super Mario, foi de alguma forma muito fantástico. Enriquecedor, talvez.
Melhor ainda, é que uma galera considerável tem essa chance também de conhecer o Charles Martinet no Troféu Gameworld, que acontece nestes dias 30 e 31, em São Paulo (olha aqui o site oficial ó).
Pode parecer jabá, propaganda, ou coisa do tipo. Mas não é. Para quem é fã do Super Mario ou de videogames de maneira geral, é gratificante demais conhecer o Martinet e ver a alegria com que ele lida com o fato de ser a voz do Super Mario.
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