Por Claudio Prandoni
Em cópia descarada homenagem aos colegas retronautas do Gagá Games, começo aqui um registro nos mesmos moldes dos Diários de Bordo que eles cunham por lá.
Minha vítima é uma preciosidade de Hideo Kojima, o aclamado e recluso Policenauts. Antes de partir para o diário de bordo em si, um pouco de contexto.
Sucessor espiritual de Snatcher, Policenauts é um jogo dirigido por Hideo Kojima e lançado em 1994 para NEC PC. Nos dois anos seguintes rolaram versões para 3DO (muito provavelmente o Alexei já sabia disso), Saturno e PlayStation. O detalhe crucial é que tudo isso só rolou no Japão nipônico, deixando a nossa meninada aqui a ver cometas. Uma versão ocidental chegou a ser anunciada para Saturno, mas nunca saiu. Blé.
Felizmente, após cerca de três anos de trabalho, um grupo de dedicados fãs traduziu o jogo inteirinho para o inglês e conseguiram programar o texto no game, criando assim uma versão não oficial em inglês. Justamente a que estou jogando no PSP. Olha o trailer aí abaixo:
Minha ansiedade por Policenauts era imensa (na verdade ainda é). Joguei a versão Sega CD de Snatcher e fiquei completamente fascinado pelo roteiro ambientado em um futuro cyberpunk e pontuado por sequências de tiro. Policenauts segue a mesma linha, optando por centralizar elementos da trama em exploração espacial, e carrega uma marca forte do trabalho de Kojima: referências.
A princípio referências pop, posteriormente auto referências, visto que o título possui ligações sutis com a série Metal Gear Solid. Pelo lado da cultura pop, o protagonista é citação direta a Mel Gibson nos filmes da franquia Máquina Mortífera – tem até aqueles mullets característicos dos anos 80 e um parceiro que lembra demais o Danny Glover.
Enfim, nesse caldeirão de citações Kojima fermenta uma trama absolutamente instigante desde os primeiros momentos e partilharei aqui minhas impressões seguindo a ordem de capítulos determinada no próprio jogo. Assim sendo, começo com o Prólogo.
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