Por Alexei Barros
Pela raridade com que a “Danger” aparece nas miscelâneas de Secret of Mana, pensei que fosse um dos poucos fãs do alucinante tema de batalha com chefes. Percebi que não estava sozinho quando foi eleita a 139ª na votação das 700 melhores faixas de games de acordo com os japoneses. A terceira colocada do total de cinco músicas do Secret of Mana que apareceram na relação: atrás de “Prophecy” (67ª) e “Meridian Dance” (86ª) e à frente de “Angel’s Fear”(164ª) e “Into the Thick of It” (205ª).
Mais satisfeito fiquei com o arranjo tocado no show Game Music Laboratory Tokyo 2nd [unplugged], realizado no dia 6 de fevereiro de 2011 e que só não mencionei antes porque não seria conveniente falar do evento se não houvesse vídeos. Felizmente, há. De tudo. Nem tudo é tão interessante; muitos solos de teclado manjados do Final Fantasy VII.
Pela gravação e depois pesquisando, reconheci alguns dos instrumentistas do grupo, aparentemente batizado de kikutaband pela hashtag proliferada no Twitter: Hiroaki Yura, o spalla da Eminence Symphony Orchestra, no violino; Akifumi Tada, arranjador do estúdio Imagine na keytar; Jem Harding no teclado; e Ko Omura na bateria. Ainda teve baixista e guitarrista, os quais não consegui descobrir quem são. Pela formação, com violino no meio de uma banda normal, já se esperaria alguma coisa parecida com a jdk Band; diferentemente da atual banda da Falcom, a guitarra é relegada ao segundo plano.
Com o violino em destaque, esta versão ganha pontos em ousadia, afinal é muito mais difícil tocar a sucessão frenética de acordes da “Danger” neste instrumento do que em uma guitarra, por exemplo. A introdução, que é um bocado repetitiva, é feita convincentemente no violino, mas, na hora do trecho dissonante, a impressão é que a sequência precisou ser simplificada. Na virada da música, o violino fica em relevo mais do que nunca, no ponto alto da performance, parando logo em seguida para o solos de teclado e guitarra (embora o timbre da sintetizada claramente simule um baixo elétrico). O violino retoma a melodia para encerrar o primeiro looping com o teclado em evidência. Na repetição da introdução o baixo se solta mais. Já que a intenção era imitar a original, a batida da bateria poderia ser mais rápida e menos forte no meu entendimento. Todavia, de modo geral, o resultado ficou esplendoroso, dada a complexidade da composição. E, com isso, eu me pergunto se um dia a “Danger” será totalmente orquestrada…
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