Se há tempos não acontecia uma atualização neste espaço empoeirado, há tempos não ocorria o lançamento de um álbum da série Symphonic com músicas da Square Enix – o último foi o Final Symphony em 2015. Pois então chegou o dia: hoje, 24 de setembro, vai ser publicado o CD Symphonic Memories Concert – music from Square Enix, referente à apresentação realizada no dia 14 de dezembro de 2019 no Japão. A performance foi da Kanagawa Philharmonic Orchestra, sob regência do maestro Eckehard Stier no Culttz Kawasaki.
O disco contém uma mistura inusitada de “tradição com modernidade”, como diria o clichê. Da parte da tradição, consta uma suíte inédita de Xenogears intitulada “Slayer of God” e o arranjo da “Soaring the Skies” assinada por Andreas Hedlund. Nascido na Suécia, o arranjador já havia trabalhado com duas peças do excepcional Turrican – Orchestral Selections em 2017.
Também da geração 32-bit, Final Fantasy VIII é representado pela suíte “Mono no Aware”, aquela mesma arranjada por Roger Wanamo para o Final Symphony II. Curiosamente, esse espetáculo provavelmente não deve ter um lançamento em CD por causa de problemas de custo e licenciamento, deixando as suítes de Final Fantasy V, IX e XIII sem gravações oficiais – espero que por pouco tempo.
E do lado da modernidade aparecem: a suíte “In the Shadow of the Crystal” de Final Fantasy XV arranjada por Jonne Valtonen para a turnê europeia também chamada de Symphonic Memories que aconteceu em 2018; e o concerto para violino e orquestra de Octopath Traveler arranjado por Valtonen e um número avulso arranjado por Wanamo.
A escolha pelo RPG para Switch, PC e Stadia me chamou a atenção pelo fato de a trilha não ser composta por algum dos figurões da Square Enix, mas por Yasunori Nishiki, que, por sinal, vem ganhando mais notoriedade pelas participações nas trilhas de Final Fantasy VII Remake e Kingdom Hearts III. Certamente é um jogo que eu imaginaria em alguma edição da extinta série de concertos Press Start – e talvez o jogo só tenha sido escolhido porque a apresentação aconteceu no Japão. Além disso, as músicas são pontuadas pela presença constante de instrumentos de banda (como visto no vídeo da gravação da trilha sonora), que costumeiramente não aparecem nessas produções ao vivo.
Se eu já estava atrasado comentando sobre concertos que aconteceram há meses, o que dizer deste que foi organizado quase três anos atrás? Mesmo sem empolgar muito, me sinto na obrigação de falar dos lançamentos do Distant Worlds e notei que tinha faltado comentar este e o próximo que pelo menos é mais recente.
O espetáculo se deu em Tóquio, com a Tokyo Philharmonic Orchestra e o DWFF Tokyo Choir sob a regência de Arnie Roth. A cantora americana Susan Calloway, que costuma cantar todos os temas vocais da série, esteve presente, mas a “Melodies of Life”foi cantada pela artista original do Final Fantasy IX, a Emiko Shiratori.
Os álbuns em estúdio da turnê, como o Distant Worlds III que saiu antes deste Blu-ray, não creditam individualmente os arranjadores. Porém, os lançamentos em vídeo têm esse cuidado, o que permite confirmar algumas suspeitas. Quando fiz posts dos segmentos “Balance is Restored” e “Character Theme Medley” do Final Fantasy VI, eu não sabia quem eram os arranjadores. Pois bem, a “Balance is Restored”, que é basicamente a parte final da “Ending Theme”, foi arranjada pelo Hiroyuki Nakayama (aquele mesmo pianista que veio duasvezes para o Brasil) e era a que eu tinha gostado mais, apesar de estar longe do ideal, que é ter o tema completo. Já a “Character Theme Medley”, que apresenta uma transição muito ruim, foi feita pelo próprio Arnie Roth e o seu filho Eric Roth. A “Rose of May” do Final Fantasy IX eu imaginei algo semelhante. Parecia elaborada demais para ser feito pelo Arnie Roth, que é bastante literal em suas partituras. Não é que o arranjo também é do Hiroyuki Nakayama?
Posto isso, comento os dois segmentos novos que estrearam especificamente na apresentação desse Blu-ray The Journey of 100. Por ora, não há os registros completos dos números em questão no YouTube, então tive de apelar para os vídeos incompletos do canal da Square Enix. Em compensação, clicando nos nomes das músicas, é possível ouvir os arranjos gravados em estúdio para o álbum Distant Worlds IV, que ainda vou abordar melhor em um post futuro.
Composição: Masayoshi Soken
Arranjo: Yoshitaka Suzuki e Shota Nakama
Liberada na versão orquestrada como bônus para download do álbum Heavensward: Final Fantasy XIV Original Soundtrack, esta peça imponente e magnífica chama a atenção por dois pontos. O primeiro deles é não ser uma composição de Nobuo Uematsu, mas sim do mexicano Masayoshi Soken, um dos nomes mais importantes da safra de compositores mais novos da Square Enix. O outro é o arranjo ser de uma dupla inusitada formada por Yoshitaka Suzuki, que tem um currículo impressionante por jogos como Metal Gear Solid 4, Bayonetta e Final Fantasy XIII-2; e Shota Nakama, o líder da Video Game Orchestra que vem conquistando cada vez mais espaço nas gravações das trilhas das séries Final Fantasy e Kingdom Hearts. Não sei mensurar qual a porcentagem de participação de cada um no arranjo, mas a performance incisiva do coral chama a atenção. Esta e outras adições recentes mostram que enfim a turnê está mais aberta a músicas que não são compostas pelo Nobuo Uematsu.
Também conhecida por “Jenova Absolute” ou “Perfect Jenova”, dependendo da tradução, esta faixa eu confesso que estava fora dos meus radares quando só depois me lembrei que ela aparece em um arranjo supremo no terceiro movimento “The Planet’s Crisis” da sinfonia de Jonne Valtonen para o concerto/álbum Final Symphony. Mesmo assim, acho que há espaço para esta releitura por ser um número avulso e, diferentemente da versão do finlandês, ela usa coral. Mais um arranjo competente de Hiroyuki Nakayama, que conseguiu captar bem o caos da música sintetizada. Por que não acionam mais ele?
Este post deveria ter sido publicado uns quatro anos atrás (!), mas somente com os lançamentos recentes do Distant Worlds foi possível concluir que este é (ou era na época) um arranjo novo do Final Fantasy X.
Já existia uma versão a cappella “Hymn of the Fayth” (também conhecida por “Song of Prayer”) que o Masashi Hamauzu fez para o Voices. Eu só não tinha certeza se essa versão do Distant Worlds reaproveitava alguma coisa dessa partitura, mas não é o caso. Registrado em estúdio no Distant Worlds III e ao vivo no Blu-ray Distant Worlds: music from Final Fantasy The Journey of 100, o novo segmento na verdade foi arranjado pelo próprio maestro do espetáculo Arnie Roth e pelo filho Eric Roth.
O coral entra na parte que corresponde à “The Sending” e não existia na versão do Hamauzu por ter o acompanhamento da percussão, conferindo a atmosfera tribal tão presente em Final Fantasy X. Pessoalmente, tenho outras preferências na trilha do RPG do PlayStation 2 (não vou me estender para os jogos da geração 16-bit porque seria covardia), mas não deixa de ser uma música com um tom diferente e ameno em relação às faixas pomposas e bombásticas com coral.
De DJ a maestro: Yuzo Koshiro regeu o medley de Etrian Odyssey e revelou que ficou nervoso na condução da orquestra
Por Alexei Barros
Da série “deveria ter feito este post meses atrás” e também da série “não acredito que nunca ouviremos este concerto”. No dia 6 de maio de 2017 ocorreram as duas apresentações do espetáculo Tokyo Gametakt 2017. Produzido pelo estúdio noisycroak, do compositor Hideki Sakamoto, o evento buscou reforçar a importância da game music como um elemento cultural reunindo mais de 20 representantes de peso no Japão.
Além do concerto, também foram realizadas palestras com os compositores. Na verdade, esta foi a segunda edição do evento – a primeira foi a Okinawa Gametakt 2014. Agora parece que a intenção é tornar a periodicidade deste festival mais regular, tanto que já foi confirmado o Tokyo Gametakt 2018 para o dia 4 de maio do ano que vem. Um dado curioso é que a organização está recrutando instrumentistas e coristas para participarem dos ensaios e da performance.
Mas voltando para o Tokyo Gametakt 2017, a performance da Ryukyu Philharmonic Chamber Orchestra no Ota Kumin Hall Aprico “Great Hall” teve um aspecto muito interessante e que se aplicava ao saudoso Orchestral Game Concert que é o rodízio de maestros. Isso fez com que acontecessem algumas situações inusitadas, como a de Yuzo Koshiro reger o medley de Etrian Odyssey – aliás, de acordo com o report da Famitsu, ele confessou estar bem nervoso na ocasião.
O set list está recheado de músicas de jogos atuais de nicho para telefones móveis e portáteis, mas, entre esses títulos e mais alguns números de Final Fantasy, me chamaram a atenção três segmentos bastante incomuns que beiram a sacanagem não poder ouvir na íntegra. O primeiro deles é a “Main Theme” do Space Harrier com direito ao próprio compositor Hiroshi Kawaguchi no piano. Já sonhava com a orquestração de qualquer música dele na época áurea de arcades da Sega (After Burner, Power Drift, mais OutRun etc.), só não imaginava ele participando de uma performance orquestral.
Dos teclados da S.S.T. Band e [H.] para o piano acústico: Hiro participou da inesperada performance de Space Harrier
O segundo é a “Blue Skies”, tema dos créditos de Ace Combat 04. A “Zero” do Ace Combat Zero já tinha aparecido no Press Start algumas vezes, mas nunca poderia imaginar que iriam se lembrar dessa canção. A única ressalva que eu faço é que, pelo pouco que dá para ver no vídeo no fim do post, tocaram a versão original, não a adaptação “Blue Skies (Remix)” do Ace Combat 5 que pessoalmente me agrada mais. Pelo que entendi no tradutor do Google, o compositor Hiroshi Kubo estava preocupado com a performance da cantora SAK., já que foi desafiante cantar a música orquestrada sem nenhuma batida de referência por causa da síncope da canção.
E o terceiro e último segmento é de mais um jogo eternamente ignorado pelos concertos: Lunar 2: Eternal Blue, com a condução do próprio compositor Noriyuki Iwadare (ele já tinha regido um número no Gyakuten Saiban Special Courtroom 2008 Orchestra Concert). O set list do report da Famitsu não especificou quais faixas foram tocadas, mas o texto cita a música de abertura e temas de combate desse medley que teve arranjo do Iwadare.
Para deixar um gostinho, o canal do evento publicou um resumão em vídeo do concerto, mas adivinha se Space Harrier e Lunar 2: Eternal Blue aparecem? Pelo menos, como disse anteriormente, deu para conferir um pouco de Ace Combat 04. E no início Iwadare aparece regendo a suíte de Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice. Além disso, o canal do Hideki Sakamoto também publicou dois números completos de Bungo and Alchemist e Time Travelers. Também deixo os set lists com os links para as faixas originais (“set lists” no plural, porque o programa da apresentação da tarde foi bem diferente em relação à da noite).
Set list (apresentação 13h)
01. “Gate of Steiner” (Steins;Gate)
02. “Theme from Thousand Memories” (Thousand Memories) [regência: Keisuke Ito]
03. “Beast and Princess Medley” (Beast and Princess) [vocal: Haruka Shimotsuki]
04. “Main Theme” (Space Harrier)
05. “Awakening” (Final Fantasy XI)
06. “High Sky” (Terra Battle) [vocal: Akiko Kawano]
07. “Monster Strike Symphony 6th Movement ~Colossal~ (Game Takt Version)” (Monster Strike) [regência: Riichiro Kuwabara]
08. “The Days I’m Now Weaving” [String Quartet] (Noora to Toki no Koubou: Kiri no Mori no Majo)
09. “Blue Skies” (Ace Combat 04: Shattered Skies) [vocal: SAK.]
10. “Lunar 2: Eternal Blue Medley” (Lunar 2: Eternal Blue) [regência: Noriyuki Iwadare]
11. “Bungo and Alchemist” (Bungo and Alchemist) [regência: Hideki Sakamoto]
12. “Etrian Odyssey Medley 2017”: “Labyrinth I – Emerald Woodlands” ~ “Labyrinth V – The Fallen Capital of Shinjuku” (Etrian Odyssey) [regência: Yuzo Koshiro]
13. “Beyond the Sky” (Xenoblade Chronicles) [vocal: Sarah Àlainn]
Bis
14. “Blinded By Light” (Final Fantasy XIII)
15. “Glory” (Fortune Tellers Academy) [vocal: Sarah Àlainn/regência: Hideki Sakamoto]
Set list (apresentação 17h30)
01. “Main Theme” (Space Harrier)
02. “Juusei to Diamond” (Juusei to Diamond) [regência: Keisuke Ito]
03. “Monster Strike Symphony 6th Movement ~Colossal~ (Game Takt Version)” (Monster Strike) [regência: Riichiro Kuwabara]
04. “You From a Distance” (Anata wo Yurusanai) [vocal: Akiko Kawano]
05. “Tokiwa-no-Orochi” (Toukiden 2) [regência: Hideki Sakamoto]
06. “Moujuutachi to Ohimesama Medley” (Moujuutachi to Ohimesama) [vocal: Haruka Shimotsuki]
07. “Gyakuten Saiban 6 Courtroom Suite” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice) [regência: Noriyuki Iwadare]
08. “Sweet Dreams” [String Quartet] (100 Sleeping Princes & the Kingdom of Dreams)
09. “City Music Medley” (série Wild Arms) [regência: Michiko Naruke]
10. “Sekai no Owari to Saigo no Kotoba” (Shoumetsu Toshi) [vocal: Emi Evans]
11. “Blue Skies” (Ace Combat 04: Shattered Skies) [vocal: SAK.]
12. “Promised Grace” (Final Fantasy Crystal Chronicles) [regência: Kumi Tanioka]
13. “Azure Revolution” (Valkyria Revolution) [vocal: Sarah Àlainn]
Os vinis do Symphonic Fantasies Tokyo e do Final Symphony são itens de colecionador até para quem não tem uma vitrola
Por Alexei Barros
Apesar de a tendência atual ser de lançamentos digitais, é alentador surgir uma notícia como esta: Symphonic Fantasies Tokyo e Final Symphony, dois dos mais aclamados concertos de games, vão ser lançados em vinil. Ambos já haviam sido publicados em CD, mas, como os puristas bem sabem, o vinil garante uma reprodução de áudio muito mais orgânica.
O Symphonic Fantasies Tokyo foi gravado ao vivo no Japão em 2012, com performance da Tokyo Philharmonic Orchestra e do Tokyo Philharmonic Chorus e repertório com músicas de Kingdom Hearts, Secret of Mana, Chrono Trigger/Cross e Final Fantasy. Já o Final Symphony foi gravado no Abbey Road Studios com músicas de Final Fantasy VI, VII e X executadas pela London Symphony Orchestra.
Ambos os concertos estão disponíveis em um pacote de luxo com três vinis cada e possuem belas capas ilustradas. Cada um custa US$ 45 (fora impostos e outros gastos), mas podem ser adquiridos em conjunto por US$ 80.
Os dois espetáculos também foram relançados com esse acabamento de luxo em CD. Cada álbum duplo sai por US$ 15, ao passo que juntos custam US$ 25.
Os vinis e os CDs vão ser lançados em dezembro e já estão disponíveis para pré-venda no site da publicadora Laced Records.
Os dois álbuns em CD também ganharam novas ilustrações
O concerto Final Symphony II estreou em setembro do ano passado com músicas de Final Fantasy V, VIII, IX e XIII e, desde então, já passou por diversos lugares do mundo, incluindo até o Japão. Porém, diferentemente do predecessor Final Symphony, ainda não foi lançado um álbum correspondente desse concerto – o que imagino que vá acontecer algum dia.
Para compensar a vontade de ouvir as peças orquestrais desses jogos, a própria Royal Stockholm Philharmonic Orchestra publicou a suíte de Final Fantasy VIII, “Mono no aware”, que foi executada no início deste ano em Estocolmo, Suécia. O arranjo é do talentoso e competente Roger Wanamo, que já conhecemos desde o Symphonic Fantasies. Para quem não se lembra, a própria RSPO já tinha publicado uma gravação da suíte de Final Fantasy VI em 2014.
Não é novidade que o FFVIII em si não está entre os meus preferidos da série, mas este jogo tem uma grande importância na história musical de Final Fantasy, por hits como “Liberi Fatali” e “Eyes on Me”. Naturalmente, ambas estão presentes em diferentes momentos da suíte. Curioso que mesmo em versão instrumental, sem coral, a “Liberi Fatali” não perdeu impacto.
Como o próprio texto do site oficial do concerto explica, o arranjo explora a semelhança da melodia de algumas faixas da trilha, como “Eyes on Me” com a “Waltz for the Moon”. A “Balamb Garden” é outra música que vem fácil à mente de quem jogou pelo menos o início do jogo, sendo evocada de uma maneira bem singela. Porém, eu sou presa fácil para temas de combate, e a “Don’t Be Afraid” é outra faixa que me cativou.
Sob a regência da maestrina Giedré Slekyté, é uma performance para ver e apreciar mais de uma vez.
Neste movimentado feriado de 7 setembro, com os anúncios do PlayStation 4 Pro e de Super Mario Run para iPhone e iOS, a Square Enix organizou um concerto de Final Fantasy XV no Abbey Road Studios. Alguns afortunados puderam presenciar a performance da London Philharmonic Orchestra e do London Philharmonic Choir, mas o espetáculo foi transmitido ao vivo no YouTube e no Twitch. O mais bacana de tudo é que a própria compositora Yoko Shimomura esteve presente com toda a sua simpatia e ainda tocou piano na última música.
A Shimomura havia sido escalada para o jogo quando Final Fantasy XV ainda era Final Fantasy Versus XIII. Aliás, o projeto vem de tão longe que a primeira faixa que ela compôs para o jogo, a “Somnus”, estreou no álbum drammatica lá de 2008. Tanto essa música, como a “Omnis Lacrima”, presente no disco memória!, foram executadas.
O concerto comprova mais uma vez a capacidade da Shimomura de criar melodias memoráveis, seja em músicas mais introspectivas ou mais pomposas, com direito a coral em latim e ênfase em passagens no piano. Entre as faixas, surpreendeu a aparição, ainda que breve, da bateria e das guitarras na “Veiled Agression”, em um recinto adjacente ao da orquestra e do coral. No mais, a trilha do Final Fantasy XV promete estar entre as melhores da série apenas por essa breve amostragem.
Para assistir o espetáculo na íntegra, vá direto ao play ali embaixo. Se preferir ouvir as faixas individualmente, clique no nome da música correspondente.
Não é um Final Fantasy ~à moda antiga~, mas é de longe o que mais tenho jogado nos últimos tempos – ao menos, claro, até a chegada do boy bandístico Final Fantasy XV.
Exvius já tinha me chamado a atenção durante a E3 2015, quando brilhou de forma tímida, mas cheia de personalidade, dentre a enxurrada de FFs divulgados pela Square Enix na feira.
Em meio a tantos RPGs tridimensionais ainda um tanto quanto desengonçados, Exvius exibia vistosos gráficos 2D, como uma versão turbinada da geração 16-bits, e uma história sem firulas, cheia de cristais protetores, caras malvados de armadura e tal.
No final do ano passado, em um rolê MUITO legal pelo Japão, consegui baixar a versão nipônica do game pro meu celular Android e já fui conhecendo melhor.
Pouco depois, na primeira metade deste ano, ele saiu em teste em alguns países, tipo a Suécia, e pude provar um pouco mais, já agora na versão ocidental.
Por baixo da historinha, rola um ‘gacha’ japonês de raiz, gratuito com itens pra comprar com dinheiro de verdade e vários bonequinhos pra colecionar sendo, claro, os heróis clássicos de Final Fantasy os mais bacanas e cobiçados.
Equipe unida e entrosada, sempre em busca dos três pontos (de XP)
Além da trama rolam vários eventos e atividades diferentes pra interagir, evoluir bonequinhos e coletar itens e equipamentos. Digo mais: rolam até algumas summons, com breves CGzinhas impressionantes de ver na telinha do smartphone/tablet.
De fato, o fluxo de atividades é tão variado e amigável que dá pra se divertir muito e montar uma equipe de respeito sem gastar dinheiro de verdade.
No momento, por exemplo, tenho um time titular com a dupla Rain e Lasswell (protagonistas de Exvius) acompanhados de Sabin e Terra (FFVI) e Kain (FFIV). No ‘banco’ tenho Cecil versão paladino na minha frente em Edron (FFIV), Fran, Vaan e Penelo (FFXII), Vivi (FFIX), Rydia S2 (FFIV) e um punhadão de ilustres desconhecidos que debutaram no próprio Exvius.
Por ora, aqui no ocidente não há bonequinios de FFVII, VIII e XIII. Meu palpite é que antes de Cloud, Squall e Lightning darem as caras veremos o príncipe Noctis e outros ferinhas do XV aparecendo.
Há algumas semanas rolou o evento Uncovered: Final Fantasy XV, que revelou uma porrada de novidades do RPG road trip da Square Enix, e, olha só que coisa: este que vos escreve estava lá.
Além de trabalhar e conhecer pessoalmente o fantasioso bigodudo traidor, Hironobu Sakaguchi, acompanhei o evento e recebi como brinde um bonito calendário de parede temático de FFXV.
Verdadeiro tributo aos fãs do game que nem saiu, mas já carrega uma década de desenvolvimento nas costas e angariou um bocado de fãs pelo planeta, o calendário traz artes feitas justamente pelos fãs.
Item exclusivo do Uncovered – cheguei a ver gente no eBay vendendo por até R$ 180! -, tomei a liberdade de digitalizar o item, para quem quiser apreciar melhor as ilustrações, usar mesmo como calendário ou, sei lá, ambos!
Veja abaixo na galeria ou lá no Issuu, em um formato bem bonito e simpático, ou clica aqui para salvar/baixar/ver/coisa e tal o PDF do calendário.
Outro álbum digno de nota que sai hoje, dia 23 de março, no Japão, é o Bra★Bra Final Fantasy Brass de Bravo 2. Há pouco mais de um ano comentei com entusiasmo a respeito do lançamento do álbum anterior, que se provou ser realmente fantástico. O grande atrativo dos discos é a performance da orquestra de sopro Siena Wind Orchestra.
Se o o primeiro CD possuía gratas surpresas que fugiam do senso comum, como “The Airship Medley”, “FF Dungeon Medley” e outras, o segundo já entra na mesmice de hits do Distant Worlds e do Piano Opera. Faixas como “Festival of the Hunt” e “The Man with the Machine Gun” foram arranjadas à exaustão, embora eu goste sobremaneira de ambas. Mesmo assim, “Main Theme FFI/II/III” e especialmente a “Mambo de Chocobo” (FFV) me surpreenderam. Veja o set list abaixo.
O time de arranjadores é o mesmo de antes, com o quinteto Yasumasa Sato, Tsutomu Narita, Rika Ishige, Youhei Kobayashi e Nobuhiko Kashiwara. O experiente Shiro Hamaguchi, que foi o principal arranjador de Final Fantasy no passado, também está creditado na “Fragments of Memories”, mas acho que isso se deve apenas pelo fato de Yasumasa Sato provavelmente ter se baseado na partitura feita para o álbum FITHOS LUSEC WECOS VINOSEC.
Samples de todas as faixas podem ser conferidos no site da Square Enix.
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