Arquivo para outubro \31\-03:00 2009

“Sound of Wind” – Final Fantasy Crystal Chronicles (Games in Concert)


Por Alexei Barros

Como cansei de falar por tantas oportunidades, é muito raro ver em concertos músicas de Final Fantasy que não sejam do Nobuo Uematsu. Se já é difícil com composições do Hitoshi Sakimoto ou Masashi Hamauzu da série principal, imagina os spin-offs.

Logo no primeiro Games in Concert em 2006 os holandeses tiveram a ousadia de colocar a onírica canção de abertura do Final Fantasy Crystal Chronicles do GameCube assinada pela Kumi Taneoka. A “Sound of Wind” (originalmente intitulada “Kaze No Ne”) na versão japonesa tem a voz da Yae Fujimoto, enquanto a “Sound of Wind (English Version)” americana é interpretada pela cantora australiana Donna Burke. O melhor é que a faixa foge do padrão de baladas pop de Final Fantasy seguido até por faixas que não são do Uematsu, como a “1000 Words Orchestra Version” (Final Fantasy X-2) escrita pela dupla Noriko Matsueda e Takahito Eguchi e tocada no Beginning of Fantasy.

Como sempre, impressiona a aptidão da Metropole Orchestra seja qual for o estilo executado. Harpa e violão na introdução são exímios, bem como baixo elétrico, bateria e percussão. Mas quem comanda mesmo é a amazona Floor Jansen, vocalista da recém-extinta banda de metal holandesa After Forever. Ouvi outras atuações dela, e é incrível a sua versatilidade porque consegue cantar tanto no pop quanto no erudito com semelhante aptidão. Uma outra moça, que não consegui identificar, ainda faz o contracanto. Não por menos, para mim, a performance ao vivo  ficou melhor do que a versão do jogo em inglês e quiçá em japonês por ser mais animada.

O link do Goear provém da transmissão do rádio, e abaixo há também um vídeo do ensaio. Não causa surpresa que tenha cantado tão bem: cerca de dois meses antes dessa gravação ela recebeu a música em MP3 do arranjador Martin Fondse para ouvir reiteradas vezes no iPod.

“Sound of Wind” (Final Fantasy Crystal Chronicles, Games in Concert)

PLAY! A Video Game Symphony em imagens

Por Alexei Barros

O lançamento do DVD do PLAY! A Video Game Symphony é o que se pode chamar de conturbado. Antes preconizado que cobriria toda a apresentação na República Tcheca em abril de 2008, tornou-se um resumo de 20 minutos, e é um bônus do CD que custa salgados 35 dólares. Pior, atrasou seis meses, sendo que muitas pessoas haviam comprado por sistema de pré-venda. Pior ainda, não é um DVD prensado como qualquer produto oficial, mas um DVD-R.

Se não bastassem todos os infortúnios, há algumas coisas estranhas: em vários momentos a performance é sobreposta por cenas dos jogos – totalmente dispensável. Em dado momento (00:35 a 00:54 no primeiro vídeo) ouve-se a música do Great Giana Sisters e se vê imagens do International Karate.

Apesar de tudo, e olha que está longe de ser uma das melhores performances do PLAY!, como as que aconteceram em Chicago na estreia ou em Estocolmo em 2006 e 2007, não deixa de ser interessante, e vale pela curiosidade. Não há excertos de Kingdom Hearts, Sonic the Hedgehog e Silent Hill 2, porém a “Scars of Time” está inteira, com Rony Barrak na darbuka.

Abaixo o conteúdo do DVD com a decupagem dos jogos:

00:00 Commodore 64 Medley
02:37 Castlevania
03:48 The Elder Scrolls IV: Oblivion
05:29 Battlefield

00:52 Halo
04:07 Chrono Cross
06:28 Guild Wars

02:44 World of Warcraft

O surpreendente Castlevania The Concert

Castlevania The Concert
Por Alexei Barros

Não obstante a fartura, é curioso perceber como os concertos dedicados a uma série são poucos, fora as óbvias Dragon Quest e Final Fantasy. Uma que sempre me perguntei nunca terem feito nada parecido é Castlevania. E diria sem medo que a vampiresca franquia possui muito mais potencial, ecletismo e tradição do que, por exemplo, Monster Hunter, que teve o concerto com cinco anos de existência. Isso no meio profissional, que fique bem claro.

Desde que assistiu a apresentação do PLAY! A Video Game Symphony em Estocolmo em 2006, o estudante David Westerlund da Royal College of Music da Suécia almejava por um concerto de Castlevania. Ele já havia demonstrado o seu talento e apreço por game music com a miniturnê Final Fantasy Piano & Vocal Collections Live On Tour 2009, em recitais de solos de piano ou duetos com violino e vocal.

David WesterlundAmbicioso, Westerlund decidiu fazer um concerto da série por conta própria: Castlevania The Concert, agendado para o dia 19 de fevereiro de 2010, às 19 horas locais no Stockholm Concert Hall, o mesmo ambiente onde aconteceu o PLAY! citado acima e o Sinfonia Drammatica. Além de dirigir e apresentar a récita, ele tocará piano. A performance será da Stockholm Youth Symphony Orchestra, sob a regência de Glenn Mossop. Também haverá uma banda de rock, cantores e órgão de tubo, tocado por Erik Eklund, responsável pela produção e marketing.

O que faz o Castlevania The Concert ainda mais espetacular é nada menos do que a presença da compositora Michiru Yamane. Mais do que isso, ela fará um arranjo exclusivo para o concerto. Como se não bastasse, tocará músicas ao vivo, a exemplo do que aconteceu com “Wood Carving Partita” e “A Toccata into Blood Soaked Darkness” no Fourth e Fifth Symphonic Game Music Concert na Alemanha. Os demais arranjos serão feitos pelo grupo Levande Musik Sverige.

Se fosse no Japão, uma iniciativa de fãs como essa não surpreenderia tanto, haja vista Final Fantasy VI e Final Fantasy Tactics, agora na Europa é de impressionar. Espero que o espetáculo seja publicado integralmente no YouTube, porque cansei de esperar pelos vídeos das apresentações nipônicas.

Abaixo o teaser:

[via Castlevania The Concert, OSV, Spelmusik.net]

“The Revenge of Shinobi Suite” – The Revenge of Shinobi (PLAY! 2007 em Estocolmo)


Por Alexei Barros

Milagrosamente encontrei uma gravação amadora do PLAY! A Video Game Symphony em Estocolmo, Suécia, 2007, e é uma pena constatar que o controverso CD oficial (se é que dá para chamar um CD-R de oficial) não originou desse concerto, mas da apresentação na República Tcheca em 2008. De maneira muito clara nota-se que a performance da Royal Stockholm Philharmonic Orchestra no Stockholm Concert Hall – mesma orquestra e anfiteatro do Sinfonia Drammatica – foi muito,  muito superior em relação à Czech Philharmonic Chamber Orchestra. As seleções fugiram do lugar-comum, com Lost Odyssey, Shadow of the Colossus, The Darkness, e a maior prova é o encerramento do espetáculo com “Dancing Mad” em vez de “One-Winged Angel”. Bons tempos do PLAY!.

Uma das joias foi a execução da suíte de The Revenge of Shinobi. Volta e meia colocava nos posts o link da “The Revenge of Shinobi Suite” tocada no Fourth Symphonic Game Music Concert (2006), que marcou a estreia do segmento, mas a a qualidade da gravação está deprimente, sobretudo na primeira parte.

Agora sim é possível desfrutar da suíte arranjada pelo próprio Yuzo Koshiro e orquestrada por Adam Klemens – melhor que isso só com uma gravação profissional. Vai saber se haverá um volume dois. O solo de flauta evoca a “Opening”, e as cordas se juntam numa sinergia contagiante que cresce até explodir, preservando a emoção da composição. Depois, uma emenda sutil para a “The Shinobi”, com as cordas pontuadas pela percussão. Novamente aumenta a proporção da peça, encerrando de maneira bombástica com “China Town”, que perdeu as batidas e a atmosfera oriental da original. É magnífica, suntuosa, apesar de ausências como “Long Distance” e “Terrible Beat”, entre outras – isso que dá o Koshirão não ter feito um álbum Symphonic Suite como ActRaiser.

“The Revenge of Shinobi Suite”
“Opening” ~ “The Shinobi” ~ “China Town”

O excitante retorno de Excitebike

Por Alexei Barros

Excite Truck, Excitebots: Trick Racing… eu quero mesmo é Excitebike. Foi um dos jogos que mais joguei no Top Game, e o título possui a proeza de ser eternamente viciante com apenas cinco pistas – não conseguia salvar os circuitos personalizados no editor no meu cartucho múltiplo 42.

Se imaginava improvável o retorno da série, mais provável seria à la Excitebike 64, com gráficos em três dimensões. A Nintendo me surpreendeu com o anúncio na Nintendo Channel de Excitebike: World Rally para o WiiWare, sem muita demora: 9 de novembro de 2009. Nada mais será do que um remake poligonal (a câmera assume uma visão isométrica e não totalmente chapada como o original), com o editor de pistas e a inclusão do multiplayer online.

É bem simples e uma maneira barata de faturar em cima da nostalgia, mas gostei. Principalmente pela presença da música-tema.

[via Joystiq, graças ao Twitter do Gagá Games e Meio Bit Games]

Playback ao vivo [atualizado]

Por Alexei Barros

Vai parecer perseguição porque é a quarta vez que posto basicamente o mesmo arranjo do Chrono, sempre criticando, mas sei que muitas pessoas não se dariam ao trabalho de conferir se fosse uma mera citação no Twitter. Sobretudo depois do que escrevi.

Por mais que alguns fanboys relutem em aceitar, o Video Games Live usa sim playback. Isso aconteceu já na primeira apresentação no Hollywood Bowl em 2005, basta reparar nos efeitos eletrônicos impossíveis de serem feitos ao vivo no segmento de Metal Gear Solid. OK, passável. Com o decorrer do tempo foi possível perceber que a base das músicas também é pré-gravada, como o baixo elétrico e bateria nos números de Castlevania e Mega Man. Repugnante, mas dá para encarar fazendo força.

Além disso, desde 2008 ouço boatos de que instrumentos habituais da orquestra são reforçados por playback, porém confesso que nunca consegui confirmar com absoluta certeza, seja pelos vídeos do YouTube ou ao vivo porque os shows acontecem em ambientes escuros, com luzes coloridas para todos os lados, telões e performances exibicionistas – tudo para tirar a atenção do que está sendo tocado pela orquestra como cansei de falar.

Eis que faço minha patrulha habitual em busca de novidades no YouTube e vejo um vídeo da apresentação de ontem, dia 25 de outubro de 2009, em Nova Iorque. A spalla da orquestra se levanta para fazer o solo de violino da “Scars of Time” e começo a desconfiar de certa falta de sincronização. Revendo com atenção, o engodo é desmascarado. Graças ao erro da instrumentista e à exibição no telão, fica explícito que o solo de violino é playback. Repito, o solo de violino é playback. O ponto crucial é 3:19. Observe no telão da direita que a musicista está com o arco fora do violino e ainda assim se escuta o solo começar.

Considero não só desrespeito com o público que pagou ingresso para um show que se intitula Video Games LIVE, como para a própria spalla. Fica no ar a mensagem “não confiamos que você vai conseguir fazer esse solo de violino, então qualquer coisa colocamos o playback para garantir”. Convenhamos, usar playback para compensar a performance de orquestra é um subterfúgio muito rasteiro para uma turnê que quer comprovar a significância cultural da game music.  E responde a dúvida de muitas pessoas que achavam que apenas no Brasil a qualidade era baixa, afinal tudo aconteceu numa metrópole como Nova Iorque, no país onde o show foi criado.

Em uma palavra: vergonha.

[ATUALIZAÇÃO] Eis que dois anos depois da publicação do post o próprio Tommy Tallarico esclareceu toda a questão do playback do Video Games Live: veja o comentário completo aqui. De acordo com ele, o VGL usa playback somente para os instrumentos que não estão no palco e, no caso da “Scars of Time”, o solo de violino nem sempre é feito pelo spalla que fica de pé. Peço desculpas pelo mal entendido.

“Metal Gear Solid Main Theme” – Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (Furyxx)

Por Alexei Barros

Sei que as últimas atualizações tem sido de músicas batidas, mas esta vale a título de curiosidade, pois se trata do vencedor do concurso “Quem vai ser o próximo Martin Leung?” realizado na França para eleger a melhor performance amadora que terá o direito de executá-la na visita do Video Games Live em Paris. Desta competição também participou o Video Game Brass Quintet, com o “Super Mario Medley”.

“Metal Gear Solid Main Theme” é tocada com propriedade no duo de violino e piano, com direito a passagens virtuosísticas do segundo. Muito bom… mas confesso que tantos outros vídeos que publiquei aqui dos mestres pró-amadores do Nico Nico Douga me impressionaram bem mais.

“Mayoi Ayasato ~ Gyakuten Sisters’ Theme” – Phoenix Wright: Ace Attorney (Gyakuten Saiban Special Courtroom 2008 Orchestra Concert)

Por Alexei Barros

Como não publiquei isso antes? Para quem conhece a série Ace Attorney, a “Mayoi Ayasato ~ Gyakuten Sisters’ Theme”, tema das irmãs Maya e Mia Fey, é uma das mais icônicas, e não haveria muita novidade no vídeo se não fosse por uma particularidade. Na execução da “Mayoi Ayasato ~ Gyakuten Sisters’ Theme” do Gyakuten Saiban Special Courtroom 2008 Orchestra Concert o maestro Hirofumi Kurita cedeu a batuta para Noriyuki Iwadare, mesmo ele não sendo o autor deste tema – foi composto por Masakazu Sugimori.

Quem se recorda da “Mayoi Ayasato ~ Gyakuten Sisters’ Theme” do Gyakuten Saiban Orchestra Album notará que o tema foi modificado. Isso se deve ao fato de que Iwadare, conforme revelado em entrevista ao OSV, precisou fazer novos arranjos porque não caberia um piano (de cauda inteira pode chegar a 3 metros de comprimento) no palco do Shinjuku Bunka Center, ainda mais porque Iwadare solicitou à Tokyo Philharmonic Orchestra cordas e percussão adicionais, então as releituras que utilizavam o piano precisaram ser repensadas. Nesta, por exemplo, nota-se que o cravo foi excluído.

Abaixo a performance, e eu já fico matutando se haverá outro concerto de uma série específica da Capcom em 2010, como teve a apresentação de Monster Hunter nesse ano.

The Last Guardian: diário do desenvolvedor e trailer da TGS 2009

Por Alexei Barros

Algo de estranho aconteceu no Hadouken: esse vídeo do The Last Guardian foi revelado há quase um mês na Tokyo Game Show 2009 e mesmo sendo desde sempre um dos jogos mais aguardados por cinco entre cada quatro topeiras ninguém se lembrou de publicar.

Pois então, faço agora. A primeira parte faz uma retrospectiva da breve (em termos de quantidade de jogos) trajetória do Team ICO, e logo em seguida há declarações do gênio subestimado Fumito Ueda sobre o indecifrável animal que acompanha o garoto protagonista. Também se vê alguns esboços e um pouco da rotina do estúdio, que tem a regalia de trabalhar sem prazos. Levando em conta que ICO saiu em 2001 (o vídeo diz que foi em 2002, mas essa é a data de lançamento europeia, não a japonesa e a americana) e Shadow of the Colossus em 2005, supostamente deveríamos ter The Last Guardian neste ano… não é o que irá acontecer. O Team ICO já não é mais um time olímpico.

A outra parte traz o trailer. Não entrarei em detalhes sobre as imagens, mas chamarei a atenção para o que quase não costumo falar: a música. Aquele primeiro vídeo que vazou (quando o jogo ainda era conhecido como Project Trico) e foi melhorado para a E3 2009, utilizava como tema de fundo a “Opening Titles” do filme Ajuste Final (Miller’s Crossing). Novamente se ouve a composição, só que em um arranjo diferente, o que leva a crer que não se tratava de uma medida provisória, e que a faixa do filme estará de fato na versão final do jogo.

“Overworld” – The Legend of Zelda (Games in Concert 2)

Por Alexei Barros

O quê? Você que sempre reclama das músicas sendo executadas à exaustão me publica um arranjo completamente manjado da “Overworld” do Zelda?

Calma. A “Legend of Zelda Theme” originalmente arranjada por Toshiyuki Watanabe (o compositor da “Waves of Morning Haze” do Shenmue citada no post anterior) no seminal Orchestral Game Concert (1991) foi executada até não poder mais em quase todos os concertos do mundo, mas inexistiam até então registros em vídeo com qualidade de imagem e áudio e performance decentes. Sobretudo sem reações endoidecidas da plateia.

Pois então, os holandeses tocaram a versão do OGC no primeiro Games in Concert (2006) e a reprisaram no Games in Concert 2 (2007), que corresponde à gravação publicada abaixo. Tem um detalhe importante também: a Metropole Orchestra não é exatamente uma orquestra sinfônica, e por isso o arranjo do OGC foi adaptado para uma gama maior de instrumentos. Repare logo de início como os saxofones – instrumentos que geralmente inexistem em uma orquestra convencional – conferem um tempero extra. No mais, é uma performance de alto nível: eu prefiro a repetição com qualidade do que a novidade porcamente realizada.


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