Archive for the '2010' Category

“Heavens Divide” – Metal Gear Solid: Peace Walker (Press Start 2010 ~Symphony of Games~)

Por Alexei Barros

E não é que depois de tantos anos de secretismo e reclusão, o Press Start abriu os cofres e está liberando mais gravações em vídeo? Tudo isso poderia acontecer em DVD que já seria excelente e requisitado há muito tempo. Agora… de graça e no YouTube?

O melhor é que desta vez trata-se de uma performance que não havia sido liberada antes: a canção “Heavens Divide” do Metal Gear Solid: Peace Walker tocada no Press Start 2010 – o jogo tinha sido lançado em abril daquele ano. Mesmo que a execução da música seja basicamente a mesma da versão da trilha sonora original, é outra coisa ver e ouvir não só a voz potente da Donna Burke, como as cordas majestosas da Kanagawa Philharmonic Orchestra e o pungente violão de Haruo Kubota. O acompanhamento da bateria, que vai crescendo de potência, ficou ótimo e, ainda bem, não atropelou a solista e o restante da orquestra como é muito comum de acontecer nesse tipo de apresentação. Isso é que é concerto!

Álbum com arranjos de Muramasa traz faixa executada no Press Start 2010


Por Alexei Barros

Se há um compositor consagrado que é negligenciado nos concertos de games este é Hitoshi Sakimoto. Uma das raras ocasiões em que ele teve uma música executada foi no Press Start 2010, apresentação que contou com uma inusitada performance de Muramasa: The Demon Blade, aquele RPG de ação da Vanillaware para Wii. A trilha não é só dele; também participaram outros compositores da Basiscape, como Masaharu Iwata e Azusa Chiba. O medley, porém, compreende somente duas faixas assinadas pelo Sakimoto.

Um acontecimento raro desses não podia se perder no tempo e, felizmente, a gravação foi incluída no álbum Oboromuramasa Ongakushuu Hensou no Maku, lançado dia 1º de outubro de 2011. Isso que o jogo saiu em 2009. Dane-se o hype! O CD conta com versões arranjadas dessa mesma galera da Basiscape enfatizando as raízes do Japão Feudal com o uso de instrumentos típicos como erhu e shakuhachi, a exemplo das fabulosas trilhas de Okami e da série Samurai Shodown já homenageadas em edições anteriores do espetáculo nipônico. Todavia, eu me limitarei a comentar o segmento do Press Start 2010 que é arranjado por Shuhei Kamimura, do time interno da Company AZA, o qual também fez o arranjo da “Professor Layton and the Curious Village”.

“Muramasa: The Demon Blade” (Press Start 2010)
Originais: “Introduction” ~ “Impermanence”

Composição: Hitoshi Sakimoto
Arranjo: Shuhei Kamimura
Tsugaru Shamisen: Takemi Hirohara
Shakuhachi: Kohei Matsumoto
Guitarra: Haruo Kubota

Não é fácil conciliar orquestra e guitarra em uma performance ao vivo. Também não é fácil conciliar orquestra e instrumentos folclóricos japoneses ao vivo. E o que dizer de uma execução ao vivo com orquestra, guitarra, tsugaru shamisen e shakuhachi? Somente o arrojo por conciliar elementos tão díspares é digno de aplausos, ainda que o resultado não seja exatamente memorável.

A primeira diferença para ambas as originais são as intervenções da guitarra durante a peça, instrumento que inexistia anteriormente. Sem coral na apresentação, não há algum elemento que remeta aos timbres de coro da composição do jogo.

Na “Introduction”, o tsugaru shamisen não toca desde o início, entrando apenas em um trecho mais incisivo. Apesar do vazio no momento em que surge a “Impermanence” (em 2:19), a colagem entre uma e outra foi feita sutilmente, sem pressa. O shakuhachi faz o solo, imitando a original (a partir de 1:39), com a mesma participação recorrente da harpa. Depois de alternâncias do shakuhachi e orquestra, todos os instrumentos se juntam no desfecho, e a mistura incrivelmente funciona. Gostaria de ouvir uma segunda opinião, mas minha impressão é que a reverberação, ainda que não seja a ideal, não ficou tão alta como no Press Start The 5th Anniversary.

Super Mario Bros. 25th Anniversary Special Sound Track Press Start Edition: 25 anos em três faixas


Por Alexei Barros

Quando soube da existência do Press Start 2006 o programa chamou a atenção pela ausência de um segmento do Mario, o que muitos poderiam considerar fundamental no set list de um concerto com diversas franquias. Encarava isso como uma virtude, uma prova de desplante, já que tal obrigação muitas vezes fez com que se apelasse para uma performance frívola, como são tão comuns os solos de piano do Mario 1, para jogar seguro e agradar o público.

Ironicamente, todas as edições seguintes incluíram números do Mario, e o primeiro deles, o arranjo de Keiichi Oku “Super Mario Bros.” no Press Start 2007, chega a ser uma piada de tão limitado, com menos de dois minutos de duração, em um exemplo de nostalgia fugaz. Depois a situação melhorou especialmente pela rapidez com que jogos recentes foram adicionados ao repertório. É o que torna especial o Super Mario Bros. 25th Anniversary Special Sound Track Press Start Edition, o terceiro lançamento relacionado à série japonesa de concertos. Os anteriores foram o single Professor Layton Series Soundtrack Premium CD e o álbum Press Start The 5th Anniversary.

Brinde do Super Mario Collection Capture Book e Super Mario Bros. 25th Anniversary Book lançados em um pacote dia 9 de dezembro de 2010, é um CD com três faixas do Mario, com performance da Kanagawa Philharmonic Orchestra no Bunkamura Orchard Hall no Press Start 2008 e no Tokyo Metropolitan Art Space no Press Start 2010, e da Tokyo City Philharmonic Orchestra neste segundo local no Press Start 2009.

Infelizmente, a minha principal reclamação do Press Start The 5th Anniversary persiste: a reverberação exagerada. Isso é muito desanimador, porque se foram lançados dois CDs com mixagem parecida, é o que a produção acha o ideal. Não há perspectiva que possíveis futuros lançamentos do Press Start tratem de corrigir isso. Em compensação, não tenho do que contestar da qualidade dos arranjos.

Quando ao repertório, há de se lamentar mais uma vez que do primeiro Super Mario Bros. há um pulo, ou melhor, um voo de capa até o Super Mario Galaxy, com uma aterrissagem no New Super Mario Bros. Wii. Quanta coisa boa não tem do Super Mario Bros. 2, Super Mario Bros. 3, Super Mario World, Super Mario 64 e Super Mario Sunshine… Da lista dos principais sobra Super Mario Galaxy 2. Se for mantida a tradição de um Mario por Press Start deve ser o candidato com mais potencial a figurar na provável edição 2011.

Mas chega de devaneios. Depois do Hadouken as minhas impressões da trinca de faixas bigodudas.

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O impossível acontece de novo: minicoletânea do Press Start com três segmentos do Mario

Por Alexei Barros

Quando foi revelado o Press Start The 5th Anniversary, álbum com nove segmentos da série japonesa de concertos, fiz questão de salientar a ausência de números da Nintendo e da Square Enix pela dificuldade de licenciar músicas das produtoras.

O Video Games Live: Level 2 conseguiu incluir na tracklist Chrono e Final Fantasy do lado da Square Enix, o que não foi tão complicado assim como imaginava, e Mario e Zelda em relação à Nintendo, processo que talvez foi facilitado por ambos os arranjos terem sido publicados em CD anteriormente na série Orchestral Game Concert.

Agora mais um passo foi dado no mundo dos concertos de games repleto de apresentações e carente de gravações: Super Mario Bros. 25th Anniversary Special Sound Track Press Start Edition. Como você pode imaginar, é um CD com performances do Mario no Press Start em comemoração do um quarto de século do lançamento japonês do Super Mario Bros. de NES. É um apêndice musical do livreto comemorativo Super Mario 25th Anniversary Book publicado pela Enterbrain (a mesmo da Famitsu e que organiza o Press Start), à venda por meros 840 ienes (hoje algo perto de 17 reais) no site da editora japonesa e na Amazon. O lançamento ocorrerá dia 9 de dezembro de 2010.

O CD conta com três faixas somente, a saber:

01 – Super Mario Bros. ~from Press Start 2009~
02 – Super Mario Galaxy 2008 ~from Press Start 2008~
03 – New Super Mario Bros. Wii ~from Press Start 2010~

A franquia esteve presente em todas as edições do Press Start, com exceção da primeira, organizada em 2006. Mas, ainda assim, não há o “Super Mario Bros.” tocado no Press Start 2007 que não passa de um arranjo do Keiichi Oku simplório da “Overworld”, e não faz a menor falta. A primeira faixa nada mais é do que o mesmíssimo arranjo “Super Mario Bros.” do Nobuo Kurita para o OGC1, tocado à exaustão em quase todos os cantos do mundo.

Ainda que o “Super Mario Galaxy (Galactic Suite)” do Symphonic Legends pareça insuperável, não nego minha curiosidade pelo “Super Mario Galaxy 2008”, que leva o arranjo de Mahito Yokota, um dos compositores da trilha original, e possui, respectivamente, “Overture”, “Chico” (a única destas que não apareceu na suíte do Roger Wanamo), “Egg Planet” e “Wind Garden”. Muito provavelmente vale sozinho o pacote o medley do New Super Mario Bros. Wii, o primeiro segmento do Press Start 2010 a ser lançado oficialmente. A performance foi elogiada nos relatos japoneses, graças em muito à participação do coral de crianças Suginami Junior Chorus.

E que venham mais CDs do Press Start!

[via ebten]

Press Start 2010: LocoRoco e Romancing SaGa

Por Alexei Barros

Sim, o Press Start 2010 aconteceu há mais de uma semana em Tóquio, mas enquanto a Famitsu e quem sabe o Jeriaska não publicam os relatos detalhados do concerto, cumprirei tabela com a atualização do site feita hoje com os dois números referentes ao bis que são duas reprises. Pelo pouco que consegui entender dos blogs japoneses, aconteceram algumas novidades muito interessantes, a despeito do meu desânimo geral pela escassez de segmentos inéditos. Mas mais maluco estou para ouvir de uma vez por todas o Press Start The 5th Anniversary!

– LocoRoco: “LocoRoco’s Song ~LocoRoco Yellow Version~”

LocoRoco estreou originalmente no Press Start 2007, e exemplifica o quão é diversificado o repertório – não consigo imaginar em outro concerto. Na ocasião, a canção “LocoRoco Main Theme” foi evocada pelo Press Start 2007 Chorus, um coral formado especialmente para a ocasião por adultos, claro. Aproveitando que estava lá o Suginami Junior Chorus e, mais importante, a cantora original (agora nove anos mais velha) Melody Chubak, hoje com 13, executaram a versão mais perfeita possível do tema ao vivo. O fato de terem repetido, e ainda em uma performance de luxo, reforça a minha impressão de que estará em um próximo CD.

– Romancing SaGa: “Overture” ~ “Opening Title”

Grande mistério a série Orchestral Game Concert ser tão atenciosa para jogos da Square no começo da década de 1990, como Final Fantasy, Secret of Mana, Seiken Densetsu 3 e Chrono Trigger, e Romancing SaGa ter ficado de fora mesmo com tamanha popularidade, ao menos pelo que noto na quantidade gigantesca de arranjos de fãs. Quase como uma obrigação, logo na primeira edição, o Press Start 2006, tocou a “Overture ~ Opening Title”, aproveitando a estupenda orquestração da “Overture ~ Opening Title” feita para o controverso remake do PlayStation 2 da faixa originária do Super Famicom. Como aqui e como nas duas apresentações contou com a performance do compositor Kenji Ito no piano. Reprisaram uma vez, beleza, mas nas próximas ocasiões podiam pensar em uma música diferente da série – e faixas boas não faltam do próprio Ito, do Masashi Hamauzu…

[via PRESS START]

Press Start 2010: os artistas do concerto

Por Alexei Barros

Com 13 números e a atualização da relação de músicos que participará do Press Start 2010 no dia 11 de setembro em duas apresentações, acredito que o set list foi finalizado, isso sem contar os prováveis dois segmentos reservados para o bis que são surpresa, e geralmente vêm de jogos conhecidos. Se o distanciamento e a inexistência de gravações da plateia (era feliz em 2007 e não sabia) é motivo para arrefecer a minha expectativa, o programa neste ano quase enterra a ansiedade, como abundam as reprises em decorrência da comemoração dos cinco anos. De bombástico mesmo apenas a trinca Muramasa, New Super Mario Bros. Wii e Metal Gear Solid: Peace Walker. Mother e Zelda, não obstante contemplados no passado, terão segmentos nunca antes executados. Abaixo o set list, com a relação dos anos em que foram tocados. A ordem de jogos segue a divulgação, portanto não necessariamente o concerto vai proceder assim.

01 – Chrono Trigger & Cross (2008)
02 – NES Medley (2009; atualizado)
03 – Muramasa: The Demon Blade (novo)
04 – Mother (novo)
05 – New Super Mario Bros. Wii (novo)
06 – The Legend of Zelda (novo)
07 – Metal Gear Solid: Peace Walker (novo)
08 – Wild Arms (2008)
09 – Namco Arcade Medley 2010 (2006; atualizado)
10 – Final Fantasy X (2009)
11 – ICO (2006)
12 – Mega Man 2 (2008)
13 – Rhythm Heaven (2009)

Como dito, tal qual em 2009 o site oficial adiantou a relação de instrumentistas e cantores convidados que comentarei individualmente, pois permite vislumbrar como serão as performances.

Kanagawa Philharmonic Orchestra

Volta para o palco do Tokyo Metropolitan Art Space a mesma orquestra do Press Start 2008 e do Orchestral Game Concert 5 que iniciou a trajetória em março de 1970. Estará bastante ocupada no que tange aos concertos de games, porque também participará do Distant Worlds Returning home nos dias 6 e 7 de novembro. É versátil, porque além de récitas, óperas e balés, está habituada com apresentações de música pop – uma descrição que lembra a Tokyo City Philharmonic Orchestra, que participou do Press Start 2006 e 2009.

Donna Burke

Pela primeira vez no Press Start uma cantora ocidental, uma australiana de voz elegante e poderosa capaz de cantar jazz, pop, soul e uma grande variedade de estilos. Se bem que é praticamente nipônica – além do inglês, o site dela tem versão em japonês. Burke interpretou tantas canções de games que seria possível fazer uma apresentação exclusiva: “hotarubi” (Tales of Legendia), “Life was a bore” (OutRun 2), “Journey’s End” (The Last Remnant), “God and Man Vocal Ver.” (God Eater) e por aí vai. No Press Start 2010, como adiantado, ela cantará a “Heavens Divide” do MGS: Peace Walker. Vale ressaltar ainda os dotes de letrista, dubladora (Angela em Silent Hill 2 e Claudia em Silent Hill 3), narradora (em Final Fantasy Crystal Chronicles), locutora (gravou a voz para os avisos na linha Tokaido Shinkansen de trens-bala no Japão) e até mesmo comediante, porque faz esquetes de improviso. O que preciso mencionar mais para falar que ela é talentosa?

Melody Chubak

Solista infantil é uma iniciativa arrojada. Uma vez encontrado um pimpolho que cante bem e não fique nervoso na hora das apresentações, é preciso procurar por outro com as mesmas características, porque aquele logo vai crescer e a voz vai ficar diferente obviamente. A renovação constante não deve ser tão tortuosa no Japão, onde nascem e são treinados prodígios a todo instante, mas chama a atenção que a única ocasião em que ocorreu isso foi no alemão Fifth Symphonic Game Music Concert, na “Intro Theme” (Ragnarok Online II) com o garoto Josef Krusek.

Cantar em um concerto de games aos 13 anos de idade (nasceu em 1997), definitivamente não parece ser um desafio para quem, aos quatro já gravava a “bu bu poruche ~LocoRoco Yellow’s Theme~” do LocoRoco. Proveniente de Tóquio, Melody Chubak é de família nipônica e canadense. Gravou diversos comerciais no Japão e apresentou de 2007 a 2009 o programa NHK Tensai TV Kun Max. Também participou de programas educacionais para o ensino de língua inglesa, e isso me leva a crer que cantará a “ICO -You Were There-”, com versos no idioma, e que em 2006 foi interpretada, mais prudentemente, pela experiente Maki Kimura. Por coincidência, Chubak nasceu dez anos depois que o britânico Steven Geraghty da versão original.

Suginami Junior Chorus

Curioso constatar que em todas as edições, somente uma vez, no Press Start 2007, houve a participação de um coral, o Press Start 2007 Chorus. Agora, contudo, trata-se de um coro infantil de longa tradição no Japão, que iniciou as atividades em 1964, e acumula participações em programas de TV, comerciais, animes e jogos, como a pitoresca “Inside a Picture Book (Arrange Version)” do álbum Bubble Symphony. Não restam dúvidas de que o Suginami Junior Chorus vai cantar no segmento de Mother (havia uma menção sobre isso no texto de revelação que acabei não compreendendo pelo tradutor), imagino que em versão semelhante à “Eight Melodies” do álbum arranjado Mother (1989). Além do encantamento provocado pela pureza das vozes pueris, a performance valerá pelo ineditismo – em que outro concerto de games teve um coral de crianças?

Haruo Kubota

Figura carimbadíssima do Press Start, o produtor, guitarrista e violonista também é frequente nos álbuns solo de Ryuichi Sakamoto e nos shows da cantora e pianista Akiko Yano. Neste ano, sua participação se dará nos medleys de Chrono Trigger & Cross e Wild Arms como em 2008 e imagino que também deve se estender ao MGS: Peace Walker, caso a performance tenha a intenção de ser fiel à canção original.

Shuhei Kamimura

Responsável pelo arranjo “Professor Layton and the Curious Village” do Press Start 2008 – única faixa do Press Start lançada oficialmente –, desta vez tocará piano. Dos números com ênfase no instrumento já selecionados, evidentemente que “At Zanarkand” (Final Fantasy X) é a de maior destaque, e colocará à prova a sua capacidade de interpretação.

Kohei Matsumoto

Com vasta experiência em apresentações e colaborações de álbuns em diversos estilos, Matsumoto nasceu em Osaka, e toca shakuhachi, tradicional instrumento de sopro japonês feito de bambu. Embora ao vivo a “Scars of Time” (Chrono Cross) seja costumeiramente executada com uma flauta convencional, na trilha original faz o uso do shakuhachi. Por isso, fica a dúvida se participará do segmento de Chrono. Mais provável que não, porque a introdução não foi aproveitada no medley pelo que ouvi na gravação chinesa do Press Start 2008. Mas é certeza absoluta que acompanhará a orquestra quando for a hora do Muramasa: The Demon Blade.

Takemi Hirohara

Natural de Tokai, Ibaraki, participou do Press Start 2008 no segmento do Samurai Shodown. Já na infância ganhou diversos prêmios de shamisen, e atualmente leciona. Muito provavelmente fará dupla com Kohei Matsumoto no medley do Muramasa, tocando um tsugaru-jamisen, cuja caixa de ressonância é geralmente revestida por pele de cachorro (no shamisen convencional é de gato), e o bachi (espécie de palheta) é menor. Com isso, o corpo do instrumento é sempre atingido ao toque, provocando um efeito percussivo mais denso.

Akihiro Hayakawa

Você olha para a foto e pergunta: o que raios ele está fazendo? Pode até parecer brincadeira, Hayakawa é um assobiador profissional. Nascido em Hyogo em 1977, leva muito a sério a arte do assobio, porque já venceu o concurso All Japan Whistling Contest #1  realizado em março de 2006, tendo ainda representado o Japão no The 34th International Whistlers Convention (IWC2007). Como jamais ouvi o Press Start 2008 em Tóquio não sei se o medley do Wild Arms teve algo parecido há dois anos, mas é evidente que os típicos assobios do velho oeste das músicas da Michiko Naruke, em especial a “Into the Wilderness” (Wild Arms), serão reproduzidos por ele.

[via PRESS START]

Press Start 2010: ICO, Mega Man 2 e Rhythm Heaven

Por Alexei Barros

A mais nova trinca de atualizações do set list do Press Start 2010 tem tudo para ser a última, pois totaliza 13 números, a menos que por comemorar os cinco anos da série seja feito um programa maior, o que duvido muito. Acredito que é a mais decepcionante de todas, porque os três jogos são reprises de concertos passados. Com um desânimo que normalmente não encararia o Press Start, vamos às novidades:

– ICO: “ICO -You were there-”

Em 2006, já existia Shadow of the Colossus. Mesmo assim, no concerto de estreia, o time de organizadores preferiu ir contra o hype e tocar o tema de encerramento do cult ICO, lançado em 2001 e, pelo que me consta, não vendeu lá muito bem no Japão. Escolhas como estas fizeram crescer o respeito para o concerto. No texto de anúncio, Kazushige Nojima salienta que ICO está prestes a completar dez anos (dá para acreditar?), e que ocasionalmente o joga, porque fica fascinado pelo conceito minimalista. Também relembrou o nome da compositora Michiru Oshima, que fez o arranjo especialmente para o concerto. Aliás, muito talentosa e que merecia ter performances de músicas de outros trabalhos mais obscuros (Genghis Khan e Taikou Risshiden, por exemplo, ambos da Koei). Como curiosidade, vale lembrar que a canção, na trilha original, era cantada pelo jovem britânico Steven Geraghty, nascido em 1987. Ao vivo, o garoto foi substituído pela Maki Kimura. Acredito que ela volte em 2010.

– Mega Man 2

De novo vou bater na mesma tecla das outras atualizações: por que Mega Man 2 mais uma vez e não Mega Man 3 ou Mega Man X? Pelo menos, o arranjo do Kazuhiko Toyama executado no Press Start 2008 era bem interessante (ouvi só o da versão chinesa), e valeu pelo pioneirismo – as energéticas músicas, uma das mais memoráveis de todos os tempos, jamais tinham sido orquestradas. Masahiro Sakurai, como em 2008, comunicou a novidade, falando a respeito do quanto ele gosta do jogo desde 1988.

– Rhythm Heaven: “Ninja”

Como que nunca teve Metroid e Donkey Kong, mas sim Rhythm Heaven não me pergunte, porque não faço ideia. O jogo de ritmo para DS conhecido no Japão como Rhythm Tengoku Gold originou no Press Start 2009 um segmento interativo à moda do Video Games Live, em que uma pessoa da plateia era convidada para subir ao palco e acompanhar o ritmo da música com tamborins. Pelo jeito, deve ter feito o maior sucesso, como Nobuo Uematsu comentou no texto.

Set list até o momento:

01 – Chrono Trigger & Cross
02 – NES Medley
03 – Muramasa: The Demon Blade
04 – Mother
05 – New Super Mario Bros. Wii
06 – The Legend of Zelda
07 – Metal Gear Solid: Peace Walker
08 – Wild Arms
09 – Namco Arcade Medley 2010
10 – Final Fantasy X

[via PRESS START]

Press Start 2010: Wild Arms, Namco Arcade Medley 2010 e Final Fantasy X

Por Alexei Barros

Se a última safra de novidades do Press Start 2010 chocava pela rapidez com que jogos recentes foram selecionados, nesta volta o amargor dos retornos, das meias-novidades. Ainda que desde 2006 os programas sejam os mais diversificados entre os concertos de game music, fico com a sensação que as escolhas andam em círculos em vez de partir para novos horizontes, com o perdão dos clichês. Por exemplo: por que mais uma vez Wild Arms e não Grandia? Por que Namco Medley e não Konami Medley? E, principalmente, por que “At Zanarkand” de novo?

– Wild Arms

E eu achando que as reprises eleitas pelo público haviam acabado. No Press Start 2008 o medley de Wild Arms serviu como uma coroação por todo o talento da compositora Michiko Naruke, que arranjou o segmento em parceria com a Natsumi Kameoka. Afinal, ela tem toda a carreira dedicada à série, a não ser por um ou outro jogo, como o The Wizard of Oz: Beyond the Yellow Brick Road, aquele RPG para DS que perdeu o charme do anagrama do RIZ-ZOAWD no título japonês. Com performance de Haruo Kubota no violão para ajudar a recriar o clima de velho oeste que permeia a trilha, o número passeava mais até por seleções do Wild Arms 2 do que do Wild Arms original. Claro que a “Into the Wilderness” não faltou. Ao que tudo indica no depoimento de Shogo Sakai, que comentou que a melodia evoca sentimentos de tristeza e coragem, será o mesmo arranjo para este ano.

– Namco Arcade Medley 2010

A Namco não só é proprietária de marcas poderosas, como também de arcades famosíssimos no começo da década de 1980. Época sem internet e sem celulares que Kazushige Nojima diz se lembrar ao ouvir as músicas das máquinas de fliperama. Na primeira apresentação, no Press Start 2006, foi tocado um medley com jogos da empresa, mas como o título do segmento mostra e o depoimento confirma, a configuração de 2010 será diferente. No final, Nojima insinua que Tower of Druaga e Libble Rabble estão confirmados. Só não entendo que em 2006 não teve, acredite você, Rally-X e, mais incrível, Pac-Man, e vai ser pior ainda se pelo menos o come-come de 30 anos recém-completos não aparecer novamente.

– Final Fantasy X: “At Zanarkand”

Com todo o respeito… DE NOVO? Verdade que não acontece um concerto exclusivo de Final Fantasy no Japão desde 2006, o Voices, que já não teve o tema de abertura do FFX, mas, convenhamos, a mim já cansou. A música, com aquele mesmo arranjo magistral do Shiro Hamaguchi que estreou no 20020220 que insere a participação da orquestra ao solo de piano da original, tinha sido tocada ano passado no Press Start 2009 no bis. Inclusive arrancou lágrimas de Nobuo Uematsu na primeira apresentação. Mesmo assim, não vejo objetivo nesta repetição, ainda que o público continue a clamar pela faixa do jogo que está prestes a completar uma década, como lembrado pelo próprio Uematsu. E “Decisive Battle” que é bom, nada…

Set list até o momento:

01 – Chrono Trigger & Cross
02 – NES Medley
03 – Muramasa: The Demon Blade
04 – Mother
05 – New Super Mario Bros. Wii
06 – The Legend of Zelda
07 – Metal Gear Solid: Peace Walker

[via PRESS START]

Press Start 2010: New Super Mario Bros. Wii, The Legend of Zelda e Metal Gear Solid: Peace Walker

Por Alexei Barros

A mais recente leva de atualizações do programa do Press Start 2010, que acontece no cabalístico dia 11 de setembro com duas apresentações, corrobora aquilo que já disse muitas vezes quando levanto a bola do concerto japonês. Ao mesmo tempo em que tece homenagens aos jogos antigos, o set list é antenado para as novidades. O que dizer quando o título de uma das seleções foi lançado no Japão em 28 de abril de 2010? E o outro em dezembro de 2009?

– New Super Mario Bros. Wii

Mais chocante seria se já tivesse Super Mario Galaxy 2, mas, calma, uma coisa de cada vez – e acredito que 2011 é que virá SMG2. Realmente me pegou de surpresa tal escolha, totalmente inédita – de novo outra vez mais uma vez Super Mario Bros. 1 não, por favor. O que chegou mais perto disso foi a “End Credits” do New Super Mario Bros., só que o de DS, no Fifth Symphonic Game Music Concert (2007), com arranjo do Yuzo Koshiro.

Não entendi muita coisa pelo tradutor do que disse o maestro Taizo Takemoto. Ele se refere a uma interjeição relacionada a um determinado tipo de fase do jogo. Isso mostra que ainda não joguei o New Super Mario Bros. Wii, apesar de ser ferrenho defensor do 2D. Vamos fazer assim, você finge que leu isso aqui, porque quando descobrir atualizo e aviso pelo Twitter. Combinado?

– The Legend of Zelda: “Main Theme”

Quem acompanha o blog há mais tempo há de se lembrar que na véspera do lançamento do Super Smash Bros. Brawl, eu repetia no final de cada post que o Yuzo Koshiro faria um arranjo da “Green Hill Zone” especialmente para o jogo, em estado de absoluto êxtase causado pela confirmação de Sonic como lutador. A campanha foi um fracasso completo (a faixa veio em versão original), mas Koshirão arranjou uma das mais lendárias composições dos games, o tema principal do Zelda, que adquiriu uma roupagem no melhor estilo John Wiliams que ele sabe fazer tão bem.

No texto de revelação, Shogo Sakai relembrou o processo de desenvolvimento do Brawl, quando eles estudavam qual música do universo da Nintendo combinaria melhor com o estilo de cada arranjador. Quando conversaram, o tema do Zelda ainda não havia sido designado para ninguém, então em um encontro com a equipe com Koshirão, partiu dele a iniciativa de arranjá-la. Quando a versão ficou pronta, o looping era de cinco minutos, em contraste com o padrão do Brawl de dois pela duração enxuta das lutas. Não importou, ficou assim mesmo. Sakai terminou enaltecendo a variação de instrumentos nas frases melódicas.

Como rememorado no site, será a terceira vez que Press Start toca Zelda. Nas duas outras, em 2006 e 2007, foi executado o “The Legend of Zelda Medley 2006”, que não só inclui o tema, como faz homenagens a The Link to the Past e Ocarina of Time. Retrocesso? Seria inaceitável se fosse o mastigado ao cubo “Legend of Zelda Theme” do Toshiyuki Watanabe do Orchestral Game Concert,  mas é do Yuzo Koshiro. Está perdoado.

– Metal Gear Solid: Peace Walker:  “Heavens Divide”

Quem diria que do tema principal do Metal Gear Solid 2 no Press Start 2006, a série de concertos pularia a “Snake Eater” (Metal Gear Solid 3) – verdade seja dita, não empolga muito a versão japonesa, que perdeu todo o pique James Bond da americana – ou então qualquer uma do Metal Gear Solid 4 direto para a canção-tema do episódio para PSP. O que mostra o quanto a música composta e arranjada pelo Akihiro Honda é espetacular.

A cantora australiana Donna Burke, que já coleciona participações em diversos jogos, como Tales of Legendia, The Last Remnant, God Eater e até mesmo OutRun 2, inclusive a interpretou ao vivo no evento de lançamento do Peace Walker no Japão, com instrumentação similar à versão em estúdio, com teclado, baixo elétrico, violão, bateria e conjunto de cordas. Milagrosamente, a apresentação foi gravada. Vergonhosamente, não a publiquei. Faço agora. A diferença principal para o Press Start é que será uma orquestra completa, como comentado por Masahiro Sakurai no depoimento repleto de referências ao jogo, não apenas alguns violinos. Também não apostaria no teclado e no baixo. Mas a Donna Burke, que é quem mais importa, estará lá no dia do concerto.

Set list até o momento:

01 – Chrono Trigger & Cross
02 – NES Medley
03 – Muramasa: The Demon Blade
04 – Mother

[via PRESS START]

Press Start 2010: Chrono Trigger & Cross, NES Medley, Muramasa: The Demon Blade e Mother

Por Alexei Barros

Desde que o site oficial do Press Start 2010 foi inaugurado para a revelação do concerto tudo estava inerte, às moscas, mesmo tendo passado muito tempo após o fim da eleição da reprise que findou dia 30 de abril. Até que hoje a página foi atualizada não com um, nem dois, mas já adiantando quatro segmentos do programa, infelizmente sem detalhar quais as faixas de cada número como em 2009. E os ingressos estão à venda. Não fiquei muito empolgado com as novidades (ou seriam meias-novidades?), com exceção de uma deveras interessante que constava na minha wishlist. Além dos comentários dos organizadores foram publicadas mensagens dos fãs. Vamos ver o pouco que entendi:

– Chrono Trigger & Cross

De novo? Será a terceira vez que o Press Start toca algo da série. Em 2007 foi um segmento arroz com feijão do Trigger, adaptado do Orchestral Game Concert 5, e em 2008 um medley abarcando músicas também do Cross que foi executado no bis. Trata-se de uma das reprises escolhidas pelo público, e me refiro evidentemente ao medley que há dois anos foi presenciado por Yasunori Mitsuda. De acordo com o maestro Taizo Takemoto, a performance foi bem recebida na ocasião e ainda impressiona. A título de curiosidade, eis a seleção:

“Epilogue ~ To Beloved Friends” (Chrono Trigger)
“Chrono Trigger” (Chrono Trigger)
“Frog’s Theme” (Chrono Trigger)
“Decisive Battle with Magus” (Chrono Trigger)
“Radical Dreamers” (Chrono Cross)
“To Far Away Times” (Chrono Trigger)
“The Scars of Time” (Chrono Cross)

Não apenas pelas faixas, principalmente pelo arranjo, se é que dá para considerar muito o que escutei pela apresentação chinesa do Press Start, não tem nem comparação com a “Fantasy III (Chrono Trigger & Cross)” do Symphonic Fantasies. Justo por isso que não consigo ficar animado, ainda mais sendo uma reprise.

– NES Medley

Em 2009, o Press Start estreou um segmento que mais se aproxima do Video Games Live pela interação com o público. Era um medley de jogos do NES, não só da Nintendo como de outras produtoras. Conforme se ouvia a música, o espectador era instigado a acompanhar a melodia com as palmas caso a reconhecesse até que o telão mostrava o nome do jogo para conferir se estava correto. Foram duas configurações diferentes para cada apresentação, tarde e noite, com seleções interessantes, como Kid Icarus, Ghosts ‘n Goblins, Mappy e Yie Ar Kung-Fu. A fórmula deu certo de acordo com o roteirista Kazushige Nojima. E se entendi corretamente, os títulos deste ano serão diferentes. Ainda bem!

– Muramasa: The Demon Blade

Opa, aqui começou o Press Start 2010. Antes de mais nada, é preciso frisar este momento raro da natureza porque enfim um concerto japonês profissional vai tocar Hitoshi Sakimoto! Ogre Battle, Final Fantasy Tactics, Valkyria Chronicles e, claro, Final Fantasy XII seriam algumas das escolhas que se imaginaria em um primeiro momento, mas o que importa no caso não é o compositor, e sim um estilo preponderante da trilha do jogo de plataforma do Wii conhecido no Japão como Oboromuramasa, que foi recomendada a mim pelo Farley. Seguindo a tradição iniciada por Samurai Shodown (2008) e Okami (2009), o segmento de Muramasa: The Demon Blade trará na companhia da orquestra, instrumentos nipônicos tradicionais, como o shamisen.  Se compreendi bem o texto do Masahiro Sakurai, será um medley com duas faixas, “Introduction” e “Impermanence”, ambas de autoria do Sakimoto – outros instrumentistas do estúdio Basiscape o auxiliaram neste trabalho.

– Mother

Dos retornos foi o que mais gostei, afinal aquele sensacional “Mother Medley” é do hoje longínquo Press Start 2006. E detalhe muito importante: o arranjo será totalmente inédito, é intitulado “Mother 2010”, e possui músicas do primeiro Mother e não do Earthbound e Mother 3 como há quatro anos. Shogo Sakai, que muito provavelmente é o arranjador, lembrou que a “Eight Melodies” é utilizada no aprendizado de música no Japão e recordou do álbum Mother de 1989, ressaltando a vocalista e o coral de crianças. Será que o segmento deste ano terá os mesmos elementos?

[via PRESS START]


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