Arquivo para dezembro \31\-03:00 2017

Kirby 25th Anniversary Orchestra Concert: um concerto improvável, mas muito bem-vindo

Quem poderia imaginar que Kirby teria o seu próprio concerto antes de Super Mario, Metroid e Donkey Kong?

Por Alexei Barros

De todas as séries da Nintendo, Kirby era uma das menos prováveis a ganhar um concerto dedicado, mesmo que a pelota rosa já tenha rolado no Orchestral Game Concert, Dairantou Smash Brothers DX Orchestra Concert, Press Start e LEGENDS. Kirby repete o que aconteceu com Zelda em 2011 e Fire Emblem em 2015 quando essas séries completaram 25 anos de vida, mas isso não é uma regra entre as franquias da Nintendo: Super Mario foi agraciado com muitos shows próprios, mas não teve um espetáculo exclusivo com orquestra quando comemorou 25 anos em 2010 nem depois.

E não foram poucas as apresentações do Kirby 25th Anniversary Orchestra Concert, apesar de obviamente não chegar a ser uma turnê. Primeiro foi no dia 16 de abril no Bunkamura Orchard Hall em Tóquio, com uma performance à 13h30 e outra às 18h com a participação da Tokyo Philharmonic Orchestra. Depois, um repeteco ocorreu no dia 18 de junho, no Orix Theater em Osaka com a Osaka Symphony Orchestra. E, para completar, no dia 20 de julho a Tokyo Philharmonic Orchestra voltou para o Bunkamura Orchard Hall para tocar o concerto que foi transmitido em vídeo pelo serviço pago Nico Nico Live. Eu cheguei a ver um segmento do Kirby Air Ride que foi publicado no YouTube, mas essa gravação foi pulverizada da internet.

Em todas as ocasiões, Taizo Takemoto, o maestro Press Start, assumiu a regência. Falando em Press Start, o criador de Kirby, Masahiro Sakurai, e o responsável pelos arranjos, Shogo Sakai, ambos da produção da extinta série de concertos, também estavam entre os convidados do espetáculo. Considerando que é a mesma equipe, curiosamente os dois arranjos já produzidos – Kirby’s Dream Land no Press Start 2009 e Kirby Air Ride no Press Start 2012 – não foram reutilizados. Apenas um medley, do Kirby: Squeak Squad e Kirby & The Amazing Mirror, não foi arranjado por Sakai, mas sim pela novata Megumi Ohara, que entrou para a HAL Laboratory em 2015. Curiosidade: ela nasceu em 1991 e, como Kirby, também estava com 25 anos na época da realização do concerto.

Não tenho condições de avaliar as seleções do set list por causa do meu desconhecimento da série, mas, a julgar pelos elogios em redes sociais, o concerto foi bem abrangente, dando oportunidade para jogos que dificilmente seriam tocados em espetáculos com músicas de outras franquias.

De maneira inacreditável, o concerto foi publicado em áudio e vídeo. Estão disponíveis os pacotes com dois CDs, dois CDs e um DVD ou então dois CDs e um Blu-ray – o segundo disco chamado de Kirby Memorial Arrange tem arranjos variados com big band, banda, chiptune e até vocal. Porém, não pense você, fã de Kirby, que para adquirir qualquer um desses três produtos basta gastar uma nota preta no Play-Asia ou CD Japan. Os lançamentos são exclusivos da loja virtual ValueMall, que faz a grande gentileza de não entregar para fora do Japão – uma saída é contratar serviços de intermediários, o que obviamente encarece o produto para preços ainda mais estratosféricos. Não bastasse isso, as encomendas só são permitidas por tempo limitado.

Segue abaixo o set list. Chamo a atenção que o número do bis foi diferente para cada apresentação, mas ambos apareceram no último concerto em Tóquio. Geralmente não gosto de listar os medleys sem detalhar as músicas (o que muito fantasticamente foi feito no report da Famitsu), mas vou ficar devendo dessa vez, já que a inexistência de diversas trilhas originais em CD e o falecimento do Goear, serviço pelo qual eu havia subido milhares de músicas, dificultaram a manutenção desse hábito.

Os samples da gravação do concerto e do disco Kirby Memorial Arrange podem ser conferidos no site oficial.

Ato I
01. “Kirby 25th Anniversary Grand Opening”
02. “Kirby’s Adventure Medley”
03. “King Dedede & Meta Knight Tag Medley”
04. “Kirby’s Dream Land 2 Friends Medley”
05. “Kirby’s Dream Land 3 & Kirby 64: The Crystal Shards Medley”
06. “Kirby Super Star Medley”

Ato II
07. “Kirby Air Ride Medley”
08. “Kirby & The Amazing Mirror & Squeak Squad Medley”
09. “Kirby Ball Medley”
10. “Kirby Triple Deluxe Medley”
11. “Kirby Planet Robobot Medley”
12. “Kirby’s Return to Dream Land Medley”

Bis
13. “Tomorrow is a New Day” (Kirby’s Dream Land)
14. “Milky Way Wishes” (Kirby Super Star)

A apresentadora Nozomi Yuzuriha, a arranjadora Megumi Ohara, o maestro Taizo Takemoto, o arranjador Shogo Sakai e a outra apresentadora Mirin Furukawa em um daqueles altos papos que acontecem entre um segmento e outro

[via VGMdb, Kirby Wikia, Promax, Famitsu, Game Watch]

Metal Gear in Concert: o início sólido de uma turnê certa na hora errada

Metal Gear Solid 3: Snake Eater abre o concerto por ser cronologicamente o primeiro jogo na história da série

Por Alexei Barros

Se me perguntassem anos atrás uma série que teria potencial para render um concerto, uma das respostas seria Metal Gear. Praticamente todas as apresentações e turnês de game music já tocaram diferentes músicas da franquia, que reúne um grande repertório musical e imensa popularidade mundial. Ficava fácil imaginar a viabilidade de um espetáculo dedicado. Isso anos atrás. Esse dia enfim chegou, mas tinha que ser justo depois que o criador Hideo Kojima saiu daquela forma que todo mundo sabe da Konami? E nesse momento de “expectativa” por Metal Gear Survive?

De qualquer forma, a série completou 30 anos em 2017, e o Metal Gear in Concert estreou no dia 30 de julho no Orix Theater em Osaka com performance da Osaka Symphony Orchestra. Uma segunda apresentação foi feita no dia 2 de agosto no Tokyo International Forum Hall A em Tóquio, dessa vez com a participação da Tokyo Philharmonic Orchestra. Ambos os espetáculos tiveram a regência do australiano Nicholas Buc, que também foi o responsável pelos arranjos. A julgar pelo seu site oficial, ele não tem experiência em games, mas já regeu diversos concertos com músicas de cinema, além de compor para filmes e documentários. A cantora Donna Burke, também da Austrália, participou das duas apresentações de uma forma que detalharei mais adiante.

Em relação ao set list, achei muito bacana a ideia de o programa ser na ordem cronológica da história da série, com medleys dos principais jogos. Só lamento que, apesar de o concerto não se chamar Metal Gear “Solid” in Concert, os dois primeiros jogos para MSX2, Metal Gear e Metal Gear 2: Solid Snake, foram ignorados. O único consolo é que a “VR Training”, presente no segmento de Metal Gear Solid, resgata as músicas “Operation Intrude N313” e “Theme Of Tara” da trilha do Metal Gear de 1987. Até por isso fiquei com a impressão que essa música sem relação direta com o jogo principal ficou meio deslocada. Aliás, falando de Metal Gear Solid, não entendi a ausência da marcante “Encounter” pela quantidade de vezes que ela toca durante o jogo.

Minha maior dúvida em relação ao espetáculo é se o tema principal da série assinado por Tappy Iwase – justamente uma das músicas mais memoráveis de Metal Gear –, aparece de alguma forma nesses medleys, já que a Konami abandonou a composição após a revelação de que ela era fortemente inspirada em dois segmentos assinados pelo russo Georgy Sviridov. Além da “METAL GEAR SOLID” Main Theme na versão do Metal Gear Solid 3, a “Debriefing” do mesmo jogo e a “Freedom to Decide” do Metal Gear Solid 2 fazem referências à melodia proibida. Tem que ver isso aí….

Tirando certas faixas instrumentais, sem dúvidas as músicas cantadas estão entre as mais icônicas, mas há dois problemas com relação a isso. Algumas das canções são licenciadas, como a “The Man Who Sold The World” do David Bowie (The Phantom Pain) ou a “Here’s To You” do Ennio Morricone (Metal Gear Solid 4). Essas e todas outras não foram lembradas e honestamente não fizeram falta.

O outro contratempo é que as cantoras originais são de épocas e origens completamente diferentes e me parecia ser impossível reunir todas para um concerto estilo Voices: music from Final Fantasy – inclusive a cantora da “Can’t Say Good-bye to Yesterday” (Metal Gear Solid 2), Carla White, faleceu em 2007.

A solução foi entregar para a Donna Burke não só as músicas que ela já interpretava originalmente (“Sins of the Father” do The Phantom Pain e “Heavens Divide” do Peace Walker), como também a “Snake Eater”, cantada no jogo pela Cynthia Harrell. É exatamente o que a Susan Calloway faz com as diferentes canções de Final Fantasy no Distant Worlds. Isso é um sinal da intenção de o Metal Gear in Concert virar uma turnê, pois ter apenas uma cantora facilita bastante as visitas do concerto em outros países – estão previstas apresentações na América do Norte e na Europa.

Porém, olhando para o set list, estão listadas duas músicas que originalmente são cantadas e ela não participou. A primeira é a “Love Deterrence” (Peace Walker), que tem a voz da Nana Mizuki na versão original. Por uma coincidência interestelar, dá para ver um trecho do arranjo instrumental dessa canção em uma das gravações amadoras que foram publicadas no canal do YouTube da Donna Burke. J-pop ou J-rock orquestrado não tem como ser diferente: ficou espetacular.  E, para ser sincero, faz uma bela contraposição com a maioria maciça de faixas cinematográficas e pouco melódicas.

A outra música, para minha decepção, é a “The Best Is Yet To Come”, que originalmente é cantada no idioma gaélico pela Aoife Ní Fhearraigh. Não consigo imaginar que uma versão sem voz consiga manter a sublimidade da canção, mas não vou criticar o que não ouvi. O mais curioso é que a própria Donna Burke tinha feito um arranjo da “The Best Is Yet To Come”, dessa vez com os versos cantados em inglês, para o álbum Metal Gear Solid Vocal Tracks. Se fosse para cantar essa versão, para mim seria melhor nem ter vocal como de fato aconteceu. Confesso que o arranjo não me agrada nem um bocado, já que tira vários elementos que considero essenciais, como a arrepiante introdução a cappella (“An cuimhin leat an grá…”), a flauta de pã que dá o “toque de Yasunori Mitsuda” à música, o bouzouki que foi substituído pela harpa e até mesmo a participação menos presente dos back vocals (na versão em inglês são apenas dois, enquanto que na original é um coral de dez vozes). Fora a letra incompreensível que é parte do charme.

Curiosamente, no mesmo álbum Metal Gear Solid Vocal Tracks a Donna Burke também fez covers da supracitada “Can’t Say Good-bye to Yesterday” (Metal Gear Solid 2), além da “Love Theme” (Metal Gear Solid 4), cantada em hebraico pela Jackie Presti no jogo, e até mesmo da “Quiet’s Theme” (The Phantom Pain), que é interpretada originalmente pela Stefanie Joosten (e que ela própria cantou ao vivo no The Game Awards 2015). As três canções não estão no programa, mas em tese Donna Burke se garantiria em qualquer uma delas.

Outra lamentação é a ausência de compositores importantes da série. Claro que eu não iria imaginar o Tappy Iwase fazendo um solo de bateria, mas o Norihiko Hibino seria um nome bem-vindo no saxofone, apesar de mal ter participado das trilhas do Metal Gear Solid 4 e Peace Walker e nem passar perto do Metal Gear Solid V.

Ainda fico no aguardo do CD do concerto, mesmo com todas as ressalvas. O canal YongYea fez o grande favor de reunir em um único vídeo todos os trechos avulsos publicados da apresentação em Osaka. Apesar de não ter dado para ouvir tão bem pelo áudio meio ruim da câmera, me chamou a atenção que a performance conta com bateria e baixo elétrico na companhia da orquestra, o que muitas vezes não acontece nesse tipo de concerto. Confira no fim do post.

Donna Burke participou de três canções do Metal Gear in Concert – apenas a “Snake Eater”, com a voz da Cynthia Harrell na trilha do jogo, não é cantada originalmente por ela

Set list

Ato I

01. “METAL GEAR SOLID” Main Theme ~ “Across The Border” ~ “The Pain” ~ “Fortress Sneaking” ~ “Sidecar – Escape From The Fortress -“ ~ “Takin’On The Shagohod” ~ “Troops in Gathering” ~ “Life’s End” ~ “Debriefing” (Metal Gear Solid 3: Snake Eater)
02. “Rain of Bane” ~ “Marshland” ~ “PUPA” ~ “Uninterrupted Signal” ~ “METAL GEAR SOLID PEACE WALKER Main Theme” ~ “Love Deterrence” (Metal Gear Solid: Peace Walker)
03. “Ground Zeroes” ~ “Bloodstained Anthem” (Metal Gear Solid V: Ground Zeroes) ~ “V Has Come To” ~ “Shining Lights, Even in Death” ~ “Sahelanthropus Dominion” ~ “Sins of The Father” (Metal Gear Solid V: The Phantom Pain)

Ato II
04. “VR Training” ~ “Intruder 1” ~ “Mantis’ Hymn” ~ “Hind D” ~ “Escape” ~ “The Best Is Yet To Come” (Metal Gear Solid)
05.  “Opening Infiltration” ~ “Olga Gurlukovich” ~ “Ray Escapes” ~ “Fortune” ~ “It’s the Harrier!” ~ “Battle” ~ “Freedom to Decide” (Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty)
06. “Old Snake” ~ “Gekko” ~ “Mobs Alive” ~ “Guns of the Patriots” ~ “Everything Ends” ~ “Father & Son” ~ “METAL GEAR SAGA” (Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots)

Bis
07. “Snake Eater” (Metal Gear Solid 3: Snake Eater)
08. “Heavens Divide” (Metal Gear Solid: Peace Walker)

Mais uma vez agradecido ao Fabão pelo link do report.

[via Metal Gear in Concert, 2083, Famitsu, NB Press Online, ameblog.jp]

Gyakuten Saiban 15th Anniversary Orchestra Concert: concerto de debutante na sala de justiça

Nove anos depois, o maestro Hirofumi Narita voltou à sala de justiça para reger a Tokyo Philharmonic Orchestra

Por Alexei Barros

A justiça tarda, mas não falha: no dia 6 de maio aconteceram as duas apresentações do concerto comemorativo Gyakuten Saiban 15th Anniversary Orchestra Concert, que celebrou os 15 anos da série Ace Attorney (na verdade, esse aniversário de debutante aconteceu em 2016, como o primeiro Gyakuten Saiban para Game Boy Advance é de 2001).

O concerto de estreia de Ace Attorney ocorreu lá em abril de 2008 e saiu em CD e DVD – realmente parece que foi outro dia –, com direito a um repeteco em setembro do mesmo ano que incluía dois números inéditos. De lá para cá, a série ganhou seis jogos:

– Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth (DS, 2009)
– Gyakuten Kenji 2 (DS, 2001; inédito nos EUA)
– Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies (3DS, 2013)
– Dai Gyakuten Saiban: Naruhodou Ryuunosuke no Bouken (3DS, 2015; inédito nos EUA)
– Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice (3DS, 2016)
– Dai Gyakuten Saiban 2: Naruhodou Ryuunosuke no Kakugo (3DS, 2017; inédito nos EUA)

Portanto, um novo espetáculo seria totalmente justificado. Como eu falei acima, foram realizadas duas apresentações no Tokyo Bunka Kaikan e cada uma teve três segmentos exclusivos. Dai Gyakuten Saiban 2 foi lançado em agosto de 2017, depois do concerto, e não chegou a ser representado no programa.

Eu demorei tanto para fazer o post que deu tempo de o álbum ser lançado no dia 13 de setembro (no fim do post, há um link do YouTube). Um aspecto muito importante é que a Capcom não deixou nenhuma música de fora, registrando todos os 13 segmentos em um CD duplo. Como em 2008, os arranjos foram feitos por Noriyuki Iwadare, com a performance da Tokyo Philharmonic Orchestra e a regência do maestro Hirofumi Kurita, que também conduziu os concertos de Monster Hunter.

As músicas mais icônicas, como o tema principal e dos personagens mais famosos, foram tocadas mais uma vez sem grandes surpresas, mas com muita nostalgia (a suíte dos três primeiros jogos é sempre primorosa). Porém, a meu ver, as suítes “Dai Gyakuten Saiban Suite” e “Dai Gyakuten Saiban Suite Continued” (com temas de personagens) referentes ao Dai Gyakuten Saiban é que roubaram a cena por causa da presença do acordeão em diferentes momentos da performance. Chegou a me lembrar Professor Layton (ironicamente, a série com quem Ace Attorney já teve um crossover). Eu certamente apreciaria ainda mais se tivesse jogado, porém não há planos de localização em inglês, infelizmente.

O espetáculo deu tão certo que um novo concerto de Ace Attorney já está marcado para o dia 15 de abril de 2018, também com duas apresentações nesse mesmo esquema de set lists diferentes para cada horário. O site oficial promete arranjos inéditos.

Nas suítes de Dual Destinies e Spirit of Justice, o público foi incentivado a falar em coro os bordões da série

Set list (apresentação 14h)

Ato I
01. “Phoenix Wright ~ Objection!” (Phoenix Wright: Ace Attorney)
02. “Gyakuten Saiban 5 Courtroom Suite” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies)*
03. “Gyakuten Kenji Meeting Suite” (Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth e Gyakuten Kenji 2)
04. “Gyakuten Kenji Suite – The Great Path” (Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth e Gyakuten Kenji 2)

Ato II
05. “Dai Gyakuten Saiban Suite” (Dai Gyakuten Saiban: Naruhodou Ryuunosuke no Bouken)
06. “Great Revival ~ Reiji Mitsurugi” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Justice for All)
07. “Mayoi Ayasato ~ Turnabout Sisters’ Theme” (Phoenix Wright: Ace Attorney)*
08. “Gyakuten Saiban 1~3 Courtroom Suite” (Phoenix Wright: Ace Attorney, Phoenix Wright: Ace Attorney – Justice for All e Phoenix Wright: Ace Attorney – Trials and Tribulations)*

Bis
09. “Dai Gyakuten Saiban Suite Continued” (Dai Gyakuten Saiban: Naruhodou Ryuunosuke no Bouken)
10. “Oo-edo Soldier Tonosaman” (Phoenix Wright: Ace Attorney)

Set list (apresentação 18h30)

Ato I
01. “Phoenix Wright ~ Objection!” (Phoenix Wright: Ace Attorney)
02. “Gyakuten Saiban 6 Courtroom Suite” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice)*
03. “Gyakuten Kenji Meeting Suite” (Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth e Gyakuten Kenji 2)
04. “Gyakuten Kenji Suite – The Great Path” (Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth e Gyakuten Kenji 2)

Ato II
05. “Dai Gyakuten Saiban Suite” (Dai Gyakuten Saiban: Naruhodou Ryuunosuke no Bouken)
06. “Great Revival ~ Reiji Mitsurugi” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Justice for All)
07. “Godot ~ The Fragrance of Dark Coffee” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Trials and Tribulations)*
08. “Gyakuten Saiban 4 Courtroom Suite” (Apollo Justice: Ace Attorney)*

Bis
09. “Dai Gyakuten Saiban Suite Continued” (Dai Gyakuten Saiban: Naruhodou Ryuunosuke no Bouken)
10. “Oo-edo Soldier Tonosaman” (Phoenix Wright: Ace Attorney)

*Segmentos exclusivos de cada apresentação.

 

[via Capcom, 2083, Famitsu, Gamer, Dengeki Online, 黒薔薇卿歓楽館]

Tokyo Gametakt 2017: Yuzo Koshiro na regência, Hiroshi Kawaguchi no piano, Ace Combat 04 e Lunar 2: Eternal Blue em um mesmo concerto

De DJ a maestro: Yuzo Koshiro regeu o medley de Etrian Odyssey e revelou que ficou nervoso na condução da orquestra

Por Alexei Barros

Da série “deveria ter feito este post meses atrás” e também da série “não acredito que nunca ouviremos este concerto”. No dia 6 de maio de 2017 ocorreram as duas apresentações do espetáculo Tokyo Gametakt 2017. Produzido pelo estúdio noisycroak, do compositor Hideki Sakamoto, o evento buscou reforçar a importância da game music como um elemento cultural reunindo mais de 20 representantes de peso no Japão.

Além do concerto, também foram realizadas palestras com os compositores. Na verdade, esta foi a segunda edição do evento – a primeira foi a Okinawa Gametakt 2014. Agora parece que a intenção é tornar a periodicidade deste festival mais regular, tanto que já foi confirmado o Tokyo Gametakt 2018 para o dia 4 de maio do ano que vem. Um dado curioso é que a organização está recrutando instrumentistas e coristas para participarem dos ensaios e da performance.

Mas voltando para o Tokyo Gametakt 2017, a performance da Ryukyu Philharmonic Chamber Orchestra no Ota Kumin Hall Aprico “Great Hall” teve um aspecto muito interessante e que se aplicava ao saudoso Orchestral Game Concert que é o rodízio de maestros. Isso fez com que acontecessem algumas situações inusitadas, como a de Yuzo Koshiro reger o medley de Etrian Odyssey – aliás, de acordo com o report da Famitsu, ele confessou estar bem nervoso na ocasião.

O set list está recheado de músicas de jogos atuais de nicho para telefones móveis e portáteis, mas, entre esses títulos e mais alguns números de Final Fantasy, me chamaram a atenção três segmentos bastante incomuns que beiram a sacanagem não poder ouvir na íntegra. O primeiro deles é a “Main Theme” do Space Harrier com direito ao próprio compositor Hiroshi Kawaguchi no piano. Já sonhava com a orquestração de qualquer música dele na época áurea de arcades da Sega (After Burner, Power Drift, mais OutRun etc.), só não imaginava ele participando de uma performance orquestral.

Dos teclados da S.S.T. Band e [H.] para o piano acústico: Hiro participou da inesperada performance de Space Harrier

O segundo é a “Blue Skies”, tema dos créditos de Ace Combat 04. A “Zero” do Ace Combat Zero já tinha aparecido no Press Start algumas vezes, mas nunca poderia imaginar que iriam se lembrar dessa canção. A única ressalva que eu faço é que, pelo pouco que dá para ver no vídeo no fim do post, tocaram a versão original, não a adaptação “Blue Skies (Remix)” do Ace Combat 5 que pessoalmente me agrada mais. Pelo que entendi no tradutor do Google, o compositor Hiroshi Kubo estava preocupado com a performance da cantora SAK., já que foi desafiante cantar a música orquestrada sem nenhuma batida de referência por causa da síncope da canção.

E o terceiro e último segmento é de mais um jogo eternamente ignorado pelos concertos: Lunar 2: Eternal Blue, com a condução do próprio compositor Noriyuki Iwadare (ele já tinha regido um número no Gyakuten Saiban Special Courtroom 2008 Orchestra Concert). O set list do report da Famitsu não especificou quais faixas foram tocadas, mas o texto cita a música de abertura e temas de combate desse medley que teve arranjo do Iwadare.

Para deixar um gostinho, o canal do evento publicou um resumão em vídeo do concerto, mas adivinha se Space Harrier e Lunar 2: Eternal Blue aparecem? Pelo menos, como disse anteriormente, deu para conferir um pouco de Ace Combat 04. E no início Iwadare aparece regendo a suíte de Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice. Além disso, o canal do Hideki Sakamoto também publicou dois números completos de Bungo and Alchemist e Time Travelers. Também deixo os set lists com os links para as faixas originais (“set lists” no plural, porque o programa da apresentação da tarde foi bem diferente em relação à da noite).

Set list (apresentação 13h)

01. “Gate of Steiner” (Steins;Gate)
02. “Theme from Thousand Memories” (Thousand Memories) [regência: Keisuke Ito]
03. “Beast and Princess Medley” (Beast and Princess) [vocal: Haruka Shimotsuki]
04. “Main Theme” (Space Harrier)
05. “Awakening” (Final Fantasy XI)
06. “High Sky” (Terra Battle) [vocal: Akiko Kawano]
07. “Monster Strike Symphony 6th Movement ~Colossal~ (Game Takt Version)” (Monster Strike) [regência: Riichiro Kuwabara]
08. “The Days I’m Now Weaving” [String Quartet] (Noora to Toki no Koubou: Kiri no Mori no Majo)
09. “Blue Skies” (Ace Combat 04: Shattered Skies) [vocal: SAK.]
10. “Lunar 2: Eternal Blue Medley” (Lunar 2: Eternal Blue) [regência: Noriyuki Iwadare]
11. “Bungo and Alchemist” (Bungo and Alchemist) [regência: Hideki Sakamoto]
12. “Etrian Odyssey Medley 2017”: “Labyrinth I – Emerald Woodlands” ~ “Labyrinth V – The Fallen Capital of Shinjuku” (Etrian Odyssey) [regência: Yuzo Koshiro]
13. “Beyond the Sky” (Xenoblade Chronicles) [vocal: Sarah Àlainn]

Bis
14. “Blinded By Light” (Final Fantasy XIII)
15. “Glory” (Fortune Tellers Academy) [vocal: Sarah Àlainn/regência: Hideki Sakamoto]

Set list (apresentação 17h30)

01. “Main Theme” (Space Harrier)
02. “Juusei to Diamond” (Juusei to Diamond)  [regência: Keisuke Ito]
03. “Monster Strike Symphony 6th Movement ~Colossal~ (Game Takt Version)” (Monster Strike) [regência: Riichiro Kuwabara]
04. “You From a Distance” (Anata wo Yurusanai) [vocal: Akiko Kawano]
05. “Tokiwa-no-Orochi” (Toukiden 2) [regência: Hideki Sakamoto]
06. “Moujuutachi to Ohimesama Medley” (Moujuutachi to Ohimesama) [vocal: Haruka Shimotsuki]
07. “Gyakuten Saiban 6 Courtroom Suite” (Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice) [regência: Noriyuki Iwadare]
08. “Sweet Dreams” [String Quartet] (100 Sleeping Princes & the Kingdom of Dreams)
09. “City Music Medley” (série Wild Arms) [regência: Michiko Naruke]
10. “Sekai no Owari to Saigo no Kotoba” (Shoumetsu Toshi) [vocal: Emi Evans]
11. “Blue Skies” (Ace Combat 04: Shattered Skies) [vocal: SAK.]
12. “Promised Grace” (Final Fantasy Crystal Chronicles) [regência: Kumi Tanioka]
13. “Azure Revolution” (Valkyria Revolution) [vocal: Sarah Àlainn]

Bis
14. “Blinded By Light” (Final Fantasy XIII)
15. “The Final Time Traveler” (Time Travelers) [vocal: Sarah Àlainn/regência: Hideki Sakamoto]

Resumo

“Bungo and Alchemist” (Bungo and Alchemist)

“The Final Time Traveler” (Time Travelers)

Agradecido ao Fabão, que me me mandou o link do report séculos atrás.

[via Famitsu, 2083]

Project Octopath Traveler: um tema de combate imbatível


Por Alexei Barros

Uma das grandes promessas para o Switch em 2018, Project Octopath Traveler inicialmente me chamou mais a atenção pelo visual retrô. Por mais que todo J-RPG da Square Enix seja candidato a ter uma grande trilha sonora pelas tradições do estúdio, eu não estava tão interessado nesse aspecto sonoro do jogo até ouvir o tema de batalha exibido no vídeo abaixo.

A música bastante empolgante, com reminiscências de Bravely Default e jdk Band, é ilustrada por cenas dos instrumentistas gravando a trilha em estúdio. Em casos assim, a primeira coisa que busco saber é o compositor e, para minha surpresa, surgiu o nome de Yasunori Nishiki, que não conhecia. Porém, bastou ver o currículo dele para ver que esse não é um trabalho tão fora da curva assim. Antes de ser freelancer, ele trabalhou na Konami, onde foi o autor de trilhas da série Quiz Magic Academy, que tem músicas orquestradas fantásticas. Fico no aguardo do anúncio do álbum da trilha original, que ainda não foi confirmada.

[via VGMO]

Turrican – Orchestral Selections: Yuzo Koshiro arranja Chris Huelsbeck mais uma vez

Por Alexei Barros

Depois de ter lançado o Turrican II – The Orchestral Album em 2016 com a ajuda do Kickstarter, o compositor alemão Chris Huelsbeck voltou a usar o financiamento coletivo para um novo álbum orquestral da série Turrican, dessa vez com arranjos não só de Turrican II: The Final Fight, como também do Turrican original e de Turrican 3. O Turrican – Orchestral Selections foi lançado no dia 3 de dezembro e pode ser comprado digitalmente no Bandcamp por 15 dólares (ou então faixas avulsas por 2 dólares).

O detalhe que mais me chamou a atenção é que uma das músicas é arranjada por ninguém menos do que Yuzo Koshiro. O Koshirão inclusive já havia arranjado uma composição do Chris Huelsbeck para o concerto Symphonic Shades, a “Main Theme” (Jim Power in Mutant Planet), e o resultado foi não menos do que sublime. Isso sem contar as versões Retro Remix e Chiptune Arrange da “Main Theme” do Turrican II que o Koshiro arranjou e estão no Turrican Soundtrack Anthology – Maxi Single (como o nome sugere, obviamente não são arranjos orquestrados).

Nessa ocasião, quando fui ver qual a faixa escolhida, não podia acreditar que era justamente uma das minhas favoritas, a “Factory Action” (Turrican 3). Acho pouco provável que alguém tenha jogado o Turrican 3 no Amiga por estas bandas, porém essa mesma música aparece na primeira fase do Mega Turrican do Mega Drive (na verdade,  a versão para o console da Sega é a original, apesar de ter sido lançada depois do Turrican 3) e também na primeira fase do Super Turrican do SNES.

Não é possível ouvir uma amostra dessa música no Bandcamp, mas há poucos dias Huelsbeck compartilhou um megamix de sete minutos que passeia brevemente por todas as faixas no Soundcloud (clique ou ouça no fim do post) e nos poucos segundos já dá para perceber a genialidade do Koshirão em uma passagem pianística (4:58 no Soundcloud). Os demais arranjadores são todos nomes novos para mim: Robin Hoffmann, Matei Gheorghiu, Andreas Hedlund, Ingvar Karkoff, Hans Ek e Michael Fuchs.

Todas as músicas soam excelentes, mas, além da supracitada do Koshiro, duas me pareceram ainda mais maravilhosas, por sinal, ambas arranjadas pelo Robin Hoffmann. A quarta faixa, “Victory”, que corresponde ao tema de encerramento do primeiro Turrican… (2:15 no Soundcloud) Que música mais espetacular é essa? E a outra é a sétima, “Payment Day”, música de abertura do Turrican 3 (4:21 no Soundcloud). Estava mais acostumado a ouvir essa faixa no solo de piano no Symphonic Shades e é muito interessante que ela enfim tenha sido orquestrada.

Considerando tudo isso e que o álbum anterior Turrican II – The Orchestral Album já realizou meu sonho de ouvir “Traps” e “The Hero” orquestradas, a única música que faltou mesmo é a “Wormland” do Super Turrican 2. Quem sabe um dia…

Além da amostra do Soundcloud, deixo também um vídeo compartilhado pelo Huelsbeck que mostra um trecho da gravação da “Air Combat” (Turrican 3) com a performance da Norrköping Symphony Orchestra.

 

“Donkey Kong Country 2 Medley” – Donkey Kong Country 2 (Symphonic Gamers 2)

Por Alexei Barros

Embora seja reconhecido por muitos como um dos maiores jogos de todos os tempos – e parte desse mérito se deve pela trilha sonora –, Donkey Kong Country 2 é um jogo que, em termos de arranjos para orquestra, sofre da “síndrome de Sonic 2”. Enquanto existem ótimas releituras de ambos os jogos originais, as sequências não costumam ser muito lembradas pelos concertos.

No caso de DKC2 até existiu uma tentativa ou outra, porém nada que chegue perto da JAGMO (JApan Game Music Orchestra) neste medley. Eu costumo chamar essas orquestras japonesas de pró-amadoras, mas a JAGMO não tem absolutamente nada que dê para chamar de amador. Por algum motivo inexplicável, notei que ainda não tinha falado deles.

Além da performance exímia, a JAGMO conta com o grande atrativo de ter alguns concertos transmitidos na TV ou na internet, deixando para trás a obscuridade e secretismo que costuma ser inerente a essas orquestras japonesas – às vezes parece que quanto mais interessante o set list menor a probabilidade de ouvir o material. Este concerto em questão, batizado de Symphonic Gamers 2 e apresentado no NHK Hall, foi transmitido pela NHK e conta com uma excelente captação de imagens dos instrumentistas. Não bastasse mostrar na maior parte das vezes os músicos certos no momento exato, a legenda ainda identifica as diferentes faixas que compreendem o medley. A melhor parte disso é que o vídeo chegou aos ouvidos do próprio compositor David Wise, que elogiou a JAGMO no Twitter. O belo arranjo é de autoria da Erika Fukasawa, nascida em 1989.

Não existe maneira mais apropriada que abrir o medley senão com a “Fanfare”, seguida pela “K.Rool Returns”, música perfeita de início de uma longa aventura. A “Welcome to Crocodile Isle”, tema do mapa-múndi, ficou uma joia com solos de fagote, trompete e trombone. Em seguida, a “Jib Jig” aparece em um solo de oboé e depois com toda a orquestra em um trecho empolgante. E, usando a percussão e os martelos, o ritmo e as batidas da “Mining Melancholy” são reproduzidos de maneira inacreditavelmente fiel à original.

Em uma transição que não foi das melhores, devo admitir, surge o momento mais aguardado com a obra-prima “Stickerbrush Symphony” – inclusive dia desses David Wise disse no Twitter que a composição originalmente foi imaginada para uma fase aquática ou nas nuvens e que ela quase não entrou no jogo! Inicialmente no xilofone, depois no piano, a melodia é tocada magnificamente em um solo de violoncelo quando entra a bateria e as flautas. As cordas dão sequência à música, que volta para o xilofone. Um espetáculo. Não sou contra o uso de instrumentos elétricos e eletrônicos na companhia da orquestra (muito pelo contrário, aliás), mas é realmente impressionante que a faixa psicodélica tenha sido orquestrada com tamanha competência sem nenhum desses artifícios (como guitarra ou teclado).

Para terminar o medley, toda a urgência da “Haunted Chase” é exprimida pela orquestra. E o final… Que final é esse? Provavelmente faltaram certas músicas entre as mais marcantes (me vem à mente faixas como “Forest Interlude” e “Disco Train”), mas uma trilha com essa fartura é difícil de ter tudo em um único número. Ainda estou para ver alguém superar a JAGMO.

“Donkey Kong Country 2 Medley”
“Fanfare” ~ “K.Rool Returns” ~ “Welcome to Crocodile Isle” ~ “Jib Jig” ~ “Mining Melancholy” ~ “Stickerbrush Symphony” ~ “Haunted Chase”

Altamente agradecido ao Fabão pela dica.

Novo álbum Streets of Rage Perfect Soundtrack traz três músicas inéditas

Por Alexei Barros

Quando parecia que a coletânea Bare Knuckle Original Soundtrack da Wave Master seria o lançamento definitivo da série, eis que surge o álbum Streets of Rage Perfect Soundtrack publicado pela Wayô Records no dia 15 de dezembro. O CD traz, além da trilha sonora do primeiro Streets of Rage, três músicas inéditas que não foram aproveitadas na ocasião.

De acordo com o depoimento do Yuzo Koshiro no encarte, as composições eram muito similares às fontes de inspiração e nem chegaram a ser finalizadas. Ele também sugere que os fãs tentem imaginar quais fontes de inspiração eram essas.

Eu aprecio esse tipo de material que parece ter sido guardado em uma cápsula do tempo, porque foi algo feito naquele contexto e que não veio a público, não uma composição nova e influenciada que tenta replicar as características da época – seja do próprio compositor ou de um discípulo. O Yuzo Koshiro particularmente é pródigo em fornecer esse conteúdo, haja vista o álbum Misty Blue (1991) que traz faixas não aproveitadas de ActRaiser.

Por algum motivo desconhecido, o canal Spiele Soundtracks já havia publicado a trinca de músicas inéditas antes mesmo do lançamento do álbum. É o caso de aproveitar. Vai que sai do ar…

“Rave Dance in the City”

“Skyscraper Night”

“Quiet Insanity”

Game Symphony Japan 21st Concert Atlus Special ~Persona 20th Anniversary~: entre tantos shows, um surpreendente concerto de aniversário


Por Alexei Barros

E falando em Persona orquestrado… No dia 6 de dezembro foi lançado no Japão o Blu-ray Game Symphony Japan 21st Concert Atlus Special ~Persona 20th Anniversary~, que corresponde ao concerto comemorativo de 20 anos da série Persona realizado no ano passado, em 25 de dezembro de 2016. O lançamento custa 7344 ienes, o equivalente hoje a indecentes 214 reais (com taxas e impostos, o negócio vai ainda mais longe).

A Game Symphony costuma fazer essas apresentações temáticas e esta foi a primeira vez em que um espetáculo deles saiu oficialmente. Antes disso, apenas dois números de Puyo Puyo daquele concerto temático da Sega da Game Symphony saíram na coletânea Puyo Puyo 25th Anniversary CD.

Eu gosto bastante dos shows com banda da série Persona que acontecem desde 2008, porém sempre sentia falta de um naipe de metais mais encorpado (só um saxofone?) e cordas em algumas músicas – por exemplo, sempre sonhei ouvir a “Signs of Love” com todos os violinos que a música tem direito. Na verdade, vou continuar sonhando porque essa faixa não foi tocada.

De qualquer forma, o set list buscou resgatar as raízes da série, com blocos de cerca de quatro músicas para cada jogo, desde o Persona original até Persona 5 – na época da realização da apresentação, o RPG do PlayStation 3 e 4 ainda nem tinha sido lançado nos EUA. A diferença que faz a performance de uma orquestra nas composições de Shoji Meguro fica evidente na amostra no vídeo abaixo que, entre algumas músicas, brilha com o tema de abertura “Wake Up, Get Up, Get Out There” de Persona 5 na voz da cantora Lyn.

Além dela, as cantoras Yumi Kawamura, Shihoko Hirata (figuras frequentes nos shows com banda) e Tomoko Komiya (cantora lírica da “Poem for Everyone’s Souls”) também participaram do concerto que teve a performance da Tokyo Chamber Orchestra e do Tokyo Philharmonic Chorus, com regência do maestro Kenichi Shimura. Pelo vídeo, deu para ver que uma banda com bateria, baixo, guitarra e teclado também tocou em uma mistura interessante com a orquestra.

Como bônus, o Blu-ray ainda contém números extras tocados em apresentações passadas, com direito até a uma música de Persona Q: Shadow of the Labyrinth (pena que não é a estupidamente fantástica “Disturbances – The One Called from Beyond” do Yuzo Koshiro).

Tracklist:

Game Symphony Japan 21st Concert – 25/12/2016 (Suntory Hall)
01. “Poem for Everyone’s Souls” (Revelations: Persona)
02. “Opening” (Revelations: Persona)
03. “Legends Awaken” (Revelations: Persona)
04. “Battle ~ Tesso” (Shin Megami Tensei: Persona)
05. “Between Life and Death” (Revelations: Persona)
06. “Snow Queen” (Revelations: Persona)
07. “Opening” (Persona 2: Innocent sin.)
08. “Knights of the Holy Spear” (Persona 2: Innocent Sin.)
09. “Joker Theme” (Persona 2: Innocent Sin.)
10. “Kimi no Tonari” (Persona 2: Innocent Sin – PSP)
11. “Opening” (Persona 2: Eternal Punishment)
12. “Maya Theme” (Persona 2: Eternal Punishment)
13. “Boss Battle” (Persona 2: Eternal Punishment)
14. “Change Your Way” (Persona 2: Eternal Punishment)
15. Burn My Dread (Persona 3)
16. “Heartful Cry” (Persona 3)
17. “Because I Will Protect You” (Persona 3)
18. “Memories of You” (Persona 3)
19. “Pursuing My True Self” (Persona 4)
20. “I’ll Face Myself -Battle-“ (Persona 4)
21. “Mist” (Persona 4)
22. “Never More” (Persona 4)
23. “Wake Up, Get Up, Get Out There” (Persona 5)
24. “Life Will Change” (Persona 5)
25. “Beneath the Mask” (Persona 5)
26. “Our Beginning” (Persona 5)
27. Hoshi To Bokura To (Persona 5)
28. “「Hymn No.109」Silent Night, Holy Night”
29. “Satomi Tadashi Pharmacy Song” (Shin Megami Tensei: Persona)
30. “Jika Net Tanaka” (Persona 3)
31. “Persona Ondo” (Persona 2: Innocent Sin.)
32. “Battle for Everyone’s Souls” (Persona 3)

Game Symphony Japan 18th Concert – 13/08/2016 (Tokyo Metropolitan Theatre Concert Hall)
33. “Poem for Everyone’s Souls” (Revelations: Persona)

Game Symphony Japan 19th Concert – 27/11/2016 (Tokyo Opera City Concert Hall)
34. “changing me” (Persona Q: Shadow of the Labyrinth)
35. “Price” (Persona 5)
36. “Satomi Tadashi Pharmacy Song” (Shin Megami Tensei: Persona)
37. “Jika Net Tanaka” (Persona 3)
38. “Persona Ondo” (Persona 2: Innocent Sin.)
39. “Junes Theme” (Persona 4)

[via Mastard Records]

The Game Awards 2017: o despertar para a game music do Japão

Por Alexei Barros

Performances musicais costumam ser comuns no The Game Awards, mas nesta edição de 2017 o evento foi permeado por três números orquestrais, além de uma música da banda francesa Phoenix. Se não estiver me esquecendo de nada, apenas no Spike Video Awards 2012, como a premiação era chamada na época, uma orquestra apresentou um medley com os candidatos a jogo do ano na ocasião.

Antes de comentar a parte sinfônica, preciso fazer uma confissão: eu tenho uma bronca com essas participações de orquestras em eventos ocidentais. Enquanto no Japão isso acontece com a maior trivialidade há tempos, no Ocidente o negócio costuma ser feito nas coxas ou então apresentar músicas pouco interessantes ou até mesmo tediosas. Falo isso quando me lembro da E3 2011 num tempo em que a Nintendo ainda fazia conferências ao vivo com uma orquestra de estudantes meio desencontrada tocando Zelda. A conferência da Sony na E3 2016 com abertura de God of War me pareceu mais caprichada, mas não achei a música executada tão fora de série.

Por isso, não tinha muita expectativa para o The Game Awards 2017 nesse aspecto musical, porém fui bastante surpreendido pelo resultado, ainda que nem tudo seja perfeito como veremos. Os três números foram tocados pela não tão numerosa The Game Awards Orchestra, que foi reforçada por talentosos instrumentistas adicionais posicionados à frente do palco.

– Abertura

O formato de medley, mesmo que seja basicamente uma sucessão de músicas simples, é um dos meus favoritos, desde que exista alguma relação entre as escolhas, o que não parece ser o caso na abertura do evento – a menos que eu tenha perdido alguma coisa. Por mais que fosse aleatório, ao menos o medley poderia se destacar em alguns pontos… O problema é que as músicas foram tocadas tão rapidamente, em tão poucos segundos, que ficou difícil reconhecer as faixas ou mesmo ter tempo o suficiente para apreciar as melodias, especialmente considerando que o telão não avisava de qual jogo era a música que estava sendo executada. Não acho o telão fundamental, mas já que estava lá… Aproveito inclusive para agradecer o comentário do Júlio César no YouTube detalhando todas as músicas, o que me poupou horas de pesquisa e tentativas de identificar cada pedaço (muitas eu provavelmente nunca descobriria).

A “Life Will Change” do Persona 5 é impactante logo de início, mas não entendo muito bem a ideia de interromper o solo de guitarra do nada – ainda mais sendo esta tocada por ninguém menos do que Synyster Gates, da banda Avenged Sevenfold. Outro momento curioso é o solo do bizarro otamatone da Michaela Nachtigall (violinista da fantástica banda Tetrimino, que eu ainda preciso falar a respeito) durante a música de Super Mario World.

Pesquisando aqui e ali consegui descobrir todos os instrumentistas extras e, entre eles, destaco a Tina Guo, violoncelista chinesa que já tocou em várias trilhas de filmes (Mulher-Maravilha), games (Journey, Assassin’s Creed Syndicate, Call of Duty: Black Ops III) e até lançou no início deste ano um álbum solo com arranjos de músicas de jogos chamado Game On!.

Otamatone: Michaela Nachtigall
Guitarra: Synyster Gates
Violoncelo: Tina Guo
Flauta: Pedro Eustache
Baixo: Jerry Watts Jr.
Violino: Molly Rogers e Leah Zeger
Bateria: Satnam Ramgotra

“Life Will Change” (Persona 5) ~ “Main Theme” (Dragon Age Inquisition) ~ “Main Theme” (The Witcher 3: Wild Hunt) ~ “Main Theme” (The Last of Us) ~ “Opening Theme” (The Secret of Monkey Island) ~ “Botanic Panic” (Cup Head) ~ “Overworld” (Super Mario World) ~ “At Doom’s Gate” (Doom) ~ “Dragonborn” (The Elder Scrolls V: Skyrim) ~ “Journey” (Destiny 2) ~ “Techno Syndrome” (Mortal Kombat) ~ “Main Theme” (The Legend of Zelda)

– Overwatch

Não havia me atentado para a trilha sonora do popular FPS multiplayer da Blizzard, mas fui surpreendido por uma bela peça orquestral neste espaço dado ao GOTY 2016, ainda que bem diminuta. Ouvi mais melodias do que costumo encontrar nos outros jogos da casa. Como este número não é exatamente o que me motivou a fazer o post, confesso que não me dei ao trabalho de identificar as faixas executadas. Mas fica o registro.

– GOTY 2017

Diferentemente da abertura, que foi meio aleatória, este medley tinha um razão de existir e, para completar, as músicas de cada jogo foram tocadas por mais tempo e com imagens ilustrativas. Repetindo o que foi feito no Spike VGA 2012, foi apresentado um medley dos candidatos a GOTY. A diferença é que, dessa vez, a parte musical dos jogos é infinitamente mais interessante. Ver jogos tão recentes, com muitos representantes japoneses… Acho que não cometo nenhuma heresia se falar que eu senti um gostinho do extinto Press Start nessa miscelânea.

Logo de início, Tina Guo mostra a que veio no violoncelo, sendo acompanhada pouco depois pela flauta do venezuelano Pedro Eustache que confere uma sonoridade latina ao tema emotivo de Horizon Zero Dawn (de certa forma presente bem de leve no início da faixa original). Muito brevemente Eustache também brilha em Zelda, mas são os violinos é quem mais se destacam.

O que vem depois é o momento “para tudo”: Persona 5? Com orquestra? Com baixo elétrico? Uns anos atrás se me falassem que um jogo japonês como Persona 5 iria aparecer em uma apresentação ocidental dessas (ainda mais em um evento não focado especificamente em game music) eu não ia acreditar. Além dos violinos afiadíssimos da Molly Rogers e da Leah Zeger, eu mais uma vez preciso elogiar a participação de Eustache nesse momento. Na faixa original não tem nada parecido com flauta e é realmente surpreendente que uma composição moderna, ainda que japonesa, combinasse tanto com suas assopradas no ritmo da música. No próprio YouTube, Eustache comentou que ele mesmo desenhou e produziu em uma impressora 3D um bocal de uma Bulul (flauta oblíqua da Armênia) e o adicionou à sua flauta tranversal.

Em uma boa transição, o medley segue para o sucesso Playerunknown’s Battlegrounds com a música menos melódica da performance. Li muitos comentários irônicos de que o jogo nem sequer tem trilha sonora e, para completar, não consegui identificar a faixa (aparentemente, o tema do menu da atualização de novembro de 2017 é a que chega mais perto entre as faixas que escutei).

Eu já estava morto desde o Persona 5 quando observo incrédulo a Kate Higgins entrando para o palco para cantar a “Jump Up, Super Star!” que elogiei tanto no post passado. Seria perfeito se não fosse um detalhe. De maneira muito suspeita, o sincronismo labial da cantora não bate com a música, e a performance vocal soa parecida demais com a original. Muito provavelmente, Higgins não se sentiu confiante o bastante para cantar ao vivo, embora parecesse estar com a letra na ponta da língua. Pelo menos, os metais e o baixo de Jerry Watts Jr. deram o tom na envolvente canção jazzística.

Violoncelo: Tina Guo
Flauta: Pedro Eustache
Baixo: Jerry Watts Jr.
Violino: Molly Rogers e Leah Zeger
Bateria: Satnam Ramgotra
Vocal: Kate Higgins

“Aloy’s Theme” (Horizon Zero Dawn) ~ “Main Theme” (The Legend of Zelda: Breath of the Wild) ~ “Rivers in the Desert” (Persona 5) ~ (Playerunknown’s Battlegrounds) ~ “Jump Up, Super Star!” (Super Mario Odyssey)

A maior ironia do evento, como muitos já comentaram no YouTube e no Twitter, é que NieR:Automata venceu o prêmio de melhor trilha sonora de 2017 e não teve nenhuma música tocada durante a apresentação (diferentemente de Doom em 2016). De qualquer forma, um jogo japonês ganhar esse prêmio ocidental também me parecia algo impossível uns anos atrás. Basta relembrar que na época do Spike VGA, trilhas como Shadow of the Colossus e Super Mario Galaxy nem sequer foram nomeadas. Ou nem precisa ir tão longe e ver que Bloodborne também não foi aventado nessa categoria. Tirando isso, fica na memória a boa impressão deixada pela The Game Awards Orchestra, que, a julgar pela descrição no site oficial, estreou neste ano para tocar em futuras edições do evento.


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