Archive for the 'Distant Worlds' Category

Distant Worlds music from Final Fantasy 2023: um sonho distante que enfim virou realidade no Brasil

O nome da turnê é uma referência à música homônima “Distant Worlds”, tema de encerramento da expansão Chains of Promathia de Final Fantasy XI cantado originalmente por Izumi Masuda – Foto: Rafael Strabelli

Por Alexei Barros

Iniciada em 2007 por ocasião do aniversário de 20 anos da série Final Fantasy, a turnê Distant Worlds produzida pelo maestro Arnie Roth enfim aterrissou em território brasileiro em 2023 com uma apresentação em São Paulo no dia 28 de setembro e outra no Rio de Janeiro em 1 de outubro. Por muitos anos, eu achava que isso seria quase impossível, mas comecei a ficar mais otimista a partir do Piano Opera 2016 por causa da inacreditável vinda de Nobuo Uematsu ao Brasil. Foram mais sete anos para virar realidade – 16 anos de espera no total!

Por mais que o país tenha milhares de jogadores e o mercado nacional esteja cada vez mais consolidado, o fato de o Brasil ser subdesenvolvido parecia ser um elemento determinante para ficar fora da rota dessas apresentações que costumam acontecer na América do Norte, Europa, Ásia e Oceania. Afinal de contas, devem ser levados em conta custos elevados de produção, viabilidade comercial para todos os envolvidos, espaço na agenda das casas de espetáculo, datas para ensaios da orquestra local etc. Porém, no caso do Distant Worlds, havia um agravante: a turnê já tinha visitado dois países da América do Sul na década passada: Argentina em 2013 e Chile em 2014. Para completar, o Brasil, mais especificamente São Paulo, teve em 2018 o Kingdom Hearts: Orchestra e, em 2019, o Kingdom Hearts Orchestra – World of Tres- (este com presença da Yoko Shimomura!). Ou seja, se havia público brasileiro para concertos tão específicos assim de uma série da Square Enix – ainda que com o apelo turbinado pela popularidade dos filmes da Disney –, como era possível a turnê da mais famosa franquia da gigante dos RPGs nunca ter vindo ao país? Ao menos, vontade não faltava. “Na verdade, temos tentado trazer o Distant Worlds para o Brasil há anos! Estou muito feliz por finalmente estarmos nos apresentando no Brasil!”, afirma Arnie Roth em declaração ao site Final Fantasy Brasil. Sergio Murilo Carvalho, diretor da Conexão Cultural, empresa que viabilizou a visita da turnê, revelou em entrevista para o IGN Brasil que as negociações começaram em 2016 ou 2017, mas a agenda apertada do Distant Worlds dificultou o processo. Era claro que havia uma demanda enorme para isso, pois o anúncio dos espetáculos no país aconteceu no dia 6 de julho, e dois meses depois os ingressos do Espaço Unimed em São Paulo quase esgotaram – apesar de que no Jeunesse Arena no Rio de Janeiro deu para ver muitos assentos vazios. Belo Horizonte e outras praças chegaram a ser discutidas, mas não puderam por falta de datas livres da turnê, que tem um concerto marcado em Singapura para o dia 6 de outubro.

Antes da récita, ao conferir o site oficial do Distant Worlds, eu fiquei cético com um aspecto: “O vencedor do Grammy, Arnie Roth, conduz a Orquestra Sinfônica Villa Lobos e coro – mais de 100 músicos no palco tocando as amadas músicas de Nobuo Uematsu, Masayoshi Soken e muitos mais”. O site do Cine in Concert foi mais específico, falando em “90 músicos e 32 coralistas”. O motivo da preocupação: a Villa Lobos era justamente a orquestra que tocou na maioria das apresentações do Video Games Live no Brasil, incluindo o VGL 2009 (na qual eu contabilizei cerca de 25 instrumentistas e 15 coristas), além do já citado Kingdom Hearts Orchestra – World of Tres- (que eu não pude comparecer). Felizmente, meu pessimismo foi embora ao visualizar várias fileiras de cadeiras em cada lado do palco e seis contrabaixos apoiados no chão, sendo possível constatar que a Villa Lobos estava em sua formação completa ou então foi reforçada para a ocasião. Se não foram exatamente 90 instrumentistas, provavelmente foi um número perto disso. E devo dizer que a performance da Villa Lobos foi muito competente. Posicionado à esquerda do palco, o Coral Lírico Villa Lobos (cujo nome eu só ouvi no anúncio de Arnie Roth na apresentação e não vi no material de divulgação), foi bem ensaiado e estava em bom número (30 pessoas), mas não tinha uma potência vocal avassaladora, o que é esperado pela faixa etária mais jovial dos coristas que foram selecionados dentre mais de mil candidatos.

Como não se tratava de uma sala de concerto com tratamento acústico, os instrumentos e coristas foram microfonados. Eu ouvi alguns leves esbarrões nos microfones em dados momentos, mas nada que comprometesse a performance que, diferentemente do VGL que usa playback como suporte, foi 100% realizada ao vivo. Considerando que as partituras que foram tocadas não são extremamente desafiadoras e não exigem virtuoses (como seria, por exemplo, o pianista da “Final Battle” do FFX), bastava que os números fossem devidamente ensaiados por esses músicos – em cada cidade, quem comprou o ingresso podia assistir ao ensaio final realizado horas antes da apresentação sem custos adicionais.

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Distant Worlds: music from Final Fantasy The Journey of 100: quase sem novidades

Por Alexei Barros

Se eu já estava atrasado comentando sobre concertos que aconteceram há meses, o que dizer deste que foi organizado quase três anos atrás? Mesmo sem empolgar muito, me sinto na obrigação de falar dos lançamentos do Distant Worlds e notei que tinha faltado comentar este e o próximo que pelo menos é mais recente.

Distant Worlds: music from Final Fantasy The Journey of 100, como o nome sugere, foi a centésima apresentação da turnê que aconteceu em janeiro de 2015 e foi lançada em Blu-ray em agosto do mesmo ano.  É o terceiro concerto registrado em vídeo do Distant Worlds, sucedendo o DVD Returning Home (2011) e o Blu-ray The Celebration (2013).

O espetáculo se deu em Tóquio, com a Tokyo Philharmonic Orchestra e o DWFF Tokyo Choir sob a regência de Arnie Roth. A cantora americana Susan Calloway, que costuma cantar todos os temas vocais da série, esteve presente, mas a “Melodies of Life” foi cantada pela artista original do Final Fantasy IX, a Emiko Shiratori.

Os álbuns em estúdio da turnê, como o Distant Worlds III que saiu antes deste Blu-ray, não creditam individualmente os arranjadores. Porém, os lançamentos em vídeo têm esse cuidado, o que permite confirmar algumas suspeitas. Quando fiz posts dos segmentos “Balance is Restored” e “Character Theme Medley” do Final Fantasy VI, eu não sabia quem eram os arranjadores. Pois bem, a “Balance is Restored”, que é basicamente a parte final da “Ending Theme”, foi arranjada pelo Hiroyuki Nakayama (aquele mesmo pianista que veio duas vezes para o Brasil) e era a que eu tinha gostado mais, apesar de estar longe do ideal, que é ter o tema completo. Já a “Character Theme Medley”, que apresenta uma transição muito ruim, foi feita pelo próprio Arnie Roth e o seu filho Eric Roth. A “Rose of May” do Final Fantasy IX eu imaginei algo semelhante. Parecia elaborada demais para ser feito pelo Arnie Roth, que é bastante literal em suas partituras. Não é que o arranjo também é do Hiroyuki Nakayama?

Posto isso, comento os dois segmentos novos que estrearam especificamente na apresentação desse Blu-ray The Journey of 100. Por ora, não há os registros completos dos números em questão no YouTube, então tive de apelar para os vídeos incompletos do canal da Square Enix. Em compensação, clicando nos nomes das músicas, é possível ouvir os arranjos gravados em estúdio para o álbum Distant Worlds IV, que ainda vou abordar melhor em um post futuro.

14. “Torn from the Heavens” (Final Fantasy XIV)
Original: “Torn from the Heavens”

Composição: Masayoshi Soken
Arranjo: Yoshitaka Suzuki e Shota Nakama

Liberada na versão orquestrada como bônus para download do álbum Heavensward: Final Fantasy XIV Original Soundtrack, esta peça imponente e magnífica chama a atenção por dois pontos. O primeiro deles é não ser uma composição de Nobuo Uematsu, mas sim do mexicano Masayoshi Soken, um dos nomes mais importantes da safra de compositores mais novos da Square Enix. O outro é o arranjo ser de uma dupla inusitada formada por Yoshitaka Suzuki, que tem um currículo impressionante por jogos como Metal Gear Solid 4, Bayonetta e Final Fantasy XIII-2; e Shota Nakama, o líder da Video Game Orchestra que vem conquistando cada vez mais espaço nas gravações das trilhas das séries Final Fantasy e Kingdom Hearts. Não sei mensurar qual a porcentagem de participação de cada um no arranjo, mas a performance incisiva do coral chama a atenção. Esta e outras adições recentes mostram que enfim a turnê está mais aberta a músicas que não são compostas pelo Nobuo Uematsu.

19. “Jenova Complete” (Final Fantasy VII)
Original: “Jenova Complete”

Composição Nobuo Uematsu
Arranjo: Hiroyuki Nakayama

Também conhecida por “Jenova Absolute” ou “Perfect Jenova”, dependendo da tradução, esta faixa eu confesso que estava fora dos meus radares quando só depois me lembrei que ela aparece em um arranjo supremo no terceiro movimento “The Planet’s Crisis” da sinfonia de Jonne Valtonen para o concerto/álbum Final Symphony. Mesmo assim, acho que há espaço para esta releitura por ser um número avulso e, diferentemente da versão do finlandês, ela usa coral. Mais um arranjo competente de Hiroyuki Nakayama, que conseguiu captar bem o caos da música sintetizada. Por que não acionam mais ele?

“Light Eternal” – Lightning Returns: Final Fantasy XIII (Distant Worlds 2014 em Londres)

Por Alexei Barros

Mais um segmento novo (ou já seria velho?) que eu quase passei batido – o número nem foi incluso nos lançamentos mais recentes do Distant Worlds. E trata-se de uma adição bastante curiosa por ser de uma sequência direta. Todos sabemos da dificuldade que é a turnê tocar músicas de jogos derivados ou spin-offs. Por exemplo, Final Fantasy X-2 nunca foi executado no Distant Worlds – a “1000 Words Orchestra Version” do FFX-2 apareceu por um milagre no Beginning of Fantasy, concerto realizado na Indonésia. E outro fato curioso é a escolha ser do Lightning Returns, sem passar antes pelo antecessor Final Fantasy XIII-2.

A “Credits – Light Eternal -“ original tem mais de dez minutos de duração e é um medley que contém trechos de músicas assinadas não só pelo Masashi Hamauzu, como também pelo Mitsuto Suzuki e Naoshi Mizuta. Este último e Yohei Kobayashi fizeram o arranjo da peça para o jogo. Porém, a performance do Distant Worlds compreende apenas os quatro minutos finais do tema de encerramento. Essa parte corresponde a uma variação mais calma do acelerado tema de combate “Blinded by Light”, já presente no repertório da turnê, tendo estreado no DVD Returning Home e depois aparecido no álbum Distant Worlds III. Ou seja, um número um tanto redundante. E não curto muito a ideia de a música inteira não ter sido executada na íntegra, assim como tinha acontecido com a “Ending Theme” do Final Fantasy VI.

“Hymn of the Fayth ~ The Sending” – Final Fantasy X (Distant Worlds 2014 em Londres)

Por Alexei Barros

Este post deveria ter sido publicado uns quatro anos atrás (!), mas somente com os lançamentos recentes do Distant Worlds foi possível concluir que este é (ou era na época) um arranjo novo do Final Fantasy X.

Já existia uma versão a cappella “Hymn of the Fayth” (também conhecida por “Song of Prayer”) que o Masashi Hamauzu fez para o Voices. Eu só não tinha certeza se essa versão do Distant Worlds reaproveitava alguma coisa dessa partitura, mas não é o caso. Registrado em estúdio no Distant Worlds III e ao vivo no Blu-ray Distant Worlds: music from Final Fantasy The Journey of 100, o novo segmento na verdade foi arranjado pelo próprio maestro do espetáculo Arnie Roth e pelo filho Eric Roth.

Enquanto o arranjo do Hamauzu começa com todos os homens do coral e depois continua também com as mulheres, essa nova versão explora mais os solos dos coristas. A performance tem início com um solo de tenor entoando os versos com sílabas em japonês que não fazem sentido, mas escondem um significado seguido pela soprano.

O coral entra na parte que corresponde à “The Sending” e não existia na versão do Hamauzu por ter o acompanhamento da percussão, conferindo a atmosfera tribal tão presente em Final Fantasy X. Pessoalmente, tenho outras preferências na trilha do RPG do PlayStation 2 (não vou me estender para os jogos da geração 16-bit porque seria covardia), mas não deixa de ser uma música com um tom diferente e ameno em relação às faixas pomposas e bombásticas com coral.

– “Hymn of the Fayth ~ The Sending”
Originais: “Hymn of the Fayth” ~ “The Sending”

Samples do Distant Worlds III


Por Alexei Barros

Daqui a menos de uma semana, no dia 21 de janeiro, o álbum Distant Worlds III: more music from Final Fantasy será lançado no Japão. A track list tinha sido anunciada e por ela já dava para perceber que o disco não será dos mais caprichados, com muitas músicas redundantes, especialmente do FFXIII e FFXIV. A novidade é que o site da Square Enix liberou samples de todas as músicas e, apesar da minha falta de empolgação, dá para se animar com alguma coisa ou outra.

Para começar, as duas faixas do FFVI –  “Character Theme Medley” e  “Ending Theme (short version)” – me pareceram bastante promissoras, mesmo que elas pudessem ser uma coisa só, ou seja, a “Ending Theme” completa. Em relação à primeira, o sample pega bem o trecho do tema “Locke”, que não estava acostumado a ouvir orquestrado, ainda mais com essa qualidade.

Uma suspeita minha que se confirmou é que a “Balamb GARDEN” do álbum vai ser exatamente a “Balamb GARDEN ~ Ami” do CD FITHOS LUSEC WECOS VINOSEC, uma vez que a faixa não tinha sido anunciada com a “Ami”. O arranjo, que foi preparado pelo Shiro Hamaguchi, inclusive vai ser tocado no final de janeiro em New Jersey. Essa partitura não foi executada nas produções anteriores ao Distant Worlds, apesar de o FITHOS LUSEC WECOS VINOSEC ter sido publicado em 1999. De resto, nada muito a acrescentar sobre os samples, a não ser para elogiar a limpidez e graciosidade da voz da Susan Calloway na “Kiss Me Good-bye”.

No dia posterior ao lançamento do Distant Worlds III, 22 de janeiro, a turnê vai fazer a sua centésima apresentação desde que começou a excursionar pelo mundo em 2007. O concerto comemorativo de nome Distant Worlds: The Journey 100 vai acontecer em Tóquio, com a Tokyo Philharmonic Orchestra, e a efeméride vai se estender ao dia 24 em Osaka, com a Osaka Theater Philharmony Orchestra. Acredito que vão aproveitar a ocasião para registrar mais um Blu-ray/DVD, já que o Returning Home (2011) e o The Celebration (2013) também foram gravados no Japão.

Para conferir os samples, basta entrar no site da Square Enix. O player tem um esquema meio chato que obriga a você permanecer na página: se você abrir novas abas ou janelas a música para de tocar.

[via Square Enix]

“Rose of May” – Final Fantasy IX (Distant Worlds 2014 em Londres)

Por Alexei Barros

Além da “Hunter Chance”, a turnê Distant Worlds acrescentou no repertório mais uma música do Final Fantasy IX que também estará registrada no álbum Distant Worlds III: a “Rose of May”. Trata-se de uma adição muito interessante: por ser um solo de piano, a faixa pede muito mais criatividade para o arranjo e a orquestração, e esse tipo de trabalho, quando bem executado, costuma resultar em peças fabulosas – vide a “Zanarkand” original no piano e a “Zanarkand” orquestrada.

Por isso, eu suponho que quem faz o arranjo da “Rose of May”, que estreou em novembro de 2014 na visita a Londres do Distant Worlds, não foi o maestro e produtor da turnê, Arnie Roth. Como disse dezenas de vezes, ele costuma ser o mais literal possível e um arranjo orquestral de um solo de piano exige alguém mais inventivo.

A peça não começa da maneira óbvia que seria apenas com o piano, mas, sim, com uma bela participação das cordas, da flauta e do oboé. Só depois o piano ganha mais destaque, com a bela melodia da “Rose of May”. Sem muita demora, as cordas divinas voltam, com o piano cintilante. Após um trecho de muita pompa, o piano retorna e a flauta fica encarregada de terminar a performance. Um belo arranjo, sem dúvidas.

“Hunter Chance” – Final Fantasy IX (Distant Worlds 2014 em Londres)

Por Alexei Barros

Já cansei de falar sobre minha preferência pelas eras 8 e 16-bit da série Final Fantasy e o quanto elas são negligenciadas nos arranjos para orquestra (nos últimos tempos, nem tanto, é verdade), mas isso não exclui o fato de que ainda há muitas músicas para serem exploradas da trinca de jogos para o PlayStation.

É o caso da “Hunter Chance” (também conhecida por “Festival of the Hunt”) do FFIX, que inacreditavelmente ainda não tinha sido orquestrada e enfim estreou na apresentação em Londres da turnê Distant Worlds em novembro de 2014. Só por causa daquela explosiva versão “Hunter’s Chance”, arranjada pelo Tsuyoshi Sekito para o segundo álbum dos The Black Mages, fico na expectativa por qualquer outro tipo de arranjo dessa composição.

A maior parte das últimas partituras têm sido preparada pelo próprio maestro e produtor da turnê, Arnie Roth, que costuma fazer um bom trabalho, mas nada no nível de um Shiro Hamaguchi, o principal arranjador de Final Fantasy nos espetáculos da série. Por conta desse solo de trompete no início eu arrisco dizer que não é o Arnie Roth, visto que não há esse elemento na música original e ele costuma fazer arranjos literais. Traduzida para orquestra, a faixa consegue manter a empolgação da original, com alternâncias entre as cordas, as madeiras e os metais – os trombones são os que mais se destacam. O áudio só ficou um pouco prejudicado por causa da percussão, mas o iminente álbum Distant Worlds III vai permitir saber melhor se o arranjo é bom mesmo, seja lá quem tenha feito.

Distant Worlds III anunciado para janeiro; álbum terá 14 faixas

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Por Alexei Barros

Interrompo a sequência não planejada de vídeos do Distant Worlds para falar do… Distant Worlds. No dia 21 de janeiro de 2015 será lançado no Japão o álbum Distant Worlds III: more music from Final Fantasy com número de catálogo SQEX-10482. Como o nome diz, trata-se do terceiro disco gravado em estúdio da turnê de concertos produzida pelo maestro Arnie Roth.

Diferentemente dos dois discos anteriores lançados em 2007 e 2010, que tiveram a performance da Royal Stockholm Philharmonic Orchestra (de concertos como LEGENDS, além das apresentações do Symphonic Fantasies e Final Symphony na Suécia), as 14 músicas serão tocadas pela FILMharmonic Orchestra Prague, que já havia tocado no Final Fantasy Orchestral Album, além de diversas trilhas sonoras e dos espetáculos Second ao Fifth Symphonic Game Music Concert na Alemanha.

Agora confira a tracklist com links para as faixas originais antes das minhas considerações.

– Final Fantasy VI: “Character Theme Medley” (“Terra” ~ “Kefka” ~ “Celes” ~ “Locke”)
– Final Fantasy VI: “Ending Theme (short version)”
– Final Fantasy VIII: “Balamb GARDEN”
– Final Fantasy IX: “You’ re Not Alone”
– Final Fantasy IX: “Rose of May”
– Final Fantasy IX: “Hunter Chance”
– Final Fantasy X: “Song of Prayer ~ Farplane Sending”
– Final Fantasy XII: “Kiss Me Good-bye”
– Final Fantasy XIII: “Blinded By Light”
– Final Fantasy XIII: “Fabula Nova Crystallis”
– Final Fantasy XIV: “Answers”
– Final Fantasy XIV: “Primal Judgment”
– Final Fantasy XI, V e XIII: “Chocobo Medley 2012” [“Choc-a-bye Baby” (FFXI) ~ “Mambo de Chocobo!” (FFV) ~ “Chocobos of Pulse” (FFXIII)]
– Final Fantasy V, X e VII: “Battle & Victory Fanfare Medley” [“Clash on the Big Bridge” (FFV) ~ “Seymour Battle” (FFX) ~ “Those Who Fight” (FFVII) ~ “Fanfare” (FF)]

– Não há nenhuma música dos quatro capítulos iniciais da série, o que não chega a ser uma surpresa. Mas não me esqueço daquele medley exclusivo do FFIV do Press Start 2011 que algum dia precisa vir à tona.

– Os dois novos segmentos do FFVI que estrearam em junho na apresentação em Chicago e já publiquei por aqui são os que vão entrar no álbum. Considerando a quantidade de faixas redundantes que ainda vou citar e que ambos os números deveriam ser um só, dava muito bem espaço no CD para a “Ending Theme” aparecer orquestrada na totalidade dos seus 21 minutos. Decepcionante ler esse “short version”. No álbum não deveria ter desculpa para a versão completa.

– Por algum motivo, a “Balamb GARDEN” nunca foi tocada em concertos da série, mesmo a música do FFVIII tendo sido orquestrada pelo Shiro Hamaguchi no arranjo “Balamb GARDEN ~ Ami” do álbum FITHOS LUSEC WECOS VINOSEC. Muito provavelmente será a mesma partitura e apenas se esqueceram de citar a “Ami”.

– Em relação às faixas do FFIX, a “You’ re Not Alone” já é um arranjo conhecido do Shiro Hamaguchi que estreou no Tour de Japon. As outras duas são de fato releituras novas que debutaram novembro em Londres e ainda pretendo publicar por aqui.

– Não entendi muito bem por que o segmento “Song of Prayer ~ Farplane Sending” do FFX foi anunciado assim. A “Song of Prayer” já tinha sido tocada sozinha no Voices, mas na apresentação em Chicago de 2014 estreou um medley com as outras variações da “Song of Prayer” que aparecem ao longo do jogo. Muito provavelmente essa miscelânea é a que estará no álbum e se confundiram na nomenclatura.

– Já considerava um milagre a turnê tocar a “The Dalmasca Eastersand” do Hitoshi Sakimoto, mas é meio decepcionante ver mais uma rendição da “Kiss Me Good-bye”, a única composição do Nobuo Uematsu na trilha do FFXII. Isso porque a canção muito provavelmente deverá ter a voz da vocalista Susan Calloway como nas apresentações da turnê. A versão com a Calloway não é nada mal, mas ela não canta E toca piano como a Angela Aki fez na trilha original e também no concerto Voices.

– As faixas do FFXIII e FFXIV já foram registradas nos lançamentos das gravações ao vivo da turnê Distant Worlds. A “Blinded By Light” e a “Primal Judgment” estão no Returning Home, ao passo que a “Fabula Nova Crystallis” e a “Answers” estão nesse DVD e também no The Celebration. Com exceção da “Primal Judgment”, todas já eram orquestradas nas trilhas originais, multiplicando a redundância. Se fosse em vídeo, até daria para entender a presença delas para ver a performance da orquestra, mas será somente em áudio e, como nos concertos, muito possivelmente sem a presença da guitarra (no caso da “Blinded by Light” e da “Answers”). Bem que essas faixas podiam se retirar e ter dado licença para a “Ending Theme (full complete integral uncut extended master supreme version)” do FFVI…

– O “Chocobo Medley 2012” e o “Battle & Victory Fanfare Medley”, arranjos bem qualquer coisa, já tinham sido registrados em vídeo no The Celebration como comentei no outro post. Como dá para perceber, no geral, o álbum não parece muito esforçado em apresentar novidades realmente interessantes, como vem acontecendo, infelizmente, com outros produtos da turnê.

Grato ao Fabão por me alertar sobre a relação de faixas do CD.

[via Square Enix]

“Balance is Restored” – Final Fantasy VI (Distant Worlds 2014 em Londres)

Por Alexei Barros

Além do “Character Medley”, o outro segmento do Final Fantasy VI que estreou na apresentação de agosto em Chicago da turnê Distant Worlds para comemorar o aniversário de 20 anos do jogo foi o “Balance is Restored”. “Balance is Restored”? Não há uma música com esse nome na Final Fantasy VI Original Soundtrack

No post anterior eu não havia dito que era a oportunidade perfeita para enfim orquestrarem a “Ending Theme” em seus 21 minutos de duração? Por ora, a “Balance is Restored” é o que chega mais perto disso, pois é o trecho original do tema de encerramento que começa por volta de 11 minutos – depois disso toca o tema principal da série. Está longe do que considero o ideal, que evidentemente é a música em sua totalidade, mas ao menos dá um gostinho. O arranjo me pareceu muito decente pelas ótimas participações da flauta e não feito no improviso como outros segmentos da turnê. Se não me equivoco, o desfecho dessa versão orquestrada não é similar ao da faixa sintetizada. Curioso para saber quem foi o arranjador.

Como no outro vídeo, a gravação foi feita na apresentação em Londres e está em boa qualidade.

“Character Medley” – Final Fantasy VI (Distant Worlds 2014 em Londres)

Por Alexei Barros

Em 2014, Final Fantasy VI comemora 20 anos de existência, e felizmente a turnê Distant Worlds não deixou essa data passar em branco implementando novos segmentos do jogo no programa. O número que mais me chamou a atenção foi o “Character Medley”. Parecia promissor: o RPG do SNES é conhecido até hoje pelo maior elenco de personagens jogáveis da série, alcançando um total de 14 heróis. Mas… O problema é que o medley faz referência a apenas três deles e mais o vilão Kefka. Com só isso, fica fácil reclamar de qualquer um dos temas que faltaram, mas às vezes sinto que sou um fã solitário da “Edgar and Sabin”

A decepção aumenta ainda mais porque essa era a ocasião apropriada para enfim orquestrar oficialmente a “Ending Theme” na glória dos seus 21 minutos de duração, com alusões a todos os temas dos personagens e transições já prontas na faixa original. Tudo bem que um colosso desse tamanho complicaria a montagem do programa e é difícil de arranjar tanto tempo para ensaiar em uma turnê, mas acho que valeria a pena o sacrifício.

Ainda se os temas dos personagens escolhidos para o “Character Medley” fossem inesperados… A composição “Terra” já aparecia em um segmento próprio desde o 20020220 e “Celes” é uma variação da “Aria Di Mezzo Carattere”, que abre a ópera exaustivamente reproduzida em concertos da série. E não vejo muito sentido em colocar “Kefka” aí no meio. Evidentemente ele é um personagem do jogo, mas se supõe que um medley assim faça alusão aos heróis, não ao vilão… Fora que o mesmo tema já apareceu em versões mais refinadas no “Encore: Final Boss Suite” do Symphonic Fantasies Tokyo e no “Final Fantasy VI Symphonic Poem (Born with the Gift of Magic)” do Final Symphony.

A única surpresa é “Locke”, cuja orquestração exaltou o heroísmo e coragem do personagem. Se a transição da “Terra” e da “Kefka” ficou ok, dessa segunda para a “Celes” há um vazio. A única passagem realmente competente é da “Celes” para a “Locke”, o que não é coincidência: essa é a ordem na qual os temas dos dois personagens aparecem na “Ending Theme”.

O arranjo foi tocado pela primeira vez em agosto de 2014, na apresentação do Distant Worlds em Chicago, mas esse vídeo gravado em Londres em novembro está em qualidade superior em relação aos registros que encontrei da estreia. A performance é da Royal Philharmonic Concert Orchestra.

“Character Medley”
“Terra” ~ “Kefka” ~ “Celes” ~ “Locke”


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