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A volta de The Last Guardian

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Por Alexei Barros

Para mim, um dos grandes momentos da E3 2015 foi, sem sombra de dúvidas, a abertura da conferência da Sony com a volta de The Last Guardian. Revelado oficialmente na E3 2009, o jogo marcaria a estreia do minimalismo de Fumito Ueda no PlayStation 3, dando continuidade ao legado de ICO e Shadow of the Colossus em uma nova plataforma. Depois de mais duas aparições – TGS 2009 e TGS 2010 –, The Last Guardian ficou preso em um limbo de incertezas e falta de informações.

A expectativa já tinha se transformado em impaciência, depois em indignação e não demorou muito para prevalecer o conformismo: com tantos rumores, muitos já se acostumavam com o cancelamento de The Last Guardian. No final de 2011, surgiu a notícia de que Fumito Ueda tinha deixado a Sony, embora permanecesse trabalhando no jogo. Para saber de todo o vai e vem dos boatos, recomendo esta linha temporal compilada pelo Kotaku americano (que, aliás, precisava ser atualizada).

Na E3 2015 enfim foi esclarecido que Ueda fundou o gen DESIGN, que trabalha na parte criativa de The Last Guardian. Espero que depois desse jogo essa parceria com a Sony não acabe por aí – por exemplo, em uma relação parecida da que o estúdio Sora de Masahiro Sakurai teve com a Nintendo (inclusive essa softhouse nem existe mais).

O desenvolvimento de The Last Guardian começou em 2007, e tanta demora foi justificada por problemas técnicos, pois o PlayStation 3 não seria capaz de atender à visão que Ueda tinha para o projeto. Por mais que pareça uma desculpa esfarrapada (afinal, são oito anos!), outros game designers falaram a respeito da dificuldade de trabalhar com o hardware do PS3 – como Kazunori Yamauchi, criador de Gran Turismo. Com isso, The Last Guardian migrou do PlayStation 3 para o PlayStation 4, repetindo a história de ICO, cujo projeto começou no primeiro PlayStation, mas foi realocado para o PlayStation 2.

Um dos aspectos menos comentados do jogo até agora é a trilha sonora. O trailer da E3 2009 não mostrou muito esmero nesse aspecto, pois reciclava a “Opening Titles” do filme Miller’s Crossing, apesar de a música combinar belissimamente com a interação do garoto protagonista com o animal indefinido. Os demais vídeos, incluindo o trailer da E3 2015, trouxeram músicas sinfônicas incidentais, mas nada digno de chamar a atenção. Considerando o resultado primoroso da trilha sonora de Shadow of the Colossus, que parece melhorar a cada ano que passa, eu torceria para as músicas ficarem sob a batuta de Kow Otani. Nem sei se existiria uma opção melhor que ele.

Eu só espero que o jogo seja realmente lançado em 2016 como prometido. Passou tanto tempo que alguns até acham que The Last Guardian nem seria mais necessário nos tempos atuais da indústria, como neste artigo do Kotaku americano. Discordo frontalmente dessa visão, já que um jogo artístico com esse escopo e a sensibilidade única de Fumito Ueda é bem-vindo em qualquer época ou contexto do mercado.

Depois de rever os trailers antigos e assistir ao vídeo mais recente com toda a resolução que tem direito, concluo que The Last Guardian está sim mais bonito, embora ainda sem o impacto gráfico que muitos esperariam de um jogo do PlayStation 4.


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