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“Bloodborne Suite” – Bloodborne (Score: Orchestral Game Music 2015 em Estocolmo)

Por Alexei Barros

Qual é a melhor coisa que pode acontecer com um concerto de games? Eu responderia: ter a orquestra de uma rádio. Isso garante que as apresentações sejam transmitidas com qualidade de captação profissional. Bons exemplos não faltam: a tetralogia com a WDR Radio Orchestra na Alemanha e o Games in Concert com a Metropole Orchestra na Holanda, que surgiu originalmente em uma parceria com a NCRV Radio.

As apresentações Score na Suécia produzidas por Orvar Säfström já chamavam a atenção pela competência e profissionalismo das performances e, então, em 2015 a Swedish Radio Symphony Orchestra entrou na jogada, garantindo que o concerto fosse transmitido em janeiro de 2016 na TV. Eu honestamente custo a acreditar que eles liberaram um vídeo desse nível de graça, no YouTube.

Foram publicadas gravações interessantes que ainda pretendo postar e comentar com a tradicional dose de atraso, mas, para começar, fico com esta suíte de Bloodborne, que terminei apenas recentemente (e ainda estou impactado por mais uma obra-prima de Hidetaka Miyazaki). Esse é um jogo tão atípico para um concerto ocidental que eu esperaria encontrar apenas no Press Start se ainda existisse a série japonesa de concertos.

Quando publiquei aquele vídeo da gravação da “Cleric Beast” ano passado ainda não se sabia exatamente quem faria as músicas. No fim das contas, é um time de seis compositores – metade ocidental (Ryan Amon, Cris Velasco e Michael Wandmacher), metade nipônico (Tsukasa Saitoh, Yuka Kitamura e Nobuyoshi Suzuki). Os três japoneses inclusive integram a equipe interna de som da From Software e fizeram a trilha de Dark Souls III com Motoi Sakuraba.

A suíte do Score traz apenas composições do americano Ryan Amon, que foi o principal autor da trilha, assinando 12 das 30 faixas (já contabilizo as cinco adicionadas no DLC). Se isso garante o senso de unidade na peça, ao mesmo tempo me faz lamentar pelas ausências da supracitada “Cleric Beast” e da “Laurence, the First Vicar”, ambas composições de Tsukasa Saitoh, ou então da estonteante “Ludwig, the Holy Blade”, de Nobuyoshi Suzuki – sempre acho que vou ter uma parada cardíaca ao ouvir o trecho a partir de 2:38. Por sinal, as duas últimas são do DLC The Old Hunters, que traz algumas das faixas mais bombásticas do jogo.

Mas vamos enfim à suíte, que tem arranjo de Andreas Hedlund e o solo vocal da soprano Sabina Zweiacker. Invertendo a ordem das duas primeiras músicas da track list, a performance começa com as cordas servindo de fundo para a voz de Zweiacker em “The Night Unfurls”, em um andamento levemente mais lento que a original. Pouco depois surge a “Omen” (a partir de 0:27 na faixa do jogo), em um cadavérico solo de violoncelo, pouco depois acompanhado pelas demais cordas e, mais tarde, por uma nova intervenção da cantora. A suíte emenda de uma maneira bastante natural no tema dos créditos “Bloodborne” (no trecho que começa em 0:56 do original), com trombones, cordas nervosas e um solo agudo de Zweiacker – tanto que eu demorei um bom tempo para decifrar as músicas. Gravação e performance irretocáveis como esta não surgem todos os dias. Coloque em 1080p e aprecie.

– “Bloodborne Suite”
“The Night Unfurls” ~ “Omen” ~ “Bloodborne”


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