Archive for the 'Games in Concert' Category

“Metal Gear Solid Main Theme” – Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (Games in Concert: The Greatest Hits)

Por Alexei Barros

O que pretendo com esse vídeo de uma música que já teve seu momento de brilho nos concertos de games antes de se tornar um dos segmentos mais mastigados de todos os tempos? Bom, não iria comentar se fosse qualquer performance…

Antes, sinto a necessidade de contextualizar a história por trás da “Metal Gear Solid Main Theme”, apesar de ser relativamente conhecida. Composto por Tappy Iwase, baterista da banda de jazz fusion Kukeiha Club da Konami e que depois seguiu como instrumentista em diferentes bandas e artistas de jazz, o tema foi usado na divulgação do primeiro Metal Gear Solid, mas no jogo em si a faixa está meio escondida. Para ouvi-la, é necessário terminar o jogo duas vezes e, na terceira, a “Metal Gear Solid Main Theme” toca no encerramento em vez da “The Best Is Yet To Come”. A popularidade da música aumentou com o arranjo “Metal Gear Solid Main Theme” de Harry Gregson-Williams que toca na abertura de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty. O mesmo motivo foi aproveitado em um pungente solo de violão na “Metal Gear Solid Main Theme MGS 3 Version”. Mas então…

O Hideo Kojima foi alertado sobre a notória semelhança da música com os segmentos “Troika” e “Winter Road” da suíte Snow Storm criada em 1975 pelo compositor russo Georgy Sviridov (1915-1998). Embora nunca tenha visto alguma declaração do Tappy sobre isso, a Konami preferiu abandonar o tema e, desde o Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots, ele não é mais utilizado. A sucessora “Metal Gear Saga” desse jogo aproveita o motivo da “Metal Gear Solid Main Theme MGS 3 Version”.

Lamentável que isso tenha acontecido, considerando que a música na versão do Metal Gear Solid 2 ficou bastante icônica, especialmente por ter sido tocada em diversos concertos pelo mundo. Se não me equivoco, isso aconteceu pela primeira vez no Second Symphonic Game Music Concert (2004) na Alemanha, e essa mesma partitura foi tocada nas apresentações da turnê PLAY! A Video Game Symphony, com arranjo do Fabian Del Priore e orquestração do Nic Raine. Essa versão e a que foi executada no Press Start 2006, que tem arranjo do Kousuke Yamashita, são totalmente acústicas, substituindo a bateria eletrônica da original pela bateria física, em diferentes níveis de participação. A única partitura que usa o playback para reproduzir a percussão eletrônica é a arranjada pelo Lennie Moore para o Video Games Live, que também se distingue das demais por interromper o tema principal com uma aparição bem inserida da “Encounter” do primeiro Metal Gear Solid.

Dito tudo isso, por que trago este vídeo do Games in Concert: Greatest Hits? O concerto holandês tocou a música logo em seu concerto de estreia, em 2006, e não existia nenhum registro decente da performance. E mesmo se houvesse, na ocasião ela tinha a dispensável participação do Eboman (lembra-se de como ele arruinou a execução de Shenmue?). Felizmente, essa reprise não conta com o rapaz.

Além do mais, a Metropole Orchestra arrebentou aqui mais uma vez. Somente no começo há o uso dos efeitos eletrônicos, mas depois a performance conta com a bateria física em uma atuação espetacular. Talvez ela tenha ficado apenas um pouquinho acima dos demais instrumentos que o ideal (lembrando que essa é uma gravação amadora), porém me surpreendeu os comentários no YouTube que achincalharam o baterista holandês Joost Kroon. De maneira alguma ele acoberta o resto da orquestra da forma como li – dá para ouvir muito bem as cordas.

Mas não acaba na bateria. Um diferencial em relação a todas as outras versões é que, além do baixo elétrico (que nem dá para ouvir tanto), a guitarra desempenha um papel fundamental – não há esse instrumento na faixa original. No início, o guitarrista usa até um slide durante o uso dos efeitos eletrônicos, então ele se junta à orquestra para depois despontar no clímax em um solo arrebatador. Coisa que só a Metropole Orchestra consegue fazer.

“Main Theme” – L.A. Noire (Games in Concert: The Greatest Hits)

Por Alexei Barros

L.A. Noire é um jogo que considero um tanto controverso. Trata-se de uma superprodução, mas uma superprodução cheia de problemas. Uma certa reviravolta inexplicável na história, um final no mínimo estranho e mistérios policiais que se resolvem sem exigir quase nenhum esforço do jogador… Ainda assim, o jogo tem méritos, como as expressões faciais simplesmente absurdas dos personagens (graças ao uso da tecnologia MotionScan), o comportamento extremamente convincente dos NPCs e sobretudo a ambientação que recria a Los Angeles dos anos 40 com perfeição. Nesse último item, claro, a trilha sonora tem grande importância, com músicas da época (como se esquecer da impagável “Smoke! Smoke! Smoke! (That Cigarette)” tocando na rádio nos momentos mais inapropriados?) e peças jazzistas especialmente compostas para o jogo – os temas de perseguição automobilística são empolgantes.

A “Main Theme” é um dos destaques da parte musical: um jazz relaxante que se ouve na tela-título. Essa música foi a única seleção inédita do Games in Concert: The Greatest Hits, que marcou o retorno desse subestimado e pouco conhecido espetáculo realizado na Holanda em 2014. Até então, eu sabia apenas da existência do vídeo do ensaio dessa faixa, mas felizmente encontrei esta gravação em ótima qualidade. Como sempre, a Metropole Orchestra tirou a música de letra, apesar de algumas diferenças em relação à composição original. O solo de trompete não é tão pausado como na versão do jogo, que aguarda as intervenções do piano e ainda dialoga com o saxofone. Mas essas cordas majestosas, a bateria suave com baquetas vassourinhas, além do baixo elétrico (na original é baixo acústico) e da guitarra (instrumento ausente na original)… uma pintura. Ironicamente, a única imperfeição da performance que consegui detectar é justamente do trompetista. Em 0:58 dá para notar uma engasgada no solo. Apesar disso, é mais uma performance de alto nível dessa orquestra maravilhosa que é a Metropole Orchestra.

O inacreditável, impensável e inimaginável retorno do espetáculo holandês Games in Concert

Abandonando o telão, o Games in Concert regressou ao palco com grandes hits dos concertos passados

Por Alexei Barros

Peço desculpas pelo excesso de adjetivos e redundâncias no título, mas não pude me conter ao saber desta bomba: o espetáculo holandês Games in Concert, que dava como morto e enterrado depois de seis anos inativo, voltou aos palcos! O regresso aconteceu em 14 de maio – na verdade eu só soube disso dias depois, se não já teria avisado aqui no blog.

Antes de falar dos detalhes do retorno, vou justificar minha empolgação. O Games in Concert surgiu em 2006 em uma parceria do site Gamer.nl e da NCRV Radio. Em 2007, além do sucessor Games in Concert 2, foi feita uma apresentação extra no festival Lowlands e, por fim, ocorreu o derradeiro Games in Concert 3 em 2008. Apesar de pouco badalada pelo mundo, essa série de concertos sempre foi um sucesso local, com casa cheia em todas as ocasiões. Por isso, achei muito estranho acabar assim do nada. Mas, na entrevista ao site Gamer.nl, o atual produtor do Games in Concert, Gert-Jan Blom, esclareceu o motivo: era muito caro para a NCRV Radio produzir o espetáculo e optou por cancelá-lo, tanto que a rádio não esteve envolvida nesse retorno, o que provavelmente vai implicar em uma redução dos gastos de produção. Mas ele disse que há a intenção de voltar a fazer do Games in Concert um concerto anual. Viva!

Agora sem o envolvimento da NCRV Radio, o Games in Concert retornou com a esperança de voltar a fazer apresentações anuais

Para mim, o maior atrativo do Games in Concert é a Metropole Orchestra (ou Metropole Orkest), que mistura instrumentos sinfônicos convencionais de uma orquestra (violinos, flautas, trompetes etc.) com o de uma big band (saxofones, além de baixo elétrico, guitarra e bateria). Se é que é preciso dizer, isso possibilita tocar uma variedade de músicas muito maior do que os concertos convencionais, o que é perfeito para a diversidade de estilos em músicas de games. Não por acaso, a Metropole Orchestra recentemente tocou na trilha original do Mario & Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games. Ao vivo, essa mistura funciona tanto quanto em estúdio, apresentando uma sonoridade homogênea. Não é raro ver uma guitarra junto com uma orquestra, mas é um imenso desafio fazer com que ela não atropele os demais instrumentos. Na Metropole Orchestra, as cordas não somem quando a guitarra aparece. Para completar, os arranjos costumam ser competentes e algumas seleções de repertório fogem do convencional.

Isso garantiu performances fantásticas, as quais eu já publiquei aqui há alguns anos: “A Deus” (Grandia II), música cantada em português que nunca apareceu em outro lugar; “Today” (Burnout Revenge), em uma releitura revolucionária; Tetris, que inclui não só a “Type A”, mas também a “Type B”; “Still Alive” (Portal), em um arranjo jazzístico que foi a première da badalada canção; Metroid Prime 2: Echoes, em uma improvável adaptação do tema da tela-título para orquestra; e, especialmente, a faixa que considero a execução mais extraordinária de todas, a “Moon Over the Castle” (Gran Turismo), que apresentou a parte do coral com perfeição e adicionou metais à seção com banda.

Fora as performances que não foram compartilhadas, como “The Best Is Yet To Come” (Metal Gear Solid), tema de encerramento que jamais apareceu em outro concerto, e a  “Theme of Laura” (Silent Hill 2), que, apesar de manjada, teve a melodia tocada por um saxofone e não uma guitarra na original, além das faixas cujas gravações foram apagadas do YouTube: “Good Egg Galaxy” (Super Mario Galaxy) e  “Main Theme” (Mafia). Minha fascinação pela Metropole Orchestra me levou a procurar por outras performances da orquestra sem relação com games, aumentando minha admiração por esses holandeses (tema, quem sabe, para outro post).

Tendo enfim explicado os detalhes, falemos do retorno. Conduzido pelo maestro Jules Buckley, o concerto deste ano aconteceu no Royal Theatre Carré em Amsterdã e contou também com a participação do PA’dam Choir, que já apareceu nas edições dos anos anteriores. Pelas gravações, notei que a parte de show foi bastante simplificada, e o telão foi excluído. Por decisão do produtor Gert-Jan Blom, que afirma na entrevista não ser um jogador de videogame, isso aconteceu porque ele acredita que a imagem dos games já está na mente dos jogadores e prefere que a música fale por si própria. Sábias palavras.

O nome da edição 2014 – Games in Concert: The Greatest Hits –, mostra que a ideia era mais para comemorar a volta à atividade do que propriamente apresentar grandes novidades. Isso se traduziu, devo confessar, em um set list manjado e ultrapassado, com músicas que já foram mais chamativas. O único segmento inédito é a  “Main Theme” do L.A. Noire, que inclusive teve um trecho do ensaio publicado no YouTube.

De todo modo, espero que uma apresentação mais pé no chão como essa os dê tempo para as apresentações mais ousadas de antigamente, com, por exemplo, o próprio Mario & Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games ou então Mario Kart 8, que tal? Eles seriam capazes de tocar qualquer uma das faixas na trilha.

Infelizmente, fui incapaz de encontrar algum report que informasse exatamente a ordem das músicas tocadas no programa (no Japão, isso nunca aconteceria), o que me causa espécie. O set list divulgado no Gamer.nl antes do concerto está apenas em ordem alfabética e ainda por cima incompleto. Por isso, vou me limitar a informar somente a lista de faixas executadas (com os links para as originais) e em que ocasião elas já foram mostradas na série Games in Concert. Provavelmente ainda publicarei vídeos dos segmentos mais interessantes que não mostrei por aqui.

– Battlefield 1942: “Main Theme” (Games in Concert)
– BioShock: “Welcome to Rapture” (Games in Concert 3)
– Bubble Bobble: “Theme” (Games in Concert 3)
– Command & Conquer: Red Alert 3 : “Hell March 3” (Games in Concert 3)
– Donkey Kong Country: “Theme” (Games in Concert 3)
– Final Fantasy VII: “One Winged Angel” (Games in Concert)
– God of War: “Revenge and Redemption” [“The Great Sword Bridge of Athena” ~ “The Vengeful Spartan”] (Games in Concert)
– Halo: “Halo” (Games in Concert)
– Hitman: Blood Money: “Main Title” (Games in Concert 2)
– Killzone: “Helghast March” (Games in Concert 2)
– L.A. Noire: “Main Theme” (inédita)
– Metal Gear Solid 2: “Main Theme” (Games in Concert)
– Shadow of the Colossus: “The Opened Way ~Battle With the Colossus~” (Games in Concert 2)
– Super Mario Bros.: “String Quartet Medley” [“Overworld” ~ “Underwater” ~ “Underworld” ~ “Overworld”] (Games in Concert 1 e 2)
– Super Mario Galaxy: “Good Egg Galaxy” (Games in Concert 3)
– The Legend of Zelda: “Overworld” (Games in Concert 2)
– World of Warcraft: “Main Title ~ Legends of Azeroth” (Games in Concert)

[via Facebook e Gamer.nl (set list, entrevista, report)]

“Bond Theme” – From Russia With Love (Games in Concert)


Por Alexei Barros

Logo menos, dia 2 de novembro, vão ser lançados dois jogos de James Bond – GoldenEye 007 para Wii e 007: Blood Stone para PC, Xbox 360 e PlayStation 3 (para não esquecer da versão de DS) –, e estou com altas expectativas para ambos. O primeiro por recriar um dos FPSs mais influentes da história e outro porque repete a diretriz do fantástico James Bond 007: Everything or Nothing por apresentar uma história original, o que livra da responsabilidade de seguir uma trama já existente e apressar o projeto para coincidir o lançamento com o advento do filme.

Alimentado pelo hype duplo, recupero mais uma performance oculta do espetáculo holandês Games in Concert, a única vez em que um título da franquia foi lembrado em um concerto de games. De games? À primeira vista, causa estranheza que um jogo baseado em filme apareça em uma apresentação do tipo. Não vejo problema, com a condição de que a música faça por merecer a aparição, e não seja um merchandising deslavado. Além disso, a faixa foi escolhida por um motivo especial. Quem regeu a polivalente e magistral Metropole Orchestra na ocasião foi o compositor Christopher Lennertz, que teve tocados três segmentos de trilhas de sua autoria: Gun, Medal of Honor: European Assault e From Russia With Love.

Há de se ressalvar, no entanto, que a faixa escolhida, “Bond Theme”, nada mais é do que o icônico tema criado pelo compositor cinematográfico Monty Norman para o primeiro filme do personagem, 007 Contra o Satânico Dr. No, com o arranjo, se é que mudou alguma coisa, do Christopher Lennertz para o jogo.

Se há dificuldade para a Metropole Orchestra tocar a “Bond Theme” com tudo o que tem direito? Nenhuma. Todos os instrumentos reproduzem o tema com perfeição, e a guitarra teve a escolha de timbre muito feliz porque é simplesmente idêntico à versão original.

A gravação é da transmissão do rádio, portanto não há o que reclamar da qualidade.

“Bond Theme” (From Russia With Love, Games in Concert)

“Clive Barker’s Jericho Medley” – Clive Barker’s Jericho (Games in Concert 2)

Por Alexei Barros

Às vezes me esqueço o quão inspiradora era a série holandesa Games in Concert. Era porque em 2008 aconteceu o último concerto, e não parece que neste ano que volta, se é que vai regressar. Uma performance inédita por aqui que corrobora a qualidade do espetáculo é a do Clive Barker’s Jericho, que estava disponível há bastante tempo no site oficial, mas só me dei conta quando pintou no YouTube.

Por ser um FPS lançado em outubro de 2007, é de elogiar de antemão que em 9 de dezembro do mesmo ano o Games in Concert 2 já tocava um segmento do jogo, cuja trilha é assinada por Cris Velasco, compositor americano de filmes e games que possui faixas em toda a trilogia God of War.

O solo lírico de “Firstborn Theme” impressiona logo na abertura, seguido pela tensão da “Final Confrontation”, em que o PA’dam Choir, mesmo tão pequeno em número, marca presença. A soprano permanece em destaque nesse trecho, e mais uma vez em nova lembrança de “Firstborn Theme”, na qual até os sussurros foram recriados no desfecho. Não é o tipo de música que possui aquela melodia marcante – o foco é na ambiência. Ainda assim, fiquei maravilhado pela atuação da Metropole Orchestra. A maioria dos arranjos do concerto apresenta pendor para o jazz ou pop, e aqui temos uma peça erudita fielmente executada. Haja versatilidade.

Como curiosidade, vale mencionar que Cris Velasco não apenas esteve presente no concerto e subiu ao palco, como ainda distribuiu gratuitamente 500 cópias da trilha de Clive Barker’s Jericho para o público.

– “Clive Barker’s Jericho Medley”
“Firstborn Theme” ~ “Final Confrontation” ~ “Firstborn Theme”

“Still Alive” – Portal (Games in Concert 3)


Por Alexei Barros

No final do ano passado, apresentei uma sequência de posts com performances da ilustre série holandesa Games in Concert que podem ser conferidos na categoria ali à direita. Havia descoberto que alguns segmentos chegaram a ser transmitidos na NCRV Radio com qualidade de gravação perfeita, e as consegui graças aos solidários internautas dos Países Baixos. Mas não cheguei a publicar todas na ocasião…

Então você me pergunta:

– “Você não seria capaz de guardar uma gravação e mostrá-la quase um ano depois apenas para poder compará-la com outra performance e escancarar a diferença de qualidade, seria?”

Sim, fui. Porque se publicasse antes poucos se dariam ao trabalho de rever. Sabendo pelo site oficial que o VGL incluiria a música, aguardei pacientemente a estreia para enfim compartilhar uma das pedras preciosas do mundo dos concertos de games. A “Still Alive” do Games in Concert 3, que ficou UM POUCO melhor. Não podia ser diferente e levantei a placa: “eu já sabia”. A apresentação realizada em 2008 foi a primeira que executou a canção, sendo sucedida pela “Still Alive” traduzida em japonês e tocada no Press Start 2009 em uma versão que a maioria de quem assistiu ao vivo considerou odiosa.

Aqui, todavia, não está fiel à original. Está muito melhor! A vocalista de cabelos vermelhos Roos Rebergen da banda holandesa Roosbeef é quem canta de maneira despojada. Mais uma vez é a genial Metropole Orchestra que torna tudo mais espetacular, interpretando o arranjo magistral – suponho que seja o Martin Fondse, o responsável pela surpreendente versão da “Today” (Burnout Revenge).

Não há violão como na original, mas a introdução foi adaptada perfeitamente para o piano. O acompanhamento essencial da bateria e do baixo elétrico está presente, bem como as intervenções poderosas da guitarra. O que revolucionou tudo foi a implementação dos metais, conferindo uma pitada jazzística soberba. Não acredita que é para tanto? Espere até pelo choque quando entrarem os trompetes, trombones e saxofones no momento em que for entoado pela primeira vez “Still Alive”.

Mais do que nunca vale elogiar a ousadia do Games in Concert por incluir no programa uma música pop, estilo que não costuma figurar nos concertos de games, quanto mais com o mesmo profissionalismo e competência – a não ser mais notoriamente pelas canções de Final Fantasy nos espetáculos da série, com a ressalva de que sempre foram executadas sem acompanhamento de banda presentes nas trilhas originais.

Confira de uma vez por todas, lembrando que está na qualidade da transmissão do rádio:

“Still Alive” (Portal, Games in Concert 3)

“Super Mario Piano Medley” – Super Mario Bros., Super Mario 64, Super Mario Galaxy e Mario Kart 64 (Games in Concert 3)

Por Alexei Barros

Como comentei aqui, dia 4 de abril passou na TV holandesa um especial sobre a série Games in Concert, que teve apresentações de 2006 a 2008 – espero que retorne em 2010. Falei sobre a possibilidade de o vídeo pintar no YouTube. O próprio site oficial traz a reportagem na íntegra, mas me decepcionou um bocado porque todas as performances exibidas de ponta a ponta – Haze, Red Alert 3, BioShock, Donkey Kong Country, Overlord II e Final Fantasy VI –, já tinham sido publicadas na página do concerto. De novo apenas uns flashes do Leisure Suit Larry e grande parte da performance do pianista holandês Wibi Soerjadi. Eu me contentaria em publicar o vídeo todo apenas por isto, só que notei que já havia uma gravação amadora de boa qualidade que pega de ponta a ponta. Daí me pergunto: como não publiquei antes?

A performance tinha tudo para ser a mais manjada e básica possível, com a combinação mais elementar de game music, Mario e piano, mas, amigo, estamos falando do Games in Concert. Não é uma interpretação literal e robótica, e sim um Arranjo com “A” maiúsculo, que recria os temas imortais do Koji Kondo. A melhor parte, sem dúvidas, é a do início, que passeia pelo Super Mario 64, em especial depois do começo grandioso da “Koopa’s Road”, quando entra a singeleza da “Dire, Dire Docks”, que parece ter sido criada para solo de piano. Justamente no intermédio desta faixa, Soerjadi sentiu a fisgada no tornozelo machucado (ele precisou usar muletas na ocasião) provavelmente quando pressionou o pedal, e foi obrigado a interromper a performance e abandonar o palco. Após ter sido ovacionado, decidiu retornar para tocar a “Inside the Castle Walls” e também a “Wind Garden” do Super Mario Galaxy. Depois vem a quase desconhecida “Overworld”. No encerramento, inesperadamente surge a “Prize #1 (1st~3rd)” do Mario Kart 64!

– “Super Mario Piano Medley”

“Koopa’s Road” ~ “Dire, Dire Docks” ~ “Inside the Castle Walls”(Super Mario 64) ~ “Wind Garden” (Super Mario Galaxy) ~ “Overworld” (Super Mario Bros.) ~ “Prize #1 (1st~3rd)” (Mario Kart 64)

Games in Concert terá especial na TV holandesa


Por Alexei Barros

A maior baixa entre os concertos de games de 2009 foi, indubitavelmente, a não-realização do Games in Concert 4, que seria o mais recente representante da estimada série de concertos holandesa iniciada em 2006. Resultado da sociedade entre a NCRV Radio, que ensejou a utilização da espetacular Metropole Orchestra, e do site Gamer.nl, que facilitou o processo de aquisição da licença das músicas pelo contato com as produtoras, o Games in Concert se destaca pelas seleções arrojadas, arranjos exclusivos com pendor para o jazz e performances exímias. Caso não já tenha feito, procure pelos vídeos e áudios que publiquei especialmente no final do ano passado. Inacreditavelmente, é pouquíssimo comentado nos fóruns, não sei bem o porquê. Fica mais cerceado aos holandeses. Sortudos!

A notícia também diz mais respeito ao público local, mas achei importante. Representa um alento que pode indicar o retorno do Games in Concert em 2010. Na madrugada do dia 3 para o dia 4 de abril, às 12h30, o canal Netherlands 3 transmitirá um compilado de performances do Games in Concert 2 (2007) e Games in Concert 3 (2008), que inclui “Hell’s March” (Red Alert 3), com a banda After Forever (atualmente extinta), “Opera Maria and Draco” (Final Fantasy VI), com a soprano Tania Kross, “The Chosen” (Assassin’s Creed), com o rapper Brainpower e a banda Intwine, segmento de Leisure Suit Larry com o saxofonista Benjamin Herman e ainda um medley do Super Mario 64 no piano interpretado pelo virtuose holandês Wibi Soerjadi. Nos entremeios, haverá entrevistas com os compositores, espectadores e organizadores. A bem da verdade, algumas (não todas) destas performances estão disponíveis no site oficial, mas nada impede que apareçam outras – cruzando os dedos para “Moon Over the Castle”, “Egg Planet” e “The Best Is Yet to Come” – e que alguém tenha a bondade de publicá-las no YouTube, como já aconteceu antes.

[via Games in Concert]

“Today” – Burnout Revenge (Games in Concert)


Por Alexei Barros

O que eu, que sempre reclamo quando aparece uma música licenciada em um concerto e me chateio quando me falam que a trilha de qualquer FIFA ou GTA é game music, venho fazer com esse post?

Calma. Assim como a série alemã Symphonic Game Music Concert rendia homenagem anualmente ao maior compositor local Chris Huelsbeck, a holandesa Games in Concert traz em todas as edições faixas de compositores dos Países Baixos.

Um dos holandeses mais proeminentes – e não apenas pelas colaborações em game music –, é Tom Holkenborg, mais conhecido pelo cognome Junkie XL. A canção “Today”, que empresta o nome para o quarto álbum, consta nas trilhas de Burnout Revenge e Burnout Legends, e é interpretada por Nathan Mader. Vale ressaltar um detalhe: a primeira aparição se deu nos jogos, visto que os dois títulos saíram em 13 de setembro de 2005 e o CD em 18 de abril em 2006.

Floor JansenPor ser no estilo house trance, poderia receber o prêmio de escolha mais insólita de um concerto de games já feita. Martin Fondse não arranjou a música, e sim REVOLUCIONOU a música. Se eu escrevesse em caixa baixa não conseguiria expressar suficientemente o efeito da releitura.

A guitarra atordoante, as batidas eletrônicas e o vocal masculino são suprimidos em favor de baixo elétrico, bateria física, uma profusão de metais e a voz poderosa da Floor Jansen em uma toada mais pop com pitada jazzística. Devo revelar que a original não está de acordo com o meu gosto. Em contrapartida, a versão da Metropole Orchestra preservou a nata da composição (cerca de dois minutos e meio foram limados) e ficou espetacular, sem deixar de ser reconhecível. Quem me dera se todas as licenciadas fossem tocadas assim.

Infelizmente, o link abaixo é da gravação da plateia, já que esta canção não foi transmitida pelo rádio.

“Today” (Burnout Revenge, Games in Concert)

“Sound of Wind” – Final Fantasy Crystal Chronicles (Games in Concert)


Por Alexei Barros

Como cansei de falar por tantas oportunidades, é muito raro ver em concertos músicas de Final Fantasy que não sejam do Nobuo Uematsu. Se já é difícil com composições do Hitoshi Sakimoto ou Masashi Hamauzu da série principal, imagina os spin-offs.

Logo no primeiro Games in Concert em 2006 os holandeses tiveram a ousadia de colocar a onírica canção de abertura do Final Fantasy Crystal Chronicles do GameCube assinada pela Kumi Taneoka. A “Sound of Wind” (originalmente intitulada “Kaze No Ne”) na versão japonesa tem a voz da Yae Fujimoto, enquanto a “Sound of Wind (English Version)” americana é interpretada pela cantora australiana Donna Burke. O melhor é que a faixa foge do padrão de baladas pop de Final Fantasy seguido até por faixas que não são do Uematsu, como a “1000 Words Orchestra Version” (Final Fantasy X-2) escrita pela dupla Noriko Matsueda e Takahito Eguchi e tocada no Beginning of Fantasy.

Como sempre, impressiona a aptidão da Metropole Orchestra seja qual for o estilo executado. Harpa e violão na introdução são exímios, bem como baixo elétrico, bateria e percussão. Mas quem comanda mesmo é a amazona Floor Jansen, vocalista da recém-extinta banda de metal holandesa After Forever. Ouvi outras atuações dela, e é incrível a sua versatilidade porque consegue cantar tanto no pop quanto no erudito com semelhante aptidão. Uma outra moça, que não consegui identificar, ainda faz o contracanto. Não por menos, para mim, a performance ao vivo  ficou melhor do que a versão do jogo em inglês e quiçá em japonês por ser mais animada.

O link do Goear provém da transmissão do rádio, e abaixo há também um vídeo do ensaio. Não causa surpresa que tenha cantado tão bem: cerca de dois meses antes dessa gravação ela recebeu a música em MP3 do arranjador Martin Fondse para ouvir reiteradas vezes no iPod.

“Sound of Wind” (Final Fantasy Crystal Chronicles, Games in Concert)


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