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To Far Away Times: Chrono Trigger & Chrono Cross Arrangement Album: o aguardado CD que se perdeu no tempo e no espaço


Por Alexei Barros

Nove anos depois de prometido, enfim o álbum arranjado de Chrono Cross foi lançado,  dividindo essa honraria com o predecessor Chrono Trigger. Para ser direto, To Far Away Times: Chrono Trigger & Chrono Cross Arrangement Album não compensou, no meu entendimento, essa longa espera.

O disco aposta em performances vocais, mas também traz arranjos orquestrais e uma releitura com uma banda celta. Talvez o CD já comece errado por aí. Acredito que seria melhor ter mais versões sinfônicas e uma ou outra música com vocal como bônus – o Myth foi muito mais feliz nesse aspecto. Com tantas faixas cantadas, eu lançaria um outro disco só nesse estilo, como é o Final Fantasy Song Book: mahoroba, por exemplo. Porém, não é por isso que o To Far Away Times deixa de apresentar arranjos bastante apreciáveis, incluindo as releituras cantadas.

Além disso, se a ideia era abordar a série toda, o CD não promove nenhuma interação entre as músicas de Chrono Trigger e Cross, fazendo uma divisão muito clara entre cinco faixas para cada jogo. A suíte “Fantasy III: Chrono Trigger/Chrono Cross” do Symphonic Fantasies, que considero o ápice musical entre as homenagens que a série já recebeu, explora muito mais a relação entre os dois jogos, promovendo um diálogo entre ambos os trabalhos de Mitsuda. No To Far Away Times, apenas uma única faixa faz uma tímida associação entre as duas trilhas (“Schala’s Theme” – falo mais a respeito adiante). E outra: onde estão os medleys? Medley de temas de personagens, medley de temas de combate, medley de temas do mapa-múndi… Nada disso foi explorado.

Tudo fica ainda mais lamentável quando lembro que a própria trilha do Chrono Cross já faz muitas referências a Chrono Trigger. Quem não se lembra que o tema “Time’s Grasslands – Home World” evoca de maneira maravilhosa na cítara o tema principal “Chrono Trigger” ou então, ainda mais óbvio, que o tema da vitória “Victory ~Spring’s Gift~” de Chrono Cross é a “Fanfare 1 (Lucca’s Theme)” de Chrono Trigger?

Ainda que o álbum não tenha nenhuma abominação no nível da “Zeal Palace” do The Brink of Time ou alguma excentricidade como a “Kaze no you ni” do cantor J-pop Shota Shimizu (lembra?), eu fico com a sensação de que poderia ser muito melhor. Mas vejamos faixa por faixa.

01. “Scars of Time” (Chrono Cross)
Original: “Scars of Time”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Tomohiko Kira
Vocal: Koko Komine

Com tantas performances e exaustivas repetições, eu esperava muito mais de um arranjo oficial do tema mais famoso de Chrono Cross. Meu maior desgosto com essa releitura é justamente o vocal com versos em japonês da Koko Komine, embora a participação dela não seja tão extensa durante a canção. O andamento mais pausado tirou toda a empolgação na virada da música e nem a adição da guitarra ajudou a melhorar – a faixa perdeu todo o clima mágico, especialmente pela ausência do violino. Honestamente, é uma versão para esquecer.

02. “Radical Dreamers” (Chrono Cross)
Original: “Radical Dreamers”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Sachiko Miyano
Vocal: Sarah Àlainn

O álbum começa a esquentar, indo direto para o tema de encerramento de Chrono Cross. A diferença é que a música já era cantada na trilha original pela Noriko Mitose. Espero não chocar com esta afirmação, mas não morro de amores pela “Radical Dreamers” que toca no jogo. Agora essa nova releitura melhora a canção 100%. Em vez dos versos em japonês (mesmo na versão americana) e um solitário violão no acompanhamento, o arranjo é cantado em inglês e apresenta uma instrumentação de maior riqueza, com intervenções de piano, violino e violoncelo. A voz da australiana Sarah Àlainn é encantadora, deixando a experiência muito mais agradável.

03. “Wind Scene” (Chrono Trigger)
Original: “Wind Scene”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Kumi Tanioka e Sachiko Miyano

O tema de 600 A.D. aparecia brevemente no “Chrono Trigger Medley ~Orchestra Version~” do Orchestra Extra com a participação da flauta. Dessa vez, o arranjo não apresenta instrumentos de sopro e é totalmente centrado no piano e cordas. É em partituras assim que se destacam os grandes arranjadores, já que ele precisa explorar a melodia de várias formas e com variações coerentes. Essa tarefa foi cumprida com absoluto êxito pela dupla de arranjadoras Kumi Tanioka e Sachiko Miyano.

04. “Schala’s Theme” (Chrono Trigger)
Original: “Schala’s Theme”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Yasunori Mitsuda e Laura Shigihara
Vocal: Laura Shigihara

Reouvindo o tema da Schala original, dá para sentir um quê de Chrono Cross, mesmo que a trilha de Chrono Trigger tenha sido feita cinco anos antes. O arranjo aproveita isso de certa forma com o violão e o tin whistle que me fizeram lembrar a “The Girl Who Stole the Stars” de Chrono Cross. Os dois instrumentos permeiam o vocal mágico com versos em japonês da Laura Shigihara – pelo pouco que entendi da entrevista que Yasunori Mitsuda concedeu ao site da Famitsu, a semelhança foi intencional. A harpa e as cordas foram capazes de elevar essa versão ao estado sublime.

05. “The Frozen Flame” (Chrono Cross)
Original: “The Frozen Flame”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Natsumi Kameoka

Chegamos à metade do álbum e enfim uma música de Chrono Cross em um arranjo orquestral. Enquanto a faixa original contava com timbres de harpa, piano e um instrumento de sopro (uma flauta, talvez?), essa nova versão tira a mencionada variedade de instrumentos para se focar nas cordas em um trabalho simples, mas competente da Natsumi Kameoka.

06. “Marbule” (Chrono Cross)
Original: “Marbule”

Composição e arranjo: Yasunori Mitsuda

Diferentemente dos demais arranjos instrumentais do álbum que são sinfônicos, essa versão traz a performance de uma banda que reforça a influência celta da composição. A faixa começa com um acordeão que desperta a nostalgia e, com mais de um minuto de música, a percussão, o bouzouki e o tin whistle entram em cena. O violino é o instrumento que mais se destaca com um solo virtuosístico.

07. “The Bend of Time” (Chrono Cross)
Original: “The Bend of Time”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Natsumi Kameoka

Enfim aparece no álbum a primeira música revelada do projeto. Originalmente um solo de violão, ela ganhou uma nova camada de profundidade nesse reconfortante arranjo para cordas.

08. “Corridors of Time” (Chrono Trigger)
Original: “Corridors of Time”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Yasunori Mitsuda e Laura Shigihara
Vocal: Laura Shigihara

Agora cantando em inglês, Laura Shigihara se destaca com sua voz adocicada. A música original tinha um clima etéreo, com timbre de cítara, e essa atmosfera ganhou uma nova cara com o acompanhamento do piano e das cordas.

09. “On The Other Side” (Chrono Trigger)
Original: “Epilogue~To Good Friends”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Kazune Ogihara e Laura Shigihara
Vocal: Laura Shigihara

Na última participação de Shigihara, ela volta a cantar em inglês e esse foi o resultado que mais me surpreendeu, já que a simplicidade da música original combinou maravilhosamente bem com o arranjo vocal. O piano e, em menor grau, as cordas, sustentam a bela atuação de Shigihara. No final, ela se limita a cantarolar enquanto o piano toca a melodia.

10. “To Far Away Times” (Chrono Trigger)
Original: “To Far Away Times”

Composição: Yasunori Mitsuda
Arranjo: Sachiko Miyano
Vocal: Sarah Àlainn

Na música-título do álbum, o tema dos créditos de Chrono Trigger desponta nesse maravilhoso arranjo cantado. O início tranquilo da melodia já é de cortar o coração, mas a canção só melhora quando entra a bateria e o restante dos instrumentos. Mesmo com tudo isso, a releitura respeita a faixa original, colocando até o trecho que remete ao tema principal “Chrono Trigger”, imitando uma caixinha de música. Uma canção digna de homenagear os 20 anos de Chrono Trigger.

“Main Theme” (The Legend of Zelda: Tri Force Heroes)

Por Alexei Barros

A parte musical da Nintendo vem surpreendendo bastante nos últimos anos com trilhas gravadas com instrumentos reais e ainda vídeos mostrando os bastidores da produção. O melhor é que essa divulgação não se restringe apenas aos grandes lançamentos como foi Mario Kart 8.

Ainda que não seja exatamente um jogo da série principal, The Legend of Zelda: Tri Force Heroes, que sai hoje (dia 23/11) para o portátil Nintendo 3DS, recebeu o mesmo tratamento com um vídeo que apresenta dois instrumentistas que tocaram no tema principal simplesmente encantador. Uma pena que ambos não estão creditados, mas tenho palpites. Tudo leva a crer que quem toca acordeão é o Yoshiaki Sato, que havia participado do Mario Kart 8. Pelo que comparei nas fotos, a violinista do vídeo se parece muito com a Aska Kaneko.

Também não há a confirmação da autoria da música. Pelo que se diz na internet afora, o compositor é o Ryo Nagamatsu, que já havia feito a trilha de The Legend of Zelda: A Link Between Worlds e criado músicas geniais como a “Square Timber” de Super Mario Galaxy 2.

Grato ao Thales Nunes Moreira pela dica do vídeo.

Super Mario Bros. 30th Anniversary Live: o melhor espetáculo da galáxia

Mario 30th_01

O palco recriou os detalhes do cenário de Super Mario Bros., mas as cortinas lembram mais a abertura de Super Mario Bros. 3

Por Alexei Barros

Tenho para mim o Mario & Zelda Big Band Live CD como uma das apresentações mais importantes de game music de todos os tempos, mas ela foi facilmente superada pelo Super Mario Bros. 30th Anniversary Live. Realizado nos dias 20 de setembro em Osaka e 21 do mesmo mês em Tóquio, o espetáculo fez por merecer o legado musical de 30 anos da série e contou com as aparições de Koji Kondo, Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka.

Por que estou tão convicto disso? Normalmente, eu recorro aos sites japoneses para garimpar informações usando o tradutor do Google e dessa vez foi feito até um report em inglês do evento no US Gamer assinado pelo jornalista Jeremy Parish. Pois então, o post nesses moldes já estava praticamente redigido, quando descobri que uma alma caridosa publicou no YouTube uma gravação da plateia do espetáculo em Osaka. Lá fui eu ouvir sem muita expectativa… Resultado: por diversas vezes eu tive que parar o que estava fazendo porque fiquei extasiado com a performance simplesmente alucinante com um humilde registro de qualidade 160 kbps. Essa experiência me fez lembrar o já saudoso Press Start, finalizado neste ano, cujas primeiras edições eu me deliciava com meros bootlegs.

Na incerteza de um lançamento oficial – por favor, Nintendo, o CD de um show desse naipe é uma obrigação! –, eu me empolguei a ponto de querer falar individualmente dos segmentos. No caso de o álbum sair, eu me sinto no dever de revisitar o show e me aprofundar nos comentários.

O Super Mario Bros. 30th Anniversary Live contou com uma big band (banda e metais), formada por instrumentistas japoneses (além do trompetista cubano Luis Valle). Em relação àquela relação inicial de músicos, foi feita uma substituição no violino (Sayaka no lugar de Toshihiro Nakanishi). A banda ainda teve os reforços de Hironori Akiyama (guitarra e banjo) e Tomomi Oda (teclado), que chegou até a cantarolar algumas músicas como veremos adiante.

Super Mario Special Band
Direção musical e teclado: Masanori Sasaji
Baixo: Shingo Tanaka
Bateria: Senri Kawaguchi
Guitarra: Kenji Kitajima
Guitarra e banjo: Hironori Akiyama
Percussão: Asa-Chang
Trompete: Koji Nishimura e Luis Valle
Trombone: Eijiro Nakagawa
Trombone baixo: Katsuhisa Asari
Saxofone: Osamu Yoshida, Takuo Yamamoto e Ryoji Ihara
Violino: Sayaka
Teclado e vocal: Tomomi Oda

Mario 30th_02

A big band parece pequena, mas com instrumentistas dessa qualidade nem precisou ser maior. A performance foi fenomenal

Sobre o programa, agora enfim justifico minha afirmação no parágrafo inicial de que o Super Mario Bros. 30th Anniversary Live supera fácil o Mario & Zelda Big Band Live CD. Embora evidentemente esse espetáculo de agora não tenha Zelda, naquela época (2003) não existia as vertentes Super Mario Galaxy, New Super Mario Bros. e Super Mario 3D Land/World. Além disso, os números referentes a jogos antigos, como Super Mario Bros. 3 e World, são muito melhores e, sim, eles tocaram músicas que anos eu esperava por versões arranjadas. A maior surpresa nesse sentido é, enfim, um medley de Mario Kart que ficou simplesmente fantástico. Talvez eu não sobrevivesse se visse esse segmento ao vivo.

Sem mais enrolações, abaixo as considerações sobre cada número. Subi faixa por faixa no Goear, mas, se você preferir, pode escutar o show continuamente no link do YouTube, que também possui o falatório entre um segmento e outro – se você não entender japonês, não tem muito o que ouvir mesmo.
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Chrono Cross Arrange Album: agora vai

54006-1437980859Por Alexei Barros

No mesmo ano em que The Last Guardian voltou das catacumbas, Shenmue 3 surgiu do nada e o remake de Final Fantasy VII foi revelado, mais uma lenda urbana chegará ao fim: o álbum arranjado de Chrono Cross.

Inicialmente, o lançamento foi prometido pelo compositor Yasunori Mitsuda para o final de 2006 e, depois disso, o projeto foi se arrastando ano após ano sem nenhuma confirmação oficial. Em 2008, uma centelha de esperança surgiu quando Mitsuda liberou em seu site um sample promissor da “A Narrow Space Between Dimensions” por ocasião do Natal.

O mesmo arranjo, renomeado “Dimension Break”, foi publicado em versão completa no Play for Japan: The Album, disco lançado em 2011 que buscava arrecadar fundos para as vítimas do tsunami ocorrido naquele ano. Depois disso, nada mais se falou sobre o álbum. O mais curioso é que ainda em 2011 Mitsuda lançou o CD Myth: The Xenogears Orchestral Album, que nunca tinha sido prometido, mas fez a alegria dos fãs de outro trabalho venerado do compositor.

Em julho de 2015, Yasunori Mitsuda realizou apresentações comemorativas dos seus 20 anos de carreira com uma banda formada por diferentes instrumentistas. No panfleto desse espetáculo enfim foi revelado o aguardado disco, que também inclui músicas de Chrono Trigger. Programado para sair dia 14 de outubro no Japão, o CD é intitulado To Far Away Times: Chrono Trigger & Chrono Cross Arrangement Album.

Eu seria meio louco de criticar a presença de Chrono Trigger em um novo álbum, mas não escondo um certo desapontamento, mesmo sabendo do seu aniversário de 20 anos. O RPG do Super Nintendo já teve, falando apenas dos lançamentos oficiais dedicados ao jogo, dois discos com arranjos: Chrono Trigger Arranged Version: The Brink of Time, lançado ainda em 1995, e Chrono Trigger Orchestra Extra Soundtrack, CD promocional com apenas duas faixas que saiu em 2009 por conta do port para Nintendo DS. Um dos motivos para o álbum arranjado de Chrono Cross ser tão aguardado é que o RPG do PlayStation nunca teve um lançamento similar e, quando chega finalmente a vez dele, são apenas cinco releituras. As outras cinco são de Chrono Trigger, totalizando dez.

Agora falando dos arranjadores, eles são nomes conhecidos: além do próprio Mitsuda, participaram: Kumi Tanioka, compositora de Final Fantasy XI; Sachiko Miyano, arranjadora de diversos segmentos em concertos de Final Fantasy; Natsumi Kameoka, arranjadora que já havia participado do Orchestra Extra e do Myth; Tomohiko Kira, violonista da das bandas Milennial Fair e Zabadak e que tocou no álbum Creid, com arranjos de Xenogears; Kazune Ogihara, trompetista que já participou como arranjadora da trilha do anime Black Butler: Book of Circus, assinada por Mitsuda; e, finalmente, Laura Shigihara, a simpática compositora de Plants vs. Zombies e quem mais me surpreendeu.

Em relação às faixas: “Wind Scene”, “Schala’s Theme”, “Corridors of Time”, “On The Other Side / Epilogue~To Good Friends” (não entendi do que se trata a “On The Other Side”) e “To Far Away Times” por parte do Chrono Trigger; e, do lado de Chrono Cross, “Scars of Time”, “Radical Dreamers”, “The Frozen Flame”, “Marbule” e “The Bend of Time” (a mesma faixa revelada antes, agora com um terceiro nome diferente). É possível ouvir samples de todas as faixas naquele esquema chato do site da Square Enix que para de tocar se você mudar de aba no navegador.

Basicamente, as releituras misturam performances orquestrais (“Wind Scene”, “The Frozen Flame” e “The Bend of Time”), banda celta (“Marbule”) e arranjos vocais – as faixas restantes. Quem esperava por um álbum majoritariamente sinfônico como o Myth pode se decepcionar um pouco. Eu confesso que na maioria das vezes não sou entusiasta dessas adaptações vocais de músicas originalmente instrumentais, mas gostei das três canções da Laura Shigihara, todas de Chrono Trigger (“Schala’s Theme”, “Corridors of Time” e “On The Other Side / Epilogue~To Good Friends“). Ela realmente tem um timbre de voz muito agradável.

A cantora australiana Sarah Àlainn, que havia cantado a “Beyond the Sky”, tema de encerramento de Xenoblade Chronicles assinado por Yasunori Mitsuda, aparece aqui para interpretar novamente as duas músicas dos créditos. A “Radical Dreamers” de Chrono Cross já era cantada originalmente e não me impactou tanto, agora a “To Far Away Times” eu já arrepiei com poucos segundos de apreciação. Por fim, justamente a música mais famosa de Mitsuda e incrivelmente reprisada, não me desceu muito bem no sample: “Scars of Time”, no arranjo cantado que tem a voz da Koko Komine da banda Zabadak. Mas vamos ver no que vai dar.

Não deixe de conferir os samples no site da Square Enix.

Press Start 2015: o fim de uma era

press2015Por Alexei Barros

Pelo excesso de reprises, eu esperava uma despedida um tanto melancólica do Press Start. Mesmo assim, estava no aguardo do tradicional report do concerto no site da Famitsu, que produziu a série japonesa de espetáculos orquestrais. E eu fiquei esperando… esperando… esperando… E nada. Nada de fotos da apresentação também.

O jeito foi me basear nas análises dos blogues japoneses, que sempre se preocupam em detalhar o set list o máximo possível. O concerto foi realizado em duas apresentações no dia 8 de agosto (e eu extrapolando todos os limites da demora para fazer post), com performance da Kanagawa Philharmonic Orchestra no Tokyo Metropolitan Art Space. Pelo menos foi feita uma surpresa bacana no final. Set list e minhas considerações a seguir.

Ato I

01. Final Fantasy VIII: “Liberi Fatali”
02. “Classic Medley 2015 Ver.”
03. Super Mario Bros.: “Overworld” ~ “Underwater” ~ “Underworld” ~ “Overworld”
04. The Legend of Zelda: “Main Theme”
05. Shadow of the Colossus: “Revived Power ~ Battle With the Colossus” ~ “Grotesque Figures ~ Battle With the Colossus~”
06. Ace Combat Zero: The Belkan War: “Zero”
07. Legend of Mana: “Legend of Mana ~Title Theme~” ~ “Colored Earth” ~ “Hometown Domina” ~ “Ruined Sparkling City” ~ “Song of Mana ~Opening Theme~”

Ato II

08. Ore no Shikabane o Koete Yuke: “Flower”
09. Rhythm Heaven: “Ninja”
10. El Shaddai: Ascension of the Metatron: “Theme of El Shaddai” ~ “The Faraway Creation ~ Enoch’s Theme” ~ “Tragic Scream”
11. Xenoblade Chronicles: “Xenoblade” ~ “Gaur Plains” ~ “Mechanical Rhythm” ~ “Riki the Legendary Hero” ~ “Sator, Phosphorescent Land / Night” ~ “Those Who Bear Their Name” ~ “Confrontation with the Enemy”
12. Mother: “Pollyanna (I Believe In You)” ~ “Bein’ Friends” ~ “Eight Melodies”
13. Chrono Trigger/Cross: “A Premonition” ~ “Chrono Trigger” ~ “Wind Scene” ~ “Frog’s Theme” ~ “Decisive Battle with Magus” ~ “Epilogue ~ To Beloved Friends” (Chrono Trigger) ~ “Frozen Flame” ~ “Marbule: Home” ~ “Scars of Time” (Chrono Cross)
14. “Goodbye Medley”:
Press Start 2006
– ICO
– PopoloCrois Story
– Ys I & II
Press Start 2007
– Kingdom Hearts
– Space Invaders
– Super Smash Bros. Brawl
– Sakura Wars
Press Start 2008
– Wild Arms 2
– Spelunker
– Final Fantasy IX
Press Start 2009
– Persona 4
– Okami
– Final Fantasy X
– Kirby’s Dream Land
Press Start 2010
– New Super Mario Bros. Wii
– Muramasa: The Demon Blade
– Famicom Disk System Start-up
Press Start 2011
– 428 ~Fuusasareta Shibuya de~
– Pokémon Red & Blue
– NieR
– Xenogears
Press Start 2012
– Kid Icarus: Uprising
– Final Fantasy XI
– Ihatovo Monogatari
Press Start 2014
– Toukiden
– Final Fantasy XIII
– Super Smash Bros. for Wii U e 3DS

“Liberi Fatali” é uma das reprises mais batidas em concertos da série Final Fantasy, mas nunca tinha sido tocada no Press Start. Aliás, a escolha dessa música do FFVIII foi uma surpresa para mim, porque o Press Start não vinha usando corais em suas apresentações. Acredito que foi usado um coro não muito grande.

– Em relação aos convidados, a soprano Oriko Takahashi mais uma vez cantou a “Zero” de Ace Combat Zero. Mesmo sem ter participado da gravação da trilha original, ela foi a intérprete mais recorrente dessa música fabulosa com toques de flamenco no Press Start.

– A “Song of Mana” teve a voz da australiana Louise Bylund, que morou por diversos anos de sua vida na Suécia e atualmente reside no Japão. Essa mistura garantiu que ela fosse a escolhida para a performance dessa maravilhosa canção, que tem versos em sueco.

– A Lioko Kihara foi outra convidada do espetáculo e, diferentemente das outras duas cantoras, ela também tocou piano ao melhor estilo Angela Aki no segmento de Ore no Shikabane o Koete Yuke.

– Como de praxe, o duo ACE formado por Tomori Kudo (guitarra) e CHiCO (vocal) participou da performance de Xenoblade Chronicles, além da cantora Manami Kiyota.

– O segmento de Mother é o mesmo tocado no Press Start 2010, inclusive com os versos do álbum vocal Mother (1989) escritos pela letrista Linda Henrick (provavelmente um pseudônimo). Na ocasião, a performance contou com a voz da cantora Melody Chubak, que na época tinha 13 anos. Agora com 18, a moça voltou as palcos para cantar no mesmo segmento.

– Além do quinteto que produz o concerto (Taizo Takemoto, Kazushige Nojima, Shogo Sakai, Nobuo Uematsu e Masahiro Sakurai), também estiveram presentes os compositores Keiki Kobayashi e Masato Kouda. A Yoko Shimomura deixou uma mensagem em vídeo.

– Não foi feita nenhuma homenagem musical a Satoru Iwata, mas o desfecho do concerto foi bastante especial. Embora muito provavelmente não seja um segmento com transições elaboradas, o medley final resgata seleções icônicas de todas as edições anteriores do Press Start, com exceção de 2013, ano que foi tomado por reprises. Fantástica a ideia!

– Foi uma satisfação ter acompanhado e feito os posts sobre o Press Start durante esses nove anos, mesmo com tão raros registros oficiais das performances. Mal custo a acreditar que o primeiro post que fiz no Hadouken, lá em 2006, era justamente sobre a primeira edição do concerto a qual fiquei extasiado com uma mera gravação da plateia.

Não existiu outra série de apresentações com um repertório tão diversificado, cheio de seleções únicas e surpreendentes. Claro que tamanha variedade me fez querer mais e é uma pena saber que o Press Start acabou sem tocar músicas de jogos que dificilmente veremos nos demais concertos, como Bayonetta, Eternal Sonata, Panzer Dragoon, Valkyria Chronicles, Front Mission, Dark Souls e tantos outros.

Eu torço fortemente para que se não o próprio Press Start, outra série de concertos japonesa apareça algum dia sem demorar muito – houve um hiato de nove anos entre o Orchestral Game Concert 5 de 1995 e o Press Start 2006, considerando apresentações sinfônicas no Japão que abrangem diversas franquias.

Press Start: vou sentir saudades.

Grato ao Fabão pelos links e também pelas diversas informações e traduções nos posts do Press Start.

Foto tirada no Press Start 2008, com alguns dos maiores nomes japoneses de game music (além de outros desenvolvedores): Noriyuki Iwadare, Nobuo Uematsu, Motoi Sakuraba, Yasunori Mitsuda, Mahito Yokota, Kazushige Nojima, Michiko Naruke, Shogo Sakai, Koichi Sugiyama, Masahiro Sakurai e Koji Kondo

[via sarian198919, mugendai, comdoc5964nijiiroleina 1, 2 e 3]


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