
Por Claudio Prandoni
Há poucos dias o Lucas Patrício, do blog GoLuck, publicou uma bela reportagem sobre a importância do hype na hora de analisar um game.
Em minha opinião, a expectativa deve ser levada em conta, já que ela pode tornar causar certas surpresas ou decepções. Por exemplo, quando anunciaram Metal Gear Solid 2 criou-se a expectativa de que seria uma aventura tal qual o primeiro MGS, no qual se controlava Solid Snake do início ao fim.
Jogo no mercado, gamers detonando. Decepção total após as primeiríssimas horas de partida, quando Snake sai de cena e o palco é tomado pelo controverso Raiden. Opiniões se dividem sobre o tema, mas fato é que o hype criado causou um impacto negativo, como geralmente costuma acontecer, pelo fato não atender expectativas.
Eis aqui mais um exemplo recente de conseqüência triste do hype. Mais do que triste até – eu diria ridícula.
Após duas E3 e alguns anos de desenvolvimento, Lair chegou ao mercado. Título exclusivo para PS3 e produzido pela Factor-5, ex-second party exclusiva da Nintendo e responsável pela série Rogue Squadron, o título tinha tudo para se firmar como um clássico do paralelepípedo preto da Sony e ainda de quebra provar que o sensor de movimentos do Sixaxis funciona bem.
Tiro pela culatra.
Lair angariou avaliações pífias, muito por conta exatamente dos controles, que respondem de maneira lenta e imprecisa – nem menciono a inexistência de uma opção para se controlar com os direcionais analógicos…
Enfim, dias depois chega à caixa de e-mail de alguns grandes jornalistas gringos o simpático Lair Reviewer’s Guide. Um folhetim de 21 páginas com artworks e informações sobre Lair, sem contar seis páginas dedicadas unicamente aos controles. Ah! Claro! E um belo convite a “abrir mente e mãos para algo muito diferente”.
…
Ok, há muito a se comentar aqui. Por exemplo, não é só por ser diferente que seja legal. O Wii, por exemplo. O controle é uma idéia inteligente, mas não significa que todo jogo do videogame seja inovador e divertido ao mesmo tempo. Ou você vai me dizer que Red Steel e Metroid Prime 3: Corruption são dois FPS de qualidade equivalente?
Da mesma forma, não interessa se a Factor-5 passou anos produzindo o jogo e agora quer méritos apenas pela transpiração. Se, infelizmente, eles se esforçaram imensamente por algo que é ruim e chato não há muito que fazer a não ser aceitar a situação, aprender com os erros e fazer melhor na próxima.
Pior ainda a Sony de mandar esse guia. Seria muito menos ridículo se eles simplesmente declarassem que não concordam com as críticas. Raios, até o Peter Moore me parece menos boboca agora no episódio em que exigiu da EGM que reavaliassem o Kameo: Elements of Power por não concordar com as notas dadas.
Enfim, talvez ainda precise refletir melhor sobre o assunto, mas não podia deixar passar em branco. Não me parece muito simpático a Sony querer dizer aos jornalistas como fazer o trabalho deles – ainda mais quando se trata de um produto dela mesma.
Parece-me que desde o anúncio do PLAYSTATION 3 a Sony tem se tornado cada vez mais arrogante em relação ao mercado de videogames.
Essa história eu já vi com o Nintendo 64 e a insistência da Big N em utilizar cartuchos, que lhe custou muito, muito caro. Não gostaria de ver uma reprise com a Sony no papel principal.
A galera do Destructoid escaneou o guia inteiro para nosso deleite.
Lair Reviewer`s Guide
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