Por Gustavo Hitzschky
Quando comprei o Wii, pensei comigo mesmo e decidi que Super Paper Mario seria um dos primeiros jogos da minha lista. E assim aconteceu. Depois de pouco mais de 27 horas, enfim finalizei outra epopéia regada a bigodes, plataformas e piadas.
O que mais me atraiu em SPM quando vi as imagens foram os gráficos com as cores fortes e o visual extremamente simples, além do fato de você poder trocar entre as perspectivas em duas e três dimensões. E você vai fazer isso direto. Achei que nem iria pôr as mãos no título porque ele, originalmente, seria destinado para o GameCube, migrando depois para o Wii – arranjei um belo pretexto para comprar um console que já estava na minha lista de preferências.
O enredo começa meio besta e insosso, e não é que ele tome proporções à Final Fantasy, mas no final adquire um ar um pouco mais sério e sóbrio, com um romance iniciado há tempos entre dois personagens que você jamais poderia imaginar. Para evitar spoilers, basta se dizer que o início da jornada se dá quando Count Bleck pretende destruir todos os mundos com o ajuda do Chaos Heart, fazendo-se cumprir o Dark Prognosticus do livro que carrega consigo. Para tanto, conta com o auxílio de sua trupe formada pelo acéfalo O’Chunks, a mestre dos disfarces Mimi, o bobo da corte Dimentio, o familiar Mr. L e Nastasia, seu braço direito.
Para contra-atacar o império do conde, existe o Light Prognosticus, relatando que quatro heróis serão os responsáveis por salvar o dia, a saber: Mario, Luigi, Peach e Bowser. Para tanto, o grupo precisará recolher os Pure Hearts que, juntos, têm o poder de limar os planos de Bleck. O bom é que cada personagem tem a sua habilidade única. Mario pode viajar entre os mundos 2 e 3D, enquanto a Peach usa sua sombrinha para planar, defender-se e saltar grandes distâncias; Bowser cospe fogo para fritar os vilões e acender tochas e Luigi tem um super pulo – infelizmente, o bigodudo de verde só será encontrado mais para o fim da aventura.
O lance de ir e vir na alternância das dimensões é fundamental para encontrar passagens, portas e inimigos. Você não poderá permanecer por muito tempo no universo 3D, já que uma barra vai diminuindo e, caso se esgote, Mario perde vida. Foi uma sacada genial da Intelligent Systems essa jogada, pois dá margem a vários puzzles e possibilidades maiores de caminhos e trilhas a seguir.
Super Paper Mario só utiliza o Wiimote e dispensa o nunchuk. Deve-se segurá-lo na horizontal, como se fôssemos jogar algo no Virtual Console. Entretanto, isso não significa que o sensor de movimentos foi esquecido. Quando atacamos, podemos sacudir o controle para realizar verdadeiras estripulias aéreas e ganhar mais pontos de experiência. Além disso, a Pixl Tippi encontra objetos ocultos nos cenários e, para usar essa opção, é preciso apontar o Wiimote para a tela tal qual uma lanterna.
Falando sobre as Pixls, você encontrará diversas ao longo do jogo. São uma espécie de fada que vão facilitar a sua vida, seja usando bombas, tornando os personagens mais finos, trazendo um martelo invocado, ou criando uma plataforma que flutua. Particularmente, achei muito legal a inclusão das Pixls, mas há umas que você colocará em ação em quase todas as fases, e outras serão utilizadas pouquíssimas vezes. Poderiam ter balanceado as Pixls de maneira mais inteligente.
Como disse antes, o visual é bem simples, o que não significa que não encantem com um look de desenho animado e com mundos variados: deserto, o espaço, a fortaleza de um nerd – atentem para as chacotas contra essa classe – e até mesmo o universo para onde vamos depois de nosso game over. No término de cada capítulo, divididos em quatro estágios, há sempre um chefe – e que criatividade da Nintendo em tais combates. No segundo mundo, há um tipo de quiz para que você adivinhe qual é o personagem verdadeiro e qual está tentando enganá-lo; no espaço, nos deparamos com uma nave que lembra os antigos shooters, enquanto Mario dispara projéteis e pega power-ups que pipocam na tela. Absolutamente animal.
O mais admirável dos jogos Nintendo, na minha opinião, são as inúmeras referências que ela faz sobre os sucessos do passado. Em Super Paper Mario não é diferente. Quando você pega a estrela da invencibilidade, Mario fica gigantesco e toma as feições de Mario Bros. para NES. Além disso, existe um item que se trata de vários Mariozinhos, também com a aparência da primeira aventura, que ficam ao seu redor. Quando você se aproxima de um inimigo, o Mariozinho morre, mas leva consigo o adversário. É lindo de ver e ouvir o barulho típico do pulo.
Simplicidade é a palavra que impera em Super Paper Mario. Se você curte um RPG leve, simples, sem uma infinidade de menus e algumas side-quest (coleção de cartas, obtenção de receitas de cozinhas, entre outras), então deve aproveitar SPM.





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