Em agosto de 2021 a coleção de LEGO Super Mario vai ganhar o verdinho Luigi. Tive a honra e oportunidade de receber os kits com meses de antecedência para testar e brincar e participei de um evento online com detalhes sobre os sets e bastidores de produção.
Luigi chega para trazer ainda mais interatividade ao inovador LEGO Super Mario, que chegou em agosto de 2020. O encanador verde se conecta via bluetooth ao boneco do irmão e um entende a presença do outro – e se ele está em apuros ou pegando moedas, por exemplo.
Um pouquinho mais alto que o irmão, Luigi preserva as características charmosas do boneco do Mario: telinha de LCD para dar vida aos olhos e indicar ações como pegar moedas e derrotar inimigos e sensor de movimento para entender quando pula, gira e deita para tirar uma soneca.
Outra função engenhosa é um leitor de cores e códigos de barras na parte inferior, na ‘sola dos pés’. Com isso, entendem quando pulam em um Goomba, andam na grama, deserto, terra, água, pântano e fogo e quando começam a fase no cano verde e terminam no mastro com a bandeirinha.
Enquanto os kits iniciais de LEGO Mario recriavam com bloquinhos as estruturas mais básicas da série, Luigi traz kits com engenhocas mais ousadas, como gangorras e torres giratórias, desertos e pântanos venenosos, um Yoshi rosa e o inimigo Boom Boom.
Pessoalmente, pelo tanto que montei e brinquei, sinto que o Luigi traz uma interatividade mais elaborada, que reforça o charme dos bonecos eletrônicos. Aliás, tipo de criatividade que já rola no set do LEGO NES e o ‘crossover’ com o LEGO Mario, que o boneco toca o tema do game.
A experiência toda é muito envolvente, tanto pelo carisma dos modelos e cenários que você vai montando quanto pelo capricho do app do LEGO Super Mario, que dá instruções detalhadas em 3D, ferramentas online para compartilhar suas criações e várias sugestões de atividades.
(Vale o parênteses: os kits novos e as funções do aplicativo mobile reforçam bastante o caráter ‘Super Mario Maker de verdade’ que o LEGO Mario têm!)
Luigi e os demais sets chegam às lojas de vários países – incluindo Brasil! – a partir de agosto, em tempo de celebrar um ano do lançamento original de LEGO Super Mario. Preços ainda não foram divulgados, mas devem seguir a média salgada de valores praticados aqui no Brasil.
Agradeço demais à LEGO, Nintendo e suas representantes no Brasil pela confiança em me dar acesso tão antecipado a brinquedos tão elaborados, ainda totalmente confidenciais na época em que a caixa chegou pra mim.
Performances musicais costumam ser comuns no The Game Awards, mas nesta edição de 2017 o evento foi permeado por três números orquestrais, além de uma música da banda francesa Phoenix. Se não estiver me esquecendo de nada, apenas no Spike Video Awards 2012, como a premiação era chamada na época, uma orquestra apresentou um medley com os candidatos a jogo do ano na ocasião.
Antes de comentar a parte sinfônica, preciso fazer uma confissão: eu tenho uma bronca com essas participações de orquestras em eventos ocidentais. Enquanto no Japão isso acontece com a maior trivialidade há tempos, no Ocidente o negócio costuma ser feito nas coxas ou então apresentar músicas pouco interessantes ou até mesmo tediosas. Falo isso quando me lembro da E3 2011 num tempo em que a Nintendo ainda fazia conferências ao vivo com uma orquestra de estudantes meio desencontrada tocando Zelda. A conferência da Sony na E3 2016 com abertura de God of War me pareceu mais caprichada, mas não achei a música executada tão fora de série.
Por isso, não tinha muita expectativa para o The Game Awards 2017 nesse aspecto musical, porém fui bastante surpreendido pelo resultado, ainda que nem tudo seja perfeito como veremos. Os três números foram tocados pela não tão numerosa The Game Awards Orchestra, que foi reforçada por talentosos instrumentistas adicionais posicionados à frente do palco.
– Abertura
O formato de medley, mesmo que seja basicamente uma sucessão de músicas simples, é um dos meus favoritos, desde que exista alguma relação entre as escolhas, o que não parece ser o caso na abertura do evento – a menos que eu tenha perdido alguma coisa. Por mais que fosse aleatório, ao menos o medley poderia se destacar em alguns pontos… O problema é que as músicas foram tocadas tão rapidamente, em tão poucos segundos, que ficou difícil reconhecer as faixas ou mesmo ter tempo o suficiente para apreciar as melodias, especialmente considerando que o telão não avisava de qual jogo era a música que estava sendo executada. Não acho o telão fundamental, mas já que estava lá… Aproveito inclusive para agradecer o comentário do Júlio César no YouTube detalhando todas as músicas, o que me poupou horas de pesquisa e tentativas de identificar cada pedaço (muitas eu provavelmente nunca descobriria).
A “Life Will Change” do Persona 5 é impactante logo de início, mas não entendo muito bem a ideia de interromper o solo de guitarra do nada – ainda mais sendo esta tocada por ninguém menos do que Synyster Gates, da banda Avenged Sevenfold. Outro momento curioso é o solo do bizarro otamatone da Michaela Nachtigall (violinista da fantástica banda Tetrimino, que eu ainda preciso falar a respeito) durante a música de Super Mario World.
Pesquisando aqui e ali consegui descobrir todos os instrumentistas extras e, entre eles, destaco a Tina Guo, violoncelista chinesa que já tocou em várias trilhas de filmes (Mulher-Maravilha), games (Journey, Assassin’s Creed Syndicate, Call of Duty: Black Ops III) e até lançou no início deste ano um álbum solo com arranjos de músicas de jogos chamado Game On!.
Não havia me atentado para a trilha sonora do popular FPS multiplayer da Blizzard, mas fui surpreendido por uma bela peça orquestral neste espaço dado ao GOTY 2016, ainda que bem diminuta. Ouvi mais melodias do que costumo encontrar nos outros jogos da casa. Como este número não é exatamente o que me motivou a fazer o post, confesso que não me dei ao trabalho de identificar as faixas executadas. Mas fica o registro.
– GOTY 2017
Diferentemente da abertura, que foi meio aleatória, este medley tinha um razão de existir e, para completar, as músicas de cada jogo foram tocadas por mais tempo e com imagens ilustrativas. Repetindo o que foi feito no Spike VGA 2012, foi apresentado um medley dos candidatos a GOTY. A diferença é que, dessa vez, a parte musical dos jogos é infinitamente mais interessante. Ver jogos tão recentes, com muitos representantes japoneses… Acho que não cometo nenhuma heresia se falar que eu senti um gostinho do extinto Press Start nessa miscelânea.
Logo de início, Tina Guo mostra a que veio no violoncelo, sendo acompanhada pouco depois pela flauta do venezuelano Pedro Eustache que confere uma sonoridade latina ao tema emotivo de Horizon Zero Dawn (de certa forma presente bem de leve no início da faixa original). Muito brevemente Eustache também brilha em Zelda, mas são os violinos é quem mais se destacam.
O que vem depois é o momento “para tudo”: Persona 5? Com orquestra? Com baixo elétrico? Uns anos atrás se me falassem que um jogo japonês como Persona 5 iria aparecer em uma apresentação ocidental dessas (ainda mais em um evento não focado especificamente em game music) eu não ia acreditar. Além dos violinos afiadíssimos da Molly Rogers e da Leah Zeger, eu mais uma vez preciso elogiar a participação de Eustache nesse momento. Na faixa original não tem nada parecido com flauta e é realmente surpreendente que uma composição moderna, ainda que japonesa, combinasse tanto com suas assopradas no ritmo da música. No próprio YouTube, Eustache comentou que ele mesmo desenhou e produziu em uma impressora 3D um bocal de uma Bulul (flauta oblíqua da Armênia) e o adicionou à sua flauta tranversal.
Em uma boa transição, o medley segue para o sucesso Playerunknown’s Battlegrounds com a música menos melódica da performance. Li muitos comentários irônicos de que o jogo nem sequer tem trilha sonora e, para completar, não consegui identificar a faixa (aparentemente, o tema do menu da atualização de novembro de 2017 é a que chega mais perto entre as faixas que escutei).
Eu já estava morto desde o Persona 5 quando observo incrédulo a Kate Higgins entrando para o palco para cantar a “Jump Up, Super Star!” que elogiei tanto no post passado. Seria perfeito se não fosse um detalhe. De maneira muito suspeita, o sincronismo labial da cantora não bate com a música, e a performance vocal soa parecida demais com a original. Muito provavelmente, Higgins não se sentiu confiante o bastante para cantar ao vivo, embora parecesse estar com a letra na ponta da língua. Pelo menos, os metais e o baixo de Jerry Watts Jr. deram o tom na envolvente canção jazzística.
A maior ironia do evento, como muitos já comentaram no YouTube e no Twitter, é que NieR:Automata venceu o prêmio de melhor trilha sonora de 2017 e não teve nenhuma música tocada durante a apresentação (diferentemente de Doom em 2016). De qualquer forma, um jogo japonês ganhar esse prêmio ocidental também me parecia algo impossível uns anos atrás. Basta relembrar que na época do Spike VGA, trilhas como Shadow of the Colossus e Super Mario Galaxy nem sequer foram nomeadas. Ou nem precisa ir tão longe e ver que Bloodborne também não foi aventado nessa categoria. Tirando isso, fica na memória a boa impressão deixada pela The Game Awards Orchestra, que, a julgar pela descrição no site oficial, estreou neste ano para tocar em futuras edições do evento.
Neste 27 de outubro, mesmo dia em que saem outros dois pesos-pesados (Assassin’s Creed Origins e Wolfenstein II: The New Colossus), Super Mario Odyssey é lançado mundialmente para Switch em um 2017 que já vem sendo bastante atípico para a Nintendo (Mario e Zelda canônicos no mesmo ano, em menos de oito meses?).
Assim como meio mundo, desde o trailer da E3 2017 fiquei encantado com a “Jump Up, Super Star!”, música jazzística que difere dos padrões da série por ser cantada. Na época, porém, faltavam mais informações a respeito da canção, que felizmente vieram à tona.
A “Jump Up, Super Star!” não é composta pelo Mahito Yokota como imaginei de início, mas pelo novato Naoto Kubo. Veja você, um dos primeiros trabalhos dele foi como arranjador da “Final Fantasy VII Suite” com o Shota Nakama da Video Game Orchestra. Na Nintendo, ele já havia participado das trilhas de Super Mario Maker, Captain Toad: Treasure Tracker e The Legend of Zelda: Majora’s Mask 3D.
A cantora, por sua vez, é a americana Kate Davis, que também assina como Kate Higgins. Além de álbuns solo de jazz, ela já participou de alguns álbuns de animes como o VGMdb não me deixa mentir. Aparentemente, Kate Davis nunca fez um trabalho de destaque bombástico e é muito bom que sua voz agradabilíssima seja agora mundialmente conhecida em um jogo da Nintendo tão importante como Super Mario Odyssey.
Também chamo a atenção para uma curiosidade bizarra: a letra da “Jump Up, Super Star!” foi escrita em japonês por Nobuyoshi Suzuki, que atuou em Super Mario Odyssey como designer de som dos personagens. Os versos foram traduzidos para o inglês por integrantes da Nintendo of America. Antes de trabalhar na Nintendo, Suzuki teve uma passagem na From Software, onde compôs simplesmente a obra-prima “Ludwig, the Holy Blade” de BloodBorne e também participou da trilha de Dark Souls III. Fico me perguntando que jogo da Nintendo poderia se beneficiar do talento de Suzuki como compositor dada a genialidade da música avassaladora.
A “Jump Up, Super Star!” realmente caiu nas graças do público e no YouTube é possível ver covers das mais variadas formas. Mas, assim como fiz com o Arms, destaco uma excelente arranjo 8-bit que foi publicado com uma rapidez impressionante, em 23 de junho (ou seja, menos de uma semana depois da E3 2017, que acabou dia 15 de junho). Também coloco aí embaixo o já conhecido comercial com atores que mostram Mario de uma forma mais dançante do que estamos mais acostumados (a não ser por jogos como Dance Dance Revolution Mario Mix). A música da versão nipônica do mesmo comercial é interpretada em japonês por outra cantora, a Aimi Mukohara.
[ATUALIZAÇÃO] A Game Informer publicou uma entrevista com a Kate Davis, na qual ela conta detalhes interessantes sobre a sua trajetória como dubladora (Sakura em Naruto está entre os trabalhos mais conhecidos). O convite da Nintendo foi feito por uma recomendação de amigos e, depois que foi escolhida, Kate Davis ouviu uma versão de demonstração em japonês e fez a gravação baseando-se na partitura. A cantora nem sabia que a música seria usada em um comercial live action.
Tempos doidos em que, já faz quase um ano, a Nintendo se lançou a experimentos no mundos dos tablets e smartphones.
Tanto Miitomo quanto Super Mario Run e o mais recente Fire Emblem Heroes (na minha opinião, o melhor da trinca) são produções caprichadas, que refletem tanto o esmero da Nintendo quanto o potencial que outros estúdios ainda podem explorar nas plataformas.
Ah, o empreendimento também abre espaço para iniciativas pouco convencionais de divulgação: Shigeru Miyamoto no palco de uma conferência da Apple para anunciar um jogo do Mario… e um vídeo mostrando ele desenhando o herói em um tablet (o trambolhudo iPad Pro) para divulgar o lançamento!
Acho sempre encantadoras as oportunidades de ver Miyamoto-san dando traços a um de seus filhos mais famosos. É daquelas raras ocasiões de ver o mestre encarando a própria obra e se aproximando da essência e ingenuidade que nortearam sua criação – ou algo do tipo, não só propaganda de algum investimento multi milionário nível 2.
Aproveito a deixa para colocar a seguir também um vídeo de Yusuke Kozaki desenhando a animada Sharena, de Fire Emblem Heroes. O cara é character design de FE desde o recente e excelente Awakening e também trabalhou em outra série que me é MUITO querida: No More Heroes.
O palco recriou os detalhes do cenário de Super Mario Bros., mas as cortinas lembram mais a abertura de Super Mario Bros. 3
Por Alexei Barros
Tenho para mim o Mario & Zelda Big Band Live CD como uma das apresentações mais importantes de game music de todos os tempos, mas ela foi facilmente superada pelo Super Mario Bros. 30th Anniversary Live. Realizado nos dias 20 de setembro em Osaka e 21 do mesmo mês em Tóquio, o espetáculo fez por merecer o legado musical de 30 anos da série e contou com as aparições de Koji Kondo, Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka.
Por que estou tão convicto disso? Normalmente, eu recorro aos sites japoneses para garimpar informações usando o tradutor do Google e dessa vez foi feito até um report em inglês do evento no US Gamer assinado pelo jornalista Jeremy Parish. Pois então, o post nesses moldes já estava praticamente redigido, quando descobri que uma alma caridosa publicou no YouTube uma gravação da plateia do espetáculo em Osaka. Lá fui eu ouvir sem muita expectativa… Resultado: por diversas vezes eu tive que parar o que estava fazendo porque fiquei extasiado com a performance simplesmente alucinante com um humilde registro de qualidade 160 kbps. Essa experiência me fez lembrar o já saudoso Press Start, finalizado neste ano, cujas primeiras edições eu me deliciava com meros bootlegs.
Na incerteza de um lançamento oficial – por favor, Nintendo, o CD de um show desse naipe é uma obrigação! –, eu me empolguei a ponto de querer falar individualmente dos segmentos. No caso de o álbum sair, eu me sinto no dever de revisitar o show e me aprofundar nos comentários.
O Super Mario Bros. 30th Anniversary Live contou com uma big band (banda e metais), formada por instrumentistas japoneses (além do trompetista cubano Luis Valle). Em relação àquela relação inicial de músicos, foi feita uma substituição no violino (Sayaka no lugar de Toshihiro Nakanishi). A banda ainda teve os reforços de Hironori Akiyama (guitarra e banjo) e Tomomi Oda (teclado), que chegou até a cantarolar algumas músicas como veremos adiante.
A big band parece pequena, mas com instrumentistas dessa qualidade nem precisou ser maior. A performance foi fenomenal
Sobre o programa, agora enfim justifico minha afirmação no parágrafo inicial de que o Super Mario Bros. 30th Anniversary Live supera fácil o Mario & Zelda Big Band Live CD. Embora evidentemente esse espetáculo de agora não tenha Zelda, naquela época (2003) não existia as vertentes Super Mario Galaxy, New Super Mario Bros. e Super Mario 3D Land/World. Além disso, os números referentes a jogos antigos, como Super Mario Bros. 3 e World, são muito melhores e, sim, eles tocaram músicas que anos eu esperava por versões arranjadas. A maior surpresa nesse sentido é, enfim, um medley de Mario Kart que ficou simplesmente fantástico. Talvez eu não sobrevivesse se visse esse segmento ao vivo.
Sem mais enrolações, abaixo as considerações sobre cada número. Subi faixa por faixa no Goear, mas, se você preferir, pode escutar o show continuamente no link do YouTube, que também possui o falatório entre um segmento e outro – se você não entender japonês, não tem muito o que ouvir mesmo. Continue lendo ‘Super Mario Bros. 30th Anniversary Live: o melhor espetáculo da galáxia’
Pelo excesso de reprises, eu esperava uma despedida um tanto melancólica do Press Start. Mesmo assim, estava no aguardo do tradicional report do concerto no site da Famitsu, que produziu a série japonesa de espetáculos orquestrais. E eu fiquei esperando… esperando… esperando… E nada. Nada de fotos da apresentação também.
O jeito foi me basear nas análises dos blogues japoneses, que sempre se preocupam em detalhar o set list o máximo possível. O concerto foi realizado em duas apresentações no dia 8 de agosto (e eu extrapolando todos os limites da demora para fazer post), com performance da Kanagawa Philharmonic Orchestra no Tokyo Metropolitan Art Space. Pelo menos foi feita uma surpresa bacana no final. Set list e minhas considerações a seguir.
– “Liberi Fatali” é uma das reprises mais batidas em concertos da série Final Fantasy, mas nunca tinha sido tocada no Press Start. Aliás, a escolha dessa música do FFVIII foi uma surpresa para mim, porque o Press Start não vinha usando corais em suas apresentações. Acredito que foi usado um coro não muito grande.
– Em relação aos convidados, a soprano Oriko Takahashi mais uma vez cantou a “Zero” de Ace Combat Zero. Mesmo sem ter participado da gravação da trilha original, ela foi a intérprete mais recorrente dessa música fabulosa com toques de flamenco no Press Start.
– A “Song of Mana” teve a voz da australiana Louise Bylund, que morou por diversos anos de sua vida na Suécia e atualmente reside no Japão. Essa mistura garantiu que ela fosse a escolhida para a performance dessa maravilhosa canção, que tem versos em sueco.
– A Lioko Kihara foi outra convidada do espetáculo e, diferentemente das outras duas cantoras, ela também tocou piano ao melhor estilo Angela Aki no segmento de Ore no Shikabane o Koete Yuke.
– Como de praxe, o duo ACE formado por Tomori Kudo (guitarra) e CHiCO (vocal) participou da performance de Xenoblade Chronicles, além da cantora Manami Kiyota.
– O segmento de Mother é o mesmo tocado no Press Start 2010, inclusive com os versos do álbum vocal Mother (1989) escritos pela letrista Linda Henrick (provavelmente um pseudônimo). Na ocasião, a performance contou com a voz da cantora Melody Chubak, que na época tinha 13 anos. Agora com 18, a moça voltou as palcos para cantar no mesmo segmento.
– Além do quinteto que produz o concerto (Taizo Takemoto, Kazushige Nojima, Shogo Sakai, Nobuo Uematsu e Masahiro Sakurai), também estiveram presentes os compositores Keiki Kobayashi e Masato Kouda. A Yoko Shimomura deixou uma mensagem em vídeo.
– Não foi feita nenhuma homenagem musical a Satoru Iwata, mas o desfecho do concerto foi bastante especial. Embora muito provavelmente não seja um segmento com transições elaboradas, o medley final resgata seleções icônicas de todas as edições anteriores do Press Start, com exceção de 2013, ano que foi tomado por reprises. Fantástica a ideia!
– Foi uma satisfação ter acompanhado e feito os posts sobre o Press Start durante esses nove anos, mesmo com tão raros registros oficiais das performances. Mal custo a acreditar que o primeiro post que fiz no Hadouken, lá em 2006, era justamente sobre a primeira edição do concerto a qual fiquei extasiado com uma mera gravação da plateia.
Não existiu outra série de apresentações com um repertório tão diversificado, cheio de seleções únicas e surpreendentes. Claro que tamanha variedade me fez querer mais e é uma pena saber que o Press Start acabou sem tocar músicas de jogos que dificilmente veremos nos demais concertos, como Bayonetta, Eternal Sonata, Panzer Dragoon, Valkyria Chronicles, Front Mission, Dark Souls e tantos outros.
Eu torço fortemente para que se não o próprio Press Start, outra série de concertos japonesa apareça algum dia sem demorar muito – houve um hiato de nove anos entre o Orchestral Game Concert 5 de 1995 e o Press Start 2006, considerando apresentações sinfônicas no Japão que abrangem diversas franquias.
Press Start: vou sentir saudades.
Grato ao Fabão pelos links e também pelas diversas informações e traduções nos posts do Press Start.
Foto tirada no Press Start 2008, com alguns dos maiores nomes japoneses de game music (além de outros desenvolvedores): Noriyuki Iwadare, Nobuo Uematsu, Motoi Sakuraba, Yasunori Mitsuda, Mahito Yokota, Kazushige Nojima, Michiko Naruke, Shogo Sakai, Koichi Sugiyama, Masahiro Sakurai e Koji Kondo
Como vem sendo frequente no aniversário de suas séries mais importantes, a Nintendo tem aproveitado datas especiais para fazer apresentações musicais. Depois de Zelda e Fire Emblem, agora é a vez de Mario ter um espetáculo dedicado.
Super Mario Bros., um dos jogos mais icônicos, revolucionários e influentes da história completa 30 anos em 2015. Para celebrar essa efeméride, serão feitas duas apresentações do Super Mario Bros. 30th Anniversary Live no Japão: dia 20 de setembro em Osaka, e 21 do mesmo mês em Tóquio. No entanto, diferentemente de Zelda e Fire Emblem, cujos espetáculos são concertos com orquestra, o evento do Mario será com uma banda que ficou conhecida por Super Mario Special Band. Seus integrantes:
Muitos dos nomes são desconhecidos para mim, mas dois deles me chamaram a atenção. Shingo Tanaka é o baixista de suporte que vem tocando com o T-Square desde o álbum Blood Music (2006). Embora ele não seja um integrante fixo da banda, Tanaka chegou até a fazer parte da T-Square Super Band formada para o disco Smile (2013), lançado em comemoração dos 35 anos da banda.
O outro nome que se destaca é a Senri Kawaguchi. Com apenas 18 anos de idade, essa baterista já toca em apresentações de J-Fusion com os maiores nomes do gênero, como o baixista Tetsuo Sakurai (ex-Casiopea). Ela inclusive forma a dupla Kiyo*Sen com a Kiyomi Otaka, atual tecladista do Casiopea. Outros instrumentistas são velhos de guerra em gravações de trilha como o próprio tecladista Masanori Sasaji, além do trompetista Koji Nishimura e do trombonista Eijiro Kakagawa.
Com tanta gente boa, é certeza que a performance será fantástica. Só espero que liberem vídeos, como a Nintendo de fato tem feito em shows similares realizados recentemente.
Grato ao MajoraMan28 por me repassar essa novidade.
At the end of last year, the London Symphony Orchestra recorded Final Fantasy Symphony, an album with arrangements from Final Fantasy VI, VII and X. The album release, which for now will happen only in digital format with X5 Music Group distribution, was promised for the beginning of 2015. But the release date was already revealed: February 23rd, a week from today.
Taking advantage of the occasion, I bring an interview with the producer of this concert and responsible for Merregnon Studios, Thomas Boecker, that produces game concerts since 2003. He is known for various pioneering events in that area, like First Symphonic Game Music Concert (2003), the first game concert released outside Japan; Symphonic Shades (2008), the first game concert with live radio broadcasting; and, more notoriously, Symphonic Fantasies (2009), the first game concert with live video transmission. Just to name a few.
Since 2008 I have exchanged e-mails with Boecker. And it surprised me that, back then, he told me he reads Hadouken – after all, the blog posts are written in Portuguese. I feel that I should have done this interview previously, but the moment has come.
In the interview, I preferred to focus on specific curiosities about the concerts, which helps to show how it is laborious to create concerts with new arrangements, but it is very rewarding. This is just the first part of the interview – the second part will be published next week. To help possible foreign readers, this interview will also be published in English. Continue lendo ‘Interview with Thomas Boecker, game concert producer in Germany (part 1 of 2)’
No final do ano passado, a London Symphony Orchestra gravou no Abbey Road Studios o Final Fantasy Symphony, álbum com arranjos de Final Fantasy VI, VII e X. O lançamento do álbum, que, a princípio será feito no formato digital com distribuição da X5 Music Group, estava prometido para o começo de 2015. Mas já foi revelada a data: 23 de fevereiro, daqui a uma semana.
Aproveitando a ocasião, trago uma entrevista com o produtor desse espetáculo e responsável pela Merregnon Studios, Thomas Boecker, que produz concertos de games desde 2003. Ele é conhecido por diversos pioneirismos nessa área, como o First Symphonic Game Music Concert (2003), primeiro concerto de games realizado fora do Japão; Symphonic Shades (2008), primeiro concerto de games transmitido ao vivo pelo rádio; e, mais notoriamente, o Symphonic Fantasies (2009), primeiro concerto de games com transmissão ao vivo em vídeo. Apenas para citar alguns.
Desde 2008 tenho trocado e-mails com Boecker, que me surpreendeu na ocasião quando ele me disse que acompanhava o Hadouken – afinal, os posts do blog são escritos em português. Sinto que deveria ter feito essa entrevista anteriormente, mas enfim chegou o momento.
Na entrevista, preferi me focar em curiosidades específicas sobre os concertos, o que ajuda a mostrar o quanto é trabalhoso criar espetáculos com arranjos novos, mas é muito recompensador. Esta é apenas a primeira parte da entrevista – a outra será publicada daqui a uma semana. Para facilitar a vida de possíveis leitores estrangeiros, a entrevista também está sendo publicada em inglês.
Algumas das mais obscuras performances orquestrais de game music acontecem nos concertos produzidos pelo jornalista de games Orvar Säfström na Suécia. Sem perfumarias e grandes invenções, são espetáculos com muitos arranjos próprios, como é o caso desta “Super Mario Suite”, executada na apresentação Score de 2013.
O aspecto mais curioso do segmento é o que me parece ser uma completa aleatoriedade da seleção de faixas, misturando músicas da era clássica (nada de Super Mario Bros. 2, como de costume), com a era orquestrada da vertente Galaxy. A parte boa disso é que assim surgem arranjos de composições pouco homenageadas, como a “Underwater” do Super Mario World e a “Fortress” do Super Mario Bros. 3 – não foi desta vez que a “Enemy Battle” e a “Fortress Boss” foram lembradas, contudo. Mas o negócio chega a ser tão bizarro que o arranjo começa pelos temas de encerramento…
Ao menos o início da “Super Mario Galaxy” serve muito bem como peça de abertura, até porque ela começa com a vinheta da tela-título. Só não faz muito sentido a “Ending” do Mario original aparecer logo depois em uma bela participação dos metais e sem nenhuma transição… Com a flauta e depois as cordas, a citada “Underwater” do SMW é reproduzida com toda a beleza que tem direito. Subitamente, surge a lúdica “Title” do mesmo jogo, seguida pela “Opening” do Super Mario 64. Apesar de ser muito icônica, sem a “Main Theme” ela parece não fazer muito sentido aí no meio.
Agora sim com uma boa transição, surge a simpática “Starship Mario” e a “Super Mario Galaxy 2”, que é simplesmente fabulosa. Depois disso, há um trecho sombrio aparentemente de transição (e não arranjo de alguma faixa), com a batida “Underworld”, logo sucedida pela “Castle” do primeiro jogo nas cordas nervosas que dá lugar à “Fortress” do Mario 3 com o peso dos metais e da percussão. Esse trecho é espetacular, o que me faz aumentar a vontade de um dia ouvir uma suíte só com músicas do Super Mario Bros. 3. Meio que do nada, logo chega a “Kinopio’s House” e mais aleatoriamente ainda a “Wind Garden”. Quando parecia acabar por aí, a Gotheburg Symphony Orchestra toca as rendições de “Underwater” e “Overworld”, que ao menos foi arranjada em uma releitura mais diferente do usual, de maneira bem criativa, algo que pode ser notado na empolgação do maestro Charles Hazlewood. Concluindo esse medley sem muito pé nem cabeça, a “Course Clear” é tocada em um crescendo.
Valeu a iniciativa, mas o arranjo poderia ser muito melhor se focasse em mais músicas ingame além das óbvias do primeiro Mario, já que muitas músicas escolhidas são de tela-título e encerramento.
Comentários