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Distant Worlds music from Final Fantasy 2023: um sonho distante que enfim virou realidade no Brasil

O nome da turnê é uma referência à música homônima “Distant Worlds”, tema de encerramento da expansão Chains of Promathia de Final Fantasy XI cantado originalmente por Izumi Masuda – Foto: Rafael Strabelli

Por Alexei Barros

Iniciada em 2007 por ocasião do aniversário de 20 anos da série Final Fantasy, a turnê Distant Worlds produzida pelo maestro Arnie Roth enfim aterrissou em território brasileiro em 2023 com uma apresentação em São Paulo no dia 28 de setembro e outra no Rio de Janeiro em 1 de outubro. Por muitos anos, eu achava que isso seria quase impossível, mas comecei a ficar mais otimista a partir do Piano Opera 2016 por causa da inacreditável vinda de Nobuo Uematsu ao Brasil. Foram mais sete anos para virar realidade – 16 anos de espera no total!

Por mais que o país tenha milhares de jogadores e o mercado nacional esteja cada vez mais consolidado, o fato de o Brasil ser subdesenvolvido parecia ser um elemento determinante para ficar fora da rota dessas apresentações que costumam acontecer na América do Norte, Europa, Ásia e Oceania. Afinal de contas, devem ser levados em conta custos elevados de produção, viabilidade comercial para todos os envolvidos, espaço na agenda das casas de espetáculo, datas para ensaios da orquestra local etc. Porém, no caso do Distant Worlds, havia um agravante: a turnê já tinha visitado dois países da América do Sul na década passada: Argentina em 2013 e Chile em 2014. Para completar, o Brasil, mais especificamente São Paulo, teve em 2018 o Kingdom Hearts: Orchestra e, em 2019, o Kingdom Hearts Orchestra – World of Tres- (este com presença da Yoko Shimomura!). Ou seja, se havia público brasileiro para concertos tão específicos assim de uma série da Square Enix – ainda que com o apelo turbinado pela popularidade dos filmes da Disney –, como era possível a turnê da mais famosa franquia da gigante dos RPGs nunca ter vindo ao país? Ao menos, vontade não faltava. “Na verdade, temos tentado trazer o Distant Worlds para o Brasil há anos! Estou muito feliz por finalmente estarmos nos apresentando no Brasil!”, afirma Arnie Roth em declaração ao site Final Fantasy Brasil. Sergio Murilo Carvalho, diretor da Conexão Cultural, empresa que viabilizou a visita da turnê, revelou em entrevista para o IGN Brasil que as negociações começaram em 2016 ou 2017, mas a agenda apertada do Distant Worlds dificultou o processo. Era claro que havia uma demanda enorme para isso, pois o anúncio dos espetáculos no país aconteceu no dia 6 de julho, e dois meses depois os ingressos do Espaço Unimed em São Paulo quase esgotaram – apesar de que no Jeunesse Arena no Rio de Janeiro deu para ver muitos assentos vazios. Belo Horizonte e outras praças chegaram a ser discutidas, mas não puderam por falta de datas livres da turnê, que tem um concerto marcado em Singapura para o dia 6 de outubro.

Antes da récita, ao conferir o site oficial do Distant Worlds, eu fiquei cético com um aspecto: “O vencedor do Grammy, Arnie Roth, conduz a Orquestra Sinfônica Villa Lobos e coro – mais de 100 músicos no palco tocando as amadas músicas de Nobuo Uematsu, Masayoshi Soken e muitos mais”. O site do Cine in Concert foi mais específico, falando em “90 músicos e 32 coralistas”. O motivo da preocupação: a Villa Lobos era justamente a orquestra que tocou na maioria das apresentações do Video Games Live no Brasil, incluindo o VGL 2009 (na qual eu contabilizei cerca de 25 instrumentistas e 15 coristas), além do já citado Kingdom Hearts Orchestra – World of Tres- (que eu não pude comparecer). Felizmente, meu pessimismo foi embora ao visualizar várias fileiras de cadeiras em cada lado do palco e seis contrabaixos apoiados no chão, sendo possível constatar que a Villa Lobos estava em sua formação completa ou então foi reforçada para a ocasião. Se não foram exatamente 90 instrumentistas, provavelmente foi um número perto disso. E devo dizer que a performance da Villa Lobos foi muito competente. Posicionado à esquerda do palco, o Coral Lírico Villa Lobos (cujo nome eu só ouvi no anúncio de Arnie Roth na apresentação e não vi no material de divulgação), foi bem ensaiado e estava em bom número (30 pessoas), mas não tinha uma potência vocal avassaladora, o que é esperado pela faixa etária mais jovial dos coristas que foram selecionados dentre mais de mil candidatos.

Como não se tratava de uma sala de concerto com tratamento acústico, os instrumentos e coristas foram microfonados. Eu ouvi alguns leves esbarrões nos microfones em dados momentos, mas nada que comprometesse a performance que, diferentemente do VGL que usa playback como suporte, foi 100% realizada ao vivo. Considerando que as partituras que foram tocadas não são extremamente desafiadoras e não exigem virtuoses (como seria, por exemplo, o pianista da “Final Battle” do FFX), bastava que os números fossem devidamente ensaiados por esses músicos – em cada cidade, quem comprou o ingresso podia assistir ao ensaio final realizado horas antes da apresentação sem custos adicionais.

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O espantoso regresso do Game Music Festival


Por Alexei Barros

Nem em meus mais ensandecidos sonhos poderia imaginar que viveria para ouvir isto: o retorno do Game Music Festival, que vai acontecer nos dias 29 e 30 de junho, vulgo este final de semana… Mas o que é, afinal, o Game Music Festival?

Quem se aprofundou um pouco mais na história da game music deve ter esbarrado por essa série de shows realizada de 1990 a 1995 no Japão que reuniu bandas de diversas produtoras, como Capcom, Sega, Konami e Taito. Nem tudo foi gravado, mas quem ouviu o material lançado de grupos como S.S.T. Band, Kukeiha Club, Zuntata, Gamadelic e outros sabe que é coisa fina. E aqui faço uma ressalva importantíssima. As bandas eram formadas por compositores mesmo, os caras que faziam as músicas nessas empresas e saíam dos estúdios para mostrar que também eram grandes instrumentistas no palco. Isso representa muito mais do que um grupo de fãs que surge do nada para homenagear suas músicas preferidas. Claro que nem todos compositores tocavam e também nas bandas havia instrumentistas que não trabalhavam nas produtoras. De qualquer forma, não tem nem como comparar.

Não que nesse meio tempo não tenha acontecido nada parecido. A primeira lembrança que vem à mente é o Hyper Game Music Event 2007. O primeiro volume, com gravações parciais dos shows foi lançado, mas o segundo, embora tenha sido anunciado, nem saiu, assim como um prometido DVD. o evento repetiu a dose em 2008 (inclusive assistido in loco por um tal de Fabio Santana) e nem sinal do álbum das apresentações desse ano. Nos anos seguintes, os shows foram substituídos por apresentações de seiyuus, que dão muito mais ibope que bandas de videogame. Fora isso, tivemos, felizmente, inúmeros shows desses estimados grupos, mas, pelo que me recordo, poucos que reunissem nomes tão diversos como o Japan Game Music Festival 2013.

Quando vejo que um mesmo evento vai reunir Zuntata (ainda que não seja tão boa quanto a antiga), jdk Band (que é infinitamente superior à velha) e a [H.], as lembranças são as melhores possíveis do GMF. Mesmo que não seja fã número 1 da Crush 40, acho muito legal eles participarem. A maior surpresa talvez seja a dupla Yumi Kawamura x Lotus Juice, repetindo a dobradinha dos shows de Persona.

Permita-me agora apresentar os nomes desconhecidos. A banda TEKARU é liderada pelo Hideki Sakamoto, do estúdio noisycroak. Eles já lançaram dois álbuns muito bons chamados TEKARU TECHNICAL e TEKARU MECHANICAL, com músicas de jogos como Echochrome e Time Travelers. LivestRow Basiscape Band representa evidentemente o estúdio Basiscape, tocando faixas de jogos como o Muramasa: The Demon Blade.

Da dupla Mitsuto Suzuki x Tomoyuki Sugimoto eu espero alguma coisa eletrônica, mas não faço ideia do que seja exatamente. The Musicolors é uma banda liderada pelo Kenji Ito; a Nanaa Mihgo’s tocará músicas de Final Fantasy XI e a The Death March do The World Ends With You. A Square Enix está representada em peso, apesar da ausência da Earthbound Papas do Nobuo Uematsu.

Falando em faltas, a maior de todas é mesmo a Blind Spot, novo nome da recém-renascida S.S.T. Band. Mesmo que o timbre da guitarra venha me decepcionando, o Motoaki Furukawa com a Voyager também é outra ausência, ele que era da Kukeiha Club da Konami.

Veja a programação de cada dia logo abaixo. Se você entender japonês, no canal do evento no YouTube há recados dos integrantes das bandas, que estão devidamente listadas no site oficial. Como sempre, torço para que o Japan Game Music Festival 2013 seja mais bem registrado e lançado do que suas antigas e saudosas encarnações.

29/06/2013

1 – Zuntata
2 – Falcom jdk BAND
3 – Yumi Kawamura x Lotus Juice
4 – TEKARU
5 – Mitsuto Suzuki (SQUARE ENIX) x Tomoyuki Sugimoto (VJ)
6 – Crush 40
7 – The Music Colors

30/06/2013

1 – SEGA sound Unit [H.]
2 – LivestRow Basiscape Band
3 – Yumi Kawamura x Lotus Juice
4 – Nanaa Mihgo’s (SQUARE ENIX)
5 – Crush 40
6 – The Death March (SQUARE ENIX)
7 – The Music Colors

A S.S.T. Band voltou, o Casiopea voltou e agora o Game Music Festival voltou. Posso começar a sonhar com o retorno do Orchestral Game Concert?

[via JAPAN GAME MUSIC FESTIVAL 2013]


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