Por Alexei Barros
Um dilema me consome. Na maioria das ocasiões, preparam-se arranjos novos para apresentações únicas, enquanto que nas turnês, em que os números são repetidos diversas vezes, costumam-se reciclar partituras conhecidas, a exemplo do “Castlevania Suite” do Play! A Video Game Symphony, já que um excerto do segmento é baseado no álbum Perfect Selection Dracula ~New Classic~.
Mas isso vem mudando. O Play! está se aperfeiçoando. Como prometido, e com número maior de composições que o anunciado, foi mostrado um arranjo inédito da série vampiresca no concerto em Dayton. Antes de embarcar no vídeo, adianto duas coisas: 1) Em nenhum instante do medley senti o mesmo deleite nostálgico da “Dracula’s Castle” do Castlevania the Concert; 2) Ainda gosto mais, falando de miscelâneas de toda a saga, do enxuto “Castlevania Medley” do Press Start 2007, apesar de que alguns possam achar que as faixas foram socadas pelo pouco tempo total. De jeito algum isso fere o trabalho de Chad Seiter, que sinaliza um novo passo no processo de maturação dos arranjos dos concertos de games, sem a obrigação de se prender à literalidade, percurso capitaneado pelos concertos Symphonic da Alemanha.
De cara se nota isso: a “Vampire Killer” é homenageada brevemente, o suficiente para vir à mente a melodia. “Moonlight Nocturne” surge calmamente com as coristas femininas, as flautas, os coristas masculinos, no momento em que o Play! tem um momento Video Games Live no telão, com a aparição da impagável mensagem “What a terrible night to have a curse” do Castlevania II: Simon’s Quest, arrancando risadas do público. “Iron Blue Intention” surge de leve e, com as batidas da percussão, vira uma marcha e fica sublime nas cordas e melhor com o coral. “Message of Darkness” adiciona um clima de nervosismo, especialmente quando, de novo, o coro invade a performance, o que também acontece com a “Bloody Tears”, que ficou fantástica dividida entre os sussurros, os metais e os violinos. A “Vampire Killer”, em nova rendição, é emendada naturalmente, fechando com a “The Last Battle”, que não soou deslocada como temia por ser do Lords of Shadow, de um compositor de estilo diferente dos demais, Óscar Araujo.
Se na “Terra’s Theme” a orquestra é que mostrava excelência, agora o coral que causa admiração, especialmente porque, pelo alto custo de contratação, nem sempre são usados os melhores corais em apresentações de turnês. É, Play!, seja bem-vindo de volta.
– “Castlevania Medley”
“Vampire Killer” (Castlevania) ~ “Moonlight Nocturne” (Castlevania: Symphony of the Night) ~ “Iron Blue Intention” (Castlevania: Bloodlines) ~ “Message of Darkness” ~ “Bloody Tears” (Castlevania II: Simon’s Quest) ~ “Vampire Killer” (Castlevania) ~ “The Last Battle” (Castlevania: Lords of Shadow)
P.S.: Eventualmente, posso ter esquecido de alguma música ou me confundido de faixa do Lords of Shadow. Caso isso aconteça, não deixe de bradar nos comentários.
ÉPICO!
Excelente, mas eu também ainda prefiro a “Castlevania Medley” do Press Start 2007.
Não consegui reconhecer nenhuma música de ouvido!
Pooooxa… mas nem ouvindo na sequência as originais que linkei e as partes que marquei o tempo do medley?
As releituras ficaram bem criativas, e não achei que chegaram a se tornar quase irreconhecíveis.
Sério, dentre todas as músicas da fraquia, não esperava por essa…
“Iron Blue Intention” foi algo inesperado e emocionante de ouvir, mostrando que sim todas as obras musicais da franquia são admiradas por completo. No mínimo impressionante o arranjo da melodia, com coral e tudo. Oo
Épico! [2]
Me surpreendeu ter Lords of Shadow nessa lista! Adorei, principalmente a parte de LoS!
Muito bom! <3 <3 <3
@ DGC
A principal diferença é que no Press Start 2007 as interpretações são mais literais, mas nem é a principal razão por ser a minha preferida. É mais pela seleção magistral das faixas – é altamente nostálgico abrir com a “Prologue”, e me pergunto como nenhum outro medley aproveitou uma melodia tão clássica da série.
@ Vinicius
Não só a “Iron Blue Intention”, creio que o próprio Bloodlines acaba sendo um pouco renegado.
@ Jejé
Por conta de os concertos ocidentais demorarem um pouco mais de adicionar as novidades no repertório e pelos japoneses raramente incluírem faixas de origem ocidental achei que nunca ouviríamos Lords of Shadow. E não é que foi uma bela surpresa?