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T-Square 45th Anniversary Celebration Concert: o inconcebível retorno de Masato Honda

Além dos integrantes atuais e ex-instrumentistas, o show teve dois guitarristas convidados e uma big band das mais encorpadas

Por Alexei Barros

É simplesmente inacreditável: o show de 45 anos do T-Square, realizado no Tokyo International Forum Hall A neste 21 de outubro de 2023, contou com a performance de Masato Honda. O talentoso saxofonista que participou da banda de 1991 a 1998 e tocou na apresentação de 20 anos, nunca mais tinha dado as caras em espetáculos do T-Square, ausentando-se das celebrações de 25, 30, 35 e 40 anos. Parece até mentira…

Mas, na verdade, isso era algo que estava esperando com bastante expectativa diante dos últimos acontecimentos. Depois da saída de Masahiro Andoh e do falecimento de Hirotaka Izumi em 2021, o futuro do T-Square não parecia dos mais promissores com apenas dois integrantes: Takeshi Itoh (sax e EWI) e Satoshi Bandoh (bateria), formando a banda que passou a ser conhecida por T-Square alpha. Eis que algo completamente inesperado aconteceu logo no álbum Wish (2022): Masato Honda voltou a colaborar com o T-Square, arranjando e tocando em três faixas. Esse disco também contou com a performance de Keiji Matsumoto (teclado), que chegou a ser integrante do grupo em 1999 e 2000 e nunca mais tinha aparecido. Posteriormente, Honda voltou a participar das apresentações do T-Square, tornando-se uma espécie de integrante honorário, já que com ele a banda é intitulada T-Square alpha X (o “X” é de “double saX”). Para celebrar esse retorno, foi realizado o show Welcome Back! Masato Honda lançado em Blu-ray em abril deste ano. Não bastasse isso, Honda compôs duas faixas inéditas para o álbum seguinte, Vento de Felicidade (2023). Por sinal, o disco conta com a participação de vários ex-integrantes como é de praxe nos CDs comemorativos. Além da “Stratosphere”, composição de Keiji Matsumoto já presente em seu álbum solo The Winds Of Spring, o disco conta com “Rooms With A View”, música póstuma de Hirotaka Izumi finalizada por Yuji Toriyama; e “Climax”, faixa assinada por Keizoh Kawano que é nada mais, nada menos do que música-tema do filme de Gran Turismo.

Dito isso, eu não consegui encontrar uma explicação minimamente plausível para o afastamento de Masato Honda durante todos esses anos. O regresso de Honda imediatamente após a saída de Andoh leva à óbvia conclusão de que havia um desentendimento entre os dois, mas para adicionar mais um ingrediente nesse mistério, Masahiro Andoh participou do show de 60 anos de vida do Masato Honda como se nada tivesse acontecido. Vai entender.

Falando especificamente do show de 45 anos, além da inevitável e sentida ausência de Hirotaka Izumi, não compareceram três figuras recorrentes: Junko Miyagi, a única mulher da banda e que tocou piano e teclado nos shows de 20, 30, 35 e 40 anos; Michael S. Kawai, primeiro baterista que esteve nas apresentações de 20, 25, 30 e 40 anos; e simplesmente Hiroyuki Noritake, um dos bateristas mais conhecidos do T-Square e que esteve em todos os espetáculos anteriores de aniversário. Sobre este último, especulou-se em comentários no YouTube que o conflito de agendas impossibilitou a sua participação, visto que ele costuma tocar com outros artistas, o que me parece plausível – espero que seja só isso mesmo. Dessa vez, não houve um piano acústico de cauda como nos tempos de Hirotaka Izumi. Em shows após o seu falecimento, os tecladistas Yudai Sato e Akito Shirai se revezaram ao piano, mas eles não participaram da apresentação de 45 anos. Com isso, foram estes os instrumentistas.

Guitarra e violão: Masahiro Andoh, Yuhji Mikuriya, Kazuma Sotozono, Kazumi Watanabe, Yuji Toriyama
Saxofone e EWI: Takeshi Itoh, Masato Honda, Takahiro Miyazaki
Teclado: Keiji Matsumoto, Keizoh Kawano, Daisaku Kume
Baixo: Toyoyuki Tanaka, Mitsuru Sutoh, Shingo Tanaka
Bateria e percussão: Kiyohiko Semba, Tohru Hasebe, Satoshi Bandoh

Trompete: Chihiro Yamazaki

Além de Kazuma Sotozono, um dos guitarristas que vêm substituindo Andoh nos shows mais recentes, os guitarristas Kazumi Watanabe e Yuji Toriyama foram convidados, tocando as mesmas músicas que eles participaram das gravações originais: “Freaky Rats” e “Climax” no caso de Watanabe e “Stratosphere” e “Rooms With A View” no que se refere ao Toriyama.

Falando mais sobre o set list, não achei que sobreviveria ver a impactante “Stiff Nails” ser tocada na abertura com três saxofones assim como no show de 20 anos. Apesar de toda a empolgação, eu ainda fico com a versão de 1998 por alguns fatores: aquela entrada sequencial das três baterias e os solos dos três saxofones no final não estão presentes nessa performance de 2023. Outra coisa que me incomodou é que, fora a “Stiff Nails”, a “Japanese Soul Brothers” e a “Truth” foram as únicas com três saxofones (na terceira, dois EWIs de Itoh e Miyazaki e um NuRAD de Honda) e todos os instrumentistas (exceção aos convidados Kazumi Watanabe e Yuji Toriyama que não participaram dessas músicas). As demais faixas buscam reunir os integrantes de determinadas épocas dentro das possibilidades e sem muitas surpresas (como os três baixos na “Sunnyside Cruise” do show de 35 anos).

Os meros retornos de Keiji Matsumoto e Masato Honda garantiram um frescor ao set list com músicas que nem sempre são lembradas – curiosamente, Kazuma Sotozono foi quem tocou a guitarra nessas faixas e não Masahiro Andoh. O trio “A Dream in A Daydream”, “Dali’s Boogie” e “Taking Mountain” corresponde ao período quase esquecido dos anos 1999 e 2000 em que Matsumoto era integrante. Já os anos áureos de Masato Honda foram relembrados no bloco “Ciao!!!”, “Little League Star”, “Natsu no Shinkirou” , “Theme for BBS” (que nem faz parte da discografia do T-Square e é da época de carreira solo do saxofonista), “Rise” e “Megalith”, com direito à participação nas quatro primeiras de uma big band, cujos integrantes apareceram em vários solos. Aliás, estranho as duas últimas também não terem big band, pois as originais contavam com metais. E ainda vou ficar sonhando com “Splash!” e “Samurai Metropolis”… No entanto, eu também senti falta dos metais em músicas que originalmente não tinham esses instrumentos, como ocorreu na “Celebration” do show de 25 anos ou na “Rondo” na apresentação de 35 anos.

Pude comentar minhas impressões sem muita demora porque o espetáculo foi transmitido e milagrosamente disponibilizado no Bilibili – não sei por quanto tempo. Trata-se de uma apresentação espetacular graças especialmente ao retorno de Masato Honda, mas sempre fica a sensação de que poderia ser ainda melhor, considerando tudo o que o T-Square já fez em 45 anos de história.

T-Square 40th Anniversary Celebration Concert: é maravilhoso, mas não é o show dos sonhos

O palco do show de 40 anos do T-Square é o mesmo da icônica apresentação Casiopea vs The Square the Live!! de 2003

Por Alexei Barros

Por mais desatualizado que este espaço esteja, não posso deixar de analisar um dos acontecimentos que mais aguardava neste quase findo ano de 2018: o show de 40 anos do T-Square, realizado no Pacifico Yokohama no dia 5 de agosto e cujo Blu-ray foi lançado em 12 de dezembro. Até porque comentei – quase uma década atrás! – do evento similar de 30 anos. Para quem não sabe, trata-se da banda liderada por Masahiro Andoh, compositor de Gran Turismo e Arc the Lad.

Antes vale mencionar rapidamente sobre o espetáculo de 35 anos realizado em 2013 – esse sim eu não falei por aqui. Embora o programa registrado no Blu-ray (o qual eu tenho um exemplar) seja excelente, com direito à melhor performance da “Rondo”, vale mencionar uma decepção. Naquele ano, foram realizadas duas apresentações com convidados diferentes e set lists levemente distintos. Justamente a edição do show que não está gravada no Blu-ray é a que teve a “Knight’s Song” (a.k.a. “Moon Over the Castle”, tema de Gran Turismo) tocada na íntegra (e não em um medley como no show de 30 anos) com participação especial do guitarrista Kyoji Yamamoto.

Partindo para os 40 anos, o motivo que mais me deixava na expectativa era saber se enfim nessa ocasião estaria presente o genial saxofonista Masato Honda, que atuou na banda de 1990 a 1997. Ausente das apresentações de 25, 30 e 35 anos do T-Square, ele é não só um multi-instrumentista talentoso, como um exímio compositor, por músicas famosas da banda como “Megalith” e “Bad Moon”. Essas faixas continuam sendo tocadas em sua carreira solo, que não é das mais prolíficas quanto em outros tempos (de 2008 para cá ele só lançou três álbuns).

Nunca consegui descobrir a razão para todas essas ausências, apenas rumores infundados. Um dos boatos que eu vi em comentários do YouTube foi uma suposta briga de Honda que culminou em sua saída da banda em 1997. Se é assim, por que ele participou do Farewell and Welcome Live ‘1998 e do show de 20 anos do T-Square já como ex-integrante? E mais: por que Honda colaborou com a composição da música “A Distancia” para o álbum Brasil (2001) – a faixa também está presente no CD solo Cross Hearts (2001) – como músico freelancer?

De qualquer forma, dessa vez havia uma esperança mínima de sua aparição: em 2015, Masahiro Andoh publicou em seu Twitter uma foto com Masato Honda e outros instrumentistas no que parece ter sido um encontro casual no meio da rua. Não tem cara que havia algum desentendimento entre os dois. Ainda que os atuais integrantes do T-Square não participem dos álbuns solo do Masato Honda, ex-membros da banda, como Hiroyuki Noritake, Mitsuru Sutoh, Keiji Matsumoto e Hirotaka Izumi, costumam tocar com o saxofonista.

Mas tudo foi por terra abaixo no vídeo de revelação que anunciou todos os participantes desse show. O que não entendo é que o safado do Masato Honda esteve presente simplesmente em todos os shows de aniversário de carreira do cantor/guitarrista Toshiki Kadomatsu (20, 25, 30 e 35 anos), inclusive aparecendo de maneira muito mais discreta do que seria em um espetáculo do T-Square, apenas integrando o naipe de metais com solos ocasionais. A carreira do saxofonista deve muito mais ao T-Square do que ao Toshiki Kadomatsu.

Tudo isso é bastante lamentável, considerando o tanto de bandas que acabaram com as mortes de integrantes-chave ou que nem sequer conseguem mais reunir o suficiente de músicos vivos para formar uma banda. Por sinal, o único ex-membro falecido do T-Square é o Jun Aoyama, baterista que teve uma rápida passagem pelo grupo em 1980 e morreu em 2013.

Em contrapartida, fiquei feliz com o nome de Daisaku Kume, que só esteve presente anteriormente na apresentação de 20 anos. Arranjador da “Beyond the Bounds” (Zone of the Enders: The 2nd Runner), ele é o compositor da “Change Your Mind”, música ainda bastante tocada pelo T-Square. Em 2017, Kume completou 60 anos e fez um show comemorativo com as presenças de Masahiro Andoh e Takeshi Itoh, além do percussionista Kiyohiko Semba.

De resto, são os mesmos nomes do show de 30 anos, exceto pela ausência do primeiro baixista Yuji Nakamura e pela presença do baixista Shingo Tanaka, que não é exatamente um membro oficial da banda, mas é figura recorrente nos álbuns novos e já havia aparecido no show de 35 anos.

Porém, a grata surpresa foi a participação das instrumentistas Chihiro Yamazaki (trompete) e Kayoko Yuasa (trombone). As duas inclusive tocaram na gravação do álbum City Coaster, o primeiro lançado em abril pelo T-Square em 2018 apenas com músicas dos atuais membros. O outro que foi publicado este ano, no mês de novembro, It’s a Wonderful Life!, não teve o envolvimento de ambas, mas contou com composições de vários ex-integrantes, assim como os álbuns de aniversário Spirits (2003), Wonderful Days (2008) e Smile (2013). Aliás, vale elogiar o esforço por produzir dois CDs com músicas originais em um único ano, algo que só aconteceu quatro vezes nesses 40 anos de T-Square (antes só em 1978, 1984 e 2000). Isso porque a inclusão do trompete e trombone quebrou uma tradição de apenas os concertos de aniversário em anos terminados em “5” (25 e 35 anos) contarem com o reforço de um naipe de metais, visto que os shows de 20 e 30 anos não tiveram esses instrumentos. São 18 músicos no total:

T-Square Super Band Special
Guitarra: Masahiro Andoh, Yuhji Mikuriya
Saxofone e EWI: Takeshi Itoh, Takahiro Miyazaki
Piano e teclado: Daisaku Kume, Hirotaka Izumi, Junko Miyagi, Keizoh Kawano
Baixo: Toyoyuki Tanaka, Mitsuru Sutoh, Shingo Tanaka
Bateria e percussão: Kiyohiko Semba, Michael S. Kawai, Tohru Hasebe, Hiroyuki Noritake, Satoshi Bandoh

Trombone: Kayoko Yuasa
Trompete: Chihiro Yamazaki

As duas fizeram a diferença, apesar de ter achado o set list dos 40 anos um pouco fechado nas músicas mais famosas e exaustivamente repetidas, sensação que aumentou com a inexistência de algum medley, que em outras ocasiões favoreceu a lembrança de pérolas esquecidas pelo tempo (do T-Square são tantas…). Eu gosto da “Sailing the Ocean”, mas ela já tinha aparecido nos shows de 20 e 25 anos (em um medley). Mesma coisa a “Midnight Lover”, que foi lembrada nas apresentações de 20 e 30 anos.

Músicas como “Dans sa Chambre”, “Mistral” e “Crown and Roses”, que apresentavam metais nas versões originais em estúdio, ficaram sensacionais ao vivo. Pena que ainda poderiam ter outras com essa mesma característica, como a “Anchor’s Shuffle” e a sempre ignorada “Glorious Road” (tão ignorada que eu não encontrei um link com a música original no YouTube). E fico só imaginando o quão fantástico seriam músicas do Masato Honda como “Natsu No Shinkirou”, “Splash!” e “Samurai Metropolis”… Porém, assim como nos shows de 25 e 35 anos, algumas músicas que ganharam arranjos com metais especialmente para a apresentação, como a “Little Pop Sugar”, que ficou surpreendente e incrível na abertura e a própria “It’s a Wonderful Life!”. Nesse sentido, falando das composições do Mitsuru Sutoh, fico imaginando que seria melhor trocar a “Explorer” pela “Scrambling”, mesmo que ela já tivesse aparecido no show de 30 anos. A versão em estúdio não tinha metais, mas a parte do teclado claramente busca reproduzir esses instrumentos. E em relação às faixas mais recentes, a “幻想の世界” não poderia ter faltado.

Outra novidade neste ano foi a participação em três faixas da Adachi-ku Nishi Arai Chugakko Suisogaku Bu, orquestra de sopro japonesa. A “Omens of Love”, “Takarajima” e “Twilight In Upper West” – todas elas composições de Hirotaka Izumi – são músicas extremamente populares entre esses grupos, graças aos arranjos de Toshio Mashima para a série de álbuns New Sounds in Brass.

Apesar de tudo, o aniversário de 40 anos ainda é um dos melhores shows da banda especialmente por causa do naipe de metais. De resto, o óbvio: só espero que em futuras efemérides Masato Honda esteja presente (não custa sonhar).

A gravação em áudio do T-Square 40th Anniversary Celebration Concert pode ser conferida na íntegra no Spotify. Abaixo, um breve comercial do DVD e Blu-ray com cenas do show ao som da “It’s a Wonderful Life!”.

Quando o T-Square veio ao Brasil


Por Alexei Barros

Já que eu me empolguei relembrando as duas visitas do Casiopea ao nosso país e é difícil falar deles sem citar o T-Square pela proximidade dos integrantes, serei obrigado a ressaltar um acontecimento que (quase) passou despercebido em 2001: a obscura passagem do T-Square pelo Brasil.

Sim, já tínhamos conhecimento que nesse ano a banda liderada por Masahiro Andoh, o compositor da “Moon Over the Castle”, o tema de Gran Turismo, lançou um álbum com o nome Brasil; sabíamos também que o CD, conforme comprovado pelo encarte, foi gravado no Mosh Studios em São Paulo (e também no Castle Oaks Studio em Los Angeles). Nessa época, o T-Square era apenas uma dupla (em sua formação inicial da fase profissional, em 1978, eram oito!), com Masahiro Andoh na guitarra/violão e Takeshi Itoh no saxofone/EWI/flauta. Músicos convidados completavam a formação da banda. Na ocasião, os instrumentistas foram brasileiros. Tudo isso eu já sabia.

Mas o que desconhecia era o fato de essa gravação ter sido noticiada pela imprensa brasileira na época. Leia a reportagem do dia 12 de fevereiro de 2001 da Folha de S. Paulo assinada por Carlos Bozzo Junior:

Japoneses do T-Square se unem a músicos brasileiros em São Paulo

O grupo de música instrumental T-Square, formado pelos japoneses Masahiro Andoh, 47, e Takeshi Itoh, 47, acaba de gravar seu 27º CD em São Paulo com músicos brasileiros.

Desconhecidos no Brasil, os músicos do grupo são muito populares no Japão, bem conhecidos nos Estados Unidos e bastante respeitados na Europa, por apresentarem, desde 76, dentro do gênero fusion, muita criatividade e energia em suas composições e performances.

O som de Andoh, guitarrista e arranjador, traz influências de George Benson, Larry Carlton e Lee Ritenour, que se misturam às do saxofonista e flautista Itoh, fã de Cannonball Adderley (1928-1975) e Herbie Mann.

“Esperávamos misturar nossa música com a dos brasileiros, mas não imaginávamos que o resultado fosse tão bom”, disse Itoh, que se surpreendeu com a dedicação e a qualidade dos músicos brasileiros escolhidos para a gravação.

Os japoneses contaram com instrumentistas arregimentados pelo produtor brasileiro, que há 22 anos mora no Japão, Osny Melo. “Procurei os nomes pela versatilidade, além, é claro, de levar em consideração o currículo de cada um”, falou Melo, que prepara mais dois projetos de CDs para os japoneses.

No CD, que está sendo gravado no Brasil, Toninho Horta foi escolhido para tocar guitarra em duas faixas. As outras oito faixas ficam a cargo de um grupo especialmente formado para este trabalho: o maestro e guitarrista Natan Marques, “Maguinho”, na bateria; Pedro Ivo, no contrabaixo elétrico; Guedes, no contrabaixo acústico; Papete, na percussão e Beto Paciello, nos teclados.

“Quando olhei para o material, com músicas de sete minutos de duração e cheias de divisões, pensei em ficar doente ou matar uma tia, mas a vontade de cada um de tocar música de qualidade, colaborou muito para que chegássemos ao fim do trabalho”, disse o baterista Maguinho, que acompanha Chitãozinho e Xororó.

Entre as poucas exigências feitas pelos japoneses, estavam uma visita ao túmulo de Ayrton Senna e o comando da mesa de som a cargo do técnico brasileiro, radicado em Los Angeles, Antonio “Mug” Canazio, homem de confiança do compositor baiano João Gilberto.

O disco deve ficar pronto neste semestre e será lançado pelo selo Village da Sony Music japonesa.

O álbum em si é bastante diferentão do restante da discografia do T-Square – tanto que, se não me falhe a memória, nenhuma das músicas desse CD foi reprisada nos shows de aniversário. A maioria delas, por razões óbvias, apresenta títulos em português, não que isso não tenha acontecido em outras ocasiões, como a “Copacabana”, do Natsu No Wakusei (1994). A primeira faixa “A Caminho De Casa”, inclusive, não é muito convencional por ser cantada (em português) – a maioria das músicas do T-Square é instrumental, e até mesmo algumas músicas originalmente cantadas, como a “It’s Magic”, são tocadas sem vocal. No geral, o álbum é bastante acústico, com uso de violão e flauta com muito mais frequência que o habitual.

Sobre o último parágrafo, tamanho respeito pela memória do Ayrton Senna não é apenas por ele ser famoso, havia uma relação. O T-Square, que ficou especialmente famoso pela música “Truth”, tema das transmissões de F-1 na TV Fuji, também é o responsável pelo tema da vitória do Senna, a “Faces”, presente no álbum Impressive (1992). Da mesma maneira, ficou a cargo do T-Square o tema da vitória do francês e rival ferrenho do Senna, Alain Prost, a “Ashita Heno Tobira”, do álbum Human (1993).

Com a morte do ídolo brasileiro em 1994, o T-Square lançou, no mesmo ano, um álbum em sua homenagem, o Solitude -Dedicated to Senna-. Não tivemos a mesma sorte com o concerto Senna Forever, que o T-Square tocou com a New Japan Philharmonic Orchestra e não foi lançado em CD, mas pelo menos o concerto completo pode ser visto no YouTube.

[via Folha de S. Paulo]


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