Por Alexei Barros
Um dos jogos que mais aguardo com expectativa neste promissor ano de 2015 é, sem sombra de dúvida, Bloodborne, da From Software. E não falta muito, porque está para sair no dia 24 de março. Embora ainda não tenha compartilhado por aqui minha veneração pela trilogia Demon’s Souls, Dark Souls e Dark Souls II – se fosse julgar pelos posts parece que eu só jogo Final Fantasy –, esses RPGs de ação da From entraram na minha relação de favoritos de todos os tempos (mais os dois primeiros confesso) pelos motivos que todo mundo está careca de saber e que resumo toscamente pelo conjunto formado pela ambientação imersiva, o sistema de combate simples, mas estratégico, e especialmente o elevado nível de desafio que não se vê na maioria dos jogos atuais (e muito mais elaborado que nos games antigos).
Nesses jogos, a trilha sonora desempenha um papel diferente de outros J-RPGs, até porque na maior parte do tempo não há músicas. As faixas tocam na abertura, encerramento, em alguns lugares específicos de calmaria e, mais notoriamente, nas batalhas com chefes. Mesmo que o foco seja mais na ambientação do que na melodia, há composições que considero memoráveis, como a “Firelink Shrine” do primeiro Dark Souls.
A respeito dos compositores: enquanto o Demon’s Souls teve a trilha do pouco conhecido Shunsuke Kida, Dark Souls e sua sequência contaram com as composições de Motoi Sakuraba, em uma abordagem completamente distinta da que estamos acostumados (nada de frenéticos temas de combate de rock progressivo, como nas séries Tales of, Valkyrie Profile, Star Ocean e Baten Kaitos).
Até então, se sabia que a trilha de Bloodborne, sucessor espiritual da série Souls, seria do compositor americano de filmes Michael Wandmacher (Piranha 3D, Drive Angry), apesar de a notícia veiculada no site dele ter sido retirada do ar. Porém, o vídeo da gravação da trilha que é o motivo deste post revela que o tema “Cleric Beast”, da luta com o primeiro chefe do jogo, é assinado por Tsukasa Saitoh, compositor da equipe interna da From Software que inclui em seus trabalhos jogos como King’s Field IV e Armored Core V. Algumas faixas do jogo já vazaram no YouTube.
Essa música não foi feita para entreter. Ela reflete toda a atmosfera sombria, pesada e sanguinária de Bloodbone, com as cordas perturbadoras e um coral assustador. Mesmo assim, acho que ela funciona à parte do jogo – o trecho cantado pelos coristas masculinos a partir de 1:47 é visceral.
E deixa eu sair correndo para comprar o PlayStation 4 logo…
[ATUALIZAÇÃO] Um post do PlayStation Blog que acabei passando batido revela que a trilha foi feita por vários compositores da From Software, além de convidados. Com a orquestra formada por 65 instrumentistas e mais um coral de 32 vozes, foram gravados mais de 90 minutos de música no Abbey Road Studios e no Air Studios em Londres.
[via PlayStation Blast e PlayStation Blog]
Que coincidência, Alexei! Eu também considero a franquia Souls a melhor coisa que já joguei. Concordo com tudo que você falou sobre a música da franquia e estou torcendo pra que Bloodborne seja um jogão pra justificar a compra do PS4. ;)
Ah, não me lembrava que você também gostava da série, Marcelo! Acho incrível como a série Souls foi na contramão de tudo o que essa geração apresentou (especialmente jogos cinematográficos que valem mais pela experiência do que pelo desafio) e conquistou um nicho de admiradores. Eu concordo plenamente com a revista Edge, que elegeu o primeiro Dark Souls como o melhor jogo da geração.
Sendo o Bloodborne dirigido pelo Hidetaka Miyazaki, acho que nossa expectativa será correspondida e, por isso, não devo demorar para comprar o PS4.
Abração!
Engraçado que nunca curti tanto esse clima opressor, e geralmente essas músicas me afastam mais do que deveria.
Mas durante o alpha, eu fazia speedrun pra chegar no cleric beast e ouvir essa música.
Ela ambienta perfeitamente o que está rolando, deixa o clima ideal pra enfrentar o peludão.
O mais engraçado é que a música é épica o sugiciente para mostrar a primeira de muitas batalhas mortais, enquanto encaixa certinho com o chefe, que exige paciência pra esquivar nos momentos certos de acordo com o pattern, e coragem para partir pra cima e dar o tiro no time frame apertado quando ele levanta sua imensa garra sedenta pra te dar a maior bolacha.
Os jogos da série Souls tem relativamente poucas faixas, mas que sempre garantem imersão total naqueles mundos.
Já comprei Bloodborne, e as férias já tão remarcadas (já que adiara um pouco o jogo) para me perder naquele mundo. Ou me encontrar.
Muito interessante o seu comentário sobre o Alpha, Juno, já que eu não tive oportunidade de jogar. Graças ao vídeo dos primeiros 18 minutos do IGN, deu para visualizar todo esse início do jogo que você descreveu.
Acho os ambientes da série Souls extremamente imersivos e é curioso como na maioria deles não há música alguma. Mas nos cenários que têm realmente fazem diferença.
E você fez bem em tirar férias para jogar o Bloodborne. Esses jogos da From Software exigem que você viva em função deles. Talvez se eu tivesse emprego fixo não conseguisse terminá-los…