Multiversus e o futuro da Warner nos games

Por Claudio Prandoni

Multiversus, o jogo de luta-plataforma estilo Smash Bros. está de volta e é uma prova de fogo do futuro planejado para a Warner Bros. Games no mundo dos jogos eletrônicos.

No final de 2023, o CEO da empresa, David Zaslav, anunciou que a empresa vai investir em jogos-serviço, títulos persistentes que recebem novo conteúdo de forma constante em busca de monetização recorrente.

Isso tudo a despeito do fracasso de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça que é um jogo-serviço e do sucesso absoluto de Hogwarts: Legacy, que é um título AAA single-player, o total oposto do jogo-serviço, que foi o game mais vendido nos EUA em 2023.

Multiversus é um título gratuito que saiu em versão teste em 2022, foi retirado das lojas online no início de 2023 e agora volta em um lançamento oficial com muitos ajustes na jogabilidade e uma quantidade ainda maior de conteúdo – com destaque, veja só, para o modo Fendas, que oferece desafios para apenas um jogador.

Ainda assim, o prato principal do jogo é o mesmo: combates estilo Smash Bros e uma tonelada de conteúdos extras para habilitar, como personagens, roupinhas, emotes e muito mais. Tudo pode ser desbloqueado com dinheiro virtual acumulado em partidas ou acelerado usando dinheiro de verdade.

O elenco é super variado e icônico: Batman, Salsicha, Pernalonga, Arya Stark, Finn e Jake, Agent Smith, Lebron James (de Space Jam), Tom & Jerry… e ainda tem espaço para crescer com outras franquias, como Harry Potter e o caleidoscópio intenso de desenhos do Cartoon Network e Hanna-Barbera, por exemplo.

Joguei Multiversus tanto no open beta original quanto neste relançamento e senti muitas melhorias na jogabilidade, o título parece agora ter um ritmo mais cadenciado e estratégico.

Curti muito também a generosa adição de conteúdo single-player e outros ajustes deixaram Multiversus mais em linha com outros dos principais jogos-serviço da atualidade, como Fortnite e Destiny 2, com a inclusão de progressões ao estilo passe de batalha. Aliás, vale o elogio ao escritório da Warner no Brasil, que conseguiu de cara trazer o jogo totalmente em português, incluindo vozes dubladas com os dubladores icônicos dos personagens.

Será que o jogo vai se sustentar? O compromisso da Warner e do estúdio Player First Games é um bom sinal, mas é difícil entender o jogo no momento estar apenas no PlayStation, Xbox e PC, ainda que eu valorize muito que isso inclua os já antiguinhos PS4 e Xbox One.

Na minha opinião, versões para Switch e smartphones são inevitáveis se o jogo realmente quer explorar o potencial pleno das marcas que traz para as arenas.