Por Alexei Barros
The Last of Us… Que jogo é esse? Com certa dose de atraso, pude comprovar a magnitude dessa obra-prima da Naughty Dog no início deste ano e ficar estupefato pela história envolvente, pelos personagens carismáticos e pela maneira completamente inacreditável com que eles reagem ao cenário. Todavia, não é um jogo livre de falhas e talvez a mais evidente seja a invisibilidade de Ellie aos inimigos. Bom, não se trata exatamente de um problema, mas achei um acontecimento no excelente DLC Left Behind meio inverossímil (não é aquilo que você está pensando) – posso falar mais a respeito nos comentários para deixar o post livre de spoilers.
Mas o post era sobre a trilha sonora… The Last of Us segue a tendência moderna de importar compositores de filmes para os games – algo que Hideo Kojima provavelmente foi um dos pioneiros ao chamar o Harry Gregson-Williams para a trilha de Metal Gear Solid 2 lá em 2001. O survival horror da Naughty Dog tem as músicas assinadas pelo argentino Gustavo Santaolalla, responsável pela trilha da excepcional trilogia Amores Brutos/21 Gramas/Babel do cineasta Guillermo Arriaga.
A trilha do jogo segue uma linha minimalista, com algumas faixas apostando na percussão, mas as mais marcantes utilizam o instrumento chamado ronroco, como é o caso da música-título “The Last of Us”. Não sei se foi assim para todo mundo, mas, quando joguei, as músicas e as vozes estavam em um nível absurdamente baixo. Minhas tentativas de ajustar o áudio no menu não surtiram efeito. Pelo menos nas cutscenes deu para apreciar um pouco melhor as faixas. Curiosamente, minha experiência com a trilogia Uncharted (da mesma Naughty Dog) foi completamente diferente: as músicas bombásticas explodiam aos ouvidos, de uma forma que não dá para baixar despercebido pela trilha (fantásticas, cinematográficas e melódicas, aliás).
No contexto de um concerto orquestral, porém, faz muito mais sentido que uma das músicas focadas nas cordas fosse a selecionada para ser executada. Por isso, a “All Gone (No Escape)” é uma boa escolha do concerto sueco Score realizado em 2013, mesmo ano de lançamento do jogo. Aquele solo de violoncelo de cortar o coração no início que nos faz lembrar dos momentos mais emocionantes de The Last of Us é reproduzido com perfeição pelo instrumentista da Gothenburg Symphony Orchestra, assim como as demais cordas na continuidade da música.
Nesse tipo de reprodução literal, é muito mais interessante estar presente no concerto do que ver um vídeo – ainda mais um vídeo gravado na vertical (era o que tinha melhor áudio). Por isso, espero que nas próximas vezes a performance dessa e de outras músicas sejam de fato arranjadas. Vai me dizer que não dá para imaginar um coral nessa faixa? Mesmo simples, essa lembrança é digna de elogios do sempre competente Score: que outro concerto além desse já tocou The Last of Us?
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