Por Alexei Barros
Tema do menu do Civilization IV, a “Baba Yetu” havia entrado para a história como a primeira música originalmente feita para um videogame a ser indicada ao Grammy, em sua 53ª edição. Para completar, a canção ganhou o prêmio de “Melhor arranjo instrumental com vocal de apoio”. Como se a felicidade do autor Christopher Tin não fosse suficiente, o disco pelo qual proveio a faixa, Calling All Dawns, venceu como “Melhor álbum de música clássica crossover”. É mole?
Com os games conquistando um espaço cada vez maior na mídia e as trilhas tão ambiciosas ou mais como as de filmes e seriados (não que isso precisasse ser necessário para constatarmos o valor da game music), o Kotaku, em post traduzido na versão brasileira, lançou a indagação: por que não existe uma categoria específica de jogos no Grammy?
Sou a favor, com ressalvas. Nesse tipo de premiação, a exemplo do Spike Video Game Awards, costuma-se privilegiar as produções ocidentais. Imagino que apareceria muita coisa licenciada, e só entrariam na relação trabalhos de um japonês muito famoso no resto do mundo, como um Nobuo Uematsu da vida. Koichi Sugiyama? Yuzo Koshiro? Duvido.
Agradecido ao Lucas Patrício por comunicar o release.
[via VGL]
Não sei bem minha opinião a respeito dessa hipótese (VGM ser ter uma categoria específica), mas dado o tamanho ainda pequeno da indústria por aqui, acho que ainda não deve ser interessante.
Porém, tava vendo aqui, o Grammy tem tanta categoria ali que não custaria nada criar uma mesmo! É injusto enquadrar nas categorias “Instrumental” ou então, por exemplo, “Best Score Soundtrack Album For Motion Picture, Television Or Other Visual”. Mas concordo contigo que nomes Orientais seriam praticamente ignorados, o que acabaria sendo um problema, já que se, por um lado, a Game Music seria reconhecida, não seria da forma como muitos dos verdadeiros fãs apreciam.
Aliás, as chances de “Tallaricolizarem” a coisa toda são enormes, será?
Se o excesso de categorias pode banalizar o Grammy como um todo, em contrapartida pode permitir que algumas músicas de game sejam indicadas a categorias mais específicas. Por exemplo, uma “Snake Eater” poderia concorrer na de melhor canção com vocal e na melhor música de jogo. Sei lá, vai saber se haveria alguma vantagem nisso.
Por conta dessa ocidentalização desses prêmios, dou muito mais valor às eleições de blogues, sites e fóruns, que são fartos em ouvintes hardcore, para lembrar os melhores do ano e conferir se ouvi todos os álbuns.
“Tallaricolizarem”? HAHAHAHA!!!
Com certeza, sabendo da fama dele. Caso composse a trilha para um jogo relativamente famoso para mim já é meio caminho andado.
Morri de rir do “Tallaricolizarem”! XD
O que eu acho mais bizarro é que o jogo é antigo. Há alguma explicação para que somente agora a música tenha entrado na competição?
Quanto à criação de uma nova categoria, sou a favor, mas realmente, não dá para criar uma categoria de trilha sonora de games e premiar as músicas de FIFA e Guitar Hero.
Outro medo que eu tenho é a venda dos jogos ser um fator decisivo na escolha, mais ou menos como ocorre com o Oscar, onde nem sempre o melhor filme leva o prêmio.
@ Jejé
“Morri de rir do “Tallaricolizarem”! XD” (2)
@ Douglas
Tem explicação sim: a premiação da “Baba Yetu” se deu pela presença da música no álbum solo do Christopher Tin, Calling All Dawns; a canção foi escolhida não por causa do jogo, mas por conta do CD, lançado em 2009. Calhou de a faixa ter sido composta originalmente para um game.
Exatamente. Acho válido o uso de trilhas licenciadas para determinados tipos de jogos, mas não considero game music, apenas uma música que está em um game.
No caso do Oscar, tem outros fatores envoldidos, e também deve ser levado em conta a subjetividade envolvida no processo.